Capítulo 84 - Descoberta - 05
‘Tum!’
Naquele momento, um som abafado veio de algum lugar, como um soco forte, atingindo pesadamente os corações de Ye Huairui e Jia’er.
Jia’er estremeceu toda, quase soltando um grito.
Felizmente, no momento crítico, ela manteve a compostura e rapidamente cobriu a boca, deixando escapar apenas um gemido que soou como um soluço.
“Shh!“
Ye Huairui se virou e fez um gesto de ‘silêncio’ para a garota, abaixando a voz para avisar:
“Não entre em pânico, não fale alto!”
Jia’er cobriu a boca e assentiu freneticamente no escuro.
No segundo seguinte, houve mais dois baques surdos: ‘tum’, ‘tum’.
Desta vez, ambos entenderam.
Alguém estava tentando arrombar a porta dos fundos.
“Eles estão vindo!”
Jia’er virou a cabeça, olhando para o corredor que levava à cozinha, com o rosto cheio de terror.
Nesse momento, todas as luzes um pouco mais brilhantes da casa foram apagadas. Embora não fosse escuro como breu, da perspectiva deles, o corredor era apenas um contorno escuro, como um caminho para o submundo, fazendo com que alguém sentisse um arrepio no coração ao olhar apenas uma vez.
Os baques surdos continuaram a vir, como se as pessoas de fora ainda estivessem tentando entrar, mas estavam bloqueadas pelo armário baixo e pela mesa de jantar, sem conseguir.
As mãos de Jia’er, agarradas ao corrimão da escada, tremiam, e ela mal conseguia controlar a vontade de correr escada acima.
Depois de mais alguns segundos, as batidas pararam.
Jia’er perguntou com a voz trêmula: “…Eles foram embora?”
Entretanto, o som seguinte destruiu completamente sua esperança.
‘Bang!’
A janela da sala de estar foi quebrada.
“Vai!”
Ye Huairui levantou a mão e deu um tapinha firme no braço da garota, sinalizando para ela subir imediatamente.
Jia’er estava tão assustada que suas pernas fraquejaram, mas, naquele momento, hesitar só levaria à morte. Ela subiu as escadas aos trancos e barrancos, usando as mãos e os pés.
Ye Huairui seguiu atrás, observando a comoção atrás deles enquanto subia as escadas.
Ao mesmo tempo, um par de mãos enluvadas estava rapidamente limpando os cacos de vidro da janela.
O homem chamado Bon se inclinou até a metade da casa, vendo o interior escuro da casa de madeira. Virou-se e praguejou em siamês, depois disse a alguém atrás dele:
“Não consigo ver ninguém, não sei onde estão escondidos!”
Alguém respondeu:
“Nós entraremos e os encontraremos!”
Ao ouvir isso, Bon subiu no parapeito da janela e pulou.
“Ah!!!”
Um grito de cortar o coração ecoou.
Bon não percebeu o que estava sob seus pés. Ao pular, caiu bem em cima da tábua de pregos que Ye Huairui havia montado.
Essa armadilha rudimentar era extremamente eficaz contra intrusos que subestimavam seus oponentes.
Um prego perfurou o pé direito de Bon. Com dor, ele caiu para a frente, com as mãos pousando nos cacos de cerâmica e vidro espalhados.
“Ah, ahh!!!”
Os cacos perfuraram suas luvas de borracha. O pé de Bon ficou cravado no prego e suas mãos ficaram cobertas de feridas, causando-lhe tanta dor que ele quase desmaiou.
“Droga! Droga! Tem pregos no chão!”
Bon gritou e xingou:
“Esses desgraçados colocaram pregos no chão!”
Nesse momento, outra pessoa entrou pela janela, seguida por uma segunda pessoa.
Tendo aprendido com a experiência de Bon, esses dois ficaram muito mais cautelosos, prestando atenção especial onde pisavam e evitando as tábuas de pregos e os cacos de cerâmica.
Um deles praguejou roucamente: “Eles são sorrateiros!”
Outra pessoa estendeu a mão para ajudar Bon:
“Como você está?”
“Você não vê que meu pé está machucado!”
Bon estava suando muito por causa da dor.
Um prego longo havia perfurado profundamente seu calcanhar, cravando-se cerca de dois centímetros na carne.
Suas mãos estavam cobertas de sangue, e ele não tinha nem meios nem coragem de arrancar o prego do próprio pé.
“Filho da puta! Filho da puta!”
Bon sentia tanta dor e raiva que quase não conseguia falar. “Vocês dois, vão atrás deles!”
Ele tentou se levantar, mas seu pé machucado não aguentou mais. Ele deu um tapa forte na mão do companheiro que o tentava ajudar:
“Vai matar aqueles dois! Vai!”
Vendo a insistência de Bon, os dois pararam de cuidar dele e se viraram para procurar seus alvos.
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Os dois homens que invadiram a casa tinham aparências bem diferentes. Um deles era alto e musculoso, claramente alguém que se exercitava regularmente.
O outro era mais baixo, mas tinha uma constituição sólida e pele escura, obviamente não era um oponente fácil.
O homem alto estendeu a mão para o interruptor na parede e acendeu a luz do teto que Ye Huairui tinha acabado de desligar.
À medida que a luz iluminava o ambiente, a cena na sala de estar da casa de madeira se tornou totalmente visível.
Claro que eles não viram ninguém.
“Bastardos!”
O homem mais baixo praguejou baixinho:
“Onde aqueles dois se esconderam!?”
A casa de madeira era grande, com muitos lugares para se esconder.
Os dois intrusos estavam ansiosos, mas só podiam procurar cômodo por cômodo.
Felizmente, eles já haviam instalado bloqueadores de sinal suficientes nas proximidades e cortado a internet e as linhas telefônicas. Não importava onde a presa estivesse escondida, era impossível pedir ajuda do mundo exterior.
Eles tinham tempo suficiente para revistar a casa e matar todos que estavam lá dentro, sem deixar ninguém para trás.
Os dois se separaram, com o homem mais baixo parado ao lado da escada da sala de estar.
Dessa posição, ele conseguia ver tanto a entrada principal quanto o corredor que levava à porta dos fundos da cozinha, além de ficar de olho no segundo andar. Se alguém tentasse escapar, não conseguiria passar por ele.
Enquanto isso, o homem mais alto sacou uma arma da cintura e começou a procurar, cômodo por cômodo, por Ye Huairui e Jia’er, cujos esconderijos eram desconhecidos.
Eles estavam observando há tempo suficiente e já tinham atrasado muito tempo.
Isso permitiu que o patologista forense de sobrenome Ye descobrisse muitas informações que não deveria saber. Se não agissem logo, poderia ser tarde demais.
Poucos minutos depois, o homem alto havia revistado todo o primeiro andar da casa de madeira, não deixando nenhuma cama ou armário sem verificar.
Contudo, ele não encontrou nada.
“Eles não estão aqui.”
O homem alto saiu da sala de trabalhadores mais ao norte e disse ao homem mais baixo: “Eles não estão no primeiro andar.”
Ambos os olhares se voltaram para a escada que levava ao segundo andar.
“Bon!”
O homem alto gritou em voz alta para o ferido Bon:
“Estamos subindo agora. Você fica aqui!”
Bon já havia se levantado do chão, mas ainda não ousava arrancar o prego do pé. Só conseguia arrastar o pé e mal conseguia se mover até o sofá mais próximo da janela. Rangendo os dentes, xingou Ye Huairui e Jia’er enquanto limpava os cacos de cerâmica e vidro das palmas das mãos.
Ele ouviu as palavras do homem alto e respondeu em voz alta:
“Vai em frente!”
Bon acenou com a mão direita ensanguentada e fez um gesto de tiro:
“Se eles ousarem mostrar a cara, eu os transformarei em queijo suíço!”
“O que vamos fazer!? O que vamos fazer!?”
Jia’er, deitada contra a porta, podia ouvir claramente a comoção no primeiro andar, incluindo as conversas dos intrusos.
Ela entendia os siameses e saber que eles tinham armas a deixou ainda mais em pânico.
“São tantos, e eles estão surgindo agora!”
“Não entre em pânico!”
Ye Huairui sussurrou para confortá-la:
“Vamos seguir o plano!”
No tempo que levou para dizer essas duas frases, passos pesados já estavam subindo as escadas – alguém estava indo para o segundo andar.
“Você está pronta?”
Jia’er conteve as lágrimas e assentiu firmemente.
Então ela deu alguns passos rápidos e correu em direção à sacada.
Neste momento, Ye Huairui e Jia’er estavam escondidos no quarto principal no segundo andar.
Este quarto já foi usado como quarto de doente para a Sra. Du Juan e foi convertido em dois espaços separados, com uma varanda privativa.
Ao lado do quarto principal havia outro cômodo, que costumava ser o quarto do pai de Jia’er, Xie Nan.
O quarto de Xie Nan também tinha uma varanda, posicionada no mesmo nível da varanda do quarto principal, com um vão de cerca de cinco ou seis metros entre elas.
Essa era a ‘armadilha’ que Ye Huairui e Jia’er haviam preparado.
Assim que Jia’er correu para a sacada, ela pegou um controle remoto infravermelho e puxou a alavanca com força em direção à sacada de seu pai.
Um carrinho de controle remoto de brinquedo recebeu o comando e imediatamente começou a se mover para frente.
Conforme o carro se movia, duas finas xícaras de porcelana que estavam inclinadas sobre o carro rolaram, quebrando-se no chão com dois sons de ‘snap’.
“Lá!”
Alguém gritou em siamês.
Jia’er sentiu seu coração apertar de repente, e sua mão tremeu, quase deixando cair o controle remoto.
Naquele momento, Ye Huairui, que estava parado perto da porta do quarto interno, estava mais nervoso que Jia’er.
Ele aguçou os ouvidos, ouvindo atentamente os sons lá fora.
Com certeza, os passos se moveram em direção ao quarto de Xie Nan.
Então veio o som da fechadura da porta girando.
Então veio um som estrondoso!
Ye Huairui sabia que a hora havia chegado.
Ele quebrou outra pequena xícara de porcelana que segurava na palma da mão, aos seus pés.
‘Clinck’
O som era nítido e não muito alto, mas o suficiente para chamar a atenção.
A partir de então, Ye Huairui só pôde rezar para que seu plano corresse bem.
No corredor do segundo andar, os intrusos altos e baixos imediatamente perceberam a direção do som quando ouviram o primeiro barulho.
“Lá.”
O homem mais baixo deu alguns passos rápidos e correu até a porta do quarto de Xie Nan, prestes a abri-la.
“Espere!”
O homem mais alto era evidentemente mais cauteloso.
Quando ele estava vasculhando o primeiro andar mais cedo, ele viu as tábuas de pregos e pedaços de cerâmica quebrados que Ye Huairui havia colocado sob as janelas, percebendo que as duas pessoas lá dentro estavam longe de ser tão fracas quanto eles pensavam inicialmente.
“Cuidado com os truques deles!”
O homem alto lembrou seu companheiro.
O homem mais baixo também pensou na experiência de Bon e imediatamente aumentou sua vigilância.
Ele agarrou cuidadosamente a maçaneta e, vendo que nada acontecia, apertou-a.
Então ele empurrou a porta com força, caso alguém estivesse escondido atrás dela, tentando os emboscar.
Não havia ninguém atrás da porta, e o quarto também estava vazio.
Mas à esquerda do quarto havia um grande guarda-roupa com uma porta entreaberta, revelando um vislumbre de um vestido rosa claro.
O homem mais baixo imediatamente sacou sua arma e apontou para o guarda-roupa.
No segundo seguinte, um som nítido veio de algum lugar fora do quarto, muito leve e não muito distante.
Os homens alto e baixo trocaram um olhar.
Eles decidiram se separar.
O homem alto se virou e foi na direção do som.
O homem mais baixo, segurando sua arma, aproximou-se lentamente do guarda-roupa.
Quando ele estava perto o suficiente, ele de repente estendeu a mão e abriu a porta.
Dentro do guarda-roupa havia uma fileira de roupas masculinas, e um chamativo vestido rosa estava em destaque, claramente colocado ali de propósito.
“Merda!”
O homem mais baixo sabia que aquilo era uma brincadeira e estava quase furioso.
Ele se virou com a arma, procurando freneticamente pelo alvo que poderia estar escondido em algum lugar do quarto.
Porém, naquele momento, ele de repente ouviu um forte ‘splash’, como se algo cheio de água tivesse sido derrubado!
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O autor tem algo a dizer
Patologista forense Ye: Lutar não é uma opção, só a estratégia funcionará