Capítulo 37. Jornada ao Vale da Chama Negra (1)
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Com a força de Yu Meng, vinte chibatadas seriam o suficiente para aleijar aqueles seis escravos.
Yu Su, no entanto, o instruiu especificamente a conter-se e evitar causar danos permanentes.
Yu Meng bateu no próprio peito com confiança e assegurou:
— Não se preocupe, Yu Su. Eu sei o que estou fazendo.
Afinal, aqueles escravos haviam sido adquiridos por Yu Su com um propósito: trabalho futuro nos campos de sal. Como ele poderia inutilizá-los?
Ao ver que Yu Meng compreendia a gravidade da situação, Yu Su deixou o assunto de lado e entrou na moradia para verificar o estado do adolescente.
O jovem ainda permanecia inconsciente, mas sua temperatura corporal havia estabilizado.
Lu Yan, observando a preocupação de Yu Su com o menino, perguntou:
— Por quê? Salvá-lo?
Aos olhos dele, o garoto já estava praticamente morto, fraco e debilitado. Salvá-lo não apenas consumia a energia e os preciosos remédios de Yu Su, como também parecia, no fim das contas, um esforço em vão.
Yu Su explicou de forma simples:
— Esse garoto é o líder do grupo de escravos. Ao salvá-lo, conquistamos vantagem sobre os demais.
Lu Yan retrucou:
— Sem salvá-lo. Mesmo assim. Sobre eles.
Embora ainda não conseguisse articular frases longas, seu tom de voz havia melhorado bastante, e não demoraria até conseguir se comunicar fluentemente.
Seus pensamentos eram diretos. Escravos desobedientes podiam ser disciplinados até se renderem. Portanto, desde que Yu Su os entregasse a ele, Lu Yan tinha plena confiança de que conseguiria controlá-los.
Yu Su o encarou, um leve sorriso surgindo no canto dos lábios.
— Eu também te salvei, não foi?
Lu Yan respondeu de imediato:
— Diferente.
Yu Su ergueu uma sobrancelha, surpreso com a segurança de Lu Yan naquela afirmação. Teve de admitir que o havia subestimado. No início, o salvara apenas por causa do medalhão de ferro. Porém, mais tarde, percebeu a excepcional capacidade de compreensão do rapaz, o que o levou a mantê-lo por perto.
Então, ouviu Lu Yan continuar:
— Sou útil.
Yu Su permaneceu em silêncio.
Acabei de perceber que subestimei a astúcia de Lu Yan…
— Você não acha que estou sendo calculista demais? — perguntou Yu Su, por fim.
Lu Yan não conhecia o conceito de utilitarismo, então Yu Su se encarregou de explicá-lo.
Apesar da percepção afiada, Lu Yan manteve a expressão impassível e devolveu a pergunta:
— Eu era inútil. E você me salvou. Por quê?
Yu Su hesitou por um instante antes de responder.
Era evidente que Lu Yan possuía uma mente forte e um coração atento. Yu Su se viu sem resposta.
Lu Yan não perdeu o ritmo e continuou:
— Sou inútil. Então não devia… me resgatar.
Compreendendo o significado implícito por trás das palavras, Yu Su o tranquilizou:
— Isso não é verdade. Agora você está sob minha proteção. Enquanto permanecer leal a mim, não importa o perigo que enfrente, estarei lá para te salvar.
Ele havia prometido tratar bem Lu Yan desde que o rapaz permanecesse fiel — uma promessa que pretendia cumprir.
Um brilho de esperança surgiu nos olhos de Lu Yan enquanto ele fitava Yu Su.
Yu Su então redirecionou a conversa:
— Mas não vamos nos desviar do assunto. Você queria saber por que eu não usei a força para subjugar aqueles escravos, certo? Bem, usar a força para oprimir os outros deve ser sempre o último recurso. Conquistar os corações deles e fazê-los trabalhar de forma genuína por nós é a melhor abordagem.
A curiosidade se fez presente na voz de Lu Yan:
— Não sei se entendi…
Já que haviam avançado tanto no diálogo, Yu Su achou que não havia mal em explicar a diferença com mais detalhes.
Enquanto Lu Yan ouvia, parecia absorver o conteúdo, refletindo profundamente sobre a nova perspectiva.
Yu Su decidiu não se aprofundar mais. Acreditava na capacidade de percepção de Lu Yan e sabia que qualquer dúvida restante seria resolvida com o tempo e reflexão do próprio rapaz.
Na manhã seguinte, o jovem que havia sido resgatado despertou e se deparou com um ambiente totalmente desconhecido.
Depois de assimilar o que havia acontecido, permaneceu em silêncio por um tempo, perdido em pensamentos.
No entanto, não demorou a expressar sua gratidão a Yu Su:
— Obrigado por me salvar.
Ele sabia que no dia anterior estivera à beira da morte, e ninguém se daria tanto trabalho para salvar um escravo moribundo. No entanto, Yu Su havia ido contra todas as expectativas, e até mesmo um tolo saberia reconhecer a dívida de gratidão.
Além disso, rumores diziam que Yu Su era o sucessor do Deus das Montanhas, e o rapaz acreditava em cada palavra. Os métodos usados para trazê-lo de volta à vida pareciam obra de uma divindade. Por isso, sempre que olhava para Yu Su, um sentimento de reverência o envolvia de forma natural.
— Você era originalmente da Vila do Linho — comentou Yu Su.
O rapaz assentiu e se apresentou:
— Eu sou Xin Ya. Meu pai era o chefe da Vila do Linho, e os outros seis que estavam comigo eram guardas da vila.
Xin Ya explicou que os habitantes da Vila do Linho viviam principalmente da agricultura e da caça. Cultivavam milho e produziam roupas a partir do linho. Levavam uma vida confortável e a população prosperava. Contudo, tudo mudou há cerca de meio ano.
Durante uma visita à vila de Xin Ya, o antigo Chefe e o Xamã da Vila do Sal morreram misteriosamente. Os moradores da Vila do Sal acusaram o povo de Xin Ya pelas mortes. Apesar das explicações, os habitantes da Vila do Sal não se convenceram, e seu novo líder lançou um ataque à Vila do Linho.
Com força superior, a Vila do Sal dizimou a comunidade de Xin Ya.
Numerosos moradores, incluindo o pai de Xin Ya e o xamã da vila, perderam a vida. Aqueles que sobreviveram ou fugiram para o meio do mato… ou foram capturados pela Vila do Sal e transformados em escravos.
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Yu Su, que havia perecido durante a era apocalíptica, encontrou-se transportado de volta a uma era primordial. Ao chegar, descobriu-se completamente arruinado: sua mãe biológica...