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Antidote

Capítulo 56

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🟡 Em breve

O comentário aparentemente casual de Jiang Yuduo sobre domar uma águia deixou Cheng Ke atordoado por um longo tempo. Domar águias era um assunto com o qual ele estava familiarizado desde a infância. Ele assistiu a documentários e leu vários artigos sobre o assunto.

Para domar a selvageria das águias, elas eram vendadas e colocadas em cordas oscilantes. Elas eta privados de comida, água e sono até ficarem à beira da exaustão. Só então o dono oferecia um pouco de água e um pedaço de carne, tornando a águia obediente.

Cheng Ke lembrou-se de ter assistido a um documentário em que o proprietário levava a águia para caçar coelhos. A águia voaria alto no céu, circulando por um longo tempo. O dono continuaria apitando, mas a águia se recusaria a voltar para o braço do dono. Mesmo depois de “fervidas”, as águias às vezes nunca voltavam durante certas expedições de caça.

Naquele momento, tudo o que Cheng Ke conseguia pensar era: “Voe para longe, não volte…” No entanto, ele não conseguia se lembrar se a águia realmente voou para longe ou voltou.

O desejo de voar para longe e nunca mais voltar permaneceu na mente de Cheng Ke enquanto ele repassava essas lembranças. Ele não conseguia entender a conexão entre esses pensamentos e Jiang Yuduo, ou talvez estivesse com medo de aprofundar essa conexão.

Tudo o que Cheng Ke pôde fazer foi esperar em silêncio que Jiang Yuduo falasse.

“Meu pai costumava trabalhar com águias”, começou Jiang Yuduo, segurando um cigarro aceso e brincando com um isqueiro na mão. Ele ligou e desligou, girando-o entre os dedos. “Ele adorava compartilhar histórias sobre águias fervendo. Não se tratava apenas de domesticar a águia; foi também um teste à força de vontade do mestre, uma batalha entre o homem e a águia.”

“Que tipo de batalha é essa? Deixá-las famintas e privá-las de água?” Cheng Ke franziu a testa. “Forçar alguém a lutar assim é uma batalha sem sentido.”

“Depois disso, ele parou de trabalhar com águias porque isso se tornou proibido”, disse Jiang Yuduo, jogando o isqueiro para o alto. Quando caiu de volta na palma da mão, ele apertou-o com força. “Ele disse que não somos águias, não somos selvagens. Somos apenas cachorrinhos que vão se comportar depois de algumas surras. Não há desafio nisso.”

Cheng Ke virou a cabeça abruptamente e olhou para Jiang Yuduo.

“Mas ele acreditava que essas regras tinham seus méritos”, Jiang Yuduo olhou para suas mãos cerradas. “Escuridão, fome, frio, privação de sono… Qual é o sentido?”

Cheng Ke sentiu uma mistura de medo e raiva crescendo dentro dele.

“Ele disse que quando não tivermos mais medo dessas coisas, não teremos mais medo de nada”, continuou Jiang Yuduo. “Sem medo, nos tornamos invencíveis.”

“Absurdo!” Cheng Ke ergueu a voz. “Esses medos nunca podem ser apagados durante a vida!”

“Sim”, Jiang Yuduo virou-se para ele, sorrindo. “Vivi com medo durante toda a minha vida. Nenhum de nós é invencível. Estou com medo. Tenho medo de tudo.”

“Posso lhe fazer uma pergunta?” Cheng Ke franziu as sobrancelhas.

“Claro”, respondeu Jiang Yuduo.

“Seus pais levaram um tiro?” Cheng Ke perguntou.

“Não sei”, respondeu Jiang Yuduo. “Eles foram capturados.”

Cheng Ke deu um suspiro de alívio, mas a imensa dor e angústia transmitidas pelas poucas palavras de Jiang Yuduo o impediram de se acalmar.

“Por que ele tratou vocês assim, todos vocês?” Cheng Ke perguntou com os dentes cerrados.

“Treinavamos todos os dias e, quando tivesse jogo, jogariamos”, respondeu Jiang Yuduo. “Com outros ‘filhotes’ ou apenas sozinhos.”

“Quem assistia?” Cheng Ke perguntou.

“Não sei. Não consiguia ver ninguém. Estava escuro por toda parte”, respondeu Jiang Yuduo.

“Onde estão as outras crianças?” Cheng Ke perguntou novamente.

“Não sei. Todos nós fomos separados. Não sei para onde eles foram”, disse Jiang Yuduo. “Eles não sabem mais onde estou ou quem sou.”

“E como você veio parar aqui?” Cheng Ke hesitou antes de perguntar.

“Peguei um ônibus. Entramos e saímos um por um e foi uma longa viagem”, explicou Jiang Yuduo

“Você está sozinho? E quanto aos outros? Eles são apenas crianças. A polícia não pode cuidar deles”, Cheng Ke expressou preocupação.

À menção da palavra “polícia”, as mãos de Jiang Yuduo se apertaram e os nós dos dedos ficaram pálidos. Ele falou suavemente: “Eles não podem mais machucar ninguém”.

“O que?” Cheng Ke ficou surpreso.

“Não era isso que você queria saber? Sobre minha infância”, perguntou Jiang Yuduo, olhando para Cheng Ke com um sorriso.

Cheng Ke permaneceu em silêncio.

“Vou sair por um momento”, disse Jiang Yuduo, abrindo a porta do carro e saindo antes que Cheng Ke pudesse responder. Ele ficou na calçada em frente ao carro.

Cheng Ke ficou dentro do carro, observando-o atentamente.

Jiang Yuduo ficou parado no vento, vestindo apenas uma camiseta e sem casaco. No entanto, ele parecia completamente à vontade. Ele não mostrou nenhum sinal de desconforto por causa do frio – nenhuma postura rígida, nenhum encolher de ombros ou enrugar o pescoço que a maioria das pessoas exibiria naquele tempo. Ele até acendeu um cigarro.

Cheng Ke se lembra de ter lutado para acender um cigarro no vento forte, quase enlouquecendo. A habilidade de Jiang Yuduo de acender um cigarro nessas condições era algum tipo de habilidade extraordinária?

Cheng Ke acendeu um cigarro e deu uma tragada, observando Jiang Yuduo, que também segurava um cigarro ao vento.

Nunca pergunte novamente.

Nunca mais pergunte.

Ele não queria ouvir mais nada sobre o passado de Jiang Yuduo.

Mesmo que Jiang Yuduo falasse no tom mais simples e calmo, como se estivesse narrando a história de outra pessoa, Cheng Ke não suportava aceitar.

Quando Cheng Ke costumava sair com Liu Tiancheng e os outros, ele frequentemente ouvia histórias estranhas sendo compartilhadas casualmente. Ele normalmente apenas ouvia essas histórias sem fundamento, perguntando-se se eram verdadeiras ou simplesmente anedotas exageradas, destinadas a se gabar nos cantos invisíveis.

Mas o que Jiang Yuduo acabara de revelar causou arrepios na espinha. Mesmo com o aquecedor do carro ligado, sentado ali, ele ainda sentia uma sensação de desesperança.

Sim, era mais desespero do que medo e raiva.

Jiang Yuduo não estava mais preso no lugar que lhe trouxe desespero. Já se passaram dez anos desde que ele saiu de lá. Ele havia retornado ao mundo real, um mundo onde podia comer, dormir e beber livremente.

No entanto, ao observá-lo parado ao vento, fumando um cigarro, Cheng Ke não conseguiu sentir nenhum relaxamento de Jiang Yuduo.

As cicatrizes e traumas gravados em seu corpo não desapareceram. Ele respirou o ar deste mundo, mas pode não sentir verdadeiramente sua realidade.

Depois de fumar dois cigarros, Cheng Ke abriu a porta do carro, voltou, pegou o casaco de Jiang Yuduo no porta-malas e saiu do carro.

Fogos de artifício ainda iluminavam o céu noturno, com várias formas deslumbrantes iluminando uma após a outra. Mesmo depois de desaparecerem, suas pós-imagens brilhantes permaneciam na visão de alguém.

Vários enormes fogos de artifício em forma de anel subiram ao céu noturno simultaneamente, iluminando instantaneamente os arredores e provocando aplausos dos espectadores.

Cheng Ke assistiu aos fogos de artifício e caminhou até o lado de Jiang Yuduo.

“Coloque seu casaco”, disse ele, entregando a roupa com um leve tremor na mão.

“Não estou com frio…” Jiang Yuduo virou o rosto, mas quando viu que estava vestindo apenas um suéter de lã, franziu a testa e aceitou o casaco, permitindo que Cheng Ke o ajudasse a vesti-lo primeiro.

“Coloque-o mesmo que não esteja com frio”, insistiu Cheng Ke. “Você parece com frio.”

“Tudo bem”, Jiang Yuduo concordou, pegando o casaco e fechando o zíper até o topo.

“Olhe os fogos de artifício”, Cheng Ke disse, olhando para a exibição. “Eles devem estar quase acabando. Há enormes fogos de artifício acontecendo agora.”

“Eu… estou com um pouco de medo”, confessou Jiang Yuduo.

“Do que você tem medo?” Cheng Ke colocou a mão no ombro de Jiang Yuduo, ficando cara a cara com ele e falando baixinho.

“Eu não deveria te contar isso”, Jiang Yuduo franziu a testa. “Você não deveria saber.”

“Não importa”, Cheng Ke o tranquilizou. “Vou esquecer, não vou lembrar.”

“Mas eu vou”, respondeu Jiang Yuduo.

Cheng Ke não disse nada, apenas olhou para o rosto dele.

Jiang Yuduo se afastou da luz dos fogos de artifício, mas o brilho colorido ainda lançava brilho em seu perfil. Cheng Ke notou as pequenas manchas brilhantes nos cantos dos olhos e o leve tremor dos cílios.

“Tudo o que você disse será esquecido”, disse Cheng Ke, passando o braço esquerdo em volta do ombro de Jiang Yuduo e sussurrando em seu ouvido. “Minha avó me disse que se você revelar um segredo, ele será levado pelo vento.”

“Eu me lembro”, Jiang Yuduo inclinou-se levemente contra ele, abaixando a cabeça para apoiar o queixo no ombro de Cheng Ke. “Eu me lembro muito. Sempre pensei que não conseguia me lembrar de tanta coisa.”

Cheng Ke permaneceu em silêncio. Ele não conseguia oferecer conforto aos outros, muito menos descobrir como consolar Jiang Yuduo em seu estado atual.

Tudo o que ele pôde fazer foi dar tapinhas nas costas de Jiang Yuduo de cima a baixo.

“Lembro que matei muitos animais pequenos”, confessou Jiang Yuduo. “Pegamos gatos e cães vadios.”

A mão de Cheng Ke tremia, mas ele continuou a dar tapinhas nas costas de Jiang Yuduo.

De repente, ele entendeu por que Jiang Yuduo havia brigado com ele por causa de um gatinho na lata de lixo.

“Eu realmente gosto da Meow”, disse Jiang Yuduo. “Mas às vezes também tenho medo dele. Tenho medo de tudo — medo do cinza, medo do escuro…” Ele fez uma pausa.

“Você tem medo de elfos?” Cheng Ke perguntou.

Jiang Yuduo hesitou por um momento, depois sorriu e acenou com a cabeça. “É um elfo do lixo?” (o Cheng Ke)

“Sim”, confirmou Cheng Ke.

“Não tenho medo”, respondeu Jiang Yuduo.

“Isso é bom”, Cheng Ke deu um tapinha na nuca. “Vamos ver as lanternas.”

“Tudo bem”, concordou Jiang Yuduo.

Cheng Ke virou a cabeça para o lado, contemplou por alguns segundos e depois beijou o lóbulo da orelha de Jiang Yuduo. Ele gentilmente mordeu o lóbulo da orelha com os lábios e recuou de brincadeira.

“Isso é tão fofo”, ele comentou.

“Que diabos você está falando?”

Jiang Yuduo ficou surpreso por um momento, mas depois caiu na gargalhada, tossindo no processo.

“Entre no carro”, Cheng Ke empurrou-o de brincadeira, virou-se e dirigiu-se ao veículo.

“Você pode ser um idiota às vezes”, comentou Jiang Yuduo por trás.

“Você”, Cheng Ke se virou e apontou para ele: “Tenha cuidado com suas palavras. Acredite ou não, vou lutar com você agora mesmo.”

“Eu não disse isso”, Jiang Yuduo se aproximou, tirou o casaco e entrou no carro. Ele sentou-se no banco do motorista e acrescentou: “É você quem está sem um braço e vou deixar você me bater com as quatro patas”.

“Onde você vai conseguir mais dois?” Cheng Ke riu e entrou no carro.

“Chen Qing”, afirmou Jiang Yuduo solenemente.

“A propósito, vamos nos apressar”, Cheng Ke pegou seu celular, “prometi enviar a ele uma foto das lanternas”. De fato, havia uma mensagem de Chen, o entusiasta de carros, no número 139XXXXXXX em seu telefone.

– Ge! E as lanternas?

Cheng Ke colocou o telefone para fora da janela do carro, tirou uma foto das lanternas da rua e a enviou.

Dois segundos depois, Chen, o entusiasta de carros, em 139XXXXXXXX respondeu à mensagem.

— Vocês foram ver as lanternas?

Cheng Ke sorriu.

— Acabamos de assistir aos fogos de artifício na beira da estrada. Agora vamos ver as lanternas. Espere.

— Onde estavam os fogos de artifício? Você tirou foto? Tudo o que pude ver de casa foi a ponta de um fogo de artifício.

— Não tirei.

— Qual é a utilidade então? Se você não tira dotos enquanto assiste aos fogos de artifício, de que adianta assistir?

Cheng Ke não respondeu à mensagem.

Ele nem assistiu completamente aos fogos de artifício desde que Jiang Yuduo começou a falar sobre essas coisas. Era como se ele não tivesse visto nada.

Pelo canto do olho, ele olhou para Jiang Yuduo, que dirigia em direção à praça. Ele parecia bastante calmo, ao contrário de sua reação intensa ao discutir essas coisas anteriormente.

Cheng Ke não sabia se era porque Jiang Yuduo estava consultando um psiquiatra ou se havia outro motivo por trás disso.

Os dois estavam sentados no carro, parecendo estar de bom humor. No entanto, Cheng Ke sabia que só conseguiria forçar um sorriso durante a noite.

Depois de ouvir sobre essas coisas, ele não tinha certeza de que tipo de humor poderia ter enquanto olhava para as lanternas.

Jiang Yuduo parecia estar em um estado melhor do que ele, talvez porque essas memórias estivessem gravadas em sua mente por muitos anos. Depois de encontrar uma vaga de estacionamento perto da praça e compartilhá-la com outro carro de duas portas de tamanho similar, Jiang Yuduo parecia animado ao sair do carro.

“Esta vaga de estacionamento é perfeita para este carro.”, comentou alegremente o dono do outro carro de duas portas.

“Sim”, Jiang Yuduo assentiu.

Cheng Ke olhou para os dois carros pequenos lado a lado no estacionamento e sentiu seu humor melhorar um pouco. Ele teve vontade de rir.

“Depois de vermos as lanternas, vamos convidar Chen Qing e meus irmãos mais novos para jantar”, sussurrou Jiang Yuduo no ouvido de Cheng Ke. “Você gostaria de se juntar a nós?”

“O que você quer comer?” Cheng Ke perguntou.

“Churrasco. Nos reuniremos para um churrasco, uma escolha tradicional, sem inovações”, sugeriu Jiang Yuduo.

“Tudo bem”, Cheng Ke assentiu.

Jiang Yuduo sorriu e apontou para uma luz brilhante e proeminente à frente. “É ali”, disse ele.

“São tantos”, observou Cheng Ke, olhando para a praça e as ruas ao redor adornadas com lanternas de várias cores e tamanhos. À distância era difícil discernir suas formas, mas era como se estivesse sendo engolido por um vasto mar de lanternas.

“Você já esteve aqui antes?” Jiang Yuduo perguntou.

“Não”, respondeu Cheng Ke. “Raramente participo deste tipo de festividade.”

“Deixe-me comprar uma lanterna para você”, sugeriu Jiang Yuduo. “E você pode me comprar uma também. Eu já soltei com Chen Qing antes, foi assim que fizemos.”

“Você e Chen Qing…” Cheng Ke estalou a língua. “Se eu não conhecesse seu relacionamento, definitivamente pensaria que vocês são um casal.”

“Isso não é possível”, Jiang Yuduo virou a cabeça para olhar para ele. “Sim…”

“Não se preocupe, não terei ciúmes de Chen Qing. Não terei nenhum pensamento, mesmo que vocês dois se deitem na cama e se abracem”, brincou Cheng Ke.

“Vá se foder, cara”, Jiang Yuduo deu um soco de brincadeira em seu braço. “Pare de dizer essas coisas. Receio ver Chen Qing mais tarde e querer espancá-lo.”

“Se eu não dissesse essas coisas, você ainda iria bater nele”, suspirou Cheng Ke. “Chen Qing não é uma pessoa fácil.”

A praça estava lotada de pessoas, todas vindas de áreas próximas, a cem ou duzentos metros do display das lanternas.

Cheng Ke tirou fotos de várias lanternas com seu telefone, sem prestar muita atenção ao enquadramento e foco, já que só tinha uma mão. Ele simplesmente tirava fotos sempre que tinha a moldura à vista.

Lanternas de animais, lanternas de flores, lanternas de inundação, lanternas abstratas… Não importava o tipo, havia aglomerados de pessoas na frente de cada um, desconsiderando a presença uns dos outros e posando em direções diferentes para suas câmeras.

“Você pode tirar uma foto para mim?” Jiang Yuduo pediu.

“Claro”, Cheng Ke assentiu, ligeiramente surpreso com o pedido de Jiang Yuduo. “Onde devo atirar?”

“Aquela lanterna de gato grande”, apontou Jiang Yuduo. “Não parece a Meow?”

“A Meow eé uma gata cinza e branco. Este é um gato laranja…” Cheng Ke olhou para ele. “Você não está com pena da Meow? Depois de criá-la por tanto tempo, eu nem saber a cor do pelo?”

“Eu quis dizer o maneirismo!” Jiang Yuduo esclareceu.

Cheng Ke olhou novamente para a grande lanterna laranja do gato. Para ser honesto, era muito feia, sem falar em ter algum maneirismo. Só depois que Jiang Yuduo mencionou que era um gato ele percebeu que não era um urso.

“Vamos”, Cheng Ke ergueu o telefone, mas Jiang Yuduo já estava cercado por um grupo de pessoas. Ele não sabia onde Jiang Yuduo se encaixaria depois de passar. “Você…”

Antes que pudesse encontrar um lugar para Jiang Yuduo, Jiang Yuduo já havia entrado no enquadramento da câmera, posicionando-se na vanguarda. Ele fechou o zíper da jaqueta, esticou os braços para os lados, abriu as pernas e assumiu uma postura ampla.

Embora a pose parecesse extremamente boba, deve-se dizer que, uma vez que ele assumiu essa postura ampla, as pessoas atrás dele ficaram sem espaço.

“Miau!” Jiang Yuduo gritou.

Cheng Ke apertou o obturador, tirando uma foto de Jiang Yuduo com uma grande expressão “O” no rosto.

“Deixe-me ver”, Jiang Yuduo se apressou.

Cheng Ke não pôde deixar de dizer: “Vamos tirar outra foto”.

“Está bem. Contanto que eu esteja com você”, Jiang Yuduo pegou seu telefone. “Eu só queria fazer barulho… Tudo bem?”

“Claro”, respondeu Cheng Ke.

“Por que você me fez parecer um idiota?” Jiang Yuduo olhou para ele. “Achei que você fosse um artista. Suas habilidades deveriam ser melhores que as de Chen Qing!”

“Se você miar de novo você é o idiota!” Cheng Ke respondeu.

“Tudo bem”, Jiang Yuduo hesitou. “Mais uma.”

Na frente da tela, Jiang Yuduo assumiu a postura ampla mais uma vez, com algumas pessoas segurando seus telefones na frente dele.

“Por que essa pessoa está aqui de novo?”, exclamou uma mulher irritada prestes a tirar uma foto.

“Estou aqui de novo. Por que você não foi embora?” Jiang Yuduo respondeu, olhando para ela.

A mulher olhou para ele de lado, mas permaneceu em silêncio.

Jiang Yuduo virou a cabeça e olhou para Cheng Ke. “Se apresse! Não vou mais miar! Basta tirar a foto!”

Cheng Ke observou Jiang Yuduo pelas lentes da câmera. Quer fossem suas poses ou expressões durante a sessão de fotos, Cheng Ke percebeu que Jiang Yuduo tinha dificuldade em tirar fotos séria. Na verdade, ele parecia três mil vezes mais tolo ao tentar tirar uma foto adequada em comparação com seus encontros casuais com espelhos.

Cheng Ke tirou a foto, capturando o sorriso travesso de Jiang Yuduo.

“Não”, Jiang Yuduo olhou para o telefone. “Eu… não sei como diabos eu sou assim?”

“Você não sabe tirar boas fotos”, comentou Cheng Ke. “Ou melhor, você não sabe nada sobre isso.”

“Bem, mostre-me um então”, Jiang Yuduo olhou em volta e de repente apontou com entusiasmo para a direita. “Caramba! Essa é para você!”

“O que…” Cheng Ke virou a cabeça na direção que Jiang Yuduo estava apontando e praguejou depois de ter uma visão clara. “Suma!”

Havia uma lâmpada em forma de elfo a cerca de dez metros de distância, à direita. Tinha alguma semelhança com a lâmpada laranja do urso, mas com orelhas pontudas que sugeriam sua identidade de elfo.

“Depressa”, insistiu Jiang Yuduo, dando-lhe uma cutucada. “Pequeno Elfo, vá encontrar seu amiguinho.”

“Você quer dizer, ir procurar fumaça?” Cheng Ke olhou para ele.

“Rápido,” Jiang Yuduo riu. “Deixe-me ver como você tira fotos.”

Desamparado, Cheng Ke ajeitou o casaco, aproximou-se do “pequeno parceiro” segurando seu braço direito e ficou ao lado dele. Ele examinou as fontes de luz ao redor, ajustou o ângulo do rosto e optou por uma luz lateral.

Jiang Yuduo ergueu o telefone. “Entendi! Um dois três!”

Cheng Ke mal ouviu a contagem regressiva e não teve tempo de mostrar qualquer expressão antes de Jiang Yuduo terminar de atirar e acenar para ele. “Bonito! Mais uma!”

“…Conte devagar. Sua velocidade é mais rápida do que não contar”, observou Cheng Ke.

“Tudo bem”, Jiang Yuduo assentiu.

Cheng Ke olhou para o “pequeno parceiro” atrás dele e para as garotas que estavam por perto. Ele se moveu ligeiramente para o lado, com a intenção de pedir a Jiang Yuduo que tirasse uma foto de perfil do amiguinho.

“Sem contagem regressiva!” Jiang Yuduo instruiu.

Cheng Ke sorriu.

“OK!” Jiang Yuduo assentiu.

Quando Cheng Ke estava prestes a olhar as fotos, uma garotinha passou e exclamou: “Uau, que cara lindo!”

Cheng Ke virou a cabeça e olhou para ela.

“Posso tirar uma foto com você?” a menina perguntou, um pouco tímida.

“…Tudo bem”, Cheng Ke hesitou por um momento e assentiu. Ele já havia encontrado situações semelhantes antes, onde meninas queriam tirar fotos depois de suas apresentações.

“Obrigada”, a menina rapidamente ficou ao lado dele e apontou para frente. “Minha amiga está ali.”

Cheng Ke sorriu naquela direção e, dois segundos depois, outra garotinha acenou para ele. “OK!”

“Obrigado, cara lindo!” A garotinha sorriu e correu para se juntar à amiga. As dois se amontoaram, olhando para seus telefones.

Cheng Ke se virou e voltou para Jiang Yuduo. Quando estava prestes a verificar seu telefone, percebeu que Jiang Yuduo estava olhando para as duas meninas com uma expressão descontente.

“O que foi?” Cheng Ke perguntou.

“Você realmente não tem senso de cautela”, disse Jiang Yuduo. “Você vai tirar fotos com qualquer um que peça?”

“Elas são apenas garotas do ensino médio”, suspirou Cheng Ke. “Não há problema em tirar uma foto. Você é ciumento?”

Jiang Yuduo estalou a língua e entregou o telefone a Cheng Ke. “Notei que suas fotos e vídeos sempre parecem ótimas, e você dificilmente tira fotos de outras pessoas neles.”

“Obrigado,” Cheng Ke riu. “Agradeço seu elogio.”

“Que tal…” Jiang Yuduo hesitou por um momento, depois olhou para as garotas próximas. “Deveríamos pedir a elas para tirarem uma foto para nós também?”

“Huh?” Cheng Ke sorriu. “Você não está mais preocupado?”

“Então vamos tirar uma selfie”, Jiang Yuduo mudou rapidamente de ideia, erguendo o telefone e colocando o braço em volta do ombro de Cheng Ke.

Cheng Ke se inclinou, mas antes mesmo que pudesse ver a expressão deles no telefone, Jiang Yuduo já havia pressionado o botão do obturador.

“San Ge”, disse Cheng Ke, impotente. “Por favor, podemos ter algum tempo para nos recompor?”

“Ah, bem, se você diz, vou simplesmente tirar uma foto”, Jiang Yuduo ergueu o telefone novamente. “Eu não tenho muito o que fazer de qualquer maneira. Devo dobrar minhas expressões cuidadosamente para você?”

“Cale-se!” Exclamou Cheng Ke.

Jiang Yuduo ficou em silêncio e olhou para a câmera com Cheng Ke.

Cheng Ke virou a cabeça para Jiang Yuduo, e Jiang Yuduo olhou para ele, então ambos olharam para a câmera.

“É isso?” Jiang Yuduo perguntou.

“Sim”, respondeu Cheng Ke. “Agora, sorria.”

Jiang Yuduo sorriu, mas assim que o sorriso de Cheng Ke começou, o sorriso de Jiang Yuduo já havia desaparecido. Cheng Ke não pôde deixar de exclamar: “Espere!”

Jiang Yuduo ficou surpreso e caiu na gargalhada. “Droga, esqueci.”

Aquele sorriso genuíno e bonito permaneceu no rosto de Jiang Yuduo. Cheng Ke rapidamente levantou a mão e apertou o obturador.

Finalmente, ele conseguiu capturar uma imagem normal de Jiang Yuduo. Ele verificou a foto no telefone de Jiang Yuduo e a enviou para seu próprio dispositivo.

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Capítulo 56
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Cheng Ke largou o emprego e mudou-se da casa de sua família rica em busca das artes.

Ele é um pintor que cria peças de arte deslumbrantes usando areia.

Ele se torna o inquilino de...

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  • EXTRA 2
  • EXTRA 1
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  • Capítulo 98
  • Capítulo 97
  • Capítulo 96
  • Capítulo 95
  • Capítulo 94
  • Capítulo 93
  • Capítulo 92
  • Capítulo 91
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  • Capítulo 89
  • Capítulo 88
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