Capítulo 48: Ex
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- Capítulo 48: Ex - ⌈Eu só ajudei, e daí?⌋
Quando Lu Ran estava saindo de casa, Shen Hongyuan coincidentemente estava descendo as escadas.
Na noite anterior, de algum modo, Madame Shen tinha conseguido acalmar Shen Hongyuan.
Naquela manhã, sua expressão já havia voltado ao normal.
Ao vê-lo descer, Shen Xingran acenou alegremente como uma criança e chamou: “Pai! O mingau que a mamãe fez está uma delícia; venha experimentar!”
“Pai, você não tem um banquete para ir hoje à tarde…?”
Corporação Ji, escritório do presidente.
Ji Min olhou para o relógio.
Já estava quase dez minutos além do horário habitual em que uma certa pessoa costumava chegar.
Mas logo, a porta do escritório se abriu.
O jovem entrou, conduzindo um cachorro.
Ele parou no tapete junto à porta e usou uma toalha úmida para limpar as patas de Da Huang.
Ji Min percebeu que, além de sua mochila, Lu Ran também carregava uma sacola de uma rede de fast-food.
Parecia ser o café da manhã.
Agora, Ji Min já sabia que os cafés da manhã de Lu Ran eram tipicamente bem simples.
Na maioria das vezes, apenas pãezinhos.
Frequentemente, dois pãezinhos no vapor eram tudo o que ele comia.
Dessa vez, comprar o café da manhã em um restaurante fast-food era uma rara “extravagância”.
Ji Min ficou um pouco surpreso.
Mas então viu Lu Ran colocar a sacola sobre sua mesinha e tirar quatro sorvetes de casquinha de dentro.
Comendo sorvete num dia tão frio.
E comprando quatro de uma vez.
Ji Min franziu ligeiramente a testa.
Ao vê-lo comprar tantos de uma vez, Ji Min instintivamente pensou que o garoto estava comprando itens com desconto para dar de presente de novo.
Ele estava prestes a dizer que não queria nenhum.
Então, viu Lu Ran rasgar a embalagem de cada casquinha e dar uma mordida em cada um dos quatro sorvetes.
Ji Min: “…”
Ele zombou: “Não está preocupado com o seu estômago?”
Lu Ran respondeu com confiança: “Sorvete é melhor de comer no inverno!”
Ele rapidamente devorou todas as quatro casquinhas.
O escritório estava bem aquecido, mas, conforme o sorvete cremoso descia, Lu Ran não pôde evitar um leve tremor.
O assistente bateu e entrou, lembrando Ji Min de sua agenda do dia.
Ele também entregou a Lu Ran uma cópia da programação.
Lu Ran olhou curioso.
Depois de uma olhada, viu que Ji Min tinha três lugares para visitar hoje.
Embora todos fossem em Pequim, ficavam bem distantes uns dos outros.
“Preciso te acompanhar nos três lugares?” Lu Ran perguntou.
Ji Min considerou por um momento.
Ele geralmente tinha várias pessoas ao seu redor — assistentes, motorista e seguranças.
Mas essa era a primeira vez que ele precisava considerar e organizar para o “pequeno acompanhante” que o seguia.
Após uma outra olhada na agenda, Ji Min disse: “As duas primeiras paradas serão rápidas; você pode esperar no carro. Na última, você pode escolher se quer entrar comigo.”
O olhar de Lu Ran se fixou no banquete da noite marcado na agenda.
Ter a opção de entrar também significava que ele podia escolher não ir.
Ele ficou olhando para a programação por um tempo, aparentemente considerando a possibilidade de sair mais cedo.
Mas logo, fez uma pergunta bem prática: “Vai ter comida nesse banquete?”
Ji Min: “…”
Ele quase riu.
Suprimindo a vontade de rir, respondeu em um tom frio: “Você não vai passar fome.”
“Então eu vou,” disse Lu Ran.
Após acertarem os arranjos, Lu Ran se acomodou em sua rotina familiar, sentando-se à mesa para ler por um tempo.
Ele não perguntou a Ji Min o que precisava fazer.
Perto do meio-dia, ele levou Da Huang para uma breve caminhada e trouxe o almoço de Ji Min de volta ao escritório.
Depois de alguns dias, outros funcionários da Corporação Ji perceberam a presença de um jovem, por volta dos dezoito ou dezenove anos, no escritório do presidente.
Ele frequentemente era visto circulando com o cachorro, que, segundo rumores, havia sido deixado pelo “ex” do presidente.
Alguém reconheceu Lu Ran como o barista da cafeteria do andar térreo e, criando coragem, puxou conversa, perguntando sobre seu trabalho.
Lu Ran olhou para Da Huang, depois para o escritório de Ji Min, e inventou uma história.
“O Sr. Ji me contratou para cuidar do cachorro do ex dele.”
A pessoa que ouvia ficou chocada e perguntou, incrédula: “O presidente realmente teve um ex?”
Lu Ran: “…”
Olhe para Ji Min, esse chamado “chefe”.
Outros CEOs são conhecidos por serem solteirões cobiçados, constantemente perseguidos por admiradores.
Mas no caso de Ji Min, só a ideia de que ele poderia ter um ex já era suficiente para chocar seus funcionários.
Quão terrível deveria ser seu temperamento habitual?
Lu Ran resmungou para si mesmo.
Ele caminhou até a porta do escritório de Ji Min.
Estava entreaberta. Pela fresta, ele conseguia ver Ji Min franzindo a testa enquanto olhava para o arquivo.
Então, ele esticou o braço para alcançar uma pasta que alguém tinha colocado descuidadamente na prateleira mais alta do armário.
Ji Min tinha ombros largos e braços longos.
Mas, mesmo assim, estava tendo alguma dificuldade em alcançá-la.
Ainda assim, ele não chamou ninguém para ajudar.
Seu rosto permanecia inexpressivo, sombrio como um lago escuro e imóvel, sem demonstrar nem um traço de irritação.
Naquele momento, Lu Ran de repente entendeu.
Talvez o choque de pensarem que Ji Min tinha um “ex” não fosse por seu mau temperamento.
Mas, sim, pelo fato de ele ser deficiente.
Lu Ran hesitou fora da porta por um momento.
Ele pretendia fingir que não tinha visto nada, planejando esperar até que o homem na cadeira de rodas voltasse para a mesa antes de entrar.
Mas uma voz calma soou de dentro do escritório: “Está esperando a comida esfriar para entrar?”
Lu Ran: “…”
Ele entrou lentamente e, por curiosidade, perguntou: “Como você sabia que eu estava lá fora?”
Já de volta à sua mesa, Ji Min levantou o queixo, apontando para o cachorro a seus pés.
Lu Ran olhou para Da Huang.
Ótimo… então você me entregou, não é?
Ele colocou a comida na frente de Ji Min.
Enquanto se virava, seu olhar caiu sobre o armário de arquivos.
Como Ji Min já o tinha visto, ele nem se preocupou em disfarçar.
Sem hesitar, esticou o braço e moveu as pastas das duas prateleiras de cima para onde Ji Min pudesse alcançá-las facilmente.
Ji Min observou suas ações em silêncio, seu olhar escurecendo ligeiramente.
Na verdade, Ji Min tinha um temperamento péssimo.
Isso era parte de sua natureza.
E, após o acidente que o deixara deficiente, isso só piorara.
O mau humor de Ji Min não era do tipo que resultava em explosões aleatórias; pelo contrário, ele tinha gatilhos muito específicos para o que o irritava.
Se um assistente colocasse algo em um local de difícil acesso, Ji Min não ficava bravo.
Ele simplesmente encontrava um jeito de pegar sozinho.
Mas se alguém, por excesso de zelo, o tratasse como um inválido desamparado, aí sim Ji Min ficava realmente irritado.
Como agora — este deveria ter sido um momento em que ele se sentisse mais irritado.
E ainda assim…
O jovem terminou de organizar os arquivos sem sequer olhar para trás em busca de aprovação.
Em vez disso, ele limpou as mãos casualmente, voltou para sua mesinha, abriu sua própria marmita e começou a comer com gosto.
Seu jeito era completamente despreocupado.
Quase como um desafiador “É, eu ajudei. Aceita ou deixa pra lá.”
A irritação de Ji Min circulou em seu peito por um momento e, de forma estranha, simplesmente se dissipou por si só.
Finalmente, depois de encará-lo por um tempo, Ji Min murmurou: “Não precisava colocar tão baixo.”
“Ah?” Lu Ran olhou de volta para ele, com as bochechas cheias enquanto mastigava.
Ji Min acrescentou em um tom provocador: “Nem todo mundo tem braços tão curtos quanto os seus.”
Lu Ran: “…”
Se ele ajudasse de novo, seria tão fiel quanto um cachorro.
Naquela tarde, Lu Ran acompanhou Ji Min em duas reuniões de negócios.
Ji Min parecia estar se encontrando com pessoas para discutir negócios.
Lu Ran não saiu do carro; em vez disso, ficou na parte de trás do SUV com Da Huang, os dois observando o movimento pela janela aberta.
Mesmo apenas sentado no carro, Da Huang estava empolgadíssimo.
Seus olhinhos brilhavam de emoção.
Lu Ran costumava estar muito ocupado, entre as aulas e seu trabalho de meio período.
Da Huang não saía para brincar durante o dia havia muito tempo.
À noite, Ji Min dirigiu-se para sua última parada, um tal de salão financeiro.
Na agenda, Lu Ran viu que estava listado como um pequeno banquete.
Como era um banquete, ele presumiu que Ji Min levaria algum tempo se preparando.
Afinal, era assim que a família Shen fazia as coisas.
Mas, para sua surpresa, após terminar o compromisso anterior, Ji Min foi direto para o evento.
Ainda com o mesmo terno simples de negócios.
Ele parecia estar indo casualmente para o refeitório da empresa, não para um banquete à noite.
Mas Lu Ran não estava familiarizado com esse tipo de evento.
E Ji Min, afinal, era seu chefe.
Então, depois de pensar um pouco, Lu Ran perguntou diretamente: “Nunca fui a um lugar assim. Tem algo que eu não deva fazer?”
Ji Min lançou-lhe um olhar de soslaio. “Apenas me siga.”
Depois, como se estivesse confirmando, perguntou: “Você tem dezenove anos, certo?”
Lu Ran assentiu, sem entender por que ele perguntava.
O homem continuou, quase para si mesmo: “Então não beba álcool.”
Lu Ran: “…”
Ele era para ser o chefe ou o pai dele?
Quando Ji Min chegou, o banquete já tinha começado.
Ainda assim, alguém o aguardava especificamente do lado de fora.
Havia também um estrangeiro, que, ao ver Ji Min, começou a falar animadamente em outra língua.
Não era inglês.
Lu Ran ouviu atentamente, achando que provavelmente era italiano.
O tradutor ao lado explicou: “Este é o segundo filho da família Lino, Yan Lino. Ele disse que o pai está esperando por você há bastante tempo.”
Ji Min respondeu friamente: “Se ele quis chegar cedo, isso é problema dele.”
O tradutor transmitiu a mensagem. O homem estrangeiro imediatamente ficou em silêncio.
Lu Ran permaneceu quieto atrás da cadeira de rodas de Ji Min, ouvindo.
Na verdade, ele não entendia uma palavra sequer.
Ele não se importou muito; quando o anfitrião fez sinal para entrarem, ele naturalmente empurrou a cadeira de rodas de Ji Min pela rampa de acesso.
Ele empurrava com firmeza, embora notasse silenciosamente que a rampa era bastante íngreme e exigia esforço.
Assim que começou a empurrar, porém, as pessoas ao redor pareciam congeladas no lugar, encarando-o em choque.
Sem entender o que estava acontecendo, Lu Ran instintivamente parou de empurrar.
Ali estavam eles, parados no meio da rampa de acesso.
“Continue,” Ji Min disse.
“Ah.” Lu Ran voltou a empurrar.
Estava sendo um pouco cansativo.
Quem quer que tivesse projetado aquela rampa claramente não pensou direito; era íngreme e longa.
Sem conseguir se conter, ele murmurou baixinho: “Pode apertar o controle aí? Estou quase morrendo aqui.”
Os lábios de Ji Min se curvaram ligeiramente, mas sua mão permaneceu imóvel. “Não foi você que insistiu em empurrar?”
Lu Ran: “…”
Reunindo toda sua força, Lu Ran finalmente conseguiu empurrar Ji Min até o topo da rampa, suando levemente na testa.
Ele rangeu os dentes e murmurou: “Você secretamente colocou o freio ou algo assim?”
Ji Min apenas sorriu sem responder.
Lu Ran estava furioso.
Mal sabia ele que todos ao redor estavam boquiabertos.
Todo o alto escalão de Pequim sabia que o jovem chefe da família Ji, deficiente desde jovem, odiava quando alguém tocava em sua cadeira de rodas.
Mas dessa vez, ele permitira que um jovem o empurrasse lentamente pela rampa de acesso, sem qualquer objeção.
Ao entrar, Lu Ran percebeu que o banquete estava dividido em dois níveis.
Alguns convidados só podiam entrar pelo outro lado e estavam restritos ao primeiro andar.
Enquanto isso, o anfitrião conduziu Ji Min pela área principal do primeiro andar até um elevador panorâmico no lado oposto.
Por onde Ji Min passava, sussurros o seguiam após um momento de silêncio.
“Era o jovem mestre da família Ji?”
“Era? Mas por que alguém estava empurrando uma cadeira de rodas?”
Lu Ran manteve a cabeça baixa, focado em empurrar a cadeira de rodas, com a expressão neutra.
O elevador subiu para o segundo andar.
Não havia uma barreira rígida entre os dois níveis; da grade no segundo andar, era possível ver toda a vista do primeiro.
Era como assistir a um espetáculo.
Ao contrário da disposição do primeiro andar, o segundo tinha mesas redondas espalhadas.
Mais do que um banquete, parecia um espaço para negociações privadas.
Os olhos de Lu Ran, no entanto, procuravam por comida.
Percebendo, Ji Min lançou-lhe um olhar de compreensão e disse: “Você não estava com fome? Vá pegar algo para comer.”
Lu Ran assentiu animado e foi direto para a mesa de comidas.
O anfitrião ao lado de Ji Min olhou para a figura de Lu Ran se afastando.
Vestido com roupas simples de estudante, ele parecia totalmente deslocado naquele ambiente elegante.
Lembrando-se da cena anterior, o anfitrião abaixou a voz para perguntar: “Sr. Ji… aquele jovem é?”
Ji Min estava prestes a dizer que era um assistente recém-contratado.
Seu olhar percorreu o ambiente luxuoso e indulgente e voltou para o garoto feliz recolhendo petiscos na mesa comprida, como se uma ideia lhe ocorresse.
O homem suspirou suavemente, “É o filho de um parente. Estou mimando-o como um jovem mestre, por enquanto.”
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A BUCHA DE CANHÃO DA FAMÍLIA RICA ENLOUQUECEU
Lu Ran é o filho biológico negligenciado de uma família rica.
Quando ele tinha quatro anos, se perdeu. Ao retornar para casa, sua família favoreceu o filho adotivo, Shen Xingran,...