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Entre Espadas

Capítulo 32

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  4. Capítulo 32 - O quarto general.
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🟡 Em breve

Enquanto a noite não chegava, tanto Byakuya, Oliver quanto Mayuzu adormeceram encostados na parede ao lado da porta, com o grande descansando desajeitadamente no ombro do jovem de cabelos loiros. Enquanto eles continuavam a dormir, Kaede e Leonardo estavam do lado de fora da casa, mas sem se afastar demais, começando enfim uma conversa entre eles.

Kaede ainda estava confusa com tudo o que estava acontecendo. Em um segundo, estava envenenada à beira de uma morte lenta e dolorosa, no outro, estava vomitando em uma cama enquanto um garoto de cabelos loiros estava seriamente irritado, e um youkai com orelhas de cachorro, que apesar de ajudá-la, aparentava estar seriamente… irritado por precisar ajudá-la. Após isso, essas novas pessoas estavam brigando entre si e… adormeceram… juntos?

— Então… não querendo ser chata… mas, o que foi aquilo lá dentro, Leo?! Quem são eles? Achei que íamos atrás de um curandeiro, não assistir a uma DR de casal mal assumido. — A jovem reclamou enquanto alongava seus braços, para compensar o tempo em que ficou imóvel.

— Olha, por incrível que pareça, aquele garoto de cabelo loiro é um curandeiro, e um bom por sinal. Até onde eu sei, eles não são um casal. Aparentemente, Byakuya foi ferido pela Décima Terceira General e acabou ficando sob os cuidados do Oliver durante quase uma semana. — Leonardo explicava com calma, enquanto bocejava e estralava suas costas desajeitadamente.

Enquanto se espreguiçava, o garoto parou por um momento, parecendo se lembrar de algo. — Oh, por sinal, antes que eu me esqueça e que continuemos com essa conversa… há algo que você precisa saber, então não surta.

— Ah não, sempre que você mete uma dessas é por algo que de duas uma: ou eu vou me irritar com você ou é algo que nem mesmo você imaginava. Qual dessas é? — A jovem perguntou enquanto alongava as pernas.

Leonardo pareceu ficar pensativo antes de lhe dar uma resposta e então finalmente disse: — Hmmm, com certeza a segunda. Então, para não ficar enrolando, é bem, seu irmão… eu não sei por quê, mas ele tá no Templo Huo e eu o vi falando com Shishou… — O jovem explicou, enquanto desviava o olhar para o céu, esperando a reação dela.

Já Kaede, que estava no meio de seu alongamento, se desequilibrou ao ouvir a nova informação e voltou a olhar para Leonardo rapidamente:

— O QUÊ?! Como assim o maninho tá lá? E por que a gente não foi pra lá ainda?! Sabe, tipo, eu achei que o nosso objetivo principal nessa viajem fosse resgatar meu irmão do império. — Ela perguntou, até mesmo um pouco indignada.

Leonado, por sua vez, riu ficando meio sem graça e então voltando a respondê-la:

— Bem, sim, inicialmente nessa jornada, a minha maior intenção era pegar o Ryo de volta… e obviamente isso não mudou. Mas esses generais, essas pessoas sofrendo… eu não posso apenas ignorar tudo isso. Eu quero seu irmão de volta, mas antes disso, quero pelo menos garantir que não teremos ninguém tentando nos matar no final. Ele já sofreu demais. — Leonardo desabafou, sem ao menos perceber.

Kaede, prestando muita atenção, respondeu:

— Você fala como se tivesse visto meu irmão passar pelo inferno, Leo. E sinceramente de tudo que me lembro, eu e ele tivemos uma vida extremamente confortável. Então me diz a verdade, Leonardo Lopez de Alencar: o que aconteceu com o Ryo depois que morri? E não me diga que não aconteceu nada, pois é impossível estar se referindo a ele nessa vida quando você quase não o viu nos últimos anos. — A voz de Kaede nesse ponto era alta e autoritária, o que chamou a atenção de Leonardo. Era raro vê-la tão irritada ao ponto de usar seu nome completo. Mesmo após anos sem levar uma bronca dela, ainda dava medo como na primeira vez.

— E… eu, bem…, olha, Kaede, eu…. argh… eu realmente preferiria não ter que me lembrar dessas coisas, mas se quer tanto saber… Depois que achei seu irmão, eu posso não ter especificado quão grave foram os ferimentos. Ele tinha cortes no tornozelo esquerdo ao ponto de não conseguir se sustentar de maneira alguma, tinha uma linha vermelha no pescoço que quase estava na carne, a mandíbula havia sido deslocada, seus braços, seu abdômen tinha queimaduras e cortes… e… — À medida que Leonardo continuava a falar, seu rosto se tornava sombrio e as lágrimas surgiam. O jovem outrora calmo ficava perturbado ao ponto de se sentar no chão para não cair ao relembrar — cada ferimento profundo… cada hematoma… Eu sabia que aquilo não era por causa do acidente, muito menos por ter ficado dias perdido em uma floresta… al… alguém tinha machucado o amor da minha vida e eu não o protegi… Eu… e depois de tudo… eu o levei para uma cidade pequena, numa cabana longe da cidade… um… um amigo nosso cuidou dos ferimentos, deu pontos e a receita para medicamentos. Ele passou dois meses sem conseguir falar… enquanto eu tratava os outros ferimentos… noite após noite eu não conseguia dormir, Kaede… eu tinha medo… medo que ele se machucasse… — E assim, entre as lágrimas, Leonardo não conseguia se conter mais. O desespero e a dor a que ele guardava só para si por tantos anos, longos sete anos sofrendo em silêncio, e soltar tal coisa de uma maneira que muitos considerariam até mesmo desleixada, haviam finalmente desmoronado.

Kaede, por sua vez, havia entrado em um estado de choque. Por mais que não conseguisse se lembrar do “acidente” nem de seu irmão mais novo se machucando a esse ponto, ela sentia que Leonardo estava dizendo a verdade. Sem ao menos se dar conta, já estava chorando e, em meio às suas próprias lágrimas, sentou-se ao lado de seu melhor amigo e o abraçou.

— Não precisa continuar, Leo… eu acredito em você… está tudo bem… vai ficar tudo bem agora. Você tem a força pra protegê-lo agora… — E ali, em meio às lágrimas, Kaede aos poucos acalmou seu amigo ainda desesperado. Um longo tempo se passou antes de voltarem para dentro da cabana e descansarem junto a Byakuya e Oliver.

[…]

Enquanto isso, na reunião dos treze generais…

Já fazia um tempo que tudo o que se ouvia naquela sala eram apenas reclamações e gritos irritados de todos os lados. A esse ponto, nenhum general permitia que o outro falasse, enquanto a própria Masaru não conseguia achar uma brecha para se inserir na conversa entre seus generais, que já haviam se dispersado do verdadeiro motivo de terem se reunido no Templo Huo.

Até que Masaru finalmente perdeu a paciência, bateu a mão a mesa e chamou a atenção de todos os generais, que enfim se calaram para prestar atenção na sua Xogum. Ao ver todos calados, a mulher finalmente conseguiu falar:

— Bom, agora que finalmente pararam com essa discussão irracional, podemos conversar de maneira civilizada sobre o ocorrido. Enfim, tudo o que sabemos até o momento é que Shihei e o meu discípulo foram atacados por um grupo terrorista com uma nova droga capaz de matar youkais, impedindo o fluxo de energia espiritual. Temos alguma nova informação, Huo-sama ? — Masaru perguntou, direcionando seu olhar a Segunda General.

Huo Liming, por sua vez, organizou alguns papéis à sua frente e os passou para o lado, com cada general adquirindo uma folha.

— Bem, sim, nessas folhas que entreguei para todos, estão os resultados dos exames toxicológicos que fiz utilizando tanto o sangue do Shihei quanto o do Ryo. E, como podem ver, grande parte da toxina presente no sangue dos dois, corresponde ao veneno de um youkai, mais especificamente de uma jorogumo… o que me leva a crer… Bem, há um tempo que Hana e suas irmãs não nos respondem adequadamente. — Em resposta à acusação feita por Huo Liming, a Sétima General soltou um leve suspiro tomando a palavra.

— Huo, como pode dizer isso sobre ela? Hana sempre foi uma boa garota e uma das primeiras a apoiar nossa Xogum quando se tornou a comandante da nação. Não estou dizendo que sua análise esteja errada, afinal você é a melhor das médicas da nação, mas acusar outro general, isso é algo sério demais para propor de maneira leviana. — Koharu estava calma enquanto falava, mas seu coração palpitava mais rápido ao cogitar que uma amiga poderia ter sido a causa do estado de cama de Shihei. Tomando a palavra, o Primeiro General falou:

— Exatamente, Huo Liming. Acusar uma general dessa maneira… Como pode propor tal hipótese tão despreocupadamente? Afinal, sabemos que Hana não é a única jorogumo existente, nem mesmo a mais velha delas. Então, acusá-la assim… e sem um bom motivo? Ousada. — Enquanto falava, Yanagi mantinha um sorriso despreocupado no rosto, mas que, de uma maneira que nem mesmo Huo Liming entendia, lhe causava arrepios.

Mas, mesmo com o arrepio em sua espinha, ela não se intimidaria diante de um jovem arrogante.

— Para que fique claro a todos os presentes, o que estou falando não são acusações infundadas. Eu sou familiarizada com as toxinas expelidas por Hana e por suas irmãs, e o que estou dizendo é que o veneno presente na receita para a produção dessa droga corresponde a uma mistura do veneno da Décima Terceira, Décima Segunda e Décima Primeira General. E também não estou propondo que elas colaboraram para essa droga de livre espontânea vontade. — Huo Liming complementa, direcionando um olhar severo a Yanagi, que em resposta rapidamente perdeu o sorriso no rosto.

Após um tempo ouvindo e repensando tudo o que estava sendo dito, o Sexto General enfim falou:

— Interessante. Então, se entendi bem, a Segunda General acha provável que esse grupo terrorista que deseja reinstalar o imperialismo esteja forçando não uma, mais três generais a ajudá-los… isso procede à sua visão Masaru-sama? — Hokusai perguntou, realmente curioso sobre a opinião de sua Xogum.

— Bom, por mais inesperado que seja, acho algo totalmente plausível a se considerar. As três, por mais que ocupem o cargo de generais entre todos os treze, são as mais fracas para o combate. Por mais que se destaquem em lutas estratégicas e batalhas políticas, se pegas desprevenidas, acredito que seria totalmente possível estarem submetidas a obedecer às ordens de outros, mesmo que não quisessem. — E assim, após um longo tempo pensando, Masaru enfim completou seu raciocínio.

— Muito bem, eis o que proponho que façamos: quero uma equipe de pelo menos três generais para ir aos distritos de Kumo-rui e averiguar a situação. Vocês têm total permissão para atacar, caso seja necessário, mas sem ferir nosso povo alé….— Antes que pudesse terminar de falar, Huo Liming interrompeu e suspirou antes de continuar. Em sua mente, pensou: “Desculpe, meninos, precisarei expor vocês um pouco.”

— Não será necessário enviar alguém. Meus discípulos estão no décimo terceiro distrito há algum tempo. Posso pedir para que enviem um relatório do que está acontecendo. — Huo explicou rapidamente, chamando a atenção de Masaru.

— Não sabia que estava treinando novos discípulos, Huo-sama. Achei que não gostava mais de ter pessoas para cuidar, mas deveria ter percebido essa mudança, afinal, o templo está tão cheio. Mas bem, certo, faça isso. Peça a eles que informe a situação. Todos concordam com isso? —  Com a pergunta da Xogum, o silêncio se manteve na sala, com todos os generais presentes concordando com a medida proposta por Huo Liming.

— Ótimo, agora vamos ao outro ponto importante dessa reunião. Antes de continuar a discutir sobre a saúde de Shihei, gostaria de propor que aproveitemos a reunião que estamos tendo e, como dificilmente nos reunimos assim, votássemos para eleger uma nova Quarta ou Quarto General. Todos estão de acordos com essa votação? — Com a nova pergunta feita por Masaru, os presentes se ajeitaram, se sentando em uma posição mais ereta e rapidamente concordaram com a proposta de sua Xogum.

— Muito bem, os nomes considerados a ocupar esse posto são: Aburaya Keiko, a discipula mais velha da General Miyazaki Koharu, com ótimos feitos em suas missões de espionagem, perseguição e proteção de figuras importantes; Inoue Sora, o único discípulo do Sexto General Ito Hokusai, conhecido como o segundo melhor combatente aéreo da nossa nação, perdendo apenas para a Segunda General Huo Liming; e, por último aquele carrega o título de Lótus Imperial e meu primeiro discípulo, Toyosaki Ryo, sendo o único pactuado além de mim e o melhor assassino do império. Esses são os três nomes colocados como possíveis sucessores de um general. Gostaria de saber se algum de vocês possui alguma objeção a isso? — A mulher perguntou, enquanto se levanta para olhar melhor para os generais presentes na sala.

— Eu tenho uma pergunta. Sugerir o Toyosaki a esse cargo me parece um pouco de… como posso dizer, favoritismo. Não acho que o moleque seja realmente adequado para o cargo. — Yanagi respondeu com um tom ácido na voz.

— Você acha isso, Yanagi? Pois estava ocupado demais em bordeis para saber da evolução do garoto. Não se sinta ameaçado, passarinho, ou está com medo de que a cobra quebre suas asas? — Gonkuro foi rápido em respondê-lo, sem sequer permitir que outra pessoa expressasse alguma dúvida sobre a possível promoção de Ryo. Com sua fala, Yanagi rapidamente o primeiro se calou e virou a cara.

Masaru, que apenas observava a discussão se desenrolar, finalmente voltou a falar quando o silêncio finalmente caiu na sala de reuniões:

— Ótimo, agora que todas as dúvidas foram bem expressadas,  continuemos. Faremos isso de maneira mais simples: todo general tem direito a indicar uma pessoa, desde que não seja seu discípulo. Todos de acordo? — Com todos concordando com os termos feitos por Masaru, a votação enfim começou.

O primeiro a se levantar de sua cadeira e falar seu voto foi Gonkuro:

— Como já sabem, meu apoio é favorável ao Toyosaki. Acredito que ele tem o que é preciso para ser o melhor entre os nossos. — O homem fala e se sentou novamente.

A próxima a se levantar foi Huo Liming:

— Meu voto vai ao garoto Toyosaki. Um de meus discípulos é extremamente favorável a ele e acredita que o garoto é capaz de muito, e como mestra, optarei em acreditar no que foi dito por ele. — A mulher fala com um sorriso gentil, enquanto a situação ficava cada vez mais favorável a Ryo.

Depois de Huo, o próximo que se levantou foi Yanagi:

— Meu voto é para a senhorita Aburaya Keiko. Talvez ela possa me divertir um pouco com isso. — O homem propôs com um riso desleixado e rapidamente sentiu uma intenção claramente assassina direcionada a ele pela Sétima General, que se levantou em seguida.

— Meu voto é para Ryo. Keiko já me falou muito bem do rapaz. Além disso, ele, Keiko e Sora são bons amigos — a general respondeu rapidamente. Enquanto estava prestes a se sentar, falou novamente: — E, para deixar claro, se tocar em minha discipula, seu corvo velho, eu mesma o depenarei. — Assim, ela se calou e se sentou novamente.

Após ela o Sexto General veio a falar:

— Meu voto é para Keiko. Acredito que a jovem seja muito capaz. Alguém como ela entre os nossos pode ser de uma grande utilidade. Além disso, por mais forte que o jovem Toyosaki seja, não acho que ele esteja pronto no momento para isso… talvez ele possa até mesmo tomar o lugar de um general presunçoso futuramente — o homem disse rindo, enquanto direcionava seu olhar para Yanagi, e enfim se sentou.’

— Bom, o meu voto, vejamos~ meu voto é decisivo, aparentemente. Afinal, se meu voto for para o Ryo ele ganha. Se meu voto for para Keiko, a sua vitória está praticamente garantida, visto que nossa Xogum não pode votar em seu próprio discípulo… Ah, isso é tão divertido. Que tal complicarmos as coisas então? Meu voto vai para… A senhorita Keiko! — Sakuma respondeu rapidamente, nem ao menos se levantando, mas se abanando com seu leque dourado enquanto sorria para Masaru.

Masaru, por sua vez, não pretendia ter seu voto influenciado por qualquer um de seus generais e apenas riu para Kaoru antes de dizer:

— Meu voto é para o jovem Sora. O garoto é um bom combatente aéreo, e creio que precisamos de mais acréscimos nessa área. Bem, acredito que agora devemos ir para uma rodada de desem… — Antes que Masaru pudesse terminar de falar, a porta da sala de reuniões se abriu com um estrondo, e, trazido em uma cadeira de rodas de madeira por um soldado vestido de vermelho, lá estava o jovem Quinto General Jo Shihei.

­— Acredito que me atrasei para a reunião, sinto muito. Estávamos votando para o próximo Quarto General, não é? Ouvi um pouco da conversa enquanto era trazido para cá — Shihei falou com um sorriso no rosto, enquanto todos os outros ali, incluindo Masaru prestavam uma reverência pela volta de seu amigo.

— O que é isso, gente… assim vocês me deixam constrangido. Por favor, levantem-se. Eu estou bem, apenas me recuperando — O garoto respondeu rindo enquanto era posto em seu lugar na mesa, e enfim, o soldado que o acompanhava se retirou.

Masaru, por sua vez, sorriu ao ver Shihei:

— Que bom que está melhor, estava preocupada sobre quando você acordaria Shihei… Então, sim, estamos votando atualmente para decidir o próximo Quarto General e o seu voto, meu amigo, é o voto de desempate. Atualmente, os dois mais votados são Keiko e Ryo. Gostaria de votar em um deles? — A Xogum perguntou com um sorriso no rosto.

Shihei riu com um sorriso até mesmo sádico, olhando para cada general na sala e enfim falando:

— O que estão esperando? Vão chamar Toyosaki Ryo! Essa reunião não pode continuar sem nosso novo Quarto General, e tragam a bebida, devemos comemorar! — Com a resposta de Shihei, aqueles que votaram em Ryo rapidamente sorriram e comemoraram entre si. Até mesmo aqueles que não haviam votado no rapaz estavam contentes com a decisão. Bem, pelo menos quase todos.

Com a votação concluída, Masaru, que estava prestes a chamar um soldado para trazer Ryo para reunião, se assustou ao abrir a porta e se deparar com seu discípulo, com vestes azul-escuras, o cabelo preso em um coque com uma franja bem-feita na testa e levando Uroborosu em sua cintura. O garoto sorriu e, de maneira quase presunçosa falou:

— Quarto General, então? Eu gosto disso, acho que posso me acostumar. — O garoto então entrou na sala, passando por sua mestra, e foi até o meio da sala.

— Bom, sei que alguns aqui talvez não me apoiem como general, mas acreditem quando digo que jamais envergonharei minha Xogum. Além disso, devo fazer um pedido à Segunda General. —  o garoto dizia, se virando para Huo Liming com um sorriso gentil no rosto.

Huo Liming correspondeu com um aceno de cabeça e o respondeu:

— Muito bem, diga, Quarto General.

— Peço que a senhora use de seus conhecimentos medicinais e espirituais para ajudar o discípulo do Mestre Gonkuro a voltar à vida. Mantivemos seu corpo preservado nos últimos anos, mas isso já está desgastando o terceiro a um ponto crítico — Ryo manteve uma pequena reverência enquanto fazia seu pedido e, logo após terminar de falar, voltou à posição ereta.

Huo Liming suspirou e pensou um pouco.

— Muito bem, se o corpo ainda não se desfez durante todo esse tempo, acredito que posso sim trazê-lo de volta. Mais algum pedido, Ryo? Talvez algo para você agora? — Liming perguntou enquanto olhava para Gonkuro, que se continha para não derramar suas lágrimas. Huo gentilmente apertou sua mão, ouvindo um sussurro de Gonkuro agradecendo.

Ryo então fingiu ficar pensativo sobre o que desejava, por mais que ele e a própria Huo Liming soubessem o que ele queria, e então ele falou, de maneira que só os dois entenderiam:

— Onde devo esperar? — Ryo perguntou, levando sua mão direita ao anel em sua mão esquerda sem perceber.

Huo Liming sorriu e rapidamente respondeu:

— Vá com a Kaoru para o Distrito Sakuma. Avisarei que estará lá… e se mantenha escondido até lá — Então, trocando olhares, os dois sorriram um para o outro deixando todos os presentes confusos sobre o que estavam falando.

— Ótimo. — O garoto então se virou para a Kitsune e, indo até onde ela estava sentada, perguntou rapidamente:

— Décima General, se importaria em me receber em sua casa durante um tempo? Há alguém que preciso encontrar e algo que preciso investigar.

Kaoru então olhou confusa para Ryo, sem saber exatamente como o responder, buscando uma resposta no rosto de sua Xogum, que acenou um sim disfarçadamente, autorizando a mulher a recebê-lo em sua morada. Então, sorrindo, a Kitsune respondeu:

— Certo, você é bem-vindo em minha casa, Ryo. Partiremos em cinco dias. Peço que esperem o anúncio do Ryo como Quarto General, para o aniversário de nosso País. Isso gerará mais impacto aqueles que tentaram nos atacar… Porém, devemos deixar claro a todos aqueles ligados ao império que o jovem Toyosaki já está atuando como um general e deve ser tratado como tal.

E assim, após todos concordarem com o que Kaoru estava falando, a reunião prosseguiu até o cair da noite. Mas, com o cair da noite, o ar se tornava frio tanto no grande Templo Huo quanto na grande floresta de Kumo-rui.

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Capítulo 32
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Entre Espadas

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Um relacionamento que acabou de maneira conturbada e um acidente que causa a morte de ambos, foi assim assim que Ryo e Leonardo se viram em um mundo feudal durante um xogunato, onde aparentemente...

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        Capítulo 45 Um Conto de Dois Irmãos (4): Sobre suas asas.
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        Capítulo 44 Um Conto de Dois Irmãos (3): Nasce o Lírio.
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        Capítulo 43 Um Conto de Dois Irmãos (2)
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        Capítulo 42 Um Conto de Dois Irmãos (1)
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        Capítulo 41 Você e Eu, Até o Fim.
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        Capítulo 40 Treze Soldados, Quatorze Corações que Batem em um Único Som.
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        Capítulo 39 O Doce Som da Biwa
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