Capítulo 89: Aplicando o Remédio
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Ji Min olhou novamente para as marcas vermelhas no pescoço de Lu Ran e fez um som de dúvida:
“Você… apertou?”
“Sim!” Lu Ran respondeu animado, puxando a gola para mostrar. A pele pálida de seu pescoço ficou mais exposta.
Ji Min desviou o olhar rapidamente. A proximidade de Lu Ran fazia com que ele quase sentisse o calor daquela pequena área de pele tão próxima.
Instintivamente, Ji Min tentou recuar, mas a cadeira de rodas o impediu, e o garoto continuou a explicar, com uma expressão de leve frustração:
“Vi uns tutoriais na internet, mas é difícil. Se fizer errado, dá pra ver de cara que é falso.” Ele sorriu, satisfeito consigo mesmo. “Mas eu sou esperto! Comecei a treinar de baixo pra cima, então as marcas visíveis ficaram todas perfeitas!”
O tom de Lu Ran fazia parecer que ele estava realizando um experimento científico, não criando marcas de amor falsas. Ele chegou ainda mais perto, empolgado para mostrar seu trabalho ao chefe.
Ji Min, fixando os olhos no chão, sentiu o cheiro fresco de cítricos do banho de Lu Ran e mal conseguiu reprimir o leve movimento da garganta ao engolir.
“Chefe, quer que eu faça umas em você também?” Lu Ran ofereceu.
Ji Min ficou em silêncio, pensando que essas marcas não eram como catapora para ele querer mais.
Percebendo que Ji Min não respondia, Lu Ran explicou com rapidez: “Fique tranquilo, já estou craque nisso e não vou machucar sua pele.”
Essa última afirmação fez Ji Min franzir levemente a testa. Virando-se, finalmente lançou um olhar discreto para Lu Ran. O garoto já havia largado a gola, mas a roupa ainda não havia voltado completamente ao lugar, deixando à mostra um pedaço de pele e o contorno da clavícula com várias marcas avermelhadas.
Algumas marcas estavam vermelhas e inchadas, outras traziam marcas visíveis de unhas, e algumas haviam até machucado a pele, como se a água do banho tivesse irritado ainda mais a área, deixando-a vulnerável e sem cicatrizar.
Ji Min franziu o cenho profundamente. Aproximou-se e, com cuidado, segurou o tecido da gola de Lu Ran, puxando-o levemente para examinar a pele marcada.
“Por que está fazendo isso?” ele perguntou, com uma seriedade que beirava a irritação.
“Hã?” Lu Ran, confuso com o tom de Ji Min, respondeu: “É para o seu aniversário, não é?”
“Naquele dia vão aparecer várias pessoas. Como estou morando aqui, preciso fazer o papel, não acha?”
Ji Min ficou em silêncio, com uma mistura de irritação e resignação.
A roupa de Lu Ran esfregou-se contra uma das feridas, fazendo-o puxar a gola de novo com uma expressão desconfortável. Ji Min o ajudou, segurando o tecido, enquanto observava as pequenas feridas e dizia com voz firme:
“Mas você não precisa fazer isso.”
Havia uma ferida mais visível, onde um pouco de líquido secou na pele, grudando no tecido. Ji Min aproximou os dedos, como se fosse tocar, mas os retirou antes de alcançar a pele do garoto.
Ele ficou parado, o rosto sério, como se estivesse lidando com algo muito mais grave que simples marcas.
Lu Ran o observou curioso. Inclinando a cabeça, aproximou o rosto para olhar Ji Min nos olhos.
“O que está olhando?” Ji Min resmungou, estendendo o dedo para empurrar levemente a testa do garoto, afastando-o.
Lu Ran riu, dizendo: “Chefe, não dói nada.”
Ji Min ignorou o comentário e chamou o mordomo: “Sr. Chen, traga a caixa de primeiros socorros.”
“Se não acredita, pode tentar,” disse Lu Ran, apertando suavemente o pescoço de Ji Min.
Pegando-o de surpresa, o toque de Lu Ran logo deixou uma marca avermelhada na pele pálida de Ji Min, muito mais evidente contra seu tom claro.
Lu Ran, impressionado, exclamou: “Uau, chefe, essa ficou perfeita!” Ele pegou o celular e mostrou o reflexo a Ji Min, que olhou a imagem com uma expressão entre o exasperado e o resignado.
Ji Min respirou fundo e, cerrando os dentes, disse: “Fique quieto.”
O mordomo Chen chegou com o kit de primeiros socorros e, ao notar a marca visível no pescoço de Ji Min e sua expressão impaciente com Lu Ran, rapidamente entendeu a situação. Claramente, afastar-se por alguns minutos havia sido uma escolha sábia.
Ji Min, enfurecido, lançou o kit de primeiros socorros sobre a mesa e disse: “Sr. Chen, faça o curativo.”
O mordomo se aproximou, mas, assim que abriu o kit, ouviu Ji Min corrigir-se: “Deixe que ele mesmo cuide disso.”
Sr. Chen, sorrindo, preparou o antisséptico e alguns cotonetes, colocando-os à frente de Lu Ran, e se afastou discretamente.
Esses ricos são mesmo meticulosos, pensou Lu Ran, pegando o cotonete com cuidado para não sujar a gola da roupa.
Ji Min observou-o por um momento, respirando fundo: “Deixa pra lá, venha cá, eu faço isso.”
Lu Ran entregou-lhe o cotonete e ainda o instruiu: “Tem que passar do centro para as bordas, em círculos.”
Em silêncio, Ji Min segurou o cotonete embebido em antisséptico e aproximou-se de uma das feridas de Lu Ran. O garoto havia puxado a gola, expondo tanto a área marcada que quase tudo ficou visível.
Ji Min apertou os lábios, e, no instante em que o cotonete tocou a pele de Lu Ran, sua mão, que sempre fora firme, estremeceu. Irritado consigo mesmo, amassou o cotonete e o jogou na lixeira, com as orelhas avermelhadas.
Olhou para fora da janela por um tempo, evitando qualquer contato visual com Lu Ran, então olhou ao redor da sala, quase como se procurasse algo para distrair-se.
Finalmente, incapaz de ignorar o garoto que o observava confuso, Ji Min suspirou e disse: “Aplique você mesmo, mas com a minha supervisão.”
O olhar de Lu Ran deixou claro que ele achava aquilo uma ideia estúpida. Revirando os olhos, ele simplesmente puxou a blusa, pegou mais alguns cotonetes, encharcou-os de antisséptico e esfregou as feridas com descuido.
Depois de terminar, ele vestiu a blusa novamente. Quando levantou a cabeça, Ji Min já havia se afastado, parado no corredor, observando o gramado.
Lu Ran mastigou dois pãezinhos e caminhou até ele.
Nesse instante, o assistente de Ji Min entrou na sala. Ele inclinou a cabeça respeitosamente para cumprimentar Ji Min e acenou para Lu Ran. Quando começou a falar, notou a marca no pescoço do chefe, e a surpresa o fez quase gaguejar:
“Senhor Ji…”
“O que é?” Ji Min interrompeu com impaciência, tentando disfarçadamente ajeitar a gola.
Sorrindo sem graça, o assistente continuou: “Os convidados da lista foram todos notificados. Mas a Sra. Li, da família Li, informou que pode chegar atrasada e perguntou se seria possível adiar o início da festa.”
Lu Ran, que ouvia a conversa, não conseguiu segurar a surpresa: “Mas aniversário é num dia específico. Como é que se atrasa?”
O assistente hesitou. Se fosse outra pessoa pedindo isso, nem consideraria trazer a questão para Ji Min. Mas a Sra. Li era tia de Ji Min, e, além de ser a caçula e muito mimada, era a única parente de sangue próximo ainda viva da família Ji.
Ji Min, porém, respondeu friamente: “Diga a eles que, se não puderem chegar a tempo, não precisam vir.”
O assistente assentiu e continuou, cauteloso: “A pessoa… na prisão solicitou novamente uma ligação com o senhor.”
Dessa vez, Ji Min deu um sorriso irônico, mas nada disse.
Interpretando o silêncio, o assistente informou: “Recebi um comunicado dizendo que ele quebrou a perna. Acho que o contato foi solicitado por causa disso.”
Ji Min permaneceu sereno: “Que sigam os procedimentos normais.”
A tranquilidade em seu tom fez o assistente desistir de qualquer tentativa de comentário ou brincadeira sobre o “acidente” no pescoço de Ji Min. A disputa de poder dentro da família Ji havia sido intensa, deixando Ji Min em uma cadeira de rodas após uma tentativa de assassinato por seu meio-irmão, um filho ilegítimo que agora estava preso.
Ninguém soube exatamente o que causara o acidente que quebrara sua perna na prisão, mas o assistente concluiu que poderia ter sido algum descuido em atividades diárias.
Após algumas instruções de Ji Min, o assistente se retirou. Lu Ran, que assistira a toda a conversa, ficou ainda mais confuso.
Lu Ran era bastante perspicaz em relação a algumas coisas, então olhou para Ji Min e perguntou:
“Você e sua tia não se dão bem?”
“Mais ou menos,” Ji Min respondeu.
Lu Ran refletiu um pouco e então reformulou a pergunta. Abaixando-se para olhar diretamente nos olhos de Ji Min, perguntou:
“Eles te incomodam?”
Ji Min ficou surpreso, mas logo sorriu, meio que sem saber se ria ou suspirava.
“Ninguém me incomoda.” Ele virou o rosto para o garoto. “Mas tem alguém que me tira do sério quase todos os dias.”
“Quem?” Lu Ran perguntou, tão direto que deixou Ji Min sem palavras por um bom tempo.
Muito bem, parecia que esse garoto realmente não tinha noção do quanto podia ser irritante.
Logo chegou o dia do aniversário de Ji Min. No dia anterior, Lu Ran estava cheio de planos para causar uma boa impressão e fazer algum avanço no seu “trabalho”.
No entanto, no próprio dia do aniversário de Ji Min, ele acabou dormindo demais.
Lá embaixo, o jardim já estava todo decorado. Ji Min terminava o café da manhã, mas Lu Ran ainda não havia descido.
Preocupado, Ji Min subiu, controlando a cadeira de rodas em direção ao quarto de Lu Ran.
Lu Ran já morava ali há um tempo. No entanto, desde que o médico Camiller o visitara, Ji Min nunca mais voltara a entrar no quarto dele.
Eles viviam no mesmo andar, mas em alas opostas, separadas pelo vão da escada e do elevador, como se essa barreira fosse uma linha invisível que Ji Min traçara no chão — uma linha que ele jamais cruzava.
Pelo menos, não à noite.
Agora, Ji Min se dirigia até o quarto de Lu Ran. O corredor estava um pouco escuro, então ele pediu que abrissem todas as cortinas. Quando o sol invadiu o corredor, dissipando cada sombra, ele finalmente se aproximou do quarto de Lu Ran.
“Que horas ele voltou ontem?” perguntou a Ji Min ao mordomo Chen.
“Por volta das duas da manhã,” respondeu o mordomo.
Ji Min franziu o cenho: “O que houve na faculdade para deixarem ele ficar no laboratório até tão tarde?”
Ao chegar à porta de Lu Ran, Ji Min bateu. Mas ao fazer isso, a porta se abriu ligeiramente com o toque.
Ele ficou parado do lado de fora, surpreso, e então olhou para o mordomo, perguntando:
“Ele dorme com a porta destrancada?”
O mordomo apenas deu de ombros.
Ji Min suspirou e permaneceu do lado de fora, massageando as têmporas e reclamando para o mordomo:
“Como ele deixa a porta destrancada assim?”
“Provavelmente estava exausto ao voltar ontem,” respondeu o mordomo, pensando que só Ji Min se importava tanto se a porta do quarto do garoto estava trancada ou não.
“Com certeza ele trancou a porta do quarto lá dentro,” disse Ji Min.
Mas assim que empurrou a porta e entrou, ele notou que a porta do quarto interno de Lu Ran estava completamente aberta.
Mesmo de longe, Ji Min conseguia ver o garoto esparramado na cama.
Ji Min respirou fundo, sentindo uma pontada de insatisfação.
Esse garoto era mesmo tão despreocupado assim? Será que ele realmente o via apenas como uma figura de autoridade?
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A BUCHA DE CANHÃO DA FAMÍLIA RICA ENLOUQUECEU
Lu Ran é o filho biológico negligenciado de uma família rica.
Quando ele tinha quatro anos, se perdeu. Ao retornar para casa, sua família favoreceu o filho adotivo, Shen Xingran,...