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After Becoming the Aunt of the Dragon Hero

Capítulo 27: O Clã Su na Pequena Cidade

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À medida que o sol se punha no horizonte, seus raios dourados filtravam-se entre os galhos entrelaçados, lançando um brilho quente sobre o caminho de pedra da cidade de Qing Shi. Um grupo de crianças brincava e corria pelo caminho, suas risadas ecoando no ar. Na empolgação, uma delas esbarrou acidentalmente na perna de um transeunte.

— Desculpe — pediu a criança mais velha, com um tom formal.

— Tudo bem — respondeu Ming He, balançando a cabeça em um gesto de desdém, observando as crianças correrem para o outro lado. Em seguida, voltou o olhar para seu redor — alguns transeuntes apressados, uma fila de lojinhas organizadas e algumas barracas desordenadas espalhadas.

Havia cultivadores presentes, mas a maioria eram pessoas comuns que ainda não haviam iniciado o caminho da cultivação.

Esta era Qing Shi, cidade natal do Herói Dragão, um canto remoto do mundo onde todas as histórias começaram. Também era a terra natal da Su Ming He original.

Terra natal.

Ming He demorou na palavra, seus olhos escurecendo em reflexão. Recorreu ao caminho de suas memórias, caminhando lentamente sob a luz moribunda do sol, seus passos calmos e descontraídos.

Após navegar por um beco estreito e sinuoso, ela emergiu numa ampla estrada de pedra. No fim da via, erguia-se um grande pátio, sua presença imponente realçada por uma placa dourada de nanmu com os caracteres “Clã Su”.

Embora não se comparasse aos palácios altos e às colunas de jade da Seita Liu Yun, ainda era muito mais grandioso que as modestas residências que cruzara pelo caminho.

O Clã Su, representado pelo “Su” em Su Ming He, era uma das quatro grandes famílias de Qing Shi.

Enquanto esses pensamentos passavam por sua mente, Ming He avançou com confiança em direção à entrada, sua curiosidade aguçada.

— Parada! Quem vai aí? Diga seu negócio com o Clã Su. Você tem um convite? — A voz de um guarda soou justamente quando Ming He estava prestes a atravessar os portões.

O guarda, um homem de trinta e poucos anos, com cultivação no quinto nível do Refinamento de Qi, permanecia rígido à frente do portão de sândalo púrpura dourado. Seu semblante era severo enquanto bloqueava seu caminho com a mão estendida, sua voz alta e autoritária.

Ming He olhou para ele, surpresa ao notar que as memórias da dona original incluíam aquele homem. Ela o lembrava, mas claramente ele não a reconhecia.

Que absurdo.

Um leve sorriso irônico curvou seus lábios.

— Sou Ming He — declarou.

Ela era a quinta filha do clã Su, ainda que de uma linha lateral, e esse simples guarda nem a reconhecia. Quão baixa seria sua posição!

— Ming He? Quem é essa? — o rosto do guarda se contorceu em confusão, sua impaciência evidente. — Nunca ouvi falar de você. Se não tem convite, saia do caminho. O Clã Su não é lugar para entrar assim, de qualquer jeito.

Incapaz de sentir seu nível de cultivação, o guarda assumiu que ela era uma pessoa comum querendo audiência, e falou sem nenhum respeito.

— Você não conhece o nome da quinta filha do Clã Su? — Ming He ficou realmente surpresa. A dona original seria tão insignificante dentro do clã?

Não era de se espantar que ela tivesse tanta determinação para se afastar da família. Depois de ser mandada de volta, sua personalidade mudou drasticamente, e ela passou a ver seu irmão legítimo mais velho, Su Cheng Feng, como um inimigo mortal.

— A quinta filha? — o guarda zombou, com voz carregada de desprezo. — Uma filha de criada não merece ser chamada de dama, não é? — Ele riu, mas seu divertimento esmoreceu ao notar o brilho frio nos olhos de Ming He. Sua voz vacilou ligeiramente ao perguntar: — Você é mesmo a quinta filha?

Mas a quinta filha não deveria estar na Seita Liu Yun como discípula da seita externa? O que ela estava fazendo aqui?

Um lampejo de medo cruzou seu rosto. Apesar de ter falado com ousadia, ser ouvido por ela poderia lhe trazer problemas.

Contudo… O guarda analisou Ming He e percebeu os leves traços de energia espiritual ao seu redor. Lembrou-se de que, embora a quinta filha tivesse sido aceita na Seita Liu Yun como discípula externa, ela só alcançara o primeiro nível do Refinamento de Qi depois de entrar.

Agora, cinco anos depois, com talento mediano, seu nível de cultivação não podia ser muito alto — no máximo, estaria no terceiro ou quarto nível do Refinamento de Qi.

Nesse nível, até ele poderia dominá-la.

Que diferença fazia ser a quinta filha? Uma linha lateral sem apoio materno — certamente o líder do clã não dava valor a ela. Se ele a humilhasse hoje, a esposa do líder do clã poderia até recompensá-lo.

Com esse pensamento, o medo do guarda desapareceu, e sua arrogância usual voltou.

— Você diz que é a quinta filha? Tem alguma prova?

— Prova? — os lábios de Ming He se curvaram num sorriso tênue, seu tom calmo e impenetrável. — Que tipo de prova você quer?

— Prova de que você é mesmo a quinta filha — o guarda respondeu, encorajado pela falta de resistência dela. — Se não puder mostrar, saia do caminho e espere o líder do clã ou o jovem mestre aparecer.

Ele decidira deixar Ming He do lado de fora, negando-lhe a entrada.

Ming He olhou para ele, notando sua postura arrogante, mãos na cintura, e não pôde evitar soltar uma leve risada. Empunhando sua espada, preparou-se para agir.

Ela não era Su Ming He, mas a pessoa à sua frente era indiscutivelmente ela mesma. Tendo alcançado o quarto nível do Espírito Guia, não iria tolerar insultos, especialmente de alguém mais fraco.

Como poderia deixar passar?

— Bang! —

Com um chute rápido, o guarda, que se mantivera altivo, caiu no chão de rosto para baixo, suas vestes imaculadas de guerreiro agora cobertas de poeira e desalinhadas. Ele se levantou às pressas, o rosto manchado de sujeira, e rugiu furioso:

— Prendam essa encrenqueira do Clã Su!

E daí que ela era a quinta filha? Se ousasse atacá-lo, ele faria questão de que pagasse por isso.

O rosto do guarda se transformou num sorriso cruel enquanto observava os outros cercarem Ming He, sua satisfação e maldade claras em seus olhos.

Ming He apoiou-se casualmente na espada e disse em tom arrastado:

— Sou a quinta filha do Clã Su. Você ousa me tocar sem pensar nas consequências?

— Isso… — um dos guardas hesitou.

— O que está acontecendo aqui? — uma voz suave chamou do interior do clã.

Ming He ergueu o olhar, seu sorriso se alargando ao reconhecer o recém-chegado. Voltou-se para o guarda problemático e sorriu levemente, seus lábios formando silenciosamente as palavras:

— Você está acabado.

Ela não era de deixar as coisas para lá.

— Xiao He, quando você voltou? Pensei que não voltaria ao clã este ano — a voz calorosa se aproximou, tingida de surpresa ao avistar Ming He.

Depois, com um toque de confusão, acrescentou:

— Xiao He, por que não entra? O que está fazendo aí parada? E essas pessoas…

O homem se aproximou com passo firme, vestido de branco e exalando a graça de um nobre — ninguém menos que Su Cheng Feng.

— Irmão — disse Ming He, seu sorriso mudando para uma expressão de ferida fingida enquanto encontrava o olhar horrorizado do guarda. — Eles não me deixaram entrar e me insultaram.

Su Cheng Feng parou.

— O que eles fizeram com você? — sua voz se endureceu de raiva.

— Ah, nada demais. Só o de sempre sobre minha origem e a reputação da minha mãe, e eles bloquearam meu caminho — respondeu Ming He, enrolando uma mecha de seus cabelos escuros com ar de indiferença. — Mas já resolvi com ele. Se quiser ajudar, expulse-o do Clã Su.

— Expulsar do Clã Su? — Su Cheng Feng hesitou, a expressão dividida. — Os guardas são admitidos por provas; não seria certo demiti-lo sem motivo.

Ele considerou as conexões do guarda, tentando acalmar a situação.

— Xiao He, eu vou discipliná-lo. Vamos deixar isso pra lá, tudo bem?

— Deixar pra lá?

Ming He encontrou seu olhar, os lábios se abrindo levemente enquanto falava com firmeza inabalável:

— Não.

Todos devem arcar com as consequências de suas ações. Ela tinha razão e força, e não recuaria.

Su Cheng Feng pausou, estudando-a por um longo momento antes de se voltar para o guarda, a voz endurecida:

— Reúna suas coisas e vá embora.

— Jovem Mestre! — protestou o guarda, a voz carregada de desespero. — Eu sou discípulo do Terceiro Ancião—

— Não me faça repetir — interrompeu Su Cheng Feng, com voz severa.

— Sim — murmurou o guarda, lançando um olhar venenoso a Ming He antes de sacar a espada e desaparecer.

Ming He riu levemente, passando por Su Cheng Feng e caminhando com confiança em direção ao pátio que lhe parecia tão familiar, embora fosse a primeira vez ali. Movia-se com a facilidade de quem retorna para casa.

Casa?

Ming He zombou por dentro. Olhou para Su Cheng Feng, que caminhava ao seu lado, e perguntou casualmente:

— Irmão, tem mais alguma coisa?

— Xiao He, não esperava que isso acontecesse — disse Su Cheng Feng, com voz carregada de arrependimento. — Queria que você voltasse porque sua cerimônia de maioridade será em alguns dias, marcando seu décimo oitavo aniversário.

— Segundo as regras do clã, a cerimônia de maioridade é geralmente realizada por familiares, por isso espero que você volte para o clã.

A cerimônia de maioridade.

Ming He parou, lembrando que quando chegou, o corpo original tinha apenas dezessete anos. Consumida pelo ciúme e por um sentimento de desigualdade, ela recusara o convite de Su Cheng Feng para voltar ao clã. Enquanto cultivava no pátio da seita externa da Seita Liu Yun, sucumbira a uma anomalia de cultivação e morrera.

Ela percebeu que já estava naquele mundo há quase um ano.

Um ano, dezoito anos de idade, Espírito Guia Quarto Nível.

Ming He olhou para o céu, ainda vasto e claro, com nuvens flutuantes. No mundo da cultivação, não havia costumes mundanos como a cerimônia de coroação para homens aos vinte anos ou a cerimônia de prender o cabelo para mulheres aos quinze. Em vez disso, ambos os sexos passavam pela cerimônia de maioridade aos dezoito anos.

Ter a cerimônia significava que ela era considerada adulta.

Em muitos aspectos, a idade adulta cortava os laços com a família, especialmente para alguém como o corpo original, que era filho de uma concubina.

— É mesmo? — respondeu Ming He com um sorriso calmo e levemente divertido. — Então, o clã já preparou a cerimônia para mim?

A cerimônia de maioridade de uma concubina normalmente exigia pouca preparação, mas agora ela era discípula herdeira do Mestre da Seita Liu Yun. Duvidava que Su Cheng Feng tivesse escondido isso do clã.

Além disso, pelo jeito de Su Cheng Feng, ele claramente estava tentando conquistá-la.

Então, quem disse que o pai do Herói Dragão era comum? Talvez limitado pelo talento e pela cultivação, ele não alcançasse grandes alturas, mas sua posição como jovem mestre do clã era, sem dúvida, segura.

Sua meia-irmã, antes medíocre e indiferente, nunca a suprimiu, e agora que havia ascendido, não demonstrava ciúmes ou inferioridade. Não era de se admirar que o Clã Su se tornasse o principal entre as quatro grandes famílias de Qing Shi em poucas décadas.

Porém, Qing Shi era pequena demais, e ela não tinha desejo de ficar, nem por um instante.

Então, continuaria mantendo distância.

Como o corpo original, ela preferia uma relação morna, e achava isso perfeitamente aceitável.

— Ainda não — respondeu Su Cheng Feng, caminhando ao seu lado. — Mas dei ordens para preparar tudo no dia em que voltei ao clã.

— Já avisei o pai, e os outros três clãs enviarão representantes para sua cerimônia. Tenho certeza de que Xiao He terá uma cerimônia de maioridade satisfatória.

— Entendo. — Ming He assentiu, reconhecendo. — Então, se não houver mais nada, vou descansar agora.

— Certo. — Su Cheng Feng a observou, sentindo de repente uma estranheza, como se a irmã tivesse se tornado outra pessoa em algum momento.

Mas se ela havia mudado ou não pouco importava para ele. O que valia era como sua identidade atual e cultivação poderiam beneficiar a família.

Os olhos de Su Cheng Feng brilharam com cálculo enquanto observava a figura dela se afastar. Ele estava no Espírito Guia Sétimo Nível, tendo rompido apenas dois pequenos reinos em um ano. Ainda assim, Su Ming He saltara do Refinamento de Qi para Espírito Guia. Alguém como ela, com o sangue do Clã Su correndo nas veias, precisava ser mantida e feita para contribuir com a família.

Ming He não se importou com os pensamentos de Su Cheng Feng. Depois de falar, empurrou a porta e entrou no pátio, fechando-a atrás de si.

A disposição do prédio era simples. As memórias do corpo original de mesas quebradas e móveis antigos haviam sido substituídas por peças novas, limpas e sem poeira. As folhas caídas foram varridas e a poeira limpa — estava claro que alguém havia arrumado tudo antes da chegada dela.

Quanto a quem dera as ordens? Ming He nem precisou pensar para saber a resposta: Su Cheng Feng.

Infelizmente, não fora o suficiente.

Ming He pousou a mão na mesa, onde um vaso de porcelana servia de decoração. Como suspeitava, sentiu uma fina camada de poeira ao lado do vaso.

Sorriu, limpando a poeira antes de sentar-se de pernas cruzadas. Ignorando esses detalhes triviais e alheios à cultivação, puxou vários anéis de armazenamento do bolso e começou a contar seus tesouros, os olhos estreitando-se de prazer.

O primeiro anel pertencia ao Açougueiro da Mão Sangrenta. Ela abriu o anel e sondou com o sentido espiritual, quase ficando cega pelas pedras espirituais reluzentes dentro.

Eram tantas!

A garota de azul não pôde deixar de sorrir, genuinamente feliz. Finalmente era rica, não mais uma pobretona.

Ming He controlou seu coração, forçando o olhar a se afastar da montanha de pedras espirituais para observar outra coisa. Foi quando viu um pedaço de… pano rasgado?

O que seria aquilo?

Ming He puxou o tecido rasgado, os olhos cheios de curiosidade. Estendeu o pano e examinou-o cuidadosamente, notando algumas manchas borradas de tinta onde podia distinguir vagamente alguns caracteres — seria a Técnica do Controle da Respiração?

Técnica do Controle da Respiração.

Ao ver esses três caracteres, Ming He não pôde evitar tocar o pingente de jade no pescoço. O pingente era uma peça comum, grosseira na feitura e com um padrão vago, mas dizia-se, como Qin Chu Yi mencionara, que era indetectável pelo sentido espiritual.

Após retornar à Seita Liu Yun, ela visitara a biblioteca para investigar e encontrara a resposta numa página antiga e danificada: o material do pingente de jade deveria ser Pedra da Reunião Espiritual.

Como o nome indica, Pedra da Reunião Espiritual é usada para ocultar a presença e evadir os sentidos espirituais. Registros históricos dizem que é um material de fabricação extremamente raro da antiguidade.

O pingente no pescoço dela não era inteiramente feito dessa pedra, mas até mesmo usar sobras era suficiente para escapar da detecção de Qin Chu Yi e da antiga besta feroz, Kui.

O pingente a aceitara como mestra, provavelmente durante os três meses que passou nas Montanhas Liu Yun, quando sangue de seu rosto pingava sobre o pingente enquanto era caçada por uma fera após colher a Erva em Forma de Espada.

Ming He refletiu, olhando para o pano rasgado. A Técnica do Controle da Respiração tem três níveis: o primeiro é Controle da Respiração, o segundo é Fechamento dos Acupontos, e o terceiro é Evaporação da Sombra.

Seguindo os caracteres borrados para baixo, Ming He notou as palavras “Volume Superior” no canto inferior direito.

Volume Superior da Técnica do Controle da Respiração — então haveria Volumes Médio e Inferior?

Ela riu baixinho, guardou o pano e começou a cultivar. Controle da Respiração envolve ocultar a presença; não sabia se era graças à ajuda do pingente de jade ou à sua compreensão excepcional, mas ao revisar mentalmente apenas uma vez e abrir os olhos, já dominava o primeiro nível. Num instante, sua presença ficou calma, desaparecendo gradualmente no ar.

Se alguém dependesse apenas do instinto, talvez ninguém notasse que ainda havia uma pessoa ali naquele momento.

No entanto, deveriam existir limitações na cultivação; quanto maior o nível do oponente, menos eficaz seria a Técnica do Controle da Respiração.

Faz sentido que o Açougueiro da Mão Sangrenta pudesse escapar repetidamente das buscas e ataques dos anciãos da seita graças aos efeitos dessa técnica.

Segundo Nível da Técnica do Controle da Respiração: Fechamento dos Acupontos.

Ming He olhou para a descrição no pano e imediatamente lembrou do gato preto que encontrou com Qin Chu Yi na caverna. No momento em que ele simplesmente chamou, ela sentiu-se presa e incapaz de se mover; aquela sensação afetava sua alma e a influenciava pelo som.

Então, depois, ela fechou temporariamente sua audição para evitar a influência e conseguiu capturar o gato preto.

Embora o gato tenha sido salvo depois por outra pessoa.

Ela buscou em todos os registros da biblioteca da Seita Liu Yun sobre aquele som, sem descobrir nada — se era uma técnica secreta ou habilidade inata do gato preto, isso estava além de sua compreensão.

Mas precisava entrar novamente na caverna e prometera a Qin Chu Yi que recuperaria aquele artefato espiritual em forma de estrela, e inevitavelmente teria que enfrentar o gato preto.

Apesar de já tê-lo derrotado uma vez, não estava confiante de que conseguiria novamente.

Porque o tempo para fechar a audição não podia ser longo, e o método era passivo — só podia ser usado uma vez.

Agora, a chegada da Técnica do Controle da Respiração resolveu perfeitamente suas preocupações.

Fechando acupontos e usando energia espiritual especial para bloquear seis pontos, ela podia manter o efeito por bastante tempo e surpreender seus oponentes, aliviando o medo do chamado do gato preto.

Como esperado, perigo e oportunidade sempre chegam juntos.

Ming He suspirou levemente e fechou os olhos, pronta para começar a cultivar.

— Toc, toc, toc — uma série de batidas veio da porta.

Ming He franziu a testa, pensou por um instante, mas levantou-se para abrir.

— Quinta senhorita, o jovem mestre pediu que eu perguntasse se há algo que precise ou alguma tarefa que queira que eu realize. Posso ajudar em qualquer coisa — disse o visitante, vestido de preto e aparentando respeito.

— Não, obrigado. Pode ir — Ming He não sentia necessidade de nada do Clã Su; o que queria, conseguiria por seus próprios meios.

— Não me incomode antes da cerimônia de maioridade — acrescentou.

Seu propósito para voltar ao clã era simplesmente verificar se havia pendências do corpo original que lhe causassem problemas — agora parecia que não havia nenhuma.

Distante e indiferente, longe e frio; ela gostava desse tipo de relação familiar.

— Sim. — A pessoa respondeu respeitosamente e se virou para sair do pátio.

Ming He observou a figura se afastar, fechou o portão do pátio e voltou para seu quarto silencioso, sentando-se de pernas cruzadas novamente.

— Toc, toc, toc! — Um bater curto e firme soou novamente, desta vez carregando um tom de urgência.

Ming He franziu as sobrancelhas e abriu a porta outra vez, levantando os olhos para ver várias jovens vestidas com roupas finas. A que liderava usava um vestido rosa com um enfeite no cabelo; sua aparência elegante era mediana para o mundo da cultivação, mas sua presença estava manchada por uma aura turva; sua cultivação era apenas no Segundo Nível do Refinamento de Qi.

As outras que a seguiam provavelmente tinham o mesmo nível; seu cultivo era medíocre, mas sua postura era esmagadora.

— Su Ming He, ouvi dizer que você foi aceita como discípula herdada pelo Mestre da Seita Liu Yun? — Sua voz era clara, carregada de um insuportável tom de azedume e ciúme.

Ming He entendeu o recado; tinham vindo causar confusão.

Tsc, tsc, elas realmente eram lamentavelmente tolas.

O corpo original fora tolo, Su Cheng Feng fora tolo, e aquelas pessoas à sua frente eram igualmente tolas. Num lugar pequeno como Qing Shi, ela não tinha respeito algum pelo círculo do corpo original, tampouco via algum valor nelas.

— Sim, Segunda Irmã — respondeu Ming He com calma, lançando um olhar indiferente às outras, como quem olha para estranhas.

— Você… — A garota líder parou, confusa com a atitude indiferente. Su Ming He geralmente raramente voltava ao clã e, quando voltava, sempre era arrogante.

Ela se lembrava da última vez que viu Su Ming He, quando ela retornara para casa após se qualificar para sair da Seita Liu Yun por um ano, brilhando de arrogância e vangloriando-se — uma verdadeira manifestação de alguém pequeno se orgulhando do novo status.

Por isso, ao saber que ela voltaria ao clã, trouxera outras pessoas para recuperar seu orgulho. Se conseguisse causar confusão, como a mãe dela sugerira, o resto se resolveria naturalmente depois.

Embora fossem todas concubinas, o sangue que corria nelas era sangue Su. Mesmo que Su Ming He tivesse um status elevado agora, feri-las não acabaria bem para ela dentro da família.

A garota de vestido rosa tinha talento medíocre, sequer possuía a qualificação para entrar na Seita Liu Yun, e naturalmente não reconhecia a importância do Mestre da Seita Liu Yun para o Clã Su, nem entendia que Ming He detinha um status extraordinário — um status pelo qual até mesmo o jovem mestre da família, Su Cheng Feng, precisava se aproximar.

Incluindo sua suposta mãe, atual matriarca do Clã Su e mãe biológica de Su Cheng Feng.

— Se Segunda Irmã não tem mais assuntos, tenho negócios com meu irmão, então me retiro. — Ming He sabia que havia muitas distrações no Clã Su, tornando o local inadequado para uma cultivação focada.

Interrompida, decidiu perguntar a Su Cheng Feng quando seria a cerimônia de maioridade; quanto antes feita, mais cedo poderia voltar para a seita.

Depois de aceitar a missão de caçar o Açougueiro da Mão Sangrenta, ela ganharia quinhentos pontos de contribuição. Somados aos quatrocentos anteriores e mais cem pontos extras por ser discípula herdada neste mês, teria exatamente mil pontos de contribuição — o suficiente para trocar pela Arte da Espada Nebulosa, que dizia ajudar a compreender verdadeiramente o intento da espada do céu e da terra.

Além disso, ela também assumira tarefas para colher a erva espiritual, a madeira Guixuan, matar a besta de fogo para obter seu núcleo interno e a besta alada Xuan para suas penas espirituais; poderia passar pelas Montanhas Liu Yun no caminho de volta à seita para ganhar mais quatrocentos pontos de contribuição.

Ming He pensou nos pontos de contribuição que ainda ganharia, sentindo-se satisfeita, e percebeu que os jovens à sua frente não eram totalmente inúteis. Pelo menos, eles reforçavam seu desejo de voltar à seita o quanto antes.

Ainda faltavam três meses para a abertura da caverna, e fazia quase um mês desde que ela fora atrás do Açougueiro da Mão Sangrenta e retornara ao clã, restando-lhe mais de dois meses — precisava encontrar maneiras de aumentar sua força.

Com esse pensamento, Ming He passou confiante pelo grupo de potenciais encrenqueiras, dirigindo-se para o pátio de Su Cheng Feng guiada pelas memórias, deixando para trás um perfil elegante e indiferente.

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Capítulo 27: O Clã Su na Pequena Cidade
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Ming He sempre acreditou que havia entrado em um mundo de cultivo, apenas para descobrir que, na verdade, tinha pisado no roteiro do imparável Herói Dragão (Long Aotian,...

Chapters

  • Capítulo 30: Por Que Praticar Espada
  • Capítulo 29: Nível Seis do Espírito Guia
  • Capítulo 28: Cerimônia de Maioridade
  • Capítulo 27: O Clã Su na Pequena Cidade
  • Capítulo 26: Açougueiro Mão de Sangue
  • Capítulo 25: Escalando o Muro
  • Capítulo 24: O Surgimento da Morada na Caverna
  • Capítulo 23: Arte da Espada Nebulosa
  • Capítulo 22: Irmãos e Irmãs Seniores
  • Capítulo 21: Aquele Raio de Luz
  • Capítulo 20: A Um Fio da Morte
  • Capítulo 19: Você é a Única
  • Capítulo 18: Vamos
  • Capítulo 17: Três Meses Depois
  • Capítulo 16: Um Encontro Inesperado
  • Capítulo 15: Armas Inatas
  • Capítulo 14: Tornando-se uma Discípula Herdeira
  • Capítulo 13: Compreendendo a Intenção da Espada
  • Capítulo 12: Cavalgando o Vento e Pisando nas Nuvens
  • Capítulo 11: Cercada e Espancada
  • Capítulo 10: Avanço Suave
  • Capítulo 9: Grande Competição da Seita Externa
  • Capítulo 8: Encontro Novamente
  • Capítulo 7: A Primeira em Cem Anos
  • Capítulo 6: O Duelo de Vida ou Morte
  • Capítulo 5: Oitavo Nível do Refinamento de Qi
  • Capítulo 4: Erva em Forma de Espada
  • Capítulo 3: Voo rumo à Seita Liu Yun
  • Capítulo 2: A Mulher de Branco
  • Capítulo 1: O Enredo se Desenha

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