Capítulo 88: Controle
- Home
- All Mangas
- A BUCHA DE CANHÃO DA FAMÍLIA RICA ENLOUQUECEU
- Capítulo 88: Controle
O clima na sala privada estava caótico. Provavelmente, pela forma genuína como Shen Hongyuan promovera seu filho. Apesar do sabor peculiar, o Sr. Lino bebeu um grande gole da “bebida” sem hesitar.
O resultado foi… inesperado.
Aquela água de sabor peculiar jorrou de sua boca numa rajada que cruzou a mesa, passando direto por Shen Hongyuan, que arregalou os olhos, e atingindo Shen Xingran do outro lado da mesa.
Os dois filhos do Sr. Lino também beberam um pouco, mas não conseguiram segurar a reação. Yang cuspiu assim que o líquido tocou sua língua, espalhando-o para todos os lados, enquanto Jin, tentando manter sua pose sofisticada, deixou o “líquido” escorrer silenciosamente pelo queixo e molhar sua camisa.
Shen Hongyuan ficou atônito. Olhando entre Shen Xingran e a família Lino, ele levantou-se rápido e perguntou: “O que está acontecendo?”
O Sr. Lino, batendo no peito e sem conseguir dizer nada, apontou indignado para Shen Xingran, enquanto ele e os filhos lutavam para encontrar algum copo d’água. Tomaram um gole cada, mas hesitaram, sem saber se cuspiam ou engoliam. A mesa virou uma cena de desespero.
Finalmente, depois de domar o gosto amargo, o Sr. Lino apontou furiosamente para Shen Hongyuan e Shen Xingran, gritando: “Que bebida foi essa? Água de vaso sanitário?”
Yang, revoltado, o acompanhou: “Exato! Como foi que te ofendemos para trazer essa… coisa repugnante?”
Shen Xingran ficou paralisado. O orgulho que demonstrava há poucos instantes se dissipou, e ele tentou se defender: “Não, eu… eu não fiz isso…”
Shen Hongyuan o apoiou, dizendo: “Deve haver algum mal-entendido. Meu filho é sempre muito cuidadoso…”
“Mal-entendido?” o Sr. Lino rebateu. Ele jogou o que restava do copo na cara de Shen Hongyuan. “Experimente você mesmo!”
A água gelada o deixou mudo. Ele limpou o rosto em silêncio, então virou-se para Shen Xingran e começou a gritar: “Desmiolado! Que bebida é essa? Quem mandou servir isso?”
Desesperado ao ver o pai lhe dirigindo ofensas, Shen Xingran tentou se justificar. Não havia feito nada, apenas trouxera os copos preparados por Lu Ran. Ele recordou que, ao pegar as bebidas, Lu Ran estava no banheiro. Um arrepio lhe percorreu.
Observando os olhares de ódio do trio da família Lino e de Shen Hongyuan, ele cedeu e confessou: “Desculpe, tio e irmãos… Essa bebida não foi eu quem preparei. Foi meu irmão Lu Ran. Só a trouxe até aqui…”
“Mentiroso!” o Sr. Lino apontou para ele, “Você disse que serviu você mesmo!”
“Eu… eu menti, tá bom?” Shen Xingran murmurou, envergonhado.
Mas, por mais que tentasse, ninguém acreditava nele. Jin, olhando para ele com escárnio, disse: “Ah, é? Já tomei muitos drinques servidos por seu irmão e nunca tivemos um problema assim.”
Yang completou, revoltado: “Esse seu ‘suco de banheiro’ não se compara ao vinho de Lu Ran!”
Shen Xingran, frustrado, gritou: “Mas é o drinque que o Lu Ran preparou!”
A família Lino permaneceu cética:
“Como se fosse! A bebida de Lu Ran tem um toque amargo e sofisticado. Isso aqui parece… algo retirado de um vaso sanitário.”
Foi então que Lu Ran voltou do banheiro e percebeu que a bandeja de bebidas havia sumido. Um calafrio o percorreu. Espero que ninguém tenha bebido por engano, pensou. Refletiu um pouco e logo percebeu quem poderia ter armado a situação.
Discretamente, ele espiou pela porta da sala e viu o Sr. Lino cuspindo a bebida. Aliviado, Lu Ran pensou que as pessoas certas haviam bebido.
Ele observou a cena até que Shen Xingran, desesperado, começou a se explicar, momento em que Lu Ran finalmente entrou.
Ao entrar, ele fez uma careta e abanou a mão, dizendo: “Eca… Que cheiro de banheiro é esse?”
Ao vê-lo, Shen Xingran enlouqueceu. Apontou para Lu Ran, acusando: “E ainda tem a cara de pau de falar! Não foi você quem preparou a bebida?”
Lu Ran o encarou com uma expressão inocente de espanto e, por fim, suspirou, com um tom de mágoa que qualquer um podia perceber: “Se você e o papai pensam assim, então tudo bem… Vou aceitar que fui eu.”
Shen Xingran, incrédulo, foi silenciado pela postura exageradamente ofendida de Lu Ran. Pela primeira vez, ele estava sendo alvo de uma armação emocional.
Indignados, Jin e Yang gritaram: “Shen Xingran, ainda tem coragem de acusá-lo?”
O Sr. Lino se levantou, apontando para Shen Hongyuan: “Olha só que tipo de filho você criou! Se quer aliança com nossa família, esqueça!”
“Quanto ao projeto, faremos o possível para vencê-los!”, disse o Sr. Lino, deixando a sala com seus dois filhos.
Desesperado com o fracasso, Shen Hongyuan saiu correndo atrás deles. Antes de sair, deu um tapa forte em Shen Xingran: “Olha o que você fez!”
Shen Xingran ficou estático, e, em pouco tempo, a barulhenta sala estava vazia, deixando apenas ele e Lu Ran.
Com uma mão na face, Shen Xingran olhou para Lu Ran com ódio e acusou: “Você sabia que eu ia pegar as bebidas, então armou tudo para me ferrar!”
Lu Ran hesitou por um instante e respondeu sinceramente: “Dessa vez, eu realmente não fiz isso de propósito.”
Mas Shen Xingran não acreditou, insistindo que tudo fora uma estratégia premeditada de Lu Ran.
Saindo do restaurante, Lu Ran encontrou Ji Min esperando em seu carro. Ele entrou e exclamou com surpresa: “Chefe, você veio me buscar?”
Ji Min lançou-lhe um olhar: “Estava só passando.”
No banco da frente, o mordomo Chen observou: Esse “passar” foi bem longo e cheio de desvios.
Sem ligar para o detalhe, Lu Ran segurou a parte de trás da cadeira de rodas de Ji Min, animado, contando como Shen Xingran fizera a família Lino beber “o especial”.
Suspirando, ele lamentou: “Por que ele teve que levar as bebidas?”
“Está desapontado?” Ji Min perguntou.
“Claro! É muito mais satisfatório servir pessoalmente,” Lu Ran respondeu.
Ji Min, que viera correndo preocupado: “…”
Ótimo, estava claro que ele se preocupara demais.
Após o fiasco, Shen Hongyuan e Shen Xingyu ficariam ocupados por um bom tempo, tentando consertar o estrago com a família Lino.
Enquanto isso, outra coisa começou a ganhar destaque no círculo social da capital: o aniversário de 29 anos de Ji Min.
As famílias aliadas e empresas associadas à Ji Corp. já estavam fazendo os preparativos. Mas a festa de Ji Min não era um evento aberto a qualquer um.
Na mansão Ji, uma equipe profissional começou a organizar a decoração para o evento. Mas Lu Ran, nos últimos dias, andava ocupado e sumido, correndo de um lado para o outro. Por duas vezes, até se esquecera de passear com Da Huang, confiando a tarefa ao mordomo Chen.
No sábado de manhã, Ji Min finalmente não conseguiu conter a curiosidade. Após o café, ele olhou para o andar de cima e perguntou ao mordomo Chen: “O que ele anda fazendo? Ontem chegou tarde de novo?”
O mordomo Chen sorriu, mas permaneceu em silêncio.
Ji Min tomou um gole de chá, franzindo a testa: “Ele é muito jovem para ficar fora até tão tarde.”
“Talvez ele esteja preparando seu presente de aniversário,” sugeriu o mordomo.
Ji Min parou, pensativo.
Nesse momento, Lu Ran desceu, ainda bocejando. Ele chegara de madrugada e seus cabelos estavam todos bagunçados. Caminhando para a sala de jantar, murmurou com a voz ainda rouca de sono: “Bom dia, chefe.”
Ji Min desviou o olhar e pigarreou, perguntando: “Por que está tão ocupado ultimamente?” Havia uma expectativa discreta em sua voz.
Mas o garoto apenas deu um gole d’água, respondendo vagamente: “Ah… tenho tido algumas coisas para fazer.”
O canto dos olhos de Ji Min se estreitaram, enquanto ele percebia uma pequena marca vermelha no pescoço de Lu Ran, parcialmente escondida pela gola da camisa.
Não era apenas uma. Na pequena abertura da camisa, ele conseguiu distinguir outras manchas vermelhas.
Marcas intensamente vermelhas contra a pele pálida do garoto, destacando-se.
Ji Min ficou paralisado por um momento, desviando rapidamente o olhar para a janela. Perguntou-se se haveria mosquitos. Talvez a roupa de cama ou o tecido das roupas estivessem causando uma reação alérgica.
Mas nenhuma dessas explicações fazia sentido em sua própria casa, onde tudo era impecável. Eliminando essas hipóteses, uma outra conclusão começou a se formar.
Ji Min apertou o copo em suas mãos, consciente do quanto estava tentando se controlar. Por fim, soltou o copo sobre a mesa, enquanto uma tempestade de sentimentos complicados o tomava por dentro.
Era uma raiva, uma irritação inexplicável. Raiva de quem deixara aquelas marcas no pescoço de Lu Ran.
Ao mesmo tempo, ele se lembrava de que Lu Ran já tinha 19 anos. Embora o visse como um garoto, ele era um adulto aos olhos da lei.
As crianças dessas famílias amadurecem cedo. Não era raro que adolescentes já estivessem envolvidos em confusões.
Seu peito continuava a arder, num misto de raiva e… outra coisa. Ele segurou o copo com mais força. E, mesmo sabendo que não deveria, tudo o que queria era puxá-lo para perto, pressionar os dedos sobre aquelas marcas, substituindo-as por outras mais intensas.
Ainda assim, Ji Min se sentia aliviado.
Aliviado por Lu Ran estar um pouco mais afastado e por sua própria mobilidade limitada pela cadeira de rodas, o que o impedia de agir de forma impulsiva.
Ele pensava: sempre se colocara como uma figura mais velha para Lu Ran, tratando-o como um garoto. Então, como alguém mais velho, o que deveria dizer agora? Dar um conselho sobre cuidar da saúde?
Sentia a necessidade de falar algo, de usar as palavras para reprimir a vontade que pulsava em seu corpo.
“Você…” A voz de Ji Min saiu seca e hesitante. “Está namorando… uma garota? Ou… um garoto?”
“Hm?” Lu Ran levantou os olhos, ainda mastigando um pedaço de camarão.
Ji Min tentou manter o tom casual, embora com esforço: “Só… tome cuidado com os limites.”
Assim que terminou de falar, ele virou rapidamente a cadeira de rodas, querendo sair dali.
Antes que pudesse se afastar, viu o olhar de Lu Ran se iluminar. O garoto largou os hashis, arrastando a cadeira até ficar bem próximo dele.
Ji Min quis recuar. Queria dizer para Lu Ran não ficar tão perto, não agora. E se ele perdesse o controle…
Mas o garoto, com os olhos brilhando de empolgação, puxou um pouco a gola da camisa, aproximando-se mais e perguntando:
“Chefe, foi isso que você viu, né?”
Em um instante, a pele quente e pálida de Lu Ran estava quase encostando nele, e Ji Min pôde ver cada detalhe — as finas veias azuladas sob a pele e a pulsação visível da artéria carótida.
O músculo da mandíbula de Ji Min ficou tenso, e ele desviou o olhar com pressa, cerrando os dentes para conter a onda de calor que sentiu.
Foi então que o garoto, com um sorriso satisfeito, exclamou:
“Chefe, olha só como ficou bem marcado, né? Fui eu mesmo que fiz!”
Ji Min: “?”
Comentários no capítulo "Capítulo 88: Controle"
COMENTÁRIOS
Capítulo 88: Controle
Fonts
Text size
Background
A BUCHA DE CANHÃO DA FAMÍLIA RICA ENLOUQUECEU
Lu Ran é o filho biológico negligenciado de uma família rica.
Quando ele tinha quatro anos, se perdeu. Ao retornar para casa, sua família favoreceu o filho adotivo, Shen Xingran,...