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Entre Espadas

Capítulo 33

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  4. Capítulo 33 - A teia da aranha
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Assim que a noite enfim caiu, o clima na cabana se mostrava ainda mais tenso do que cedo. Leonardo e Kaede estavam constantemente revendo seu arsenal, certificando-se de que estavam completamente recarregados, mas não pareciam ter intenção de manter conversas longas. Para Byakuya e Oliver, a situação não era melhor. Byakuya estava com certa dificuldade para colocar corretamente a proteção em seu abdômen, sendo ajudado por Oliver em silêncio. Mayuzu estava sentado silenciosamente na cama, apenas observando os outros a se prepararem, e então foi o primeiro a quebrar o silêncio imposto no local:

— Então… Jovem Mestre, eu deveria acompanhá-lo dessa vez? — O pardal perguntou em um sussurro envergonhado.

Byakuya, que ainda estava sentado deixando Oliver arrumar sua pouca armadura, pareceu pensativo por um segundo. Antes de responder, olhou de relance para Oliver e para Leonardo e Kaede, e suspirou:

— Não, fique aqui, você só iria atrapalhar. Já temos pessoas o suficiente para matar uma aranha. — O youkai respondeu. Quando Oliver deu um leve tapa em suas costas, terminando de amarrar devidamente a armadura, o youkai se levantou e foi para fora.

Com a saída de Byakuya, Oliver suspirou e olhou para os outros usuários que havia conhecido recentemente e, de repente, começou a falar em inglês. — Vocês dois sabem inglês? — ele perguntou, e rapidamente Leonardo e Kaede se viraram, expressando um sim com a cabeça.

— Ótimo, falaremos assim então. Sendo sincero, eu não sei por que o sistema me deu a missão de ajudar vocês. Meu único objetivo aqui era salvar esse cachorro teimoso e sem noção, mas, sendo sincero, se eu recebi uma tarefa como essa, isso significa que vocês são pessoas realmente boas, bem, pelo menos é isso que gosto de pensar. Além disso, há uma coisa que precisamos esclarecer: derrotar a Hana, assim como salvar o Byakuya da morte, foram coisas que interferem diretamente na narrativa, e a cada vez que fazemos isso, mas imprevisível o futuro nesse lugar se torna para nós, leitores. — Oliver explicava calmamente enquanto Leonardo e Kaede se mantinham em silêncio, apenas o escutando atentamente.

— O que quero dizer é que mudamos a narrativa que conhecemos. A pessoa que deveria matar Hana e descobrir o que está acontecendo em Kumo-rui deveria ter sido a protagonista, mas, por algum motivo, isso também não aconteceu, o que, para mim, só pode significar uma única coisa: mais alguém além de nós está alterando a narrativa e talvez essa pessoa esteja almejando muito mais do que apenas mudar aspectos da história… Eu só… bem, tomem cuidado. O resultado dessa batalha é imprevisível para mim e não sei até onde a Deusa pode me ajudar. — Oliver então suspirou, se levantou e se virou para sair, deixando apenas Leonardo, Kaede e Mayuzu que não estava entendo nada naquela cabana velha.

Com a saída de Oliver, apenas Kaede e Leonardo ficaram ali, em total silêncio, se preparando para sair. A primeira a falar algo foi Kaede, que, entregando uma máscara de Oni vermelho para Leonardo, sorriu. — Não se preocupe tanto, o Ryo sabe se cuidar melhor do que imagina. Sinto que logo o encontraremos, Leo. Então, foque na batalha de agora, afinal, temos um youkai para exterminar. — Kaede enfim sorriu para Leonardo, colocou uma máscara branca de raposa em seu rosto e saiu, deixando apenas Leonado ali junto com Mayuzu.

Quando Kaede saiu, Leonardo suspirou, segurando a máscara de Oni vermelho que lhe havia lhe sido entregue, e se virou para Mayuzu. — Não se preocupe, Mayuzu-sama, não vamos deixar que o Byakuya morra. Então, durma despreocupado. — Leonardo sorriu, e Mayuzu não respondeu de imediato, mas quando colocou a máscara em seu rosto e saiu da cabana, a voz de Mayuzu veio de trás de si.

— Obrigado. — Ao ouvir isso, Leonardo apenas acenou, saindo da cabana e se reunindo com o grupo que estavam em um pequeno círculo discutindo algo. Com a aproximação de Leonardo, Oliver enfim o introduziu à conversa.

— Leonardo, estamos planejando exatamente o que faremos agora. O que decidimos foi que devemos nos dividir em duas equipes. Basicamente, dois de nós enfrentarão a aranha que atacou o Byakuya quando chegou, e os outros dois devem achar o esconderijo do verdadeiro corpo da Décima Terceira General. Você concorda com isso? — Oliver explicou e logo perguntou calmamente.

— Me parece sensato, mas exatamente como vamos procurar o corpo principal dela? Essa floresta é enorme, ela pode estar em qualquer lugar… a não ser que o Byakuya possa rastreá-la, procuraremos o equivalente a uma agulha no palheiro. — Leonardo argumentou rapidamente.

— Eu posso fazer isso, o aroma do veneno dela tem um cheiro distinto, posso encontrá-la assim. — Byakuya respondeu rapidamente

Com a confirmação feita pelo youkai, Kaede logo tomou a palavra: — Ótimo, então agora precisamos focar em chamar a atenção da última marionete dela e, após isso, o Leonardo e o Byakuya vão seguir atrás do corpo verdadeiro.

— Desculpe, mas por que os dois devem ir juntos? Achei que preferiria ir com ele. — Oliver perguntou rapidamente, ligeiramente confuso sobre a sugestão feita pela garota.

— Bom, isso é simples. Com uma olhada rápida no Byakuya, fica evidente que ele é um melhor lutador corpo a corpo que você e o Leo. Além de ser ótimo em ataques corpo a corpo, ele também possui uma defesa excepcional. Afinal, ele pode forçar a aranha a parar um ataque. — Kaede explicou rapidamente e, por mais que falasse de maneira convincente, Oliver não sabia se havia entendido completamente tudo o que ela falava e assim perguntou:

— Como assim, parar o ataque dela?

Kaede então sorriu por baixo de sua máscara e respondeu: — O Leonardo aqui pode controlar o sangue, tanto o dele quanto o de outros seres vivos. Se ele fosse nosso inimigo, com certeza já estaríamos mortos. — Kaede conta em meio a um pequeno riso brincalhão, enquanto Byakuya e Oliver se entreolhavam confusos.

— Certo… Faremos assim então: Leonardo e Byakuya vão atrás do corpo principal da Hana, enquanto eu e a Kaede lidaremos com a marionete. Sendo assim, acho que já resolvemos todas as dúvidas e podemos ir. — Assim, com todos enfim concordando em partirem para caçar uma certa aranha, aos poucos eles deixaram a clareira onde Mayuzu estava na cabana e voltaram adentrar a floresta.

À medida que andavam em meio ao escuro da vasta floresta de Kumo-rui, teias e mais teias de aranha se tornavam as únicas coisas visíveis em meio à escuridão. Junto a isso, o silêncio noturno ensurdecedor tornava tudo ainda mais perturbador. Afinal, mesmo que estejam em uma floresta durante a noite, a mata nunca se mantém em silêncio, nem mesmo à noite. Mas ali, o silêncio era constante. Após algumas horas em uma longa caminhada, o grupo finalmente se deu conta do porquê o silêncio era tão presente. Nesse ponto, as árvores ao redor deles já não possuíam mais folhas, estavam completamente secas, e onde suas folhas deveriam estar, um grande amontoado de teias estava suspenso, ligando-se de árvore em árvore. Em meio às teias, era possível se ver casulos de diferentes formas e tamanhos, espalhados até onde nem mesmo os olhos de Byakuya conseguiam enxergar.

— Estão por toda parte. — Byakuya falava enquanto seu olhar se movia rapidamente entre as teias.

— Os casulos? É, nós estamos vendo. — Leonardo respondeu de maneira quase sarcástica em um sussurro.

Byakuya então direcionou seu olhar para Leonardo e voltou a falar: ­— Não, aranhas são pequenas… quase como se tivessem acabado de sair dos ovos, estão por toda a teia. Se ela ainda não sabia de nossa presença, agora com toda a certeza sabe. — Somente então, com o que Byakuya falou, Leonardo, prestando mais atenção e se concentrando mais, conseguiu sentir. Eram várias, talvez milhares de aranhas por toda a teia.

— Tsk, Kaede. — Leonardo chamou, se virando para olhar para ela e Oliver.

— Sim, o que foi? — Ela perguntou rapidamente.

— Essas aranhas estão provavelmente ligadas à Hana, certo? — Ele perguntou, e Kaede respondeu um rápido sim com um aceno de cabeça. — Então, se alguém matasse todas de uma vez… ela mandaria a marionete para conferir o que aconteceu, certo?

Antes de responder, tanto Kaede quanto Oliver se entreolharam rapidamente e, com um longo suspiro, ela enfim respondeu a Leonardo: — Bom, isso pode ser possível… mas é muito arriscado. Essas aranhas estão acima das nossas cabeças Leonardo. Se fizer o que estou pensando que vai tentar fazer, isso pode acabar fazendo com que o Oliver ou o Byakuya ingiram o veneno sem querer. Eles não estão de mascarás como nós. — A garota argumentou rapidamente com Leonardo.

Leonardo, por sua vez, olhou para Byakuya e depois para Oliver: — O que acham? — Ele perguntou sem rodeios.

E, quase ao mesmo tempo, os dois logo o responderam: — Faça. — E assim, Leonardo tomou a frente do grupo, parando diante de todos eles.

— Ótimo, devo avisá-los para manterem as cabeças baixas. Afinal, não é apenas o sangue que cairá dessas coisinhas, tudo vai… — E assim, enquanto Leonardo falava, ele deu um longo suspiro, fechando seus olhos e se concentrando. Expandiu sua presença cada vez mais, localizando cada aranha e impondo uma pressão até mesmo em seus companheiros. Após localizar cada aranha em uma área de  50 metros, ele levou ambas as mãos à frente completamente abertas, e lentamente as fechou. — Explodir. — E assim, quando suas mãos se fecharam, o som estrondoso dos corpos das aranhas explodindo em diversos pedaços se espalhou por um longo período de tempo. Em meio às explosões, um alto grunhido de dor ressoou por toda a floresta, enquanto todos ali eram banhados pelo sangue das aranhas mortas, todos exceto por Leonado, do qual o sangue parecia se desviar. Aos poucos, ele se virou para seus companheiros, que o olhavam de maneira quase amedrontada.

— O-oque… por que vocês estão me olhando assim? — Leonardo perguntou, confuso e um pouco hesitante sobre a maneira a qual estavam olhando para ele.

— Não é nada… só é a primeira vez que vemos você utilizando isso… e é um pouco mais brutal do que alguns de nós estava esperando… — Oliver respondeu rapidamente, enquanto o som de patas rapidamente se aproximava rapidamente do grupo, desviando a atenção da conversa.

— Tem algo se aproximando, chegou a hora. Leonardo, Byakuya, vão agora. eu e o Oliver lidaremos com o que vier. — Kaede alertou rapidamente, enquanto as asas voltavam a aparecer em suas costas. Leonardo e Byakuya desapareceram na escuridão da noite, restando apenas Oliver ali.

— Então, senhorita Kaede, acho que não conversamos adequadamente antes, mas como exatamente você luta? —  Ele perguntou enquanto os dois se colocavam de costas um para o outro, olhando para todos os lados, enquanto o som constante de algo ficando cada vez mais próximo os assombrava, lembrando-os do confronto inevitável o qual estava prestes a surgir.

Kaede mantinha seu olhar atento ao redor enquanto respondia ao homem em um sussurro: — Sendo sincera, não sou boa com a katana e outras armas. Meu combate se baseia… em análise, por assim dizer.

E assim, com uma rápida troca de palavras, o som das patas enfim cessou, sendo trocado pelo baixo som do choro de uma criança, causando um arrepio da cabeça aos pés de Kaede e Oliver. O choro era alto e parecia vir de todos os lugares, e por mais que procurassem com seus olhos, apenas viam as velhas árvores cobertas de teias, enquanto o choro quase ensurdecedor continuava.

— Tsk, Kaede, essa coisa está brincando com a gente, quer nos confundir e nos preder. Maldita aranha… se o que eu estou pensando estiver certo… — Ele parou de falar enquanto estendia suas mãos para os lados, com as palmas completamente abertas. — Não saia de perto, Kaede.

— Certo. O que vai fazer? — Ela perguntou enquanto, aos poucos, sua cabeça começava a latejar de dor pelo som do choro incessante. De alguma maneira, quanto mais escutava o som do choro da criatura, seja lá onde estivesse, aquilo trazia uma sensação de fadiga quase constante.

— Te dar  preencha para voar, se prepare, você vai saber quando for a hora. — Ele respondeu, e o som do choro agora parecia se distanciar, cada vez mais distante. Oliver, por sua vez, estava de olhos fechados, dedicando-se a forçar sua audição ao máximo que conseguia, até que, finalmente, quando o choro estava prestes a parar, seus cabelos loiros começaram a brilhar e ele rapidamente exclamou com todo o ar em seu pulmões: — A DEUSA TROUXE TRÊS PEDIDOS AQUELES QUE ENVIOU PARA SEU MUNDO: O SEGUNDO PEDIDO, EXPURGE O MAL. — E ali, com o grito de Oliver, a lua pareceu ficar exatamente acima do garoto, revelando uma grande aranha meio humana prestes a atingi-lo. No exato momento em que estava prestes a ser atingido, um grande feixe de luz roxa desceu sobre a luz da lua como um raio em uma tempestade, queimando grande parte das teias e jogando a mulher-aranha para longe em meio ao fogo. Naquele exato momento, com o buraco formado entre as teias, Kaede agarrou Oliver pela cintura e levantou voou, segurando o garoto.

E assim, com o fogo deixado pelo pedido, as teias se incendiavam cada vez mais, alastrando o fogo pela floresta. Em meio às chamas, uma risada quase diabólica foi emitida, seguida por uma voz feminina distorcida, como se tivesse as cordas vocais envolvidas a cacos de vidros:

— MALDIÇÃO, COMO, MALDITOS HUMANOS, MINHA TEIA, MINHA PRECIOSA TEIA… COMO CRIATURAS REPUGNANTES COMO VOCÊS POSSUEM TAL FORÇA… MASARU MANDOU VOCÊS?! COMO… ELE DISSE QUE OS OUTROS NUNCA DESCOBRIRIAM… — A voz da aranha era cada vez mais estridente, enquanto Oliver e Kaede a ouviam tentando escalar suas próprias teias e caindo de novo e de novo. Até que, enfim, o som de algo deixando o chão surgiu, e por reflexo, Kaede jogou Oliver para cima.

E por sorte, ela havia feito isso no momento certo. Assim que soltou Oliver, sentiu algo colidindo brutalmente em suas costas, arremessando-a para frente no ar e a fazendo cuspir sangue.

A visão de Oliver era de uma mulher nua até a cintura, com metade de seu abdômen queimado, enquanto a parte de baixo era a de uma grande aranha colorida, que socava com extrema força as costas de Kaede. Logo após isso, ele estava caindo juntamente com a aranha, estando poucos centímetros acima dela. Mas, assim que ela estava prestes a atingi-lo e talvez leva-lo à morte, Kaede o agarrou pela cintura novamente e levantou-os no ar.

— Kaede! Você está bem? Aquele soco… jurei ouvir sua coluna estalando… — Oliver perguntou, um pouco aliviado por ter sido pego novamente pela garota, enquanto ela arfava, com sua respiração descoordenada e sangue ainda saindo de sua boca.

— Eu… isso não importa agora… Oli, eu não sei se consigo continuar segurando nós dois no ar… você vai precisar confiar em mim agora… eu tenho um plano… — À medida que Kaede falava, o rosto de Oliver se refletia nas chamas enquanto escutava atentamente o que possivelmente era aquela aranha se preparando para atacar novamente.

— Certo, o que eu tenho que fazer? — Oliver perguntou, engolindo a seco.

Kaede, por sua vez, estava lentamente tentando controlar sua respiração para enfim falar: — Segure-a pelo máximo de tempo que puder. Não morra. Eu preciso de vinte minutos… me dê isso e consigo ganhar essa batalha para nós… não deixe que ela suba ao ar novamente depois de agora… eu prometo que vou recompensá-lo com um bom jantar caro se conseguir isso… — Ouvindo o que ela estava dizendo, Oliver cogitou a possibilidade de Kaede estar tentando deixa-lo para morrer por um breve momento, mas se ela realmente pretendesse fazer isso, não o teria levado para os céus com ela, muito menos o protegido do ataque do youkai aranha. Então, ele confiaria nela, dessa vez.

— Vinte minutos…? Certo, eu posso fazer isso… então acho melhor você ter realmente um bom plano, moça. Se eu morrer, juro voltar para levá-la ao submundo por mentir por um Santo! — Os dois então riram desajeitadamente por um breve momento e, assim, ao mesmo tempo em que a risada de ambos se cessou, a aranha subiu novamente, pronta para desferir um soco em Oliver. Mas, assim que subiu, Oliver foi solto, a acertando no rosto com um chute e enfim desaparecendo nas chamas junto à aranha.

E assim que Oliver caiu, Kaede praticamente se sentou como se meditasse, com suas as asas a mantendo alta o bastante para que dificilmente fosse atingida. Por mais difícil que fosse ainda se acostumar a voar, isso era o suficiente. Aos poucos, a garota estava se concentrando enquanto sua energia espiritual se tornava visível, primeiro de uma coloração azulada e então tomando a cor dourada rapidamente. Pouco a pouco, essa energia parecia se estender e crescer em volta de seu corpo.

Enquanto isso, no chão, após acabar de passar pelas chamas, Oliver estava frente a frente a youkai aranha, a qual tinha parte do corpo carbonizada. Pouco a pouco sua carne queimada estava se curando, mas a deixando ainda mais aracnídea. Em questão de segundos, aquela coisa partiu para cima de Oliver, quase o acertando com um soco. Mas, por sorte, Oliver era veloz e, a cada ataque da aranha, ele se esquivava com mais eficiência. E assim começou uma perseguição na qual Oliver não poderia deixá-la perceber a presença acima de suas cabeças. A youkai era esperta; às vezes vinha com socos e outras com suas patas. Os golpes que acertavam Oliver causavam um grande estrago. A um certo ponto, o jovem já estava coberto do próprio sangue, mas ainda de pé, se curando e devolvendo os ataques, entoando o segundo pedido sempre a uma distância considerável de onde Kaede estava. Isso, além de ser uma ótima maneira de se manter de pé, também informava a localização em que se encontravam para Kaede.

O combate era constante. Já havia se passado um bom tempo desde que Oliver havia sido mandado para o chão, mas se sua contagem mental ainda estivesse correta, ele ainda necessitaria continuar nisso por mais dez longos minutos. Até aquele momento, ele sinceramente achava que conseguiria sem muitas dificuldades, até que, sem perceber, seus pés foram envolvidos pelas teias que ela estava soltando durante todo o confronto. Inicialmente, ele achava que essas teias eram apenas uma maneira de tentar apanhá-lo que havia fracassado, mas aparentemente, era muito mais que isso. Ela estava preparando o terreno, entrando em seu jogo, deixando-o pensar que seria fácil lutar contra ela, para enfim capturá-lo. E assim foi feito. Quando percebeu era tarde demais; seus pés haviam sidos presos pelas teias e ele foi colocado suspenso sobre o chão.

— ISSO, QUE DIVERTIDO INSETINHO! HAVIA ANOS EM QUE NÃO CAÇAVA UM INSETO TÃOOOO PERSISTENTE! — A aranha voltava a gritar, agora vindo a direção de Oliver com a intenção de mordê-lo e envenená-lo, o que claramente definiria o rumo de todo o combate.

E Oliver sabia disso, sabia que se fosse acertado agora, esse seria seu fim. E talvez no que muitos chamariam de um ato desesperado, assim que a aranha estava prestes a atingi-lo, Oliver entoou o segundo pedido em si mesmo, com o feixe roxo o atingindo e queimando a aranha. Por sorte, esse pedido só causava grandes danos a criaturas malignas, mas ainda havia um dano parcial; seus tornozelos haviam se queimado e isso obviamente o impediria de correr. Sabendo disso, mesmo que houvesse atrasado seu fim, sentia como se apenas tivesse atrasado o inevitável.

Mas quando estava prestes a desistir, uma voz veio acima de sua cabeça enquanto era erguido pelos braços. — Não pensou que eu havia fugido, não é? Obrigada por aguentar Oliver. Agora irei mostrar-lhe a força de um Toyosaki. — Kaede disse com um riso gentil, voltando aos céus com Oliver.

— Obrigada por mapear a área para mim Oli. Tornou mais fácil colocar os selos para prendê-la. Agora, preste atenção. — Quando Kaede parou de falar, Oliver pôde ver que a garota estava sorrindo, quase como se não tivesse sofrido um golpe que houvesse a deixado sem respirar.

E assim, a máscara de Kitsune caiu. Os olhos anteriormente verdes Kaede brilhavam completamente dourados. Assim que Kaede estendeu sua mão direita, segurando Oliver até desajeitadamente agora, um brilho dourado surgiu como uma redoma ao redor de toda a área onde Oliver e a aranha estavam se enfrentando. O vento ao redor deles parecia ficar cada vez mais forte. Então, Kaede gritou: — MI, EU A INVOCO, SAIA DE SUA TOCA, É A HORA DA CAÇADA DA SERPENTE! — Assim, com o grito de Kaede, a terra abaixo da redoma tremeu e um brilho quase cegante surgiu quando uma enorme cobra vermelha emergiu do chão, destruindo tudo à sua volta.

E enquanto Mi estava destruindo tudo o que estava na redoma, o olhar de Oliver era de pura incredibilidade. Aquela garota, que além de salvá-lo, precisou apenas de vinte minutos, ou até mesmo menos, para invocar um animal do horóscopo de tal magnitude… isso era… monstruosamente incrível. Ele poderia não saber quem a ensinou tal façanha, mas se certificaria de agradecer a essa pessoa quando tudo isso acabasse.

Então ali, ambos assistiram uma luta espetacular entre a aranha que quase os matou, sendo humilhada por Mi. A cada ataque que tentava desferir contra a cobra, ela era arremessada para longe e pisoteada pela cobra, vez após vez. E por mais que causasse certo dano à cobra, rapidamente o ferimento desaparecia, e Oliver sabia que era Kaede o curando constantemente. Enfim, após um longo combate entre uma cobra e uma aranha que teve sua teia destruída, Mi a engoliu e a barreira caiu. Junto a ela, Kaede perdeu a consciência pelo gasto excessivo de sua energia, mas quando estava para cair fortemente para o chão junto a Oliver, a cobra vermelha os segurou em sua cabeça, mal havendo janela para queda, e os levou ao chão. Quando Oliver finalmente desceu com Kaede, uma voz doce e feminina soou no ar:

— Está tudo bem agora, não há mais nenhum perigo a região, por favor cuide de Akiko-chan para nós pequeno humano, e diga para ela parar de se esforçar tanto…  obrigada por ajudá-la… — A cobra então fazendo uma pequena reverencia desapareceu em uma luz dourada, deixando um Oliver ensanguentado boquiaberto no chão, com uma Kaede desacordada ao seu lado.

— S-Sim senhora…

Enquanto isso, com Byakuya e Leonardo…

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Capítulo 33
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Um relacionamento que acabou de maneira conturbada e um acidente que causa a morte de ambos, foi assim assim que Ryo e Leonardo se viram em um mundo feudal durante um xogunato, onde aparentemente...

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        Capítulo 44 Um Conto de Dois Irmãos (3): Nasce o Lírio.
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        Capítulo 42 Um Conto de Dois Irmãos (1)
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        Capítulo 40 Treze Soldados, Quatorze Corações que Batem em um Único Som.
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