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Abismo

Capítulo 1

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– Garanta que esteja tudo pronto, sabe que odeio atrasos. – Vicenzo fala ao celular enquanto caminha em direção aos elevadores do luxuoso hotel, ao chegar, ele para em frente as portas e espera. Enquanto isso, o alfa confere rapidamente as horas em seu relógio, mas acaba se distraindo ao ouvir o barulho das portas se abrindo e ergue a cabeça.

Ao mesmo tempo, um outro hóspede está saindo de dentro do elevador. Seus olhares se cruzam por um breve instante e sua presença marcante, misturada a um cheiro doce que se espalha pelo ar, são o suficiente para atrair toda a atenção de Vicenzo e deixá-lo maravilhado.

O alfa fecha seus olhos e respira fundo, trazendo aquele aroma para dentro dos seus pulmões, logo um arrepio percorre sua espinha e ele sente uma excitação que não sentia a tempos. Movido pela curiosidade, Vicenzo se vira em direção ao hall do hotel, mas não o vê. O ômega já havia sumido.

– Vicenzo ? Vicenzo, está aí ? – a voz masculina o questiona através da chamada.

– Sim, estou aqui. – ele responde um pouco distraído e entra no elevador.

_______________

Ao anoitecer, Vicenzo desce para o salão de festas do hotel, onde está acontecendo uma grande festa promovida por um ricaço empresário. Como esperado, o local está cheio de pessoas influentes, famosos e alguns políticos.

– Senhor, aceita uma bebida ? – um dos garçons do hotel se aproxima, com uma bandeja sobre a palma da mão esquerda, servindo champanhe.

– Obrigado. – o alfa pega uma taça de champanhe e continua um pouco afastado, apenas observando.

– Você parece entediado. – o anfitrião, um alfa herdeiro de um grande conglomerado de empresas, se aproxima de Vicenzo.

– Prefiro evitar as multidões. – ele sorri e se vira em direção ao anfitrião, estendendo a mão para cumprimentá-lo. O alfa também sorri e segura sua mão com firmeza.

– Fico feliz que tenha vindo, Sr. DiNozzo.

– E eu fico feliz pelo convite. – o alfa acena com a cabeça.

– Espero que possamos conversar mais confortavelmente em um outro momento.

– Vou deixar a minha agenda aberta. – Vicenzo mostra um sorrisinho astuto. Era um pouco divertido ver aquele moleque riquinho tentando se meter em negócios perigosos.

– Bom, aproveite a festa. – o alfa acena com a cabeça e se despede. Ao finalmente ficar sozinho, Vicenzo deixa um longo suspiro sair e bebe o champanhe de uma vez.

– Que saco… – ele usa seu dedo indicador para afrouxar a gravata borboleta, se sentindo um pouco sufocado. Por algum motivo, estava especialmente irritado naquele dia.

O alfa vai até o bar, em busca de alguma bebida mais forte, mas acaba se distraindo ao sentir o cheiro daquele ômega que tinha visto mais cedo. Era um aroma sutil e que ao mesmo tempo se destacava entre todos aqueles alfas e ômegas, prendendo totalmente sua atenção.

Vicenzo olha ao redor, procurando por ele, até que finalmente o vê parado do outro lado do salão, acompanhado de um homem. O alfa franze o cenho e a princípio decide apenas observar a situação.

À medida em que assiste a interação dos dois, Vicenzo percebe que o alfa estava sendo insistente, tentando tocá-lo a todo instante. Era visível o quão incomodado o ômega estava. Sem pensar, Vicenzo larga sua bebida e vai em direção ao ômega.

– Então era aqui que você estava. – ele fala de forma calma, como se tivesse intimidade com aquele ômega. O rapaz gira o rosto em sua direção e o encara confuso.

– Eu… – o ômega tenta falar, mas logo é interrompido pelo alfa.

– Quem diabos é você ? Não viu que estamos conversando ? – o homem pergunta irritado e se aproxima, tentando intimidá-lo.

– Eu sou Vicenzo, Vicenzo DiNozzo.

– Ah! Sr. DiNozzo, eu não sabia que… – o homem tenta se explicar, visivelmente nervoso. Apenas seu nome foi o suficiente para deixá-lo com medo.

– Pode nos deixar a sós ? – Vicenzo o ignora e força um sorriso gentil.

– Claro, claro! – o alfa acena com a cabeça e se afasta rapidamente.

– Você está bem ? – ele volta sua atenção para o ômega.

– Estou. – Eugene fala de forma ríspida e se afasta.

– Ah! me desculpe, não quis te assustar. – Vicenzo ergue as mãos, mostrando as palmas, tentando parecer inocente.

– Tudo bem, eu agradeço a ajuda.

– Se quer mesmo me agradecer, que tal tomar um drink comigo ? – ele o observa com um olhar luxurioso, confiante de que já tinha ganhado aquele ômega.

– Eu não bebo. – Eugene o encara com um olhar frio e logo depois se vira, se afastando.

– Espere! – Vicenzo rapidamente reage e o agarra pelo antebraço, tentando impedi-lo de ir embora. Se o perdesse novamente, não se perdoaria.

– O que você… – Eugene se vira irritado e pronto para xingar Vicenzo, mas no instante em que seus olhos encontraram os dele, ambos sentem uma corrente elétrica percorrendo seus corpos, misturado a um calor intenso, parecido com o de um ciclo repentino.

– Não me toque! – o ômega grita e puxa seu braço com força. Ele o encara assustado e ofegante, se perguntando o que diabos havia acabado de acontecer. Nunca sentiu nada assim antes.

– E-eu… – Vicenzo continua com o braço estendido, olhando-o atônito e com o rosto corado. Também estava tentando entender o que aconteceu.

– Fique longe de mim! – Eugene se vira e some rapidamente entre os convidados, enquanto o alfa apenas observa imóvel, sem conseguir ir atrás dele.

– Mas o que porra foi… – ele murmura para si mesmo e encara a palma da sua mão.

– Vicenzo. – uma mulher o chama ao se aproximar. O alfa gira o rosto em sua direção, mas a encara com um olhar vago.

– Eu estava te procurando. – ela fala em um tom sedutor e desliza a mão sobre o seu peitoral. Vicenzo se surpreende ao sentir seu toque e desvia o olhar para a sua mão, afastando-a logo depois.

– Desculpe, eu preciso ir… – o alfa balbucia e se afasta apressado.

– Quê ? Vicenzo! – ela grita e tenta ir atrás dele, mas acaba perdendo-o de vista.

_______________

Vicenzo empurra a porta do banheiro de forma brusca e entra cambaleando. Ele para em frente ao espelho, encarando seu reflexo, e apoia as mãos sobre a pia.

– Que porra… – o alfa murmura ofegante, sentindo o calor se espalhar pelo seu corpo. Vicenzo tira o paletó e desfaz o nó da gravata, se sentindo sufocado.

Ele desvia o olhar para baixo e vê a ereção que cresce em sua calça. Seu pau palpita e o líquido pré-ejaculatório se espalha por sua cueca, deixando o tecido úmido.

– Haa… o que você fez comigo ? – Vicenzo murmura novamente e desliza os dedos entre os cabelos, jogando os fios para trás. Ele havia capturado completamente sua atenção.

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Capítulo 1
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Vicenzo DiNozzo, o jovem chefe da máfia local, se vê inesperadamente obcecado por Eugene. Um ômega de personalidade difícil e cercado por mistérios.

A princípio, Vicenzo acreditava que...

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  • Capítulo 1

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