Capítulo 72: Festival do Fantasma Faminto (1)
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A mente de Wu Ruo estava presa ao pesadelo. O medo e a imagem de Hei Xuanyi se transformando em cinzas continuavam rondando seus pensamentos. O que mais o incomodava era a razão de estar tão assustado, triste e angustiado ao vê-lo desaparecer diante de seus olhos. Ele não deveria odiar Hei Xuanyi esse tempo todo?
— Papai, por que está olhando para o papai assim? — Eggie perguntou, deitado em seu colo.
Wu Ruo vinha encarando Hei Xuanyi desde que saíra da cama, durante o café da manhã e até agora, dentro da carruagem, como se nunca pudesse vê-lo o suficiente.
Recobrando o sentido, ele encontrou os olhos ligeiramente sorridentes de Hei Xuanyi.
— Hã… Ele é meu marido. Preciso de uma razão para olhar para ele? — disse, sem jeito.
— … — Hei Xuanyi.
— Mas eu sou seu filho. Por que não me olha mais? — Eggie fez um biquinho.
— Estou olhando para você agora. Isso basta? — Wu Ruo apertou levemente a bochecha do filho e achou-o adorável. — Quando eu estiver em forma o suficiente, vou te segurar no colo todos os dias.
Eggie se jogou sobre a barriga macia de Wu Ruo, rindo.
— Para onde estamos indo agora? — Wu Ruo perguntou, olhando para Hei Xuanyi.
— Pela manhã, iremos à feira do templo. À tarde, ao carrinho de gelo e, à noite, ao festival das lanternas — respondeu Hei Xuanyi, sem rodeios.
— Já fez um plano?
— Hmm.
A carruagem parou, e a voz de Hei Gan soou do lado de fora:
— Meu senhor, há muitas pessoas à frente. Nossa carruagem não pode passar.
— Podemos ir a pé — disse Wu Ruo.
Hei Gan estacionou a carruagem em um beco próximo.
Assim que Wu Ruo desceu, deparou-se com uma multidão na rua.
— Hoje as ruas estão realmente cheias de vida.
Hei Xin, que saía de outra carruagem, sorriu:
— Tudo graças ao clima ensolarado e agradável de hoje.
Desde o Ano-Novo, o tempo estava nublado ou nevando. Hoje, surpreendentemente, o sol brilhava. Por isso, todos se reuniram para aproveitar o calor e respirar um pouco de ar fresco.
Segurando Eggie nos braços, Hei Xin piscou para Hei Gan, Shi Yuan e os outros guarda-costas pessoais.
Todos captaram a mensagem, sorriram e saíram do beco atrás de Hei Xin.
Wu Ruo congelou no lugar.
— Para onde eles estão indo? Não deveriam me ajudar a caminhar?
De fato, ele havia perdido bastante peso e já conseguia andar sozinho sem ajuda. No entanto, ainda precisava parar para recuperar o fôlego após caminhar um pouco. Além disso, com tanta gente na rua hoje, poderia tropeçar.
— O mordomo Hei disse que hoje teremos um dia de folga. O Mestre pode cuidar de você — Shi Jiu respondeu, dando de ombros.
— … — Wu Ruo.
— … — Hei Xuanyi.
Eles trocaram olhares.
Como todos os servos haviam desaparecido de vista, Wu Ruo pensou que não podiam ficar apenas se encarando para sempre. Então, estendeu a mão.
— Vamos, cuide da sua esposa.
— … — Hei Xuanyi segurou sua mão e, sem conseguir evitar, apertou levemente. Já não havia tanta gordura como antes, mas a sensação era incrivelmente macia e confortável.
Wu Ruo olhou para ele, fingindo não notar seu gesto.
Ao saírem do beco, viram Hei Xin e os outros à sua espera na entrada, todos sorrindo.
— Papai, quero espinhos açucarados! — Eggie gritou.
Um vendedor de espetinhos cobertos de açúcar passou por Hei Xuanyi, que apenas disse:
— Pague.
Hei Gan entregou ao vendedor um pequeno lingote de prata.
O vendedor entregou todas as espigas açucaradas para Hei Gan e agradeceu.
Hei Gan pegou um dos espetos cobertos de açúcar e entregou a Eggie:
— São muitos. Como você pretende comer tudo isso?
— É perfeito. Assim, cada um pode ficar com um — Hei Xin sorriu.
Hei Gan deu um para Hei Xuanyi.
Hei Xuanyi hesitou, pois nunca tinha comido algo assim antes. Depois de um momento de indecisão, deu uma pequena mordida. Logo franziu a testa.
— Doce demais.
Ao vê-lo prestes a jogar fora, Wu Ruo rapidamente o deteve:
— Não desperdice. Eu posso comer.
Ele era um grande fã de espetos açucarados.
— Mas eu já dei uma mordida — disse Hei Xuanyi.
— Você fala como se eu nunca tivesse provado sua saliva antes.
As palavras simplesmente escaparam da boca de Wu Ruo.
— … — Hei Xuanyi.
Foi então que Wu Ruo percebeu o que acabara de dizer. Seu rosto corou e começou a queimar imediatamente. Esqueceu-se de que o último beijo que tiveram foi na vida anterior.
Sem jeito, ele pegou o espeto da mão de Hei Xuanyi e deu uma mordida para disfarçar sua vergonha.
Hei Xin e os outros riam atrás das mãos, tentando conter os sorrisos.
Hei Gan distribuiu espetos para todos, incluindo ele mesmo.
Os transeuntes não puderam evitar lançar olhares curiosos para o grupo, pois um monte de homens adultos segurando espetos açucarados era uma visão e tanto. Além disso, Eggie era excepcionalmente bonito, chamando ainda mais atenção.
Antes mesmo de terminar seu espeto açucarado, Eggie gritou de novo:
— Papai, quero uma pipa!
— Pague — respondeu Hei Xuanyi, lançando um olhar para as pipas no alto.
Logo em seguida, Eggie apontou para um brinquedo em uma barraca próxima:
— Papai, também quero aquele boneco de açúcar!
— Pague.
— Papai, quero aqueles bolinhos!
— Pague.
— Papai, eu quero…
Antes mesmo de terminar a frase, Hei Xuanyi já respondeu:
— Compre tudo.
Todas as crianças na rua olharam para Eggie com expressões invejosas.
Wu Ruo ficou sem palavras ao ver os guardas carregando cada vez mais brinquedos e lanches. Mas não o impediu, pois Eggie estava claramente feliz.
Conforme se aproximavam da feira do templo, as ruas ficavam ainda mais lotadas. De longe, já podiam ouvir os tambores rufando.
Eggie subiu nos ombros de Hei Gan e, animado, gritou ao ouvir a batida dos tambores:
— Tio Gan, vamos! Quero ver de perto!
— Certo — Hei Gan abriu caminho pela multidão até chegar à beira da estrada, bem em frente à feira do templo.
As pessoas deram espaço para a passagem do desfile. As crianças na beira do caminho batiam palmas e gritavam animadas quando o grupo de dança do leão se aproximou.
A apresentação consistia em dois artistas formando um leão; um controlava a cabeça do leão e o outro, o corpo, realizando movimentos ágeis e expressivos.
Seguindo a dança do leão, veio a apresentação do barco terrestre. Os artistas não estavam remando um barco de verdade. O barco falso era feito de duas tábuas finas fixadas com bambu e madeira no formato de um barco, cobertas por um pedaço de tecido colorido. Uma jovem o carregava preso à cintura, como se estivesse sentada nele, segurando os remos nas mãos enquanto dançava e cantava canções locais. Também havia um personagem masculino, vestido como passageiro, que fazia graça para divertir o público.
Depois, vieram os acrobatas andando sobre pernas de pau. Eles usavam maquiagem pesada e dançavam enquanto cantavam uma música, fazendo uma performance inspirada na ópera. Nenhum deles interpretava o mesmo personagem, nem tinham a mesma altura, o que tornava o espetáculo ainda mais variado.
No final do desfile, um grupo de belas mulheres vestidas como fadas desfilava, recebendo homenagens do público, seguidas por percussionistas com tambores amarrados à cintura e dançarinos de leque. O cortejo era incrivelmente longo e deslumbrante, encantando a todos os espectadores.
Quando o desfile chegou ao fim, as pessoas correram para o templo para queimar incensos e prestar culto aos deuses.
O excesso de incenso tornou a fumaça tão densa que quase não dava para respirar.
Wu Ruo chegou a lacrimejar por causa da irritação e, junto com Hei Xuanyi, saiu do templo o mais rápido possível.
Já era hora do almoço.
Hei Xuanyi e os outros seguiram para a sala privada que haviam reservado para a refeição. Depois do almoço, foram até o rio, nos arredores da cidade, para andar de carrinho de gelo.
Ainda era inverno. Nevava do lado de fora, deixando tudo coberto por um manto branco. E, como não havia nada para barrar o vento no campo aberto, o frio castigava quem se aventurava ali. Mas isso não impedia ninguém de participar das corridas de carrinhos de gelo. Muitos levavam seus próprios carrinhos feitos à mão, enquanto outros compravam carrinhos menores dos vendedores locais.
Wu Ruo desejava poder participar da corrida, mas ficou desapontado ao perceber que os carrinhos eram pequenos demais para ele.
Hei Xuanyi lançou um olhar para Wu Ruo, que repentinamente se desanimou, e disse a Hei Gan:
— Vá buscar o nosso carrinho de gelo.
— Nós temos um carrinho de gelo? — Wu Ruo ficou surpreso.
— Meu senhor, passamos a noite toda trabalhando para fabricar esse carrinho. Ele foi especialmente projetado para você e para o jovem mestre — Hei Xin sorriu.
— Sério? — Os olhos de Wu Ruo brilharam de animação.
Pouco tempo depois, os guardas trouxeram um carrinho de gelo gigante, moldado no formato de um dragão roxo. Todas as pessoas no rio congelado ficaram boquiabertas ao vê-lo.
— Wu Ruo?
De repente, alguém chamou por ele.
Wu Ruo se virou e viu um jovem bonito vestindo uma túnica azul-escura.
Ele franziu a testa, demorando alguns instantes para se lembrar de que aquele era seu primo do Pátio Leste, Wu Sheng.
— Sheng, você também está participando da corrida de carrinhos de gelo?
Wu Sheng assentiu e, enquanto observava Hei Xuanyi, perguntou:
— Então este é o seu marido?
Wu Ruo fez uma breve apresentação:
— Sim. Ele é meu esposo, Hei Xuanyi. Xuanyi, este é meu primo, Wu Sheng.
Hei Xuanyi e Wu Sheng assentiram um para o outro como forma de cumprimento.
Wu Sheng lançou um olhar para o carrinho de gelo e sugeriu:
— Ruo, meu irmão mais novo e alguns amigos estão ali. Eles vão fazer uma corrida. Você se interessa em participar?
Wu Ruo hesitou por um momento. Remar um carrinho de gelo no gelo poderia ser entediante, mas competir contra outros tornaria tudo muito mais emocionante.
— Certo.
— Vamos fazer uma aposta. Cem taéis de ouro por corrida. O que acha? — disse Wu Sheng.
As pessoas ao redor prenderam a respiração ao ouvir a aposta. Cem taéis de ouro eram o suficiente para sustentar uma família por toda a vida.
— Você trouxe prata ou ouro? — Wu Ruo perguntou a Hei Xuanyi.
Hei Xuanyi se virou para Hei Xin.
Hei Xin tirou um maço de notas de prata no valor de dez mil taéis e entregou a Wu Sheng.
— Senhor, aceita notas de prata?
Wu Sheng sorriu e pegou o dinheiro.
— Claro! Sem problemas. Vou falar com meu irmão e os outros primeiro.
Ele voltou para junto de seu irmão, Wu Xia, e cochichou:
— Wu Ruo aceitou participar. Me deu um bilhete no valor de dez mil taéis de prata. Você não pode perder.
— Ele é muito gordo. Você acha mesmo que consegue mover aquele carrinho de gelo? — Wu Xia zombou.
— Provavelmente vai afundar no gelo — os amigos de Wu Xia caíram na gargalhada.
— Melhor ainda se o carrinho dele nem sair do lugar. Vamos ganhar essa aposta facilmente — disse Wu Sheng.
Wu Xia concordou e ergueu as sobrancelhas para seus seis amigos.
— Vocês já sabem o que fazer, não é?
Seu amigo, Chen Hou, bateu no próprio peito e garantiu:
— Vou fazer com que ele perca até as cuecas.
Os oito caíram na gargalhada novamente.
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Capítulo 72: Festival do Fantasma Faminto (1)
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Depois que Wu Ruo morreu, ele renasceu naqueles dias sombrios em que era o mais inútil e o mais gordo — justamente a versão de si mesmo que mais odiava.
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