Capítulo 116: Voltar para Casa
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Após aquela cena, as pessoas ao redor estavam verdadeiramente de queixo caído.
O que significava aquilo?
Por que parecia que… depois que Ji Min recuperou o movimento das pernas, sua “posição na família” até diminuiu?
Ji Min estava sentado em um dos sofás ao lado.
Lu Ran estava inclinado no encosto do sofá, com a cabeça abaixada, mexendo no celular.
De relance, parecia que os dois nem se conheciam.
Mas, depois de testemunharem a cena de antes, ninguém se atrevia a pensar assim.
Shen Xingran ficou sem graça.
Ele olhou para Lu Ran, depois para Ji Min, e, rangendo os dentes, murmurou um xingamento para o “casalzinho” antes de sair, envergonhado.
As outras pessoas que haviam se aproximado também foram se dispersando aos poucos.
Ji Min, com as pernas dobradas, sentou-se na poltrona.
Normalmente, estando na cadeira de rodas especial, não se sentia muito diferente.
Mas agora, sentado naquele sofá, parecia ligeiramente desconfortável.
Talvez pela falta de costume, suas longas pernas, que costumavam estar cobertas por um cobertor, mexiam-se de vez em quando, trocando de posição, chamando a atenção.
Após um tempo, Ji Min não aguentou e ergueu a mão, tocando o jovem que estava atrás dele.
Lu Ran estava atento aos movimentos dos Shen – pai e filho – e ao tio deles do lado de fora, ignorando Ji Min.
Mas Ji Min, um homem com menos de trinta anos, belo, saudável e à frente de todo o grupo Ji, não passava despercebido no círculo social.
Mesmo com a suspeita da relação entre Ji Min e Lu Ran, havia aqueles que ainda não desistiam.
Algumas pessoas de gerações mais velhas, aproveitando-se do status de anciãos, traziam seus jovens de destaque para cumprimentar Ji Min.
Lu Ran saiu de seus pensamentos.
E viu que uma nova multidão já se reunira novamente.
Na frente de Ji Min, um homem de meia-idade, um pouco mais velho que Shen Hongyuan, segurava a mão do filho enquanto “promovia” o rapaz:
“Este é meu filho mais novo. Quando era pequeno, ele chegou a brincar na casa dos Ji. Não sei se você ainda lembra…”
Lu Ran parou por um instante, lançando um breve olhar para Ji Min.
E ouviu o homem responder, de forma muito direta e sem rodeios:
“Não me lembro.”
O homem mais velho e o rapaz saíram dali, claramente desconcertados.
Não demorou muito, e chegou mais uma dupla.
Era uma senhora rica puxando a filha.
A mulher exibia um sorriso entusiasmado, enquanto a filha, com o rosto cheio de constrangimento, olhava para a mãe de vez em quando, com uma expressão que deixava claro que, se pudesse, sumiria dali naquele instante.
Essa dupla mal havia se aproximado quando outra mãe apareceu, arrastando seu filho.
As duas equipes se cruzaram, e antes de sequer falarem com Ji Min, as mães começaram a discutir.
Enquanto observava as duas discutindo, Lu Ran pensava: “…”
Ji Min, incomodado e preocupado que alguém se irritasse ainda mais, murmurava consigo: “…”
Ele lançou um olhar discreto para Lu Ran.
E percebeu que o jovem observava as equipes, se divertindo com as provocações que trocavam.
Ji Min: “…”
Ótimo. Todas as preocupações foram em vão.
Mas ao perceber que as três equipes estavam realmente se aproximando, Ji Min franziu as sobrancelhas, pigarreou e se preparou para intervir.
Nesse momento, Lu Ran, que estava parado atrás dele em silêncio o tempo todo, fez um movimento.
O jovem não disse nada.
Mas, de forma lenta e firme, contornou o sofá, inclinou o corpo e sentou-se bem ao lado de Ji Min, no braço da poltrona.
Ele cruzou os braços e olhou com um rosto frio para as pessoas ao redor, deixando claro para todos os presentes.
O gesto era uma verdadeira declaração de posse.
Ao ver isso, os espectadores, que tinham diferentes intenções, não puderam deixar de murmurar em segredo.
Alguns já tinham ouvido falar das atitudes do jovem da família Shen.
E, ao ver aquilo, desistiram discretamente.
Outros, no entanto, acreditavam que a fortuna vinha para quem arriscava, e decidiram tentar mais uma vez.
Eles cumprimentaram Ji Min abertamente. Será que esse tal de Lu Ran poderia impedi-los?
Mas, quando iam abrir a boca, o homem sentado na poltrona de repente soltou uma risada baixa, puxando o jovem pela cintura.
Então, ergueu a cabeça e olhou para os presentes. O sorriso em seu olhar diminuiu um pouco.
Diante de todos.
Ele, com uma voz cheia de afeto e um tom de leve resignação, suspirou:
“Peço desculpas a todos, mas meu amor, quando fica bravo, é difícil de acalmar. No momento, temo que não terei tempo para ouvir os cumprimentos de todos.”
Todos ficaram surpresos, não esperavam que Ji Min dissesse algo assim.
Ao chamar Lu Ran de “meu amor”, era como se estivesse fazendo uma declaração oficial.
Com isso, as intenções, tanto as apropriadas quanto as impróprias, se dissiparam na mesma hora.
Mesmo que alguém quisesse insistir, ninguém teria coragem de se aproximar novamente.
Por mais que estivessem chocados, ninguém se atreveu a questionar o que Ji Min dissera.
As pessoas riram um pouco sem graça e se dispersaram, voltando aos próprios assuntos.
Lu Ran continuava no braço da poltrona, sem se mover.
De longe, parecia tranquilo, mas, ao olhar mais de perto, era possível ver a ponta de sua orelha, escondida pelos cabelos, tingida de vermelho.
“Saia, está me apertando,” reclamou Lu Ran, tentando afastar o braço de Ji Min.
Ji Min “tsc”ou: “Você não estava bravo e querendo ‘mudar de amor’? Então por que ainda está aqui, bloqueando meu caminho?”
Ao ouvir isso, Lu Ran respondeu com total firmeza.
Ele ergueu o queixo e bufou: “Uma coisa não tem nada a ver com a outra.”
Estar bravo era uma coisa.
Mas ninguém tocaria em quem era dele!
Apesar de todos já terem saído.
O jovem ainda mantinha os braços cruzados e o queixo erguido, sentado no braço da poltrona.
Com a postura de alguém que ainda estava em guarda, como se observasse atento qualquer perigo.
Ji Min não conseguiu se conter e, abraçando Lu Ran, deixou escapar uma risada baixa.
“Tem alguém que fica bravo desse jeito?” suspirou.
“Fica quieto.” Lu Ran revirou os olhos, com a clara intenção de que a raiva ainda continuava.
Ji Min ergueu o olhar, fixando-o no perfil do garoto.
Ele era jovem, mas quando se tratava de relacionamento, levava tudo muito a sério.
Sabia separar perfeitamente as pequenas rusgas das crises externas.
Quando era hora de confrontá-lo, não hesitava, mas, se havia uma ameaça externa, protegia sem nenhuma ambiguidade.
Era uma honestidade tão direta que chegava a ser adorável.
Ji Min sentia o peito aquecido, como se uma panela cheia de água fervesse dentro dele.
Seus dedos acariciavam o tecido fino da camisa de Lu Ran na altura da cintura.
O ambiente ao redor estava agitado demais.
Depois de um tempo em silêncio, ele finalmente não se conteve e, baixinho, perguntou: “Ainda tem algo para fazer? Que tal irmos para casa?”
Lu Ran lançou-lhe um olhar, pensando que talvez ele estivesse desconfortável por causa das pernas.
Refletiu por um instante, ponderando que já tinha causado sua cota de problemas, e, como não havia mais o que resolver, assentiu, levantando-se do sofá.
Assim que ficou em pé, olhou de volta para o homem sentado.
Embora ainda tivesse uma expressão emburrada, estendeu a mão para Ji Min e disse irritado: “Eu te puxo.”
Ji Min sorriu, colocando a mão na palma do jovem.
A mão de Ji Min era grande, cobrindo facilmente a de Lu Ran, e, por um momento, era difícil dizer quem estava puxando quem.
Lu Ran usou um pouco de força, mas acabou tropeçando quando o outro homem retribuiu com uma leve resistência. Ele quase caiu nos braços de Ji Min.
Fang Chen, que tinha vindo procurar Lu Ran e “coincidentemente” testemunhou a cena: “…”
Ji Min segurou o rapaz e comentou suavemente:
“Com essa força e quer me puxar?”
Em seguida, ergueu o olhar e cumprimentou Fang Chen com um aceno educado, mas distante: “Senhor Fang, agradeço por ter cuidado de Lu Ran. Por favor, envie meus cumprimentos ao seu pai.”
Fang Chen, sentindo-se um pouco “exibido”: “…”
“Ahahaha… lembrei de uma coisa que preciso resolver.” Ele rapidamente inventou uma desculpa e saiu.
“Você tá maluco? Usou força de propósito!” Lu Ran reclamou, confuso.
Ji Min ergueu uma sobrancelha, respondendo calmamente:
“Ah, eu, o ex, vendo o cara por quem você ‘se interessou’… não posso brincar um pouco?”
Lu Ran: “…”
“Vai vir ou não? Senão, eu vou.”
Ji Min então se levantou e o acompanhou para fora.
Já no carro, Ji Min instruiu o motorista: “Para casa.”
“Hã?” Lu Ran olhou surpreso. “Você não vai voltar para o hospital?”
Ji Min suspirou, dando-lhe um leve toque na testa, irritado: “Não podia torcer um pouco por mim? Tive alta hoje.”
“Ah?”
Os olhos de Lu Ran brilharam com surpresa e alegria.
Mas, lembrando-se de que ainda estava bravo, forçou-se a conter a expressão, limitando-se a um frio e seco “Ah.”
Ji Min segurou o riso, fingindo não notar.
Os dois saíram da festa já perto da meia-noite e, ao chegarem na casa dos Ji, estavam prontos para descansar.
As pernas de Ji Min ainda não podiam suportar muito esforço, então ele subiu de elevador.
Ao saírem e pararem na frente da mesma porta, Lu Ran percebeu algo estranho, parando à frente do quarto de Ji Min, trocando olhares com ele.
“Por que não entra?” Ji Min perguntou sorrindo.
Lu Ran: “…”
“Tá bom, eu entro.” Ele empurrou a porta e entrou.
Assim que entrou e viu o quarto com suas coisas espalhadas, ficou em silêncio.
Foi até o sofá, pegou a jaqueta e a calça jogadas ali.
Caminhou até o quarto e pegou o pijama.
Depois, recolheu outras coisas espalhadas pelo quarto e, com os braços cheios, caminhou em silêncio em direção à porta.
No meio do caminho, porém, foi segurado por alguém.
“Pra onde vai?” Ji Min perguntou suavemente.
“Pro meu quarto dormir.” Lu Ran respondeu.
“Morar no quarto do namorado não é a mesma coisa?” disse Ji Min.
Sua voz era baixa.
O quarto estava em completo silêncio.
Tão quieto que o “namorado” parecia ecoar levemente pelas paredes.
“O Da Huang, sabe? Ele fica com medo de dormir sozinho. Vou fazer companhia a ele.” Lu Ran retrucou.
Ji Min ergueu as sobrancelhas, confuso: “Hm? O Da Huang dormiu sozinho por vários dias… ele só tá com medo agora?”
Lu Ran: “…”
Ele seguiu em direção à porta, mas ao virar-se acidentalmente acionou o interruptor.
Com um “clique”, o quarto mergulhou na escuridão.
No meio da escuridão, Lu Ran sentiu um calor familiar e um abraço reconfortante envolvendo-o.
“Me deixa te abraçar.”
Na escuridão, Ji Min aproximou-se dele e sussurrou em seu ouvido.
Sua voz estava carregada de saudade dos últimos meses e do alívio de finalmente tê-lo ao seu lado após tantas incertezas.
“Só quero te abraçar.”
A voz dele soou rouca.
Finalmente, a pressão da lâmina que parecia pairar sobre eles havia desaparecido.
Mas o medo e a dor causados por aquela lâmina ainda estavam gravados.
Os olhos de Lu Ran subitamente se encheram de lágrimas.
Soltou as roupas que segurava, virou-se e retribuiu o abraço de Ji Min.
Agarrou-se ao ombro familiar e aconchegou-se naquele abraço seguro.
Com a voz embargada, murmurou: “Chefe.”
“Hum.” Ji Min respondeu, sem corrigir o modo como Lu Ran o chamava.
Lu Ran sussurrou de novo: “Ji Min.”
“Sim, eu voltei.” Ji Min respondeu.
Ao ouvir isso, a garganta e os olhos de Lu Ran arderam.
Ele enterrou o rosto no pescoço de Ji Min, tentando controlar as lágrimas.
No escuro, um dedo deslizou por suas pálpebras úmidas, descendo pela lateral do rosto, segurando suavemente seu queixo e erguendo-o.
Três meses de escolhas difíceis, saudade e medo se derramaram em um beijo.
Ji Min o beijou com intensidade.
Muito mais forte do que qualquer outro beijo entre eles antes.
Com uma força quase devoradora, como se isso pudesse compensar as vezes em que pensou em desistir.
Ele nunca quis deixá-lo partir.
Nem para encontrar outro parceiro, nem para deixá-lo sozinho neste mundo vazio.
Um leve gosto metálico começou a se espalhar à medida que o calor aumentava.
Ji Min fechou os olhos.
Ele afastou os lábios ligeiramente, tentando recuperar o controle.
Mas, nesse pequeno instante de separação, o jovem o puxou de volta.
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A BUCHA DE CANHÃO DA FAMÍLIA RICA ENLOUQUECEU
Lu Ran é o filho biológico negligenciado de uma família rica.
Quando ele tinha quatro anos, se perdeu. Ao retornar para casa, sua família favoreceu o filho adotivo, Shen Xingran,...