capa_ee_c_logo

Entre Espadas

Capítulo 28

  1. Home
  2. All Mangas
  3. Entre Espadas
  4. Capítulo 28 - A queda de Kumo-rui Parte 1
Anterior
🟡 Em breve

Vendo a cena que estava se desenrolando à sua frente, Leonardo nem ao menos conseguia entender direito o que estava acontecendo. Akiko… não, Kaede havia realmente se lembrado? Mas como? Para isso, ela deveria se reunir a Ryo, mas a única vez em que ele havia visto o Ryo nesses últimos quatro anos foi quando estavam na divisa do quarto distrito…  Mas como? Como ele nem ao menos percebeu? A dúvida subia cada vez mais à sua mente, quando uma lembrança de momentos mais cedo voltou á sua mente. Era isso, naquela hora em que estava indo para o templo com a falsa Akiko, aquela notificação no sistema deveria ser um alerta de conclusão de missão… Mas mesmo assim, ele ainda precisava perguntar, precisava falar, e estava prestes a fazer isto se não fosse ela o interrompendo antes mesmo que pudesse emitir voz de sua boca.

— LEONARDO, SEI QUE PRECISAMOS CONVERSAR, MAS NO MOMENTO, VÁ À VILA E ELIMINE AS ARANHAS QUE ESTÃO LÁ. ESSA AQUI É MINHA! TEMOS UM TRABALHO MAIS IMPORTANTE QUE NOSSO DRAMA FAMILIAR NO MOMENTO — Kaede dizia enquanto continuava a puxar a corrente já amarrada no pescoço de sua sósia, que fazia cada vez mais força para se soltar das amarras, ao ponto de fazê-la suspirar de dor.

A ordem de Kaede pareceu acordar Leonardo, fazendo-o sair de sua onda de nostalgia e se virando novamente para voltar em direção à vila, que agora apresentava uma aparência desgastada pelo tempo e repleto de teias de aranhas visíveis até mesmo de onde estavam, o que fez os olhos de Leonardo se estreitarem de confusão.

— Akiko, não, Kaede tem certeza de que consegue lidar com isso sozinha? — Ele perguntou mais uma vez antes de partir definitivamente para a vila.

— Mas que pergunta é essa? Leo, devo te lembrar que recebi o mesmo treinamento que recebeu de Shishou. Além disso… eu fui a primeira discípula, sei alguns truques que você ainda não viu! — ela respondeu enquanto ria, finalmente soltando a corrente que mantinha no pescoço de sua sósia, deixando-a finalmente ir ao chão. — VÁ LOGO, LEONARDO, OU O PRÓXIMO QUE VOU BATER SERÁ VOCÊ!

Com a ordem final, Leonardo apenas riu, enxugando as lágrimas que estavam se formando em seus olhos. Era inegável ele sentia falta do temperamento de um Toyosaki ao seu lado e, assim, rindo entre as lágrimas que continuava a tentar conter, ele partiu, deixando Kaede para trás em sua própria batalha.

Com Leonardo finalmente fora de cena, Kaede se aproximou de sua sósia, que continuava caída no chão, e, olhando-a lá caída como se estivesse morta, começou a falar com certa presunção:

— Ah, por favor… não me faça achar que acabei com a brincadeira em um ataque. Nós duas sabemos que você não está morta… Décima Terceira General Kumo-rui Hana.

Quase instantaneamente após Kaede terminar sua fala, sua falsa versão caída no chão começou a se mexer, como se algo tentasse sair de suas costas. Em poucos segundos, um relevo se formou na parte de trás da sósia, algo como uma mão saindo de dentro do corpo da jovem, juntamente a uma líquido verde viscoso que começava a se espalhar pelo chão. À medida que o restante do corpo saía do corpo da garota, dando origem a uma jovem de cabelos brancos como a neve do inverno, olhos verdes como duas esmeraldas e dois grandes chifres dourados em sua testa. A mulher estava nua, apenas coberta pelo líquido verde que começava a se esvair no ar, e, quando enfim livre de tal líquido, ela apenas se abaixou, pegando as vestes do cadáver aos seus pés, que agora tomava a aparência de uma velha idosa e não mais o rosto de Akiko.

— Hm, então… você me conhece, Akiko? — a mulher perguntou enquanto terminava de se vestir, sem apresentar nenhuma pressa em suas ações, se comportando quase como se a presença de Akiko ali fosse apenas algo insignificante.

— Era algo óbvio… Na verdade, eu ainda me pergunto como não percebi antes… Aranhas, o nome daquela vila, o nome deste distrito, tudo levando apenas a uma pessoa, a um único youkai: você. Mas… esse não é o seu rosto, pelo menos não o que aparece nos retratos — ela respondeu enquanto se afastava, tomando uma posição defensiva com suas armas em mãos.

— Oh, sim, você tem razão, isso era algo óbvio para você, garotinha. Mas não se sinta especial, eu permiti que visse através da minha ilusão. Não pense que conseguiu isso por mérito próprio desde a loja de quimonos… Mas deixando isso para lá, afinal, qual é o seu nome? Você disse que era Kaede, mas respondeu quando a chamei de Akiko… — Hana perguntava enquanto começava a andar envolta de Akiko, analisando-a da cabeça aos pés.

— Isso… Isso não é da sua conta, sua aranha suja! — a jovem gritou, desferindo um ataque com a foice de sua arma em direção à general, que segurou a foice entre seus dedos como se fosse apenas um enfeite e a despedaçou sem fazer ao menos um esforço, olhando para Akiko com uma expressão calma em seu rosto.

Vendo sua foice ser destruída com tamanha facilidade, um temor surgiu nos olhos de Akiko e, por mais que não durasse muito, foi tempo o suficiente para que Hana percebesse o medo em seu olhar e soltasse uma pequena risada pela reação de Akiko.

— Cuidado, pequena… essa coisa poderia ter rasgado mais ainda minha roupa. Não seja apressada, eu estou tentando conversar com você… Se continuar assim terei que matá-la rapidamente, e eu não quero isso.

— Maldição! Pare de brincar comigo! Se não quer me matar, deixe que eu a mate… Mas não posso prometer que será livre de dor, não depois do que fez com as pessoas dessa cidade — Kaede continuava a falar, cada vez mais irritada, e agora partindo apenas com seus punhos para cima da general, que se desviava sem nenhuma dificuldade.

— É só isso que tem a oferecer? Se quiser me matar, vai precisar de muito mais que esses socos sem sentido. — a mulher falava enquanto continuava a se esquivar de cada soco em sequência de Kaede, sem atacá-la propositalmente, enquanto continuava a analisar cada um de seus movimentos. — Agora que parei para pensar, você disse que seu nome é Toyosaki Kaede, está certo isso?

A garota, agora alternando entre socos e chutes cada vez mais rápidos e mais bem coordenados em direção a Hana, ainda não conseguia acertá-la ao menos uma vez, mas mesmo assim ainda a respondeu:

— E ISSO É IMPORTANTE AGORA?! PARE DE BRINCAR COMIGO E LUTE DE VERDADE, SEU DEMÔNIO.

— Claro que é importante, afinal, esse sobrenome… você tem o mesmo sobrenome do discípulo da Masaru… — Hana a respondeu sem nenhum sinal de irritação em sua voz, mas mesmo assim, pela primeira vez, ela finalmente revidou os ataques de Kaede, atacando-a com sua palma completamente aberta, arremessando-a até que batesse contra uma árvore e caísse sentada no chão, cuspindo sangue. Observando tal cena, a general aos poucos começou a se aproximar da jovem. — Por acaso vocês seriam parentes? Ou isso é uma mera coincidência? — Dessa vez, Kaede pôde sentir um interesse genuíno de Hana ao perguntar, mas mesmo assim, ela não a responderia nem se quisesse, pois uma dor havia surgido em seus pulmões pelo impacto contra a árvore, fazendo-a errar o ritmo de sua respiração algumas vezes.

— Ahm, o que é isso? Está morrendo só com isso? Achei que iria me matar, que sem graça… ao menos responda minha pergunta, menina — Hana continuou a falar enquanto parava diante de Kaede, sentada contra o tronco da árvore, quase como se estivesse se irritando pelo silêncio de Kaede. — Vou perguntar de uma maneira mais compreensível para que sua cabecinha mortal possa entender: você é parente de Toyosaki Ryo?

Ouvir o nome de Ryo foi como se um estopim se acendesse nos olhos de Kaede, que partiram de sua cor anterior para um brilhante dourado misturado ao laranja, como se uma chama começasse a dançar em seus olhos. Antes mesmo de se dar conta, ela se levantou rapidamente, desferindo um soco no queixo de  Hana, jogando-a para cima sem que tivesse tempo o suficiente para se desviar do ataque da garota.

— Não ouse tocar no nome de meu irmão, inseto!

Ao cair no chão, Hana pareceu até mesmo não ter compreendido o que havia acabado de acontecer. Apenas uma sensação de queimação havia ficado em seu queixo como prova do golpe que havia recebido de Kaede. A mulher então se levantou, esfregando sua mão no local onde o soco de Kaede havia acertado.

— Então você é irmã dele… — ela pareceu dizer para si mesma em voz baixa enquanto levantava seu olhar para Kaede e então voltar a falar com a garota, como se quisesse provocá-la. — Sabe… vou me certificarei de contar a ele sobre sua morte antes de matá-lo lentamente, para que morra gritando e agonizando a perda da irmã… e então veremos quem é realmente o inseto.

Infelizmente para Kaede, as provocações de Hana foram bem-sucedidas. Ao ouvi-la ameaçando seu precioso irmãozinho, ela não toleraria isso, não depois de finalmente se lembrar dele, não depois de vê-lo tão machucado nos braços de Leonardo na divisa do quarto distrito. Aos poucos, a raiva em seu coração parecia se intensificar com lembranças que ainda não se recordava por completo, mas ela sabia de uma coisa: não permitiria que o machucassem, não de novo. E assim, em meio a fortes emoções, no fundo de sua mente, a voz de Huo Liming surgiu em uma lembrança de alguns dias antes de partirem.

Naquele dia, Huo Liming a havia chamado para um treinamento especial no pico mais alto da montanha dos espíritos, e ali, onde somente as duas estavam vivas, Huo Liming a deu um presente que jamais poderia esquecer.

Ali, onde mais ninguém poderia vê-las, Akiko viu sua mestra enfiar sua mão em seu próprio peito, retirando uma chama tão linda e persistente como ela nunca pensou que poderia ser. Aquelas chamas pareciam dançar uma bela valsa eterna entre um casal apaixonado. Huo Liming, observando as chamas, com sua outra mão, pegou uma pequena parte delas antes de voltar o restante para seu peito e olhou no fundo dos olhos de Akiko.

— Akiko, minha primeira discípula, minha filha enviada pelo desastre das chamas, aqui eu a entrego a maior das dádivas, uma pequena parte das chamas que formaram minha existência. Permita que essa fagulha se intensifique em seu ser e atinja todo o potencial que sei que tem. No momento certo, saberá quando for a hora de usar o dom que lhe entrego. O fogo não é apenas um agente destruidor, o fogo trás o renascimento, e essa, minha filha, é a bênção que lhe concederei, a bênção da Rainha dos Pássaros, a bênção dos Céus. — Quando finalmente terminou sua fala, Huo Liming direcionou a chama em sua mão para o peito de Akiko. As chamas percorreram seu corpo em um brilho dourado até suas costas, onde uma marca de um par de asas se desenhou na pele da garota.

— O que estou lhe dando, Akiko, é uma bênção que não entrego a ninguém desde que me tornei um único ser… mas isso é uma história para outro dia, minha filha. Agora vá e bata suas asas em direção a um futuro tão brilhante quanto o sol.

E então, agora, ali frente a frente com uma general, as palavras de sua mestra mais uma vez voltaram à sua mente e, com isso, uma lufada de ar quente surgiu, levando os cabelos de Kaede aos ares. A marca em suas costas, pela primeira vez desde sua aparição, brilhou em um forte dourado, o que fez os olhos de Hana se estreitarem.

— Essa sensação… MALDIÇÃO, ELA ESTÁ AJUDANDO VOCÊ?! — a aranha gritou, finalmente se irritando desde que havia aparecido do corpo de sua falsa versão e instantaneamente partiu para cima de Kaede de uma forma tão animalesca quanto desesperada para impedi-la de algo que só havia sentido.

Mas, assim que estava prestes a perfurar o pescoço da garota com sua mão, um grande par de asas dourados apareceu diante de Kaede, protegendo-a do ataque e arremessando Hana para trás. E assim, lá estava, aquele par de asas havia surgido das costas de Kaede, que continuavam a brilhar em dourado juntamente  a seus olhos

— Agora podemos ver quem realmente levará a vantagem nesta batalha, a aranha ou o pássaro. O que acha disso, Hana-sama? Ainda poderá me vencer me enfrentando como uma igual ? — ela perguntou, batendo suas asas como se estivesse acostumada a fazer isso por uma vida toda, mesmo que essa fosse apenas a sua primeira vez.

— Maldita, não se ache apenas por ter uma bênção dela… — E assim, correspondendo às asas de Akiko, em uma enxurrada de sangue de coloração esverdeada saindo das costas de Hana, quatro grandes patas de coloração esbranquiçada misturada ao preto surgiram, um pouco manchadas pelo sangue que continuava a escorrer de suas costas.

E em questão de segundos, já no ar, Kaede partiu para cima da general, agarrando-a pelo pescoço e levantando voo aos céus, trazendo o que deveria ser uma clara desvantagem para a mulher. A levando aos céus e em uma altura particularmente alta, tentou soltá-la, mas foi frustrada quando Hana utilizou suas patas para se agarrar a Akiko, sem ao menos parecer ter intenção de cair. Em meio aos risos, ela veio a debochar em meio a gritos:

— O QUE FOI, PASSARINHO?! ESTÁ ENROSCADA  A UMA ARANHA? SABE, EU FUI MUITO BOA COM VOCÊ, MAS CHEGA DE BRINCAR COM A COMIDA. — E assim, terminando sua fala, o maxilar de Hana pareceu se estender mais, deixando visível suas glândulas de veneno e suas presas, e assim partindo em direção ao pescoço de Kaede para mordê-la.

Notando a intenção da aranha, Kaede moveu seu braço esquerdo para defender seu pescoço da mordida, enquanto utilizou de seu punho direito para socar o estômago da mulher, que parou seu avanço na metade e cuspiu sangue de sua boca, enfim se desprendendo de Kaede e prestes a despencar ao chão. Em contrapartida, Kaede pareceu se aliviar por um breve instante ao ver que havia se soltado do agarramento da aranha.

Infelizmente, antes mesmo que pudesse enfim comemorar ter se soltado da mulher, a sensação de algo viscoso e macio envolveu uma de suas pernas. Ao olhar para baixo, viu um grande fio de seda estava envolvendo sua perna e, lá embaixo, ao longe, estava Hana, que olhou para Kaede com um grande sorriso no rosto. Kaede pode jurar vê-la dizendo algo como: “Te peguei passarinho.” E em segundos, ela foi puxada para baixo com tudo.

Simplesmente não houve como reagir. A força com que foi puxada foi avassaladora. Mesmo tentando, ela não conseguia lutar contra a força do fio que a prendia. Enquanto caía em uma velocidade assustadora em direção ao chão, Hana parecia planar nos céus. Quando Kaede enfim passou por ela, antes de cair, usou suas asas para proteger a cabeça, e caiu em um impacto estrondoso no chão.

A força do impacto ao chão foi forte o suficiente para que uma pequena cratera. Confusa pela força da queda, Kaede rastejou para fora entre suspiros de dor, com o nariz sangrando e as pernas tremendo. Ela se esforçou para ficar de pé enquanto Hana finalmente caía elegantemente à sua frente

— Uau… só isso e você está realmente deplorável… acho que julguei mal sua capacidade com o dom que possui.

Kaede por sua vez, apenas riu do que Hana havia dito enquanto limpava o sangue de seu nariz e recobrava sua força para se equilibrar no chão. Confusa pela reação da jovem ela perguntou:

— Em um estado tão deplorável, consegue rir de alguém mais forte que você? Admito que possui audácia, mas eu realmente gostaria de saber, o que acha tão engraçado?

— Quer saber o que acho engraçado? ­— Kaede perguntou retoricamente, enquanto tomava uma posição mais firme no chão. — Eu te digo, é bem simples na verdade. Eu estou rindo do quão previsível um youkai presunçoso pode ser ao enfrentar uma humana! — Ao completar sua frase, Kaede desferiu um soco direito a boca de Hana, sentindo as presas da aranha perfurarem sua mão ao mesmo tempo que a ferida da mordida se rasgava, enquanto Hana era jogada para trás.

— UMA AGORA! — Com o grito de Kaede, Hana olhou para trás enquanto era arremessada para longe, avistando um grande corcel de pelagem preta com crinas vermelhas, que a acertou diretamente com um coice nas costas, arremessando-a para frente mais uma vez, impedindo que ela pudesse se estabilizar no chão.

— USHI, SUBA  À TERRA! — A garota gritou mais uma vez quando o chão à sua frente se abriu e um boi de figura imponente, com pelagem dourada e dois grandes chifres brancos curvados, apareceu, investindo uma cabeçada em Hana arremessando-a sem nenhum apoio, enquanto atrás dele Akiko voltava a voar.

— POSSO SER MAIS FRACA EM FORÇA QUE VOCÊ, GENERAL, MAIS GARANTO QUE SOU UMA INVOCADORA MUITO MELHOR! — Kaede gritava entre risadas, enquanto sangue fluía de sua boca. Apontando sua mão aberta na direção onde Hana havia sido jogada no ar, seus olhos brilharam em um dourado quase cegante e a garota mais uma vez gritou: — TATSU! DESÇA DO CÉU ESTRELADO E DEVORE MEU INIMIGO!

E enfim, com o grito final de Kaede, a terra e os céus pareceram tremer e o som de um rugido ensurdecedor foi escutado ao longo de todo o décimo terceiro distrito, espalhando-se a milhas de distância. Em meio ao som, um enorme dragão de jade desceu entre as nuvens, apunhalando metade do corpo de Hana em apenas uma mordida, fazendo-a gritar de dor. Isso pareceu alertar as outras aracnídeas na vila, como se Hana estivesse as chamando, mas, mesmo alertadas, elas não se mexeram nem um centímetro. O que alertou Hana que, ao tomar a visão das outras aranhas, se deparou com a imagem de um jovem moreno de longos cabelos ondulados, aparentemente restringindo os movimentos de qualquer aranha dentro daquela vila. Quase em um show de sangue, uma após a outra estavam explodindo, o que a fez voltar à sua visão normal. Ela estava presa entre os dentes do grande dragão e, à sua frente, estava Kaede, agora pálida pelo veneno, encarando-a com uma intenção assassina evidente, prestes a falar com ela.

— Hana, sei bem que este não é seu corpo principal, general. É fraco demais, pequeno demais, e por mais que eu esteja machucada agora, ouça o que direi: eu irei me curar, me recuperar e vou achá-la. Seu destino será muito pior do que ser uma marionete devorada por Tatsu. Você irá se arrepender de ameaçar meu irmão. — Com essas últimas palavras, sem que Hana ao menos pudesse respondê-la, Tatsu abriu sua boca mais uma vez, devorando o restante do corpo que estava se apossando e desaparecendo nos céus.

E ali nos céus, com o veneno da aranha pulsando em suas veias pelo ferimento em sua mão, Kaede se viu ficando cada vez mais tonta. O cansaço da batalha, sendo jogada de um lado para o outro, havia desgastado não apenas seu corpo, mas também sua mente, e agora, com o veneno, tudo parecia dez vezes pior. Não demorou muito até que ela começasse a perder o controle sobre as asas, voando de um lado para o outro, sem muito controle. Em poucos segundos, as asas enfim desapareceram e ela havia começado a cair. Mas, assim que estava prestes a atingir o chão, Leonardo surgiu em um salto, tendo recém deixado a vila em que estava pegando-a em seus braços e aterrissando ao chão com ela.

— Você disse que dava conta sozinha, Kaede. Não sabia que isso incluiria sair toda arrebentada… — Ele comentou rindo, tentando disfarçar a preocupação em sua voz, enquanto se levantava com ela em seus braços.

Em resposta, ela deu um soco fraco no ombro de Leonardo. — Cala a boca, Leo. Eu ainda to com raiva de você, idiota. Quem você pensa que é para ficar fazendo tudo sozinho? E quando você pretendia me levar até o Ryo? Eu juro que, assim que eu tiver minha força de volta, vou dar um soco na sua cara. — Ela estava claramente irritada, mas continuava a rir enquanto falava com sua voz ainda fraca.

— Calma aí, eu ia te levar até ele, ok? Só não sabia quando… mas eu ia. E eu não tô fazendo tudo sozinho, você ta me ajudando, não é? — Ele riu enquanto as lágrimas continuavam a descer de seu rosto mais uma vez.

— Tsk, você continua um chorão… idiota. Acho melhor acharmos um curandeiro ou algo do tipo logo… aquela coisa me envenenou e ainda tá viva… além disso, ela parece conhecer o maninho. Eu acho que ele está em perigo, Leonardo… —  A garota continuou a falar enquanto começava a tossir e Leonardo começava a andar em direção em grande a floresta.

— Eu sei… eu vi como ele se machucou da última vez… mas eu posso garantir que, se algo acontecer com ele, eu vou saber… você sabe que eu jamais poderia me perdoar se algo acontece com ele. É por ele que eu luto… — Ele continuou a falar enquanto continua a falar com ela.

— Então vocês realmente ficaram juntos no final… isso é muito bom. Eu já não aguentava mais ouvir aquele bobão falando de como ele queria que você olhasse para ele e não sei o que lá, sabe… eu gostei quando peguei vocês dois no flagra se beijando lá na casa de praia… queria poder me lembrar do resto. — Ela completou, rindo, antes de finalmente adormecer.

— Você não se lembra de tudo então? Sim, pode-se dizer que, apesar de tudo, eu e o Ryo vamos ficar juntos. Vou fazer de tudo para que isso aconteça… — Leonardo completou, enquanto uma nova janela do sistema se abria à sua frente. — Oh… obrigado, sistema.

[…]

Enquanto isso, dentro da floresta do décimo terceiro distrito, em uma pequena cabana de madeira.

Haviam se passado três dias desde que Byakuya e Mayuzu foram salvos por um jovem estrangeiro na floresta de Kumo-rui. Byakuya continuava desacordado, agora descansando em uma cama feita de palha, enquanto Oliver continuava a trocar ocasionalmente os panos molhados que deixava em sua testa, além de vez ou outra se utilizar de outros para limpar seus ferimentos em seu peito e abdômen. Já Mayuzu continuava a andar de um lado para o outro, aparentemente ansioso com a situação de seu mestre.

— Mayuzu, ele vai ficar bem, não se preocupe. Sua energia espiritual está regressando aos poucos. Lentamente, ele ficara bem… mas demorará. Para que o processo fosse mais rápido, eu poderia dar da minha para ele, mas duvido que ele aceitaria receber isto de um humano — Oliver disse calmamente para acalmar Mayuzu, enquanto usava um pano molhado para limpar o suor no pescoço e na testa de Byakuya.

— Mas… estamos realmente seguros aqui?! S-se aquelas aranhas voltarem com meu senhor nesse estado… — Mayuzu parecia ter mil possibilidades passando por sua mente do que poderia acontecer com seu mestre, mas quando estava prestes a verbalizá-las para Oliver, uma voz rouca e fraca o interrompeu.

— Cale o bico, Mayuzu. Não pense que pode falar levianamente de como estou só porque estou dormindo… pássaro imbecil. — A voz era fraca, mas a rispidez e grosseria eram as mesmas de sempre. Ele havia enfim acordado e estava olhando fixamente para Oliver, que o olhava de volta. — Você, humano.

­— Sim? — Oliver perguntou ao se dar conta que Byakuya estava realmente falando com ele.

— Disse que pode me ajudar a recuperar minha energia espiritual, tem certeza disso? — Byakuya perguntou, aparentemente neutro em relação a ele, o que surpreendeu Mayuzu. Geralmente, seu mestre não suportaria um humano no mesmo lugar que ele e o mandaria embora rapidamente.

— Sim, tenho certeza. — Oliver responde sem ao menos hesitar.

— Ótimo, farei isso pela via mais rápido, se estiver de acordo. — Byakuya terminou sua fala, esperando a resposta do garoto.

— P-Pelo meio mais rápido? Você quer dizer? — Oliver perguntou, sem conseguir ter forças para completar sua pergunta.

— Não me faça repetir algo tão humilhante, mortal. Apenas responda, está de acordo? — Byakuya pergunta mais uma vez, evitando olhar diretamente para ele.

— Sim.

— Ótimo. — Antes mesmo que Mayuzu pudesse processar o que estava acontecendo diante dele, Byakuya puxou Oliver para ele, prendendo-o em um beijo um tanto quanto intenso. Uma aura prateada apareceu envolta de Oliver e, aos poucos, foi para Byakuya, assumindo uma coloração esverdeada. E assim, em meio ao beijo entre um humano e um youkai que odeia humanos, a cena se desenrolava a ponto de contrariar tal fato. A intensidade em que seus lábios se pressionavam um no outro, entre suspiros e grunhidos, quase como se estivessem prestes a se engolir mutualmente, era gritante, e aos poucos a pele pálida de Byakuya voltava a ter mais cor.

[Uma nova missão foi atribuída ao usuário 00001.

A missão ficará visível após a finalização… da cena…]

Comentários no capítulo "Capítulo 28"

COMENTÁRIOS

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*

*

Capítulo 28
Fonts
Text size
AA
Background

Entre Espadas

3.4K Views 3 Subscribers

Um relacionamento que acabou de maneira conturbada e um acidente que causa a morte de ambos, foi assim assim que Ryo e Leonardo se viram em um mundo feudal durante um xogunato, onde aparentemente...

Chapters

  • Volume 1
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 45 Um Conto de Dois Irmãos (4): Sobre suas asas.
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 44 Um Conto de Dois Irmãos (3): Nasce o Lírio.
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 43 Um Conto de Dois Irmãos (2)
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 42 Um Conto de Dois Irmãos (1)
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 41 Você e Eu, Até o Fim.
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 40 Treze Soldados, Quatorze Corações que Batem em um Único Som.
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 39 O Doce Som da Biwa
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 38 Histórias de um Velho Tanuki.
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 37 Camélias Vermelhas
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 36 O imperador selado
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 35 A Samurai de Cabelos Vermelhos
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 34 Bons sonhos, Tsukuyomi.
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 33 A teia da aranha
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 32 O quarto general.
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 31 Antidoto & Veneno
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 30 A prova de seu amor.
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 29 A queda de Kumo-rui Parte 2
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 28 A queda de Kumo-rui Parte 1
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 27 Lembre-se do meu nome
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 26 Um lótus banhado a sangue
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 25 Kumo no Su, uma vila de tecelãs
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 24 O príncipe youkai e o santo de outra terra.
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 23 Em direção a Kumo-rui.
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 22 Um noivado inusitado.
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 21 Quem devo ser nesta história?
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 20 As noites em Iwasakiyama
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 19 O príncipe de lugar nenhum
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 18 A flor de lotus que desabrocha entre os treze
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 17 O treinamento se inicia, dias chuvosos chegam à capital.
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 16 Toyosaki Kaede
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 15 A lua e seu pecador
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 14 Lírios Aranha
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 13 Esquecer
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 12 Deixe os queimar.
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 11 Enunciação de morte
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 10 Entardecer
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 9 Toyosaki Ryo
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 8 Sacerdotisa...
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 7 Xogum
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 6 A cobra, a espada e o salgueiro
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 5 O habitante desta floresta
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 4 Um caminho de ossos a nossa frente
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 3 gosto amargo para Ryo
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 2 O vazio perante um novo começo
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 1 Um novo mundo, com você?!
      • capa_ee_c_logo
        Capítulo 0 Notas iniciais

Login

Perdeu sua senha?

← Voltar BL Novels

Assinar

Registre-Se Para Este Site.

De registo em | Perdeu sua senha?

← Voltar BL Novels

Perdeu sua senha?

Por favor, digite seu nome de usuário ou endereço de e-mail. Você receberá um link para criar uma nova senha via e-mail.

← VoltarBL Novels

Atenção! Indicado para Maiores

Entre Espadas

contém temas ou cenas que podem não ser adequadas para muito jovens leitores, portanto, é bloqueado para a sua protecção.

Você é maior de 18?