253 Sem Título_20240321170442

A Noite Em Questão

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🟡 Em breve

ODON

Seus olhos estavam bem abertos e eles eram azuis,azuis da cor do céu,o homem estava morto e isso era evidente,me vi encarando aquele corpo morto sobre a colina,estava aberto,estraçalhado,seus orgãos outrora rubros e vividos agora estavam palídos e secos como folhas de uma árvore no inverno,seus lábios de certa forma foram o que mais me aterrorizou,era como se tivessem sido arrancados em uma só mordida,a sua arcada dentária estava quebrada e exposta,mesmo que pudesse sentir um arrepio percorrendo a minha espinha não pude desviar o olhar,a curiosidade era mais forte do que eu,meu corpo fora guiado pelo cheiro pungente de sangue e alcóol que aos poucos ia se perdendo em meio a estranha névoa que consumira o hotel,não muito tempo depois senti a mão de Rostam permeando meu torço,ele me chamou,disse que eu não devia ver aquilo,que esse tipo de coisa era bom sinal,eu fechei meus olhos por um momento enquanto a névoa nos consumia no caminho de volta,buscando em minha mente memórias que pudessem me mostrar a visão,que trouxessem para mim novamente aquela sensação aterrorizante que sentira,infelizmente a imagem desapareceu junto a névoa a medida que íamos nos aproximando do alojamento dos empregados,olhei para trás na esperança de ver algo,não sobrara nada,antes que pudesse me dar conta tudo já havia sumido junto ao nevoeiro.

Um homem havia morrido no hotel e estávamos todos proibidos de falar disso,mesmo assim nas noites mais escuras podia ouvir os cochichos dos outros empregados enquanto me deitava,olhava para a janela do meu pequeno quarto,via a noite brilhante totalmente estrelada,sentia muita falta de minha mãe nesses momentos,no segundo em que havia chegado ao país cruzei o portão de ferro e um novo mundo se abrira para mim,um mundo de ganância e luxúria.

O hotel Amber era propriedade dos ingleses,porém eles venderam para um italiano,seus hóspedes são em sua maioria alfas dominantes,estes que contribuem para 1% da nossa sociedade,fui contratado para trabalhar como faz-quase-tudo por uma temporada inteira,meus trabalhos são muito distintos porém ainda sim cansativos,tenho que ajudar o diretor chefe de jardinagem com o grande jardim, também faço parte da equipe de cozinha de um dos bares externos do hotel,mesmo que eu não cozinhe,porém sempre sou solicitado para fazer trabalhos a mais,até então pensei que meus dias neste lugar seriam os mesmos desde que havia chegado,pensei isso até o dia em que encontraram o corpo,depois disso tudo mudou de forma drástica,mesmo que nos proíbam de falar sobre em baixo das represálias há sempre a curiosidade,as paredes tem ouvidos e as portas também,não se fala de outra coisa, muitos turnos começaram a ser trocados desde o ocorrido,talvez por que o animal que tenha atacado aquele homem esteja a solta,na noite,esperando a próxima vítima,alguém como eu não teria a mínima chance se se deparasse com uma grande fera em meio as  folhagens da grande floresta que fica ao redor desde lugar,me pego olhando para a noite escura e morta,pego no sono com facilidade,só preciso achar a posição certa e fechar meus olhos,não tenho muitos amigos aqui,na verdade não tenho ninguém além do meu chefe,Rostam Agha,ele me ensinou tudo que sei nas três semanas desde que cheguei,falou sobre as plantas,sobre as árvores,sobre os chás e principalmente sobre as rosas, estás são as especialidades da casa,vermelhas cor-de-sangue,outrora brilhantes agora mortas,tudo morreu um pouco depois do ocorrido,era como se até o vento estivesse parado por um momento apenas para ouvir os boatos que rodeavam o hotel,meus vizinhos de quarto são duas mulheres ômegas,elas são americanas,e tudo que sei é que fazem parte da grande equipe de camareiras,não nos falamos muito porém ouço suas vozes todas as noites em meio aos cochichos,eles são bons,são baixos,quase silênciosos,eles me fazem sentir uma vontade imensa de dormir, nisto caio no meu sono profundo e só acordo de madrugada quando o céu toma a tonalidade azul nascente do azul que está para nascer.

—

Estavamos caminhando sobre a terra levemente umidecida pela garoa da madrugada,acordei sentindo as costas gélidas caindo sobre a minha face,o meu corpo começou a esquentar,estava sonhando, sonhando com a escuridão,foi quando abri meus olhos,havia uma pequena breca na janela,talvez tivesse esquecido ela aberta,ou talvez apenas tivesse aberto para deixar o ar entrar,não haviam nuvens no céu,ele estava limpo, completamente azul,acordara numa noite como está há alguns dias atrás quando o cheiro de sangue me guiou até a colina,lembro da agitação nos corredores,os passos,os sussurros,lembro de quase tudo,só não lembro do corpo,ele já não me assombra mais,se perdeu em minha memória como se nunca tivesse existido,minhas botas afundam,vou percebendo aos poucos que
antes que pudesse me dar conta a escuridão da noite havia caído sobre nós,podia ver as grandes nuvens se movendo diante de meus olhos,eram todas juntas e pesadas,escurecidas,cinzentas e azuladas,pareciam estar tão próximas de nós que pensava poder tocar-las caso me dispusesse a ficar na ponta dos pés,senti o olhar de meu instrutor sobre mim,olhei para ele,vi seu rosto velho e enrugado,vi suas mãos e suas veias torcidas que a qualquer segundo iriam saltar dentre suas rugas,ele segurava firmemente a pá,as lágrimas do céu caiam e deslizaram sobre o seu chapéu até chegar ao seu casaco,me chamou para perto,eu apenas obedeci e me aproximei,vejo seus dedos apontando para algo no chão,olho,olhei como se fosse um segredo,com cautela,como se temesse que mais alguém assistisse,vejo uma rosa vermelha como o sangue que se destaca em meio as tonalidades frias ao seu redor, há um porém,pétalas estão por toda parte,espalhadas;”Veja Odon.”;Diz Rostam;”Estão aos pedaços.”;Noto o tom de desaborrecimento em sua voz,olho novamente,acontece que nós dois sabemos quem é o culpado de tal situação.

Grande de pelagem negra,levemente azulada ou alaranjada dependendo de onde se encontra o sol,Astor,cão de porte e raça,propriedade de um dos alfas dominantes hospedados no hotel,um velho de pele palída e olhos claros,Bogart era seu nome,vira o sujeito poucas vezes porém Rostam não poupava palavras ao se referir ao animal,era assim que o chamava,dizia que se algum dia aquele homem tivesse possuído consciência ele havia a perdido em um jogo de cartas,era tão ignorante quanto qualquer outro de sua espécie porém se destacava quando o assunto era desrespeito,soltava o cachorro pelos arredores do hotel sempre que podia,o animal,se referindo ao cão,atacava quem estivesse na frente,derrubava empregados no chão e rasgava as suas roupas,porém havia achado a sua principal vocação,adentrava o jardim por um buraco que havia feito na grade,arrancava rosas do solo e as comia,não muito tempo depois as vomitava lá mesmo,quando questionado o animal,Bogart,dizia que não podia impedir os instintos de seu cachorro e dizia que quem ousasse tocar naquele animal estaria se condenando a demissão imediata,era rico,alfa dominante,amigo de pessoas tão importantes quanto ele,ninguém tinha coragem de lhe enfrentar,afinal seriam necessárias apenas algumas palavras para demitir meia dúzia dos empregados do setor de jardinagem,o mais seguro era permanecer em silêncio e aceitar aquela situação humilhante e perigosa,mas com a aparição daquele corpo há apenas alguns dias atrás era como se o alfa tivesse tomado juízo dito que jáfazia um bom tempo que o jardim permanecia intocado e limpo.

“Pegue com cuidado.”;Disse o beta,obedeci sem muito questionar;”Os espinhos estão em meio a lama.”;Alertou-me,levamos a terra úmida e fértil até outra parte do jardim;”Agha Rostam.”;Chamei o meu superior;”Se me permite perguntar.”;”Por que estamos fazendo isso?”;Ele me olhou com um olhar distante,como se de alguma forma temesse minha pergunta;’O jardim vai ser interditado por período indeterminável.”;Foi rápido e direto,não fiz muitas perguntas depois daquilo e só voltamos a interagir quando estavamos de saída,me direcionava ao portão quando ouvi a voz dele ecoando pelas minhas costas;”tome cuidado rapaz.”;Assenti educadamente e me retirei,a minha contratação neste hotel se extende por meio de três áreas,no momento me direconava até o restaurante da ala sul,aonde trabalhava como faz-tudo,porém em maioria permanecia apenas lavando pratos e carregando ingredientes da dispensa para a cozinha,quando cheguei lá a chuva já havia voltado,me apressei e próximo a escadaria de madeira dos fundos tratei de limpar minhas botas.

A água escorre com facilidade,leva consigo toda a lama que ao se desolver vai escorrendo pelo gramado úmido,seco tudo com um pano de chão e subo o primeiro degrau,sinto algo,ouço algo,me viro,vejo um homem alto,pele branca,cabelos escuros levemente enrolados,olhos castanhos,um beta,ele sorri e caminha em minha direção,em seus braços carrega uma caixa de madeira,dentro vejo tomates;”Italianos.”;Murmurra ele,se aproxima;”Você é o garoto novo?”;Pergunta;”Sim senhor.”;Respondo,minha resposta parece fazer-lo rir;”Sem formalidades aqui rapaz,esta entre amigos.”;Diz ele,logo em seguida me lança outra pergunta;”Como se chama?”;Educadamente aprumo meu corpo e olho em seus olhos;”Eu me chamo Odon.”;Respondo,ele me olha novamente,parece confuso ou apenas curioso:”Odon?”;Questiona”Sim,Odon.”;Confirmo,ele se apruma dá mais dois passos para frente;”Só não irei apertar sua mão pois estou cuidando desses italianos.”Disse ele brincalhão se referindo aos tomates,no momento me aproximo e extendo os braços;”Deixe-me ajudar-lo.”Digo segurando a borda da caixa de madeira áspera,com cuidado mantenho meus olhos sobre os degraus que subimos para que não ocorresse um acidente,quando chegamos até a varanda fechada ele deixa a caixa de “italianos” no chão e extende sua mão direita rapidamente,aperto sa mão quente e sorrio educadamente;”Muito prazer Odon eu me chamo Youssef.”Diz ele,trabalho na cozinha a menos de uma semana porém nunca vira este homem;”Você é novo nesta área?”Questiono como se não fosse também;”Sim.”Ele me responde;”Eu era da manutenção do hotel.”;Isso explica bem os seus braços fortes e a sua calorosidade diferente dos outros menbros da equipe do restaurante;”Acredito que somos dois novatos!”;Exclamei,ele sorriu:”Sim,de fato nós somos.”

Às seis horas o céu estava escuro,já não havia mais sinal da chuva porém ela havia deixado sua marca que se extendera por todos os arredores,o cheiro que vinha da cozinha era de tomates e queijo,oaroma era quente e acolhedor,aos poucos tal cheiro foi se esvaindo e comm a chegada dos alfas ao restaurante o aroma dos feromônios foi tomando coonta até dominar todo o estabelecimento,quem visse de longe achava que se tratava de uma disputa para ver quem mais exalava,alguns empregados começaram a ficar tontos e enojados por conta do cheiro que permeava o ar,após passar duas horas lavando pratos e legumes o meu chefe,Sr Leviathy me dispensou por uma hora,pediuu que descansasse,notei que o mesmo parecia estar a ponto de vomitar,me sentei sobre a mesma escdaria que havia subido,átras de mim estava presente a iluminação amarelada de dentro da cozinha,olhei bem para a paisagem ao meu redor,a noite fria e escura estava mais seca do que nunca,quem olhasse de longe jamais poderia desconfiar que a pouco tempo havia tido uma tempestade,porém aquele que por ventura se aventurasse a pisar no gramado iria sentir a lama funda consumindo suas botas e o tecido de suas roupas,olho para meu própio corpo ajeitando a gla da minha camisa,olho para o logo do hotel bordado de branco em meio ao tecido azul escuro,passo meus dedos,sinto uma pequena linha para fora,observo também os botões e então torno a olhar para o horizonte,do alto da escadaria posso ver o extenso gramado,vejo a lama,sinto o seu cheiro,abraço essa sensação com prazer,torno a ver melhor as coisas ao meu redor quando a luz da varanda se acende bem acima de minha cabeça,vejo a passagem de pedras lisas que levam até a dispensa,tal que só posso ver parte da iluminação da porta,está permanece distante e escurecida,há tambem a outra passagem de pedras,tal que leva até o alojamento,porém esta coberta pela lama,suspiro,sei que vou ficar aqui por um bom tempo,por isso tento convencer-me de que no final tudo vai ter válido a pena.

Me sinto mal às vezes,me sinto péssimo,um mentiroso,por dentro meu coração acelera sempre que me vem a mente a minha real situação,eu não deveria estar aqui,não deveria estar trabalhando,a minha mãe pensa que estou em Medelin,estudando e me preparando para a faculdade,porém na verdade estou aqui,longe de casa,sozinho,sem ninguém,trabalhando às custas de um carteira de identidade falsa,que possibilitou a minha entrada neste hotel,eu não tenho a idade que finjo possuir,tenho apenas dezessete anos,e estou trabalhando para futuramente bancar meus estudos e ajudar a minha mãe,às vezes no meio da noite me pego pensando nela e no meu futuro,sei que sou novo e que não deveria me preocupar com essas coisas,porém tudo ainda é tão incerto que me veria como um tolo caso não sentisse tanto medo,tento me consolar pensando em meu aniversário,daqui a alguns dias vou completar dezoito,mesmo não sento a idade correta de admissão para este emprego sinto que ficarei mais cofiante tendo a certeza de que serei um adulto,sinto que terei mais coragem e orgulho de mentir dizendo que sou um homem de vinte e quatro anos.

Eu sinto muitas coisas e no momento sinto que algo se aproxima de mim,eu me viro,vejo aquele homem,Youssef,o beta da manutenção,olho em seus lhos,ele vem caminhando e se senta ao meu lado;”Noite cheia.”Murmurra ele sorrindo,retribuo o sorriso com educação;”Aqui o ar é bem mais puro.”;Digo olhando para o horizonte;”É verdade.”;Ele exclama;”Lá dentro notei que a equipe estava sedo afetada.”;Ele diz,eu sorrio olhando para trás e vendo a iluminação.”E então.”;Diz o homem;”De onde você é?”Questionou ele;”Sou um pouco de alguns lugares.”Respondi;”Ao certo não sei.”;”Então é um garoto de lugar nenhum?”Questionou.”Depende muito do que entende-se por lugar.”Respondo,ele sorri levemente,mais uma vez sinto o cheiro da terra molhada”Vem tempestade por aí.”Ele me diz apontando para o céu,olho para a escuridão pólida volto a encarar o sujeito;”Como pode dizer isto?”Questiono.”Agora tudo esta calmo.”Ele me diz.”Porém uma grande ventania vai chegar daqui a pouco.”Diz,log aonta para o gramado,vejo que por conta da brisa gélida algumas folhas se dombram,ele estava certo,virá uma grande tempestade,aos pés da varanda conversamos sobre a vida,sobre a noite e sobre aquele hotel,Youssef sabia sobre o corpo,porém pouco falamos sobre o assunto,afinal era noite e ao fim do turno ambos teriamos que voltar aos alojamentos em meio a escuridão,decidindo então que não era uma boa ideia fazer aquilo com as fantasias sobre o ataque permeando nossas mentes,o meu turno acabou quando deu nove horas,o chefe me dispesou,apenas me aprumei e tratei de vestir o meu casaco,já poda sentir o vento forte e incansável batendo contra meu rosto e dobrando as folhas contra a lama,já não podia ver quase nada,mesmo estando na varanda nã tinha a miníma ideia de qual caminho seguir,foi descendo até o solo que com muita dificuldade fui empurrando a lama para encontrar a passagem de pedras,seria assim por todo percurso até chegar no alojamento e tomar banho,por fim dormir e depois aproveitar o dia de folga que me esperava.

De nada me servira o maldito agasalho,o frio percorria a minha pele e me arrepiava,era como se eu caminhasse nu,totalmente exposto,olho para o horionte,a medida que vou caminhando posso ver as luzes do alojamento acesas,brilham lá no fundo,como um barquinho no meio do mar me sinto guiado e iluminado pelo farol,meus passos se tornam firmes e vou ganhando confiança,porém a medida que vou me aproximando vou sentindo também algo de estranho,a corrente do vento muda de lado,começo a ouvir batidas fortes,estrondos,a pouca luz que me acerca ilumina a estrada de pedras,olho,vejo então o celeiro das sementes,suas portas estão abertas,são grandes,feitas demadeira,são puxadas pelo vento e batem uma na oura com força,quase se partem,eu me assusto,penso,e se ouver alguém lá dentro?Quem poderia adentrar aquele lugar no meio da noite?E se for Rostam?De toda forma opto por fazer o certo,era melhor do que deixar as portas se quebrarem e comprometer quilos de sementes,a ventania podia espalhar-las por todos os hectáres do hotel,deste modo estaríamos perdidos,caminho enquanto pressiono o meu casaco,meus passos ficam a favor da ventania,sinto uma falsa sensação de calor,continuo caminhando,olho ao redor,as luzes do alojamento já se apagaram,significa que todos já foram se deitar,penso novamente,seguro a porta direita,observo o interior escurecido do celeiro,não há nada para ver,o breu consumiu-o olhando assim sinto que a noite parece mais clara,mesmo sentindo medo eu entro,por dentro estremeço,sinto meu coração batento fortemente contra meu peito.

Se ouver qualquer coisa lá dentro sei que não terei a miníma chance,olho novamente e me aproximo,tateio o solo coberto por terra úmida,não sinto nada incomum,não há vestígios de pegadas ou nem mesmo sementes,suspiro aliviado,pego então a lanterna de emergência que se localiza na parede próxima a porta esquerda,a ligo,não antes de tatear até achar o seu botão,a luz é forte e amarelada,como nos filmes de terror,apontei para tudo que tinha dentro do celeiro,até mesmo para o teto,nada de incomum,sspirei aliviado,dei um passo para trás com a lanterna ligada,apontei a luz para os sacos de sementes fechados que ficavam sobre o chão,nada,nem um rasgo,ou se quer arranhão,nenhum vazamento,estendi minha mão e alcançei uma semente escura caída próxima ao conjunto de sacos grandes e pesados,olhei bem,aproximei de minha face e a cheirei,o cheiro era de terra molhada e de nada mais,não pude identificar-la,não era profissional como o Agha Rostam,em meio ao cheiro agradável de terra molhada outro aroma chega ao meu olfato,sinto minha pele arrepiando,estremeço novamente,o cheiro é doce,quase como se estivesse mergulhando minha cabeça em um pote de mel,ou pior,em um pote de açucar puro,porém o cheiro doce pouco se assemelha ao mel ou ao açucar,são feromônios,talvez uma flor,não sei ao certo,adocicado,não tenho a definição,me viro lentamente,ainda arrepiado,sei o que está atrás de mim,pelo ao menos sei o que é,a lanterna ilumina apenas os sapatos pretos e brilhantes de luxo,parte da calça cinzenta de tecido fino também chegou ao meu olhar,era alto,alto demais,no mesmo segundo prendi a respiração minha mão começou a tremer,levantei a lanterna,a medida que ia subindo era possível ver os detalhes,as roupas eram de tecido caro,era notável pela expressura e pela cor,por cima do terno cinzento havia um agasalho,ele era preto,também devia ter sido caro,era aconchegante,do tipo que no momento eu precisava para me aquecer,de toda forma ele era bem maior do que eu,se o vestisse cobriria meus pés,levanto a lanterna só mais um pouquinho,tento não fazer nenhum barulho quando finalmente volto a respirar,o seu cheiro se intensifica,começa jogar seus feromônios em mim.

A luz da lanterna iluminou,vejo seu rosto,palído,seus lábios levemente rosados e fechados,seus cabelos são loiros,de tonalidade quente e dourada que brilha perante a luz da lanterna,seus olhos são peculiares,cinzentos e esverdeados,muito claros,quase brancos,eles brilham,o cheiro,os feromônios,os olhos brilhantes,é um alfa,um alfa dominante,ele me encara firmemente,joga seus feromônios sobre mim,há algo de estranho em seu olhar,parece vazio,é apavorante,me vejo sozinho em um celeiro junto a um alfa dominante,tal alfa que não notei a presença até que começasse a lançar seus feromônos sobre mim,os músculos de sua face estremecem,ele abre os lábios e então me diz com sua voz fraca e distante;”Eu sei que é você.”;Sua voz sai como um sussurro,um sussurro no meio da noite,suas palavras parecem voar de sua boca em direção aos meus ouvidos,no mesmo segundo saio do transe,a lanterna escorrega da minha mão,meus pés deslizam sobre a terra,escorrego,porém consigo de manter de pé,passo pela porta e mergulho na escuridão da noite sem ao menos olhar para trás.

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A Noite Em Questão

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* Os erros ortográficos estão passando por revisão.*

Aviso: Este é um rascunho da obra original, obra esta que pretendo postar futuramente.

(Esta Novel contém...

Chapters

  • XVIII
  • XVII
  • XVI
  • XV
  • XIV
  • XIII
  • XII
  • XI
  • X
  • VIV
  • VIII
  • VII
  • VI
  • V
  • IV
  • III
  • II
  • I
  • O Primeiro Surto There is no chapters

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