Capítulo 146 - Extra, Linha Alternativa (Parte 11)
Lu Ran abriu a porta do carro e saiu.
Ji Min desceu do carro, se aproximou e disse: “A máquina de VR que você queria já está montada.”
Lu Ran parou no meio do passo.
Depois de alguns segundos, ele olhou de lado e perguntou: “É sério?”
Ji Min sorriu e assentiu.
Lu Ran deu uma olhada para ele e continuou caminhando em direção à mansão.
Ji Min o segurou rápido e perguntou: “Não vai dar uma olhada?”
Lu Ran olhou para o próprio pulso segurado, ergueu o queixo e disse: “Então, eu também preciso avisar meu avô.”
“E… preciso levar meu cachorrinho também.”
Só então Ji Min soltou o pulso dele.
Lu Ran voltou para a mansão.
Depois de um dia cheio, o velho Shen já tinha ido se deitar.
Lu Ran avisou o mordomo, subiu as escadas e desceu com Douglas, o Dahuang, nos braços, entrando no carro de Ji Min.
O motorista estava na frente, dirigindo.
Lu Ran e Ji Min estavam no banco de trás, com a caixa do cachorro entre os dois.
Ao chegarem à casa de Ji Min, o cachorrinho, que dormira o dia todo, já estava cheio de energia e começou a correr pela sala assim que saiu da caixa.
Lu Ran foi mexer na máquina de jogos, deixando para Ji Min a tarefa de alimentar o cão.
Quando ele olhou para trás, viu Ji Min segurando uma tigela de ração amolecida com leite em pó de ovelha, chamando o cachorrinho com carinho:
“Douglas, venha comer.”
Lu Ran: “…”
O cachorrinho estava mordendo o sapato de Lu Ran, mas, ao ouvir aquele nome estranho, olhou para os dois humanos na sala.
Quando o cão não veio, Ji Min o chamou mais uma vez, com paciência: “Douglas, Douglas?”
Lu Ran sentiu os dedos dos pés se contorcendo de vergonha.
Já tinha até esquecido dessa história.
Que tipo de nome ridículo ele inventou.
Dahuang era um nome tão bom, por que ele teve que inventar um nome estrangeiro só por medo de Ji Min tirar sarro?
Agora, se fosse descoberto, seria muito mais embaraçoso!
Dahuang, ou melhor, Douglas, olhou para o dono deitado no sofá, hesitante.
Lu Ran mexia com concentração no óculos de realidade virtual em suas mãos, fingindo que não tinha visto nada.
Felizmente, o cachorrinho, embora não soubesse quem era “Douglas”, sabia o que era ração.
Depois de hesitar, ele foi saltitando até Ji Min.
Lu Ran soltou um longo suspiro de alívio.
Ele então se concentrou no jogo.
Depois de terminar duas partidas, tirou os óculos.
Ao levantar a cabeça, viu Dahuang remexendo no lixo.
Sem pensar, ele gritou automaticamente: “Dahuang! Nada de mexer no lixo!”
Assim que terminou de falar, o cachorrinho ainda não havia saído do lixo, mas ouviu ao seu lado uma risada baixa de Ji Min: “Não era Douglas?”
Lu Ran: “…”
Aaaah!
Lu Ran tentou manter a calma, ignorando a vontade de sumir da face da Terra.
Ele se esforçou para recuperar a dignidade: “Acabei de lembrar, Dahuang também é um bom nome, Dahuang é… é…”
Ele travou por um tempo e finalmente soltou: “Dahuang é uma erva medicinal importante.”
Ji Min foi até o cachorro e o tirou do lixo.
Ao ouvir isso, Ji Min começou a rir, e tanto que os ombros até tremiam.
Lu Ran se irritou, pegou uma almofada do sofá e jogou nele: “Você não pode rir!”
Ji Min segurou a almofada e, com medo de que Lu Ran fosse embora irritado, apressou-se a dizer: “Certo, certo, não vou rir.”
Lu Ran o ignorou e virou-se para continuar jogando.
Em casa, seu avô dormia cedo e sempre o controlava, não deixando que ficasse acordado até tarde. Assim, sempre que estava na casa de Ji Min, ele aproveitava para se divertir sem limites.
Mas hoje, depois de um tempo jogando, começou a achar sem graça.
Lu Ran tirou os óculos e os colocou de lado.
Ji Min se aproximou com uma xícara de leite.
Sem cerimônia, sentou-se ao lado dele no tapete de lã na frente do sofá, cruzando as pernas.
O homem era grande, com uma presença marcante.
Ao se sentar, deu um leve empurrão no ombro de Lu Ran, o que tornava impossível ignorá-lo.
Lu Ran virou a cabeça para ele.
Viu Ji Min sentado casualmente com os ombros largos e as costas retas.
Desviou o olhar para a frente novamente.
Mas notou que as longas pernas de Ji Min, dobradas, quase tocavam as dele.
Ji Min realmente era bem grande.
Quando era pequeno, Lu Ran costumava imaginar que, ao crescer, também teria um porte tão imponente.
No entanto, embora Lu Ran também não fosse baixo, sua estrutura física era bem diferente da de Ji Min.
“Beba o leite, e depois vá dormir.” Ji Min estendeu o copo para ele.
Lu Ran não pegou o copo, continuou olhando para o controle do jogo em suas mãos.
Ji Min suspirou e, resignado, esticou o braço para deixar o copo na mesinha ao lado de Lu Ran.
Seu braço roçou levemente a ponta da orelha de Lu Ran ao passar.
Foi só um breve instante, mas a proximidade fez com que o aroma do sabonete de Ji Min e sua respiração leve chegassem até Lu Ran.
Os dedos de Lu Ran pressionaram o botão errado no controle.
Com um “clique”, a tela desligou o jogo.
Lu Ran: “…”
Ele largou o controle, desistindo de jogar.
Ji Min não se levantou.
Ao ver que finalmente havia conseguido a atenção do garoto, ele retomou a pergunta, em voz baixa:
“Ainda está chateado? Vai me deixar com sentença perpétua?”
“Quer que eu tire você da lista negra?” Lu Ran olhou de canto para ele.
Ji Min assentiu: “Sim, estou implorando.”
Lu Ran quase riu, mas se conteve.
Ergueu o queixo e, com um ar de mistério, disse: “Não posso, a menos que…”
“A menos que o quê?” Ji Min perguntou baixinho.
Lu Ran virou-se para ele, com um olhar brincalhão:
“A menos que você me deixe tocar nos seus abdominais.”
“…” Ji Min ficou em silêncio por um segundo.
“Se não deixar, tudo bem.” Lu Ran voltou ao lugar.
Ji Min suspirou.
Por fim, acenou com a mão para o garoto: “Vem aqui.”
Lu Ran se animou e se ajoelhou ao lado dele.
Ele olhou para Ji Min à sua frente.
Ji Min já tinha tomado banho, usando apenas um suéter confortável e uma calça de moletom.
Agora ele estava recostado no sofá, os olhos semicerrados, com uma postura relaxada, permitindo o que viesse.
Lu Ran não hesitou e se sentou em seu colo.
Aproveitando a situação, ele disse: “Lembre-se, você aceitou isso, então nada de ficar bravo.”
“Quem ousaria ficar bravo com você?” Ji Min suspirou.
Finalmente satisfeito, Lu Ran estendeu a mão e começou a levantar a roupa de Ji Min.
Mas assim que tocou o tecido do suéter, sua mão foi segurada.
“Hmm?” Lu Ran levantou a cabeça, confuso.
Ji Min o encarou: “Acordo é acordo. Primeiro me tire da lista negra.”
Lu Ran: “… Daqui a pouco eu tiro.”
“Nada disso.” Ji Min arqueou a sobrancelha. “Sua credibilidade nessa área é bem baixa.”
Lu Ran: “…”
Sem escolha, ele pegou o celular, tirou Ji Min da lista negra e aceitou a solicitação de amizade dele.
Quando viu o ícone de Ji Min, ficou um pouco surpreso.
O contato de Ji Min estava há anos na sua lista, e o avatar sempre fora um patinho amarelo. Ele nunca tinha mudado.
Agora, após alguns meses, estava diferente.
O novo ícone era um travesseiro.
Lu Ran imediatamente reconheceu: era a fronha do travesseiro no quarto de Ji Min.
Ele olhou a imagem por um tempo, sem entender o que havia de especial naquele travesseiro.
Não tinha ninguém dormindo nele, apenas uma mecha de cabelo despenteada aparecia na foto.
Lu Ran apenas olhou de relance antes de largar o celular.
Com a distração, a empolgação que Lu Ran sentira antes havia se dissipado um pouco.
Mas ainda estava curioso.
Ele estendeu a mão novamente para levantar a camisa de Ji Min.
Dessa vez, Ji Min não o impediu.
Olhando para os abdominais bem definidos sob o suéter escuro, Lu Ran não conseguiu conter a admiração:
“Como você conseguiu treinar assim?!”
“Eu já te ensinei, não ensinei?”
Ji Min baixou levemente o olhar, sentindo o toque de seus dedos e controlando os músculos para não reagirem ao toque desajeitado.
“Mentira, eu segui tudo o que você disse, mas ainda não consegui resultados.”
Lu Ran tocou de leve os abdominais duas vezes e depois espiou a expressão de Ji Min.
Os cílios longos e escuros de Ji Min estavam abaixados, dificultando a leitura de seus olhos.
Mas ele realmente não parecia bravo.
Lu Ran se encorajou um pouco mais.
Apesar de ter pedido apenas para tocar os abdominais, seus dedos curiosos ultrapassaram a linha do abdome e chegaram até o peitoral de Ji Min.
Ji Min continuou impassível, sem sequer alterar a respiração.
Mas quando Lu Ran começou a deslizar os dedos pelos abdominais, contando de um em um…
Ji Min, repentinamente, segurou a mão do garoto.
Com uma voz grave, ele chamou: “Lu Ran.”
Lu Ran rapidamente parou.
Olhando onde sua mão estava pousada, ele também percebeu que havia exagerado um pouco.
Então, suavizando a voz, pediu desculpas: “Desculpa, eu só queria contar.”
E, achando que isso não bastava, continuou rapidamente:
“Eu juro que não foi nada inapropriado.”
Ji Min ergueu os olhos e o encarou.
Lu Ran: “…”
Sentiu que, quanto mais explicava, mais suspeito parecia.
Sem saída, decidiu se render: “Não fique bravo. Se quiser, eu deixo você tocar nos meus abdominais também.”
Ele então levantou sua própria camisa, exibindo para Ji Min:
“Embora não sejam tão definidos quanto os seus, ainda estão decentes, não acha?”
Ji Min desviou o olhar imediatamente.
Ele não respondeu, nem aceitou a sugestão absurda de Lu Ran.
Após um instante de silêncio, segurou a cintura de Lu Ran e o tirou de seu colo, colocando-o no sofá com firmeza.
Levantando-se, Ji Min disse: “Beba o leite e vá dormir.”
E, dizendo isso, foi para o seu quarto.
No entanto, após dar alguns passos, talvez com receio de que o garoto pensasse que ele estava bravo, suavizou o tom e acrescentou: “Comporte-se.”
Lu Ran sentiu uma pontada de culpa, como se tivesse feito algo errado.
Sem mais delongas, foi obedientemente para o próprio quarto.
Mas, mesmo deitado, continuou pensando…
Os abdominais pareciam ter uma textura diferente ao longo do caminho.
Perto de dormir, Lu Ran de repente teve um estalo, entendendo o motivo.
Provavelmente era porque…
Ji Min tinha feito depilação.
Lu Ran: “…”
Ele enterrou o rosto no travesseiro, murmurando: “Dorme logo, dorme logo!”
Dormindo, ele esqueceria de tudo!
Na manhã seguinte, Lu Ran foi embora com seu cachorro.
Ele já tinha combinado de sair com Fang Chen naquele dia.
Incomodado, ele contou para Fang Chen o que acontecera com Ji Min, quase o beijando.
A verdade sobre o noivado entre Lu Ran e Ji Min ainda não fora divulgada.
Apenas pessoas próximas sabiam.
Fang Chen era uma delas.
Ouvindo Lu Ran, seus olhos brilharam: “Uau, então o noivado é sério, hein?”
“Nem tanto.” Lu Ran falou enquanto tomava um gole pelo canudo.
“E você ainda não perguntou direito?” Fang Chen perguntou.
Lu Ran: “…”
Foi então que percebeu… Ele tinha ido até a casa de Ji Min e não perguntara nada sobre o noivado.
Nem sobre o motivo de Ji Min quase o beijar.
Só tocou nos abdominais e foi embora.
“Você não perguntou ao seu avô?” Fang Chen continuou.
“Perguntei.” Lu Ran disse, “Meu avô falou que, se eu gosto dele, então ficamos juntos. Se não, deixamos pra lá.”
“E você gosta de Ji Min?” Fang Chen perguntou.
“Como eu vou saber?” Lu Ran revirou os olhos. “Nunca gostei de ninguém antes, como vou saber o que é gostar?”
Fang Chen: “…”
Ficou sem palavras diante do tom confiante do amigo.
Mas, após um breve silêncio, Lu Ran murmurou algo enquanto sugava o canudo.
“Mas tem uma coisa que eu sei.”
“O quê?” Fang Chen perguntou curioso.
Lu Ran segurou o copo e olhou para a movimentada rua do lado de fora.
Então, com uma sinceridade desconcertante, respondeu:
“Eu quero ir para a cama com ele.”
“Pff!”
Fang Chen engasgou, cuspindo a bebida inteira.