Capítulo 107: O Caixa
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Lu Ran ficou um instante surpreso com as palavras de Ji Min.
Apesar de já ter sido abraçado por ele em várias ocasiões e de gostar da sensação de estar em seu colo, o convite aberto e direto lhe causou um estranho senso de perigo.
“Tem muita gente… não seria meio inapropriado?” disse ele.
O homem o olhou, falando baixo: “O que há de errado? O efeito é muito melhor do que você fingindo. Assim, todos vão saber que você não conseguiu nem sair da cama.”
Ji Min estava apenas brincando, querendo provocá-lo um pouco.
Mas para sua surpresa, Lu Ran franziu as sobrancelhas, ponderou por um tempo e, então, concordou com um aceno de cabeça: “Você tem razão.”
Dito isso, Ji Min sentiu o peso aumentar sobre seus joelhos.
Lu Ran realmente subiu no colo dele, acomodando-se e ajustando a postura. Olhando para Ji Min, perguntou: “Assim está bom?”
Em seguida, suspirou: “Seu ego é realmente muito grande, sabia?”
Ji Min: “…”
Ele refletiu por um segundo, questionando-se por que tinha achado que poderia vencer Lu Ran nesse tipo de provocação. A ideia era realmente sem sentido.
Mas, no fim, ele não se importava. Afinal, fosse ele quem segurasse ou quem estivesse sendo segurado, ele era o único que saía ganhando.
Após andarem um pouco, Ji Min percebeu que Lu Ran começou a se mexer em seu colo. Parou a cadeira de rodas e arqueou uma sobrancelha.
“O que foi? Já não consegue ficar parado?” perguntou.
Mas viu que Lu Ran havia se virado parcialmente, apoiando-se no peito dele, enquanto outra mão se infiltrava sob o paletó de Ji Min, tateando de forma desajeitada.
“Ei.”
Ji Min, ao sentir os dedos de Lu Ran pressionando seus músculos abdominais, rapidamente segurou a mão dele e, com a voz um pouco rouca, perguntou: “O que pensa que está fazendo?”
Estavam em público, afinal.
O rapaz, no entanto, afastou o paletó de Ji Min e, com a mão, foi até o cinto metálico dele. Seus dedos frios, que tocaram por um instante a pele, fizeram com que Ji Min prendesse a respiração.
Lu Ran tateou por alguns instantes e, em dúvida, comentou: “Seu cinto hoje parece mais confortável… e está mais alto.”
Ji Min: “…”
Ele segurou o pulso de Lu Ran, puxando a mão travessa para fora e virando-o, ajeitando-o em seu colo.
“Não fique fazendo bobagens,” advertiu.
O salão de eventos ficava no Edifício Gêmeo, um lugar com o qual Ji Min estava muito familiarizado. Ele evitou a entrada principal. Mesmo que Lu Ran estivesse de acordo em se deixar levar daquele jeito, Ji Min não tinha a intenção de exibi-lo assim. Esse não era o momento de brincar como fizera antes com Shen Hongyuan.
Após subirem pelo elevador, Ji Min guiou-o pelos amplos corredores do edifício, esperando que Lu Ran, desconfortável, eventualmente saísse de seu colo e caminhasse por conta própria, para então aparecerem no evento.
Mas ao passar por uma grande porta no final do corredor, Lu Ran se endireitou subitamente, os olhos brilhando. Ele apontou para a luxuosa porta do banheiro e deu um tapinha no ombro de Ji Min.
“Acho que foi aqui que te vi pela primeira vez, não foi?”
Ji Min ficou surpreso e, então, sorriu.
“Não foi a primeira vez,” corrigiu ele.
“Eu sei!” respondeu Lu Ran. “Mas da vez que salvei Da Huang tinha uma divisória, eu não consegui ver você direito.”
Em seguida, ele deu outro tapinha em Ji Min, incentivando-o: “Provavelmente não tem ninguém aí agora, vamos dar uma olhada!”
Aquele andar estava sob os cuidados de Ji Min e raramente recebia visitantes, razão pela qual ele também ficara surpreso ao encontrar Lu Ran naquele banheiro anteriormente.
Ji Min balançou a cabeça com um sorriso e, obedecendo ao desejo de Lu Ran, controlou a cadeira até a porta do banheiro.
A porta automática do banheiro se abriu, mas Ji Min hesitou por um momento.
“O que foi?” perguntou Lu Ran.
“…Nada,” respondeu Ji Min.
Ele apenas achou a situação um tanto cômica. Outros casais, ao revisitarem locais especiais para recordar o início do relacionamento, normalmente iam a jardins, ilhas paradisíacas ou parques de diversão. Mas com eles, o lugar para “relembrar o passado” era o banheiro?
Ji Min ficou momentaneamente sem palavras.
Mas ao entrarem e verem o ambiente familiar, ele foi tomado por uma breve distração. O jovem que, antes, limpava sozinho a sujeira no lavatório, agora estava acomodado docilmente em seu colo. E aquela faísca de desejo que surgira de forma incontrolável da última vez, finalmente parecia ter encontrado seu devido lugar.
Ji Min olhou para a pia. Ele se lembrava com clareza do exato ponto onde Lu Ran estava quando levantou a camisa e ofereceu ajuda.
O olhar de Ji Min escureceu ligeiramente.
Para o rapaz, aquilo tinha sido uma pergunta comum, mas, para Ji Min, soara de uma forma bem menos inocente.
O rapaz também estava relembrando. Apontando para a pia acessível, comentou: “Naquela época, você foi bem grosseiro comigo. Me mandou sair e ficou lá sozinho, lavando as mãos.”
“Nem sei o que havia de tão importante para lavar.”
“Mm.”
Ji Min respondeu baixinho e apertou o abraço, apoiando o queixo no topo da cabeça de Lu Ran.
“E aquele armário ali!”
Lu Ran deu uma batidinha no braço dele, orientando-o para o armário. Ji Min seguiu o comando, levando-os até lá.
Lu Ran puxou a gaveta de cima e comentou:
“Eu só fui descobrir depois que esse banheiro tem um monte de coisas… até toalhas!”
Mas, dessa vez, ele abriu a gaveta errada. Ao puxá-la com força, um pequeno caixa preta caiu para fora, e ele a segurou rapidamente.
“Ah, é verdade, ainda tem isso.”
Lu Ran virou a caixa várias vezes em suas mãos, sem encontrar nenhum logotipo.
“O que é isso?” Ele olhou para cima e perguntou a Ji Min.
Ji Min pensou que Lu Ran ainda não tinha aprendido nada.
“Por que não abre para ver?” provocou ele.
Lu Ran, agora curioso, achou que poderia abrir um, já que o armário parecia repleto desses itens, e o considerou um consumível qualquer.
Com paciência, começou a abrir a embalagem.
Ji Min observava em silêncio, os olhos acompanhando os dedos ágeis e pálidos do rapaz enquanto ele manuseava o objeto preto e fosco. Lu Ran examinou todos os lados, até encontrar um jeito de rasgar o lacre.
Dentro da caixa, encontrou uma pilha de pacotes pequenos, prateados, envoltos em alumínio. Ele ficou olhando para o conteúdo, atônito.
Ji Min não conteve um sorriso.
Achava que já o havia provocado o suficiente. Estendeu a mão para tirar a caixa de suas mãos, mas Lu Ran olhou para ele com uma expressão de confusão e disse:
“Já vi isso em lojas de frango frito. Não são luvas para manuseio de alimentos?”
Ji Min: “…”
Luvas para… alimentos?
Lu Ran parecia ainda mais chocado. Olhando para os mictórios e as divisórias das cabines ao redor, seus olhos refletiam uma expressão de surpresa.
“Por que tem luvas de alimentos no banheiro?” perguntou ele, incrédulo.
Ji Min: “…”
Ji Min ficou completamente sem palavras.
Lu Ran, tomado pela curiosidade, pegou um dos pacotinhos e analisou mais de perto. Mas, ao observar mais, percebeu algo estranho.
“Por que tem um círculo nesse desenho?” murmurou ele, confuso. “Será que é um protetor de dedo?”
Ele parou, considerando a ideia por um momento. “Mas quem tem dedos tão grossos assim?”
Ji Min, que ouvia tudo, suspirou internamente: “…”
Lu Ran estava cada vez mais curioso.
“Eu vou abrir um, não tem problema, né?” E, antes de esperar uma resposta, começou a rasgar o pacote prateado.
Ao fazer isso, uma pequena quantidade de líquido transparente e escorregadio espirrou para fora, grudando em seus dedos pálidos e escorrendo pela pele.
“Eca… que coisa é essa?” disse Lu Ran, balançando a mão.
Com o movimento, o círculo restante no pacote caiu em sua perna, revelando uma pequena ponta arredondada.
Ao ver o objeto, Lu Ran ficou subitamente atônito.
Imediatamente, ele se lembrou de uma palestra a que comparecera no fim do semestre anterior para obter créditos de inovação. A palestra era sobre a prevenção do HIV.
Ele estava exausto após um turno de trabalho, então se limitou a carimbar o nome e caiu no sono no fundo da sala.
Mas o professor estava empolgado com o tema e chegou a chamar voluntários para demonstrações práticas, o que deixou a sala em alvoroço.
No meio do barulho, Lu Ran acordou, sonolento, e olhou para o palco. Ele viu um colega de curso segurando uma banana, com um pequeno anel elástico na ponta.
O professor apontava para a banana, explicando o quanto aquele anel era importante.
Lu Ran: “…”
Naquele momento, o banheiro mergulhou em um silêncio profundo.
Ainda segurando a mão úmida, Lu Ran virou-se lentamente para ver a expressão de Ji Min.
Ji Min, com o olhar ligeiramente abaixado, mantinha os olhos fixos nos dedos do rapaz, as sombras das pestanas ocultando qualquer traço específico de expressão. Ainda assim, havia uma profundidade escura em seu olhar.
Após alguns segundos, Lu Ran virou-se devagar, buscando um guardanapo para limpar a mão.
Mas antes que ele conseguisse, Ji Min estendeu a mão, antecipando-o.
A mão pálida, de dedos longos e bem definidos de Ji Min, pegou suavemente o anel de borracha que caíra no colo de Lu Ran e, com um leve gesto, jogou-o no lixo. Em seguida, segurou o pulso de Lu Ran, puxou um lenço de papel e começou a limpar, com precisão e delicadeza, cada parte da mão do rapaz, removendo lentamente o líquido viscoso que escorrera.
Enquanto fazia isso, Ji Min mantinha o rosto inexpressivo, seus olhos escuros fixos na mão de Lu Ran, como se estivesse apenas concentrado na tarefa de limpar.
Mas Lu Ran…
Sentia algo mais nas mãos firmes de Ji Min. Havia uma intensidade sutil no toque dele, algo que fez Lu Ran prender a respiração.
Depois de limpar completamente a mão de Lu Ran, Ji Min o levou até a pia para que ambos lavassem as mãos. Só então saíram do banheiro.
O jovem, que ainda estava no colo de Ji Min, permanecia tenso, exibindo apenas as orelhas completamente ruborizadas. E, pela inclinação da cabeça, parecia estar prestes a derreter.
Ji Min suspirou levemente e, com a voz baixa, disse: “Por que está paralisado? Desça logo.”
Com esse lembrete, o rapaz, ainda atordoado, rapidamente desceu de seu colo.
Eles caminharam em silêncio até o local do evento. A tensão entre eles parecia como uma corda prestes a arrebentar, mas, ao adentrarem o ambiente, os sons e conversas os envolveram, dissipando o clima de desconforto e constrangimento que os seguia.
Lu Ran respirou fundo, exalando o ar lentamente, sem entender exatamente por que estava tão nervoso há poucos instantes. Pensando melhor, ele se justificou:
“E-eu não sou tão ingênuo assim, tá? Só não reconheci porque não tinha logo. Se fosse daqueles que vendem no mercado, eu teria identificado na hora.”
“Entendo,” Ji Min respondeu com uma risada leve.
Virando-se para ele, Ji Min acrescentou: “Então, da próxima vez que formos ao mercado, vou querer ver você reconhecer um desses.”
Lu Ran: “…”
Maldição.
“Pode deixar!” retrucou ele, erguendo o queixo com desafio.
Ji Min pressionou os lábios com os dedos para esconder o riso, que ainda assim escapou por alguns segundos. Ao olhar de volta para Lu Ran, notou que suas orelhas estavam novamente vermelhas.
Então, Ji Min comentou com um tom reconfortante: “Não se preocupe. Agora que me chama de namorado, não tem nada de mais em vermos essas coisas juntos.”
Após essa fala, percebeu que a vermelhidão se espalhara ainda mais pelo rosto de Lu Ran, descendo pelo pescoço até se tornar uma mancha rosada intensa.
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