Capítulo 19: Você é a Única
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— O pingente de jade que você carrega pode protegê-la dos sentidos espirituais.
— A caverna está repleta de perigos, e o item que procuro é guardado por uma besta. Embora o poder dela esteja enfraquecido por um selo, ainda está além da nossa capacidade de derrotá-la. Por isso, Duan Wu e eu vamos distraí-la enquanto você entra sorrateiramente e recupera o item.
A voz de Qin Chu Yi tremia de emoção.
— Esse é o favor que preciso de você, e só você pode me ajudar. É por isso que precisa ser você.
Um pingente de jade?
Ming He baixou os olhos para o pingente que usava — uma relíquia da dona original, usado desde o nascimento como um talismã protetor.
A antiga Ming He, Su Ming He, era a quinta filha da família Su na Cidade Qing Shi, nascida de uma serva que se tornara concubina após atrair a atenção do pai da família. Sua mãe faleceu pouco depois do parto.
O pingente havia sido comprado pela mãe de Su em uma barraca, como talismã de proteção para o filho que carregava, um gesto simples de esperança por boa sorte.
Uma concubina de baixa posição e sem recursos não tinha meios para adquirir algo que ajudasse na cultivação ou saúde, então se contentou com algo simples, porém cheio de significado.
Então ele pode mesmo proteger contra sentidos espirituais?
Era, de fato, especial — embora inútil contra obsessões demoníacas.
— Por que a Irmã Qin simplesmente não pega o pingente? — Ming He não conseguiu esconder sua confusão.
“Pegar” era um termo educado; a nobre Jovem Mestra não precisava de nada. Se ela se recusasse a entregá-lo, ela poderia muito bem matá-la por causa do tesouro.
Ming He admitia que costumava imaginar o pior sobre pessoas e situações, mas suas suspeitas não eram infundadas.
Qin Chu Yi não exigiu, nem sequer pediu. Isso significava que o pingente só funcionava quando usado por ela? Que apenas com ela ele podia bloquear os sentidos espirituais?
Então realmente tinha que ser ela!
— O pingente já a reconheceu como dona. Se for removido, torna-se apenas uma pedra sem valor — explicou Qin Chu Yi, confirmando os pensamentos de Ming He.
— Entendo — Ming He assentiu, decidindo não insistir no assunto. Fez uma anotação mental para pesquisar a origem do pingente na biblioteca assim que retornasse à seita.
— Então vamos — disse ela, apertando o cabo da longa espada branca, a expressão serena e decidida.
— Mm — Qin Chu Yi assentiu discretamente e se voltou para o Ancião Lin. — Ancião Lin, vamos entrar. O lado de fora está em suas mãos.
Se tudo corresse bem, dentro de uma hora ela estaria livre do destino que carregava desde o nascimento. Finalmente poderia pisar naquele campo de batalha.
Ela precisava se tornar forte, vingar-se, expulsar os invasores e erradicar os perversos!
As emoções borbulhavam nos olhos de Qin Chu Yi. Ela respirou fundo, reprimiu seus sentimentos e avançou com a espada em punho, Duan Wu seguindo de perto.
Ming He vinha logo atrás, o olhar voltado para o chão, ainda vislumbrando o céu azul profundo e as nuvens que pairavam acima.
— Jovem Mestre, lembre-se de voltar dentro de uma hora — advertiu o Ancião Lin, preocupado.
Ninguém sabia o que poderia acontecer se ficassem presos na caverna por mais tempo.
Qin Chu Yi não respondeu. Com passos firmes, entrou na caverna.
— Formem a formação — ordenou o Ancião Lin em voz baixa, as mãos já se movendo para ocultar a área de olhares curiosos.
— Está tão escuro — murmurou Ming He, ajustando a túnica enquanto caminhava ao lado de Qin Chu Yi, examinando os arredores. Duan Wu se posicionou atrás delas, em guarda.
A caverna era um mundo completamente diferente. Luz solar e nuvens eram bloqueadas, restando apenas a escuridão e o silêncio — como um túmulo subterrâneo sem vida.
— Esta caverna sempre esteve oculta sob o solo.
Com apenas um olhar, Qin Chu Yi entendeu exatamente o que Ming He pensava.
— Ela surgiu agora porque o Ancião Lin usou uma grande formação para forçá-la à superfície. Em uma hora, a formação se dissipará e a caverna afundará novamente, desaparecendo mais uma vez.
Enquanto falava, Qin Chu Yi afastava os arbustos aos seus pés.
— Ainda estamos na parte externa, por isso tudo está tão quieto. Mais à frente está a área interna, cheia de incontáveis ervas espirituais, elixires e oportunidades de herança. Mas também repleta de bestas poderosas que não conseguimos derrotar, armadilhas e mecanismos a cada passo.
— O que a Irmã Qin procura está nas profundezas? — Ming He reavaliou sua própria posição, assumindo um ar mais sério.
Ela não compreendia completamente o conceito de uma caverna antiga, mas a ideia de alguém puxar uma morada afundada do subsolo à força e mantê-la ativa por uma hora estava além de tudo que já ouvira.
Seria uma prova das maravilhas infinitas do mundo… ou o status de Qin Chu Yi era simplesmente alto demais?
A história original apenas mencionava que ela vinha de uma das famílias mais prestigiadas do mundo. Mas o que realmente significava prestígio?
— Não está na parte mais profunda — respondeu Qin Chu Yi, balançando a cabeça. — Está logo à frente.
Ao dizer isso, o olhar de Qin Chu Yi pousou sobre um palácio no vale distante, os olhos brilhando de intensidade.
— A formação do Ancião Lin fez com que a maioria das bestas desta caverna entrasse em estado sonolento. É por isso que nossa jornada foi tranquila até aqui. Mas a besta guardiã é forte demais para ser afetada, então teremos que correr o risco.
Sua expressão era resoluta enquanto tirava de seu anel de armazenamento uma bússola pequena e cuidadosamente trabalhada. A agulha verde-escura girou antes de apontar diretamente para o palácio.
— O que procuro está lá dentro — confirmou.
— Ming He, quando Duan Wu e eu atrairmos a besta, você deve entrar sorrateiramente, pegar o item e sair imediatamente. Siga o mesmo caminho por onde viemos e não se preocupe conosco. Entendeu?
Embora seus traços estivessem sombreados pela luz tênue, os olhos de Qin Chu Yi brilhavam mais do que Ming He jamais vira.
— Irmã Júnior Ming He, estou contando com você.
— Entendido — respondeu Ming He, o coração pesado. Quisera ela ou não, isso já não importava — daria o melhor de si.
O quão importante seria esse item para Qin Chu Yi?
Apesar de sua frieza, a voz da Mulher de Branco tremia de expectativa ao falar dele.
Mesmo uma Jovem Mestra de família nobre poderia desejar algo com tanto fervor?
Ming He permaneceu imóvel, observando Qin Chu Yi e Duan Wu correrem em direção ao palácio, suas silhuetas gravadas em sua mente mesmo após desaparecerem de vista.
— Roooaar!
Um rugido ensurdecedor ecoou pela caverna, sacudindo o chão e ressoando com um poder antigo e brutal.
Ming He se escondeu atrás dos galhos de uma árvore gigantesca, os olhos fixos em uma besta colossal com formato de touro. Sua pele escura se fundia com as sombras, sua cabeça era lisa e sem chifres e — estranhamente — parecia ter apenas uma perna.
O corpo da criatura era tão sólido quanto uma pequena montanha, com uma cauda enrolada de quase um metro. Ela avançava com passos pesados e estremecedores, sua presença avassaladora.
Que tipo de monstro é esse?
Os olhos de Ming He se arregalaram em descrença. Aquela besta não se parecia em nada com as que havia encontrado nas Montanhas Liu Yun — era muito maior, mais feroz e poderosa. Só o impacto de sua aura já deixava seus membros frios e seu espírito combativo extinto. Seria tão grande assim o abismo entre eles?
Enquanto ela permanecia paralisada, Qin Chu Yi e Duan Wu se moviam com leveza.
Com a besta investindo, Duan Wu não sacou a espada, mas deslizou pela floresta como o vento, atraindo-a aos poucos para longe do palácio. No momento certo, ele atacava, provocando a fera com precisão.
Qin Chu Yi, com suas vestes brancas ainda impecáveis, brandia a longa espada com elegância, atacando os pontos fracos da criatura com calma e precisão.
Ming He observava enquanto os dois atraíam a besta com maestria para fora do palácio e além do vale, enganando-a para que os seguisse cada vez mais longe.
A outrora temível besta, que mais parecia uma montanha, agora parecia desajeitada e tola aos olhos de Ming He, seus passos pesados sacudindo a caverna como um gigante ludibriado girando em círculos.
Tsc, que estúpida!
Enquanto Ming He julgava a besta em silêncio, captou um vislumbre do olhar triunfante de Qin Chu Yi e esboçou um leve sorriso. Em seguida, mudou rapidamente de direção e esgueirou-se para dentro do palácio.
Lá dentro, o grande salão principal era espaçoso e ornamentado, com entalhes intricados, azulejos azuis, paredes de jade branca e luzes cintilantes. A opulência do palácio era de tirar o fôlego, envolta por névoa espiralante e uma energia espiritual tão densa que formava um redemoinho. Era tudo o que se esperava de uma caverna antiga.
Após uma rápida varredura do ambiente, o olhar de Ming He se fixou em um objeto flutuando no ar. Ele cintilava como uma estrela, emanando uma aura tão profunda que era difícil encará-lo por muito tempo.
Bastar um breve olhar já lhe causava vertigem e ondas de inquietação. Era isso o que Qin Chu Yi procurava?
Embora tivesse apenas vislumbrado no vale, lembrava-se bem do padrão na bandeira antiga — um desenho complexo em preto e branco alternado — exatamente como o que via agora.
Certa de que era o item desejado, Ming He estendeu a mão, o agarrou e disparou em direção à saída.
Quanto aos outros tesouros no salão — pergaminhos de jade, uma espada embainhada em verde-escuro e outros artefatos espirituais envoltos em energia — Ming He não lhes lançou um segundo olhar.
Ela se lembrava de seu propósito. Uma caverna antiga não era lugar para ganância. Ninguém sabia as consequências de pegar o que não devia. Não arriscaria.
— Hsssss! —
Ming He arfou ao sentir uma dor abrasadora atravessar sua palma — muito mais intensa do que ao segurar a Erva em Forma de Espada.
Que tipo de artefato espiritual é esse? Parece até eletrificado!
Praguejou por dentro, mas cerrou os dentes, recusando-se a soltar enquanto corria em direção à saída do vale.
Se conseguisse entregar aquilo a Qin Chu Yi, sua missão estaria concluída.
Estava prestes a vencer quando, de repente, congelou.
A besta montanhosa, de algum modo, havia retornado — e agora avançava em sua direção com velocidade assustadora, os olhos injetados de sangue fixos nela.
O que está acontecendo? Qin Chu Yi e Duan Wu não deveriam tê-la distraído? Como voltou e bloqueou o caminho?
O coração de Ming He deu um salto, depois começou a bater descontroladamente.
O que fazer?
O pânico ameaçou dominá-la, mas forçou-se a manter a calma. Quando a besta se aproximou, ela respirou fundo e apertou o pingente de jade em seu pescoço, um lampejo de determinação nos olhos.
Ela apostava que Qin Chu Yi não havia julgado errado… e que ela também podia carregar a aura de uma protagonista.
Ming He examinou rapidamente o entorno e, no exato momento em que a besta virou, esgueirou-se para trás de uma árvore gigantesca. Prendeu a respiração, o coração pulsando forte na garganta, enquanto esperava que a fera passasse.
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After Becoming the Aunt of the Dragon Hero
Ming He sempre acreditou que havia entrado em um mundo de cultivo, apenas para descobrir que, na verdade, tinha pisado no roteiro do imparável Herói Dragão (Long Aotian,...