Capítulo 132 – Extra: Pedido de Casamento (Parte Um)
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“Qualquer um que esteja no mesmo registro familiar pode ser considerado responsável.”
Depois de dizer isso, Ji Min pretendia fazer o pedido de casamento.
Os assuntos da família Shen já estavam resolvidos, e Ji Min não era o tipo de pessoa que gostava de adiar as coisas. Ele já havia começado a refletir sobre essas grandes decisões.
Mas havia um fato cruel à sua frente.
Lu Ran ainda estava no segundo ano da faculdade, longe da idade mínima legal para se casar.
Ji Min pensou bastante sobre isso e, no final, decidiu não mencionar o assunto.
Aos olhos dele, Lu Ran ainda era jovem, e não havia necessidade de fazer as coisas de forma tão diferente de seus colegas.
E assim ele esperou, até que Lu Ran chegou ao último ano da faculdade.
A maioria dos estudantes, ao chegar ao terceiro ou quarto ano, começa a ter mais tempo livre. Mas para os estudantes de veterinária, a rotina só fica mais agitada, sem um minuto de folga.
Além das provas teóricas, eles precisam fazer estágio, treinamento e passar por diversos exames práticos.
Lu Ran era especialmente aplicado quando se tratava dos estudos.
Então, no ano em que Lu Ran finalmente completou 22 anos, a idade legal para se casar, ele estava tão ocupado que mal tinha tempo para si.
Enquanto isso, Ji Min ficou em casa cuidando de Da Huang.
No carro.
Ji Min estava no banco de trás, com Da Huang deitado ao lado.
O celular estava em uma chamada de vídeo.
Era de manhã, e na tela, a outra pessoa escovava os dentes.
Ele perguntou com a boca meio cheia de pasta de dente: “A gengivite de Da Huang não voltou, né?”
“Não.”
Ji Min recostou-se no banco, acariciando a cabeça peluda de Da Huang com uma das mãos e respondendo com atenção: “Estive cuidando dele direitinho e limpando a boca dele todos os dias.”
Ele olhou para a tela do celular.
Na tela, o jovem de antes havia crescido um pouco, e sua altura estava se aproximando dos 1,80 metros.
Embora ainda tivesse a leveza de um adolescente, seus movimentos estavam mais firmes e não pareciam frágeis.
Ele se inclinava sobre a pia enquanto se lavava, vestindo apenas uma camiseta branca fina, o arco dos ombros criando uma curva bonita.
O olhar de Ji Min desceu um pouco mais…
Mas ele se conteve e desviou.
Ji Min desviou o olhar e, sem mais nem menos, perguntou: “Você está morando em um quarto individual?”
Lu Ran, escovando os dentes, revirou os olhos e respondeu: “Eu estou quase indo embora, e você ainda não sabe como é o meu quarto?”
“Estava só confirmando,” respondeu Ji Min.
Lu Ran não questionou o motivo de Ji Min querer “confirmar” aquilo. Ele apenas ajeitou a barra da camiseta que subira enquanto se inclinava e abotoou o jeans que vestira às pressas ao acordar.
Ji Min ergueu as sobrancelhas, sem comentar.
Não sabia se estava aliviado ou decepcionado.
Lu Ran abaixou a cabeça e enxaguou a espuma de pasta de dente da boca, depois lavou o rosto com um pouco de água.
Ele voltou a perguntar sobre Da Huang: “As articulações do joelho dele também estão bem? Por enquanto, não deixe ele brincar de pegar bola.”
Com mais de dez anos, era importante tomar cuidado extra com o cachorro.
Ao ouvir isso, Da Huang, que estava deitado no banco de trás, resmungou baixinho, como se estivesse discordando.
Ji Min olhou para Da Huang e disse: “Brincar um pouco na grama não faz mal.”
Da Huang parou de resmungar.
Ao ouvir isso, a pessoa na tela levantou os olhos e, sorrindo, o repreendeu: “Você só mima ele.”
Lu Ran ergueu o rosto da toalha, revelando seu semblante que aos poucos ia se moldando.
Comparado a três anos atrás, seus traços haviam perdido parte da suavidade juvenil.
Mas ao levantar os olhos para olhar, aquele mesmo brilho doce e inocente ainda deixava Ji Min com a sensação de estar sendo instantaneamente cativado.
Estava claro que ele tinha pressa.
O cabelo ainda estava um pouco bagunçado enquanto ele pegava o jaleco branco e o vestia, agarrava o celular e saía pela porta.
Mesmo assim, ele não se esqueceu de se despedir de Da Huang, aproximando o rosto da tela e falando em voz suave: “Da Huang, manda um beijo pro papai! Logo vou voltar e ficar com você todos os dias.”
Assim que saiu do dormitório, estava ao ar livre, em uma fazenda.
Colegas que estavam ali também para o estágio apareceram no vídeo.
Alguns deles ainda pareciam se aproximar de propósito, para cumprimentá-lo.
Lu Ran mantinha uma atitude distante com estranhos.
Mas isso não impedia que várias pessoas tentassem “esbarrar” nele.
Ji Min aproximou o celular de Da Huang para que Lu Ran pudesse “mandar o beijo”.
Quando ele terminou, disse: “Vou tomar café da manhã.”
E começou a encerrar a ligação.
Ji Min: “…”
Ele ficou em silêncio por um longo momento, até que não se conteve e perguntou, com o rosto sério: “Você não tem mais nada pra dizer?”
“Ah, sim.”
Lu Ran deu um tapinha na cabeça e disse: “Tem feito calor ultimamente, ele tem querido brincar com água, mas não o deixe ficar muito tempo.”
Ji Min: “…”
“E mais alguma coisa?” ele insistiu.
“Mais alguma coisa?” Lu Ran segurou o riso.
“Não, acho que é só isso.”
Ji Min ficou sem palavras por um instante e perguntou: “Sabe com o que eu pareço agora?”
“Com uma esposa abandonada e ignorada pelo marido que vive se divertindo fora.”
Lu Ran já estava esperando essa resposta.
Ao ouvi-la, não conseguiu conter o riso e começou a gargalhar no meio do caminho.
Quando ele ria, ainda era como três anos atrás, com os olhos se curvando e um ar de satisfação infantil no rosto.
Vendo-o rir tanto, Ji Min tentou manter a seriedade, mas acabou deixando escapar um sorriso.
Reclamou: “Você só pergunta sobre Da Huang. E eu?”
“Claro que também me preocupo com você!”
Lu Ran rapidamente respondeu, rindo e tentando acalmá-lo: “Querido, como você tem se alimentado? Tem dormido bem? Sentiu minha falta?”
“Ah, que resposta vazia,” Ji Min disse.
Lu Ran não conseguiu evitar e caiu na risada de novo.
Ji Min se manteve sério por mais um momento, até que finalmente confessou: “Senti.”
Lu Ran parou de rir, fitando o homem na tela, e perguntou em um tom mais baixo: “Você sente falta de mim de dia ou de noite?”
Desta vez, Ji Min respondeu com sinceridade: “Dos dois.”
Lu Ran mordeu o lábio, sem dizer nada.
Olhou ao redor.
Ainda era bem cedo, e muitas pessoas passavam por ali.
Com as orelhas vermelhas, ele fez um gesto de silêncio com a mão:
“Shh! De manhã, com a cabeça tão fresca, e você falando essas coisas atrevidas.”
Ji Min ergueu as sobrancelhas.
Quem foi que começou?
“Não vou falar mais nada. Preciso tomar café da manhã,” disse Lu Ran.
Olhou para o homem na tela mais uma vez e acrescentou: “Vou voltar hoje depois do exame, pra que tanto grude?”
“Certo, conversamos mais quando chegar em casa,” disse Ji Min.
Desligou a chamada de vídeo.
O celular voltou à tela inicial.
A imagem de fundo de Ji Min era uma foto de Lu Ran com Da Huang.
Uma foto recente, tirada na praia naquela primavera.
Na imagem, o jovem, em um estágio entre a adolescência e a juventude, estava em uma praia de areia branca e dourada.
Ao fundo, o mar e o céu azul.
O vento do mar bagunçava sua franja negra e a barra de sua camisa branca.
Ele segurava o cachorro nos braços e sorria para a câmera, com um brilho no rosto que cativava o coração de qualquer um.
Comparado ao adolescente mais frio e reservado de antes, o Lu Ran de agora estava cada vez mais atraente para aqueles ao seu redor.
Em algumas reuniões de negócios, Ji Min abria o celular para conferir mensagens e, ao erguer os olhos, notava o olhar de surpresa dos outros ao verem a tela.
Todos sabiam da relação entre ele e Lu Ran. Mesmo que alguns se impressionassem, mantinham o olhar sob controle.
Mas alguns recém-chegados tinham a ousadia de perguntar: “Esse é algum famoso?”
A resposta de Ji Min nunca escondia o tom possessivo.
E fazia questão de pisar sem dó naquela faísca de curiosidade.
Ele respondia com simplicidade e clareza: “Esse é o meu companheiro.”
Dizia de forma interessante.
Não “namorado”, mas “companheiro”.
A maioria assumia que eles já estavam casados.
Ji Min olhou mais uma vez para a tela do celular.
Ele achava que estava mesmo na hora de levar essa questão a sério.
De vez em quando, Ji Min encontrava desculpas para ir ao laboratório de Lu Ran, usando o pretexto de apoio financeiro à pesquisa.
Sempre via estudantes do primeiro e segundo ano procurando pelo “senpai Lu Ran”.
Sem que ele percebesse, aquele jovem magricela que já jogava as pessoas no vaso sanitário se tornara o “senpai perfeito” de muitos.
Mas o “senpai perfeito” parecia ter zero percepção para essas situações e era tão desajeitado quanto sempre fora.
Quando alguém, todo arrumado, se aproximava, a primeira reação dele não era admirar.
Era advertir, gentil e impiedosamente: “Vestido assim, você não pode entrar no laboratório.”
Ao imaginar a cena, Ji Min não pôde evitar um sorriso.
O carro executivo não seguiu para o escritório.
Em vez disso, rumou para o subúrbio, até chegar a uma grande fazenda.
Quando o carro parou, o dono do lugar veio ao encontro dele.
Ao ver Ji Min, ficou um pouco nervoso e disse apressadamente: “Sr. Ji, por que veio pessoalmente?”
Ji Min acenou com a cabeça: “Está tudo bem, só vim buscar alguém.”
Hoje Lu Ran terminaria o estágio na fazenda.
O plano era ele voltar amanhã com o ônibus da escola.
Mas Ji Min viera hoje justamente para buscá-lo de surpresa.
Do outro lado, Lu Ran acabara de tomar café e estava se preparando para a prova do dia.
Hoje, ele precisaria examinar uma vaca que havia dado à luz recentemente e prescrever um tratamento.
Depois que o professor verificasse a prescrição, ele ainda teria que administrar uma injeção no animal.
Lu Ran passava tanto tempo no laboratório que suas habilidades práticas eram sólidas.
Ele também estava acostumado aos animais grandes depois de um tempo na fazenda, então não havia dificuldades.
Mas no meio do exame, algo deu errado.
Não muito longe, no estábulo, uma das vacas começou a ter convulsões e caiu ao chão.
Avaliação era uma coisa; uma emergência real, outra. A maioria dos estagiários de veterinária congelou na hora.
Os mais assustados deram gritos e saíram correndo do estábulo ao ver o grande animal desmoronar.
Lu Ran, que terminara a prova, foi rápido.
Correu com os professores e alguns alunos para ajudar.
“É um espasmo intestinal!”
“Alguém tem analgésico?”
Depois de muito trabalho, conseguiram salvar a vaca.
Os outros alunos voltaram às suas avaliações.
Lu Ran ficou ao lado da vaca doente até se certificar de que ela estava melhor.
Sua testa estava coberta de suor.
Mas o lugar onde estava não foi favorável.
A vaca, recuperada, balançou o rabo e estragou completamente o jaleco branco, que já estava sujo.
Do ombro para baixo, ele parecia ter saído direto do meio da lama.
E, claro, o chão do estábulo estava longe de ser limpo…
“…”
Lu Ran olhou para si mesmo, atônito, por alguns segundos.
Parecia não acreditar que tivesse acabado naquela situação.
Ainda meio perplexo, ergueu o olhar.
E viu, não muito longe, a silhueta alta e familiar de pé no gramado, observando toda a cena de sua desgraça, sorrindo.
Lu Ran: “…”
Por alguns segundos, ficaram se encarando.
Ji Min lutou para não rir e limpou a garganta.
Nesse momento, Lu Ran chamou de repente: “Ji Min.”
Ji Min: “…”
Conhecendo bem os métodos de Lu Ran ao longo dos anos, Ji Min sentiu um arrepio.
“De repente, lembrei que tenho um compromisso,” disse ele, virando-se para sair.
Mas não teve tempo.
Ouviu Lu Ran perguntar: “Ji Min, você me ama?”
Ji Min: “…”
Ótimo, uma pergunta para se enforcar.
Mas o jovem do outro lado parecia não esperar uma resposta, nem lhe deu a chance.
Com um tom de provocação, continuou: “Se me ama, venha me dar um beijo.”
Ji Min: “…”
Sim, bem típico de Lu Ran.
Lu Ran: “Agora. Já.”
Ji Min: “…”
No fim, o homem suspirou.
E, calçando seus sapatos de couro de grife, caminhou até o estábulo.
Aproximou-se e segurou o rosto de Lu Ran.
Inclinou-se e lhe deu um beijo nos lábios.
Ao terminar, suspirou baixo: “Tenha piedade de mim, vai.”
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A BUCHA DE CANHÃO DA FAMÍLIA RICA ENLOUQUECEU
Lu Ran é o filho biológico negligenciado de uma família rica.
Quando ele tinha quatro anos, se perdeu. Ao retornar para casa, sua família favoreceu o filho adotivo, Shen Xingran,...