Capítulo 106: "Mostrando do que é Capaz"
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Depois da confissão, parecia que nada havia mudado tanto assim.
Após o jantar, Lu Ran e Ji Min subiram juntos para o segundo andar. Ao sair do elevador, Lu Ran virou-se para olhar seu quarto no lado leste do corredor e, em seguida, voltou-se para o lado oposto, onde ficava o quarto de Ji Min, com um olhar cheio de curiosidade.
“O que está olhando?” Ji Min ergueu uma sobrancelha.
“Nada!” O garoto sacudiu a cabeça rapidamente. Mas seus olhos negros e vivos deixavam claro que tinha algo.
Ji Min levou a mão à testa e, de repente, deu um leve tapinha na cintura de Lu Ran, dizendo, com um toque de exasperação: “Vai dormir.”
Lu Ran deu um pulo com o toque. Embora o relacionamento tivesse mudado de repente, ele ainda sentia uma mistura de respeito e admiração por Ji Min, como quem respeita um superior. Então, obediente, respondeu com um “Ah,” e voltou para o próprio quarto.
Ao vê-lo desaparecer no corredor, Ji Min permaneceu parado na penumbra, perdido em pensamentos por alguns instantes. Percebendo seu próprio devaneio, ele balançou a cabeça com um leve sorriso e foi para o escritório continuar o trabalho.
Lu Ran, por sua vez, não tinha tarefas para fazer, mas, ao deitar-se à noite, ficou revirando-se sem conseguir dormir. Após inúmeras voltas, acabou puxando Da Huang, seu cachorro, do tapete para a cama.
Abraçando o cãozinho, o garoto o acariciou animadamente várias vezes e, logo depois, sentou-se na cama, triunfante, e disse para o cachorro:
“Da Huang, eu sou incrível! Consegui um namorado!”
Da Huang bocejou, parecendo alheio ao que ele chamava de “conseguir”. Lu Ran suspirou: “Esses tutoriais da internet são mesmo muito úteis.”
Dizendo isso, ele colocou o cachorro à sua frente, cruzou as pernas e, com uma expressão solene, disse:
“Da Huang, você precisa entender que o chefe agora não é só o nosso chefe. Ele é o seu outro pai!”
Assim que disse isso, Lu Ran caiu na risada, abraçando Da Huang e rindo até se esparramar pela cama.
Na manhã seguinte, o sono havia obscurecido um pouco as memórias do dia anterior. Como de costume, Lu Ran levantou-se, lavou-se e desceu com Da Huang, enquanto se preocupava com as notas de suas provas de meio de semestre.
Até que, ao chegar ao refeitório, viu o homem que o esperava ao lado da mesa de jantar. Assim que o homem olhou para ele, os sentimentos guardados no fundo do coração começaram a florescer como brotos escondidos sob a neve. Os olhos de Lu Ran brilharam, e ele cumprimentou, com uma voz alta e clara:
“Bom dia, namorado!”
Sua voz era alta, sem o menor traço de timidez. O mordomo Chen, que arrumava a mesa, ergueu as sobrancelhas com uma expressão curiosa, olhando para o animado Lu Ran e para Ji Min, sentado à mesa.
A expressão de Chen parecia dizer: “Finalmente não resistiu, hein?”
Ji Min ficou vermelho com a sinceridade de Lu Ran e o novo título, abaixando a cabeça e dando uma leve tosse para tentar disfarçar o rubor nas orelhas.
“Por que tanto barulho logo cedo?” ele disse baixinho.
O mordomo Chen: “…”
Se ao menos ele não estivesse sorrindo, teria soado mais convincente.
Lu Ran, com um sorriso travesso, aproximou-se da mesa, sentando-se ao lado de Ji Min e lançando-lhe um olhar furtivo, como se estivesse tramando algo. No entanto, ao olhar para o mordomo e os cozinheiros que iam e vinham com o café da manhã, desviou o olhar discretamente.
Após o café, o assistente de Ji Min chegou apressado. Ji Min estava muito ocupado nos últimos dias, o que mantinha a equipe toda atarefada.
O assistente abriu a boca para discutir alguns assuntos, mas Ji Min o interrompeu: “Não tenha pressa.” Pegou um guardanapo, limpou as mãos e olhou para o rapaz ao seu lado. “Está satisfeito?”
“Hm?” Lu Ran o olhou.
“Terminei. Vou te levar para a escola,” disse Ji Min.
Lu Ran ficou surpreso. “Mas você não está muito ocupado esses dias?”
A mão de Ji Min, ao limpar as mãos, fez uma leve pausa. Algumas pessoas podem ser desatentas, mas ele era também muito perceptivo. Mesmo com provas e a confissão para lidar, havia notado o quanto Ji Min estava ocupado.
Ji Min suspirou e olhou para ele, dizendo: “Por mais ocupado que eu esteja, ainda tenho que levar meu namorado para a escola.”
Embora tentasse manter a calma, Ji Min também estava longe de estar tranquilo desde a noite anterior. Sua mente vagava constantemente, afetando até seu desempenho no trabalho.
Enquanto o carro se aproximava da Universidade Y, a frase que ecoava na mente de Ji Min era a apresentação de Lu Ran:
“Tenho dezenove anos e estudo na Universidade Y…”
Involuntariamente, ele deu um sorriso. Lembrar-se de como, no dia anterior, ele próprio fez uma apresentação parecida, de forma espontânea, fazia-o querer rir.
Ele virou-se para o jovem ao seu lado. Percebendo o olhar, Lu Ran quase o chamou de “chefe”, mas corrigiu-se a tempo.
“O que tanto me olha?” ele perguntou.
“Ontem… você estava bem preparado,” disse Ji Min com um tom provocativo. “Você até trouxe seu exame médico. Não estava com medo de eu recusar?”
Lu Ran o olhou, intrigado. “Por que eu estaria com medo? Você não é apaixonado por mim?”
Essa confiança soava familiar.
Ji Min: “…”
Esse garoto sabe de tudo mesmo.
O carro logo parou na entrada da Universidade Y. O motor silenciou, e o interior ficou extremamente quieto. Lá fora, alunos e professores passavam para as primeiras aulas, criando um cenário agitado e cheio de vida.
Lu Ran segurou a maçaneta da porta por um instante, mas, ao invés de sair, virou-se para Ji Min, e seus olhares se encontraram.
“Desde o café da manhã, você tem me olhado. O que tanto quer?” Ji Min perguntou baixinho.
Lu Ran olhou para os assentos da frente. A divisória estava abaixada, e os encostos altos bloqueavam a visão do motorista e do mordomo Chen no banco do passageiro.
Cuidadosamente, ele se inclinou para perto de Ji Min, atravessando o apoio de braço e olhando-o de perto. Com um sussurro, disse:
“Namorado, me dá um beijo.”
Ji Min ficou surpreso, mas antes que pudesse responder, o garoto inclinou-se desajeitadamente e lhe deu um beijo no canto dos lábios.
Foi um toque suave e refrescante.
O garoto, que provocara, tentou se afastar logo depois, mas foi impedido pela mão de Ji Min, que o segurou pela nuca, trazendo-o para mais perto. Em um beijo suave, o calor do homem e seu toque firme acrescentaram algo mais profundo ao adeus.
Lu Ran ficou surpreso, mas continuou ali, com a cabeça erguida, obediente. O toque de Ji Min se intensificou, até que ele percebeu a situação inadequada e forçou-se a recuar, respirando fundo.
Após um momento, Ji Min não resistiu e inclinou-se para mordiscar a ponta da orelha do jovem.
“Ah.” Lu Ran cobriu a orelha com a mão, o rosto ruborizado. Apesar de ter iniciado a provocação, agora estava um pouco envergonhado.
Discretamente, olhou para os bancos da frente e, vendo tudo calmo, lançou um olhar cúmplice para Ji Min, como quem dizia: Ninguém viu.
Vendo a cena, Ji Min suspirou ao seu ouvido: “Inocente, tem um espelho retrovisor.”
Lu Ran: “…”
Seu rosto ficou completamente vermelho. Sem ousar olhar para o retrovisor, ele abriu a porta e saltou para fora apressado.
Quando estava prestes a sair, Ji Min o chamou. “Arranjei mais pessoas para ficarem de olho em você. Mesmo no laboratório, eles vão estar por perto.”
Lu Ran: “…”
Apesar de saber que Ji Min queria protegê-lo, ele sentiu-se incomodado com a ideia de estar sempre sendo seguido.
Percebendo seu desagrado, Ji Min aproximou-se novamente e deu-lhe um beijo nos lábios, dizendo: “Por favor.”
Lu Ran: “Tá… tudo bem.”
Atordoado, o garoto saiu do carro e percebeu que havia esquecido a mochila. Rapidamente, voltou, pegou a mochila e acenou para Ji Min antes de correr para a escola.
Ji Min baixou a janela, observando até que ele desaparecesse, antes de pegar o telefone para falar com o assistente. Ao ouvir sobre os compromissos do dia, Ji Min ignorou uma série de eventos importantes, dizendo apenas:
“Primeiro, chame o pessoal da empresa fiduciária.”
“Entendido,” respondeu o assistente. Em seguida, perguntou: “Como envolve o jovem Lu Ran, talvez seja melhor esperarmos o fim de semana…”
Ji Min abaixou o olhar, murmurando: “Não é nada urgente. Não precisa envolver ele nisso.”
Ji Min trabalhou intensamente por duas semanas, quase sem descanso. Após concluir os compromissos do semestre, ainda teve que se esforçar para convencer o Dr. Kemiller e para recuperar a própria saúde.
No fim de semana, Ji Min ainda não havia concluído todos os compromissos, mas ao ver sua agenda, Lu Ran mostrou-se ansioso. Assim que Ji Min saiu, ele pulou para dentro do carro dele, vestindo propositalmente seus sapatos favoritos.
Vendo a empolgação do rapaz, Ji Min ficou surpreso e um pouco nervoso.
Será que ele estava esperando… um encontro?
Ji Min, que andava ocupado demais e sem qualquer experiência de relacionamento, quase não tinha sequer a palavra “encontro” em seu vocabulário. Ele deu uma leve tossida, tentando explicar:
“Desculpe… desta vez é para comparecer a um evento, um tipo de salão social. Mas é rápido, só preciso dar uma passada. Quando terminar…”
“Ah?”
Ao ouvir isso, Lu Ran ficou visivelmente desapontado. “É só uma passada? Eu me preparei tanto…”
Ji Min ficou surpreso.
“Se preparou para quê?” ele perguntou.
“Para fazer o que um namorado deve fazer, é claro!” Lu Ran respondeu.
Ji Min não pôde deixar de admitir que seus pensamentos saíram do prumo por um instante.
Mas rapidamente, viu o rapaz empolgar-se, apertando os punhos com determinação:
“Eu fiquei ocupado acumulando créditos esses dias e não tive a chance de ir com você a eventos assim.”
Ele suspirou com uma expressão preocupada. “Nem sei o quanto os boatos se espalharam, mas desta vez vou ajudar você a esclarecer tudo!”
Ji Min: “…”
Ótimo. Parece que ele não era o único que tinha se esquecido da ideia de “encontro”. Aqui estava seu parceiro, ainda preso ao ambiente de trabalho de antes.
Mas…
Ter um namorado que sente necessidade de atuar para provar sua competência era um pouco… embaraçoso.
Ji Min fechou os olhos por um momento e comentou, de forma sutil:
“Você não tinha dito antes que eu era muito vaidoso e que isso não era bom?”
Lu Ran o olhou com firmeza: “Vaidade não é boa, mas se você já é vaidoso, então eu, como namorado, tenho que te ajudar!”
Ji Min: “…”
Agradeço. Realmente me comoveu.
Assim que desceram do carro, Ji Min presenciou uma cena que costumava deixá-lo extremamente incomodado. Lu Ran caminhava com a postura rígida e as pernas meio tortas, com uma expressão estranha e exagerada. A forma de andar parecia até mais realista que da última vez, dando a impressão de que realmente tivessem passado uma noite sem descanso.
Ele ainda virou-se para Ji Min, sorrindo com satisfação:
“Está parecido? Eu estudei direitinho dessa vez.”
Ao dizer isso, as orelhas de Lu Ran ficaram ligeiramente vermelhas, mas logo ele se virou novamente, olhando animado para o local do evento, como se estivesse pronto para agir.
Ji Min o observou por alguns instantes e, então, disse de repente:
“Tem uma postura que deixa ainda mais convincente.”
“Hm? Qual?” Lu Ran perguntou, com um pouco de espírito competitivo.
Ao ouvir a pergunta, Ji Min recostou-se no encosto do banco, abaixou os olhos e, com calma, estendeu o dedo, apontando para seu próprio joelho.
“Venha, sente aqui.”
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