Capítulo 41: Cuidando do Cachorro
- Home
- All Mangas
- A BUCHA DE CANHÃO DA FAMÍLIA RICA ENLOUQUECEU
- Capítulo 41: Cuidando do Cachorro - ⌈"Meu."⌋
O queixo do rapaz estava quase apoiado no joelho de Ji Min.
Ao ver o olhar do outro, Lu Ran, praticamente esparramado sobre os joelhos de Ji Min, juntou as mãos em um gesto de súplica.
“Presidente Ji, Sr. Ji, Bodisatva Ji, fui eu quem não soube me colocar antes. Você é generoso, por favor, me ajude mais uma vez, está bem?”
Ji Min não respondeu por um longo tempo.
Ele apenas olhou para o rapaz à sua frente.
Com aquele olhar submisso, os olhos dele o encaravam, ligeiramente inclinados.
Letal.
Lu Ran esperou muito tempo, agachado até as pernas ficarem dormentes, mas ainda assim não obteve resposta.
“Ei.” Ele deu uma palmadinha no joelho do homem.
Finalmente, Ji Min falou: “Tire as mãos.”
Sua voz tinha um leve tom rouco.
“Você vai me ajudar ou não?” perguntou Lu Ran.
Ji Min virou a cabeça de lado.
Reprimindo uma estranha sensação que subia pela garganta, ele perguntou no tom calmo de sempre: “O que é?”
Após perguntar, acrescentou casualmente: “Levante-se.”
Mas Lu Ran não se levantou.
Notando que Ji Min parecia não gostar que tocassem sua perna, ele apenas soltou e deixou-se cair no chão.
“É só um pequeno favor.”
Ele ergueu os olhos para olhar novamente.
“……”
Ji Min simplesmente manobrou a cadeira de rodas para virar em outra direção.
Assim que terminou de virar, Lu Ran se arrastou para a frente da cadeira de rodas novamente.
Ji Min: “…Se você tem algo a dizer, diga logo.”
Lu Ran olhou para cima rapidamente.
Seus cílios tremeram e então baixaram.
“Eu sei que, no começo, você me aconselhou a estudar no exterior. Não fui e isso o deixou chateado.”
Lu Ran disse suavemente.
“Não sou tão sem noção assim, de pedir um favor depois de recusar outro.”
Ele murmurou, “Eu só queria saber se, durante o dia, poderia deixar o Da Huang com você?”
Ji Min ficou surpreso.
Ele baixou o olhar novamente para o jovem.
As bochechas do rapaz, de um tom levemente cremoso, e os lóbulos das orelhas entre os cabelos pretos e macios estavam tingidos de um leve rubor.
Claramente, pedir ajuda com essa postura humilde não era fácil para ele.
Ainda assim, depois de tanta hesitação, o que ele escolheu pedir não era algo relacionado ao próprio futuro.
Era apenas por um cachorrinho.
O olhar de Ji Min era intenso.
Sua expressão estava indiferente, com aquele peso opressivo característico de um adulto e de alguém em posição de autoridade.
Lu Ran o observou por um tempo e achou que Ji Min ia recusar.
Ele rapidamente acrescentou, “Você não precisaria fazer nada. Só dar um lugar para ele ficar e eu o levo para passear e alimento de manhã e à noite.”
“Ele já é velho, não gosta de se mexer e quase nunca late. Mantê-lo em uma gaiola também está bem.”
O rapaz explicou apressadamente.
Talvez pela ansiedade, o vermelho em suas bochechas se intensificou, espalhando-se lentamente até o pescoço.
“Por que pedir isso para mim?” O tom de Ji Min era indiferente. “Você deveria levá-lo para um pet shop.”
Lu Ran foi direto. “Porque na sombra de uma grande árvore é mais seguro. Se eu deixar com você, ninguém ousaria tocá-lo.”
Apesar de Lu Ran ter brincado com Shen Xingzhuo mais cedo, o fato de que Shen Xingzhuo havia secretamente descoberto onde o Da Huang estava o deixou tenso.
Ele nunca poderia baixar a guarda com a família Shen.
Lu Ran jamais esqueceria que, em sua vida passada, foi Shen Xingzhuo quem ordenou a morte de Da Huang.
Nunca teve a ilusão de que poderia competir com Shen Xingran pelo afeto de Shen Xingzhuo.
Lu Ran tinha isso muito claro.
Shen Xingzhuo e Shen Xingran haviam convivido por mais de dez anos.
Mesmo que, às vezes, Shen Xingzhuo tivesse desavenças com Shen Xingran e de repente lembrasse que tinha outro irmão mais novo, eles sempre acabavam se reconciliando.
“Você acha que eu concordaria?”
O tom de Ji Min era frio, mas sua voz tinha suavizado.
“Estou implorando,” disse Lu Ran.
O Presidente Ji soltou um leve “heh”.
“Por favor, estou implorando!” Lu Ran continuou a suplicar.
Ji Min virou a cadeira de rodas e foi embora, com suas costas irradiando indiferença fria.
Mas então, do nada, ele jogou de volta um endereço, dizendo, “Traga-o para o meu escritório amanhã de manhã.”
Do lado de fora, no corredor.
Shen Xingzhuo olhava para a porta ligeiramente entreaberta à sua frente.
Ficou ali quieto por um momento, então se virou e caminhou pelo corredor.
Na saída de emergência, um guarda perguntou: “Segundo Jovem Mestre Shen, você não estava procurando por seu irmão?”
Com isso, o guarda lançou um olhar para o notório segundo jovem mestre da família Shen, que simplesmente repuxou os lábios em um sorriso tenso e desagradável.
Naquela noite, o Presidente Ji parecia completamente indiferente ao pedido de Lu Ran.
No dia seguinte, no prédio da Corporação Ji.
Minutos antes do horário de entrada, todos os funcionários dos departamentos já estavam em seus postos.
Alguns estavam apressadamente tomando café da manhã, enquanto outros já haviam ligado os computadores e estavam ocupados com o trabalho.
Perto dali, um funcionário cochichava ao telefone: “Você está muito atrasado; devo bater o ponto para você? Ei, fale mais baixo—estamos bem debaixo do nariz do Rei Demônio, acha que eu teria coragem de bater ponto para você…”
Era uma cena animada, típica da movimentada manhã corporativa.
No meio do caos matinal, as portas do elevador deslizaram silenciosamente.
Ji Min saiu com sua cadeira de rodas, guiada por controle remoto.
Pela primeira vez, estava mais de dez minutos atrasado para o trabalho.
A essa hora, todos assumiam que ele já estava em seu escritório, então ninguém o notou de imediato.
Isso até o som de outra série de passos leves e minúsculos ecoar—”tap-tap-tap.”
Finalmente, alguém exclamou, “Hã? Por que tem um cachorrinho aqui?”
“Uau, que fofinho!”
“Ei, o que aconteceu com sua patinha, pequenino?”
Após uma série de comentários surpresos, notaram que o cachorro tinha uma coleira amarrada no pescoço, uma coleira que se estendia… estendia…
Estendia até o braço da cadeira de rodas.
Amarrada com um nó bem feito.
O andar inteiro do escritório subitamente ficou em silêncio.
Somente o funcionário que estava ao telefone continuava gritando, “Bati o ponto para você! Depressa…”
De repente, ele sentiu o silêncio incomum ao seu redor.
Ao baixar o olhar, encontrou o olhar penetrante de seu chefe: “…”
Ji Min não disse nada. No silêncio que se instaurou na sala, ele simplesmente conduziu o cachorro—totalmente fora de contexto com sua seriedade habitual—lentamente até seu escritório.
Assim que a porta de seu escritório se fechou, uma onda de murmúrios explodiu do lado de fora.
A notícia de que o presidente tinha trazido um cachorro para o trabalho se espalhou como fogo.
Mas, como a postura fria e sombria do Presidente Ji o fazia parecer a última pessoa no mundo a ter um bichinho de estimação, a história foi distorcida enquanto circulava, até virar: “Tem um cachorro de rua no escritório do presidente!”
O boato chegou ao departamento de limpeza.
O chefe da limpeza, enxugando o suor da testa, correu para lá com uma rede na mão.
Na pressa, ele bateu duas vezes, mas, sem esperar resposta, abriu a porta do escritório. “Presidente! Onde está o cachorro?”
Ao terminar de falar, ele observou o espaçoso e bem iluminado escritório. No canto, uma caminha de cachorro macia tinha sido colocada sobre o sofá.
Um cachorrinho estava enroscado ali, olhando para ele com olhos redondos e brilhantes.
Ao ver a rede em sua mão, o cachorro tremeu, pulou do sofá e correu para trás da mesa.
O gerente acabou travando os olhos, por acaso, com Ji Min, que estava sentado do outro lado da mesa.
Como sempre, o presidente exibia sua expressão fria habitual.
Olhando para a rede, Ji Min perguntou em um tom calmo: “Para que é isso?”
O chefe da limpeza forçou um sorriso desconfortável. “Ah… o cachorro.”
Depois de falar, viu o inacessível presidente baixar o olhar para o cachorrinho ao seu lado e dizer: “É meu.”
“Oh, oh!” Engolindo a surpresa, o gerente saiu apressado.
Assim que ele saiu, o andar do escritório voltou a borbulhar de murmúrios: “Não acredito, o presidente realmente tem um cachorro?”
“É estranho—pelo status dele, achei que teria uma raça rara.”
“Quem diria que seria só um vira-lata…”
Ji Min ignorou as conversas lá fora.
Uma vez absorvido no trabalho, sua eficiência era incomparável.
Além do mais…
Exceto por estar alguns minutos atrasado, hoje não parecia muito diferente de qualquer outro dia.
Ele trabalhou sem parar por algumas horas, até a hora do almoço.
Ji Min ergueu a cabeça da pilha de documentos e esfregou as têmporas.
Seu olhar recaiu sobre o embrulho no sofá.
Uma leve, mas absurda sensação de descrença o invadiu.
Ele realmente havia concordado em ajudar Lu Ran, cuidando de um cachorro durante o dia?
Ji Min se viu em um confronto de olhares com Da Huang, ambos de olhos arregalados.
Uma sensação intensa de irrealidade o atingiu.
Não era à toa que só agora estava se dando conta.
Afinal… esse cachorro era incrivelmente quieto.
Estava enroscado no sofá, imóvel há horas.
Quieto o suficiente para parecer um pequeno enfeite de pelúcia.
Ji Min o observou de sua mesa por um tempo.
Sentindo o olhar, o cachorro no sofá começou a encará-lo de volta, parecendo obediente, mas com um toque de cautela nos olhos.
Sempre que percebia algum movimento estranho, ele corria para os pés de Ji Min.
Quando o perigo imaginário passava, ele voltava a se afastar silenciosamente.
Exatamente como seu dono.
Ji Min manobrou sua cadeira de rodas até a parte de trás do sofá.
Olhando o relógio, ele pegou uma tigela de água de sua mochila, encheu-a e a colocou na frente de Da Huang.
Da Huang o olhou, deu algumas lambidas educadas e voltou a encará-lo.
O Presidente Ji se viu preso em outro confronto de olhares com o cachorrinho.
Após uma breve pausa, ele franziu a testa e ordenou secamente, “Beba.”
Da Huang o observou por um instante, então troteou de volta para o sofá e se enroscou novamente.
Ji Min: “…”
Perdoem-no—ele não havia feito cursos de comportamento animal ou psicologia animal na faculdade.
Após esperar um pouco, percebeu que o cachorro não tinha a menor intenção de beber.
Ji Min deixou a tigela de água ali.
Hesitando por alguns minutos, ele finalmente pegou o celular.
Rolando pela lista de contatos no WeChat, ele tocou no ícone de um pequeno cachorro amarelo.
“Por que o seu cachorro não quer beber água?” ele perguntou.
Houve um atraso, como se a outra pessoa estivesse ocupada. A resposta chegou alguns minutos depois: [Hã?]
Ji Min descreveu da maneira mais precisa que pôde: “Eu disse para ele beber água. Ele deu duas lambidas, me olhou e voltou a dormir.”
Da Huang Não Bagunça a Casa: [Oi?]
Da Huang Não Bagunça a Casa: [Por que é você que está cuidando dele? Achei que seria algum dos seus empregados ou talvez o Tio Mordomo…]
Ji Min leu a mensagem, sentindo um estranho lampejo de irritação.
Ele respondeu, “Se não está satisfeito com isso, venha buscar o cachorro você mesmo.”
Um meme de alguém fazendo uma reverência surgiu como resposta instantânea.
Sentindo um leve impulso, Ji Min continuou insistindo, “Então por que ele não bebe?”
Da Huang Não Bagunça a Casa: [Ele quer que você jogue um pouco de leite de cabra em pó. Está na mochila dele.]
Ji Min: “…”
Que exigência.
Tanto do cachorro quanto do dono.
Naquela noite, Lu Ran saiu do trabalho e foi até o prédio da Corporação Ji.
A maioria dos funcionários já havia deixado o prédio, com apenas alguns ainda por lá, fazendo hora extra.
Lu Ran chegou ao andar onde ficava o escritório do presidente.
Recentemente, ele vinha frequentando esse lugar bastante.
Embora, na maioria das vezes, fosse só para entregar comida.
Agora, com o andar quase deserto e assustadoramente silencioso, Lu Ran se viu caminhando mais fundo em direção àquele escritório específico.
Após alguns passos, ele parou, sentindo-se como um bravo guerreiro se aventurando na toca de um dragão.
Não, na verdade, mais como um guerreiro resgatando uma princesa.
Só que essa princesa se chamava Da Huang.
O pensamento fez Lu Ran rir.
Na verdade, fazia tempo que ele não se sentia tão leve e feliz em vir buscar Da Huang.
Quando deixava Da Huang na sala de segurança do orfanato ou quando o deixava temporariamente em um pet shop depois do trabalho, Lu Ran corria até lá, ansioso e aflito.
No caminho, sua mente repassava a cena do acidente de Da Huang.
Toc, toc.
Lu Ran bateu na porta do escritório.
“Entre.”
Era a voz fria e controlada de sempre de Ji Min.
Ao abrir a porta, Lu Ran observou o escritório limpo e espaçoso.
Ele parou por um momento.
Antes de entrar, ele havia imaginado como seria o escritório de Ji Min.
Como Ji Min tinha limitações de mobilidade e aquele era seu espaço pessoal, ele imaginou que haveria várias adaptações especiais.
Mas agora que estava ali, percebeu que o escritório de Ji Min era surpreendentemente comum.
A simplicidade do escritório mascarava qualquer sinal dos desafios enfrentados por aquele homem.
Apenas parecia particularmente espaçoso.
Atrás da mesa escura, Ji Min ainda estava franzindo a testa para algo.
Sentado em sua cadeira de rodas em um escritório tão grande e frio, ele tinha um ar um tanto solitário.
No entanto, o pequeno cachorro amarelo enroscado no sofá próximo parecia diluir essa solidão de um jeito estranho.
Acrescentava um toque de calor ao ambiente de tons suaves.
Ao ver Lu Ran entrar, Da Huang latiu animado, pulou do sofá e correu para cumprimentá-lo.
“Da Huang! Sentiu saudade do papai?” Lu Ran se ajoelhou e abraçou Da Huang com força.
Ji Min levantou o olhar dos documentos.
O jovem estava ali na porta, mexendo alegremente no pelo do pequeno cachorro.
O som no escritório silencioso era um pouco invasivo.
Mas de uma forma estranhamente cativante, não irritante.
Ji Min observou por um momento, e a carranca entre suas sobrancelhas suavizou visivelmente.
Quando o jovem ergueu a cabeça, com os olhos brilhando de alegria, e olhou para ele, Ji Min desviou o olhar casualmente e zombou: “Parece que você está esfregando o chão da porta.”
Lu Ran: “…”
Ele o observou cautelosamente.
Ao ver que Ji Min não parecia inclinado a expulsá-lo, ele carregou Da Huang e entrou mais para dentro.
“Não vai embora?” Ji Min perguntou.
Lu Ran deu um tapinha no saco de papel em sua mão.
Ji Min ergueu uma sobrancelha para ele.
Lu Ran disse: “É um presente.”
A mão de Ji Min, ainda segurando a caneta, parou levemente.
Ele olhou para cima, notando o saco de papel de uma confeitaria.
Doces em Jing City não eram exatamente baratos.
Para um jovem trabalhando meio período em um café, devia ter sido um pouco extravagante.
“Não compre esses no futuro,” Ji Min disse. “Não gosto de doces.”
“Sério?” Lu Ran respondeu alegremente, puxando o saco de volta com rapidez.
Ji Min: “…”
Comentários no capítulo "Capítulo 41: Cuidando do Cachorro"
COMENTÁRIOS
Capítulo 41: Cuidando do Cachorro
Fonts
Text size
Background
A BUCHA DE CANHÃO DA FAMÍLIA RICA ENLOUQUECEU
Lu Ran é o filho biológico negligenciado de uma família rica.
Quando ele tinha quatro anos, se perdeu. Ao retornar para casa, sua família favoreceu o filho adotivo, Shen Xingran,...