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Entre Espadas

Capítulo 36

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🟡 Em breve

Com o nascer do sol, os ditos túmulos de madeira se desfizeram, liberando cada pessoa e youkai que havia sido aprisionado ali dentro. Todos pareciam extremamente cansados. Para os moradores do templo, que já haviam perdido sua casa uma vez, ver o templo que estava sendo seu lar destruído pareceu desanimá-los. Talvez pela mistura do cansaço e da perda de mais uma coisa, ninguém parecia muito disposto a falar ou perguntar algo.

Para os generais, o sentimento era parecido, mas não o mesmo. A destruição do templo realmente os assustou, mas todos se sentiam fracos pela noite que havia se passado, com a sensação de que suas energias estavam se esvaindo, mas enfim voltando para eles com o nascer do sol.

No local em que Ryo, Huo Liming, Gonkuro e Seiryuu estavam, o sentimento era de alívio para a maioria deles. Gonkuro estava abraçando um Ryo recém-acordado e, entre murmúrios, perguntando se ele estava bem. Huo Liming, segurando a mão do garoto, lhe lançava um olhar de conforto que parecia não ser apenas para ela, mas também para Ryo. O rapaz, sentiu leves picadas em sua cabeça, causadas por uma Fuyu que parecia ter acordado somente agora com o fim da confusão.

Os três demoraram a olhar em volta. Somente após alguns minutos perceberam a destruição do templo e, ao notar tal coisa, Huo Liming e Gonkuro pareciam ter uma enorme preocupação passando por seus rostos mais uma vez. Ao perceber isso, o rapaz que acabara de acordar os olhou com um sorriso de conforto em seu rosto e enfim falou algo:

— Sei que estão preocupados comigo, mas ambos têm preocupações maiores. Gonkuro-sama, vá procurar por Kishin. Huo-sama, vá fazer o que é necessário. Logo me juntarei a vocês para ajudar no que precisarem… por favor, não se incomodem comigo.

Os generais então apenas se certificaram uma última vez que tudo havia voltado ao normal com Ryo e saíram apressadamente para fazer o que cada um precisavam, deixando apenas Ryo ali com Seiryuu e Uroborosu ao seu lado.

[…]

Por um tempo, tudo ali permanecia em um estranho silêncio para Ryo, enquanto ao longe, tanto generais quanto soldados e civis se ajeitavam em meio à destruição do templo sem ao menos saberem exatamente o que fazer. Durante algumas horas, tudo permaneceu igual: generais, soldados, civis, nenhum deles sabia exatamente o que deveria fazer, para onde deveriam ir. Sem Masaru, pareciam até mesmo ovelhas sem seu pastor para guiá-los ao melhor caminho.

Percebendo isso, o ainda sentado Ryo notou algo pelo canto do olho: a Lâmina onde Seiryuu estava aprisionado brilhava em um forte tom azulado, quase como se tentasse chamá-lo. Ao olhar em volta rapidamente, percebeu que só ele conseguia ver a forte luz emanada pela arma. Optando por ouvir o chamado, o garoto lentamente puxou a arma para si, segurando-a pelo cabo.

— Ryo, está escutando minha voz de maneira adequada? — Uma voz grave e gentil soou ao seu redor.

— Sim, consigo ouvi-lo. É mesmo você, Seiryuu-sama? — Ryo perguntou, claramente confuso.

Seiryuu, por sua vez, não parecia se incomodar com a confusão do rapaz respondeu com calma:

— Sim, Ryo, sou eu. Preciso que me faça um favor, caso já consiga se levantar, meu rapaz.

Ouvindo a voz do dragão, Ryo se apoiou ao cabo de Seiryuu e se impulsionou para cima, se levantando com certa dificuldade. Então respondeu ao dragão:

— Claro, do que precisa, senhor?

— É um pedido estranho, mas peço que confie em mim. Faça exatamente o que eu lhe direi e assim poderei ajudar. — O dragão fez uma breve pausa por alguns segundos, como se garantisse o entendimento completo de Ryo, e só então continuou: — Ryo, preciso que passe por todos eles, vá em frente ao local em que Masaru está dormindo. Mesmo adormecida, preciso que use sua força e sua energia espiritual para rachar minha lâmina. Não será fácil, é impossível quebrar esta arma, mas outro pactuado como você pode rachá-la por alguns minutos antes que se regenere. Será tempo o suficiente para que eu possa me manifestar para todos e guiá-los enquanto minha esposa está indisposta. Você consegue fazer isso? Eu entenderei se não conseguir.

Com o silêncio enfim deixado por Seiryuu, Ryo pensou rapidamente sobre o que fazer, antes de concordar com um aceno de cabeça. Assim, prosseguiu caminhando em meio às pessoas, deixando até mesmo alguns dos que prestavam mais atenção perplexos sobre o que ele iria fazer. Ao parar bem diante do local em que Masaru continuava adormecida, Ryo chamou a atenção dos generais que ainda permaneciam ali. Observando Ryo segurar Seiryuu, eles não entendiam o que ele pretendia fazer.

— Toyosaki, o que está fazendo ? — Uma voz jovem veio do lado esquerdo de Ryo. Ao olhar, ele se deparou com dois amigos, Sora e Keiko, dois outros discípulos de generais, com quem Ryo se tornara amigo há muito tempo.

Vendo ambos ali, Ryo sorriu enquanto levantava Seiryuu, direcionando sua lâmina ao chão e manifestando sua energia em massa, o que fez com que os generais começassem a se aproximar.

— Sora, Keiko, ganhem tempo para mim. Estou cumprindo um pedido de nossos superiores. Não deixem que interfiram, prometo que vou explicar a vocês depois. — Terminando de falar, Ryo reuniu forças e, mirando em uma pedra, bateu com força a lâmina de Seiryuu contra ela, emitindo uma forte rajada de vento, como se, devido ao vento que começava a sair em quantidade massiva, a lâmina não batesse contra a pedra.

E ali, devido ao que Ryo estava fazendo, os generais em estado de alerta viam tal ação como algo perigoso para ele, Masaru e até mesmo o aprisionado Seiryuu. Com isso em mente, vários deles se dirigiram ao jovem, deixando apenas Shihei, Huo e Gonkuro para trás. Ao se aproximarem, viram seu caminho bloqueado. O vento que saía da lâmina estava sendo redirecionado por Sora, com suas asas, transformando-se em uma espécie de barreira que dividia ele, Keiko e Ryo dos outros.

Keiko, por sua vez, colaborava para mantê-los afastado, se aproveitava o vento para empurrá-los para longe. Mesmo sob os protestos de seus mestres, a única coisa que ambos faziam eram se desculpar em meio a sorrisos sem graça. Eles sabiam que, se algum dos generais se estressasse, seria impossível impedir que um deles se aproximasse. De qualquer jeito, eles só precisavam ganhar tempo.

Atrás deles, Ryo continuava usando todas as suas forças para forçar Seiryuu ao chão, mas nunca conseguia atravessar a barreira de vento que a lâmina tinha ao seu redor. De alguma maneira, a arma parecia sentir a intenção de Ryo para tentar quebrá-la e, com certeza, não facilitaria o trabalho para ele.

Forçando-se contra a força da arma, a voz de Uroborosu ressoou em sua mente:

— Tsk, sempre que acordo, te vejo fazendo besteira. Deixe-me te ajudar, moleque. — Com uma risada sarcástica em sua mente, rapidamente o braço esquerdo de Ryo tomou uma cor extremamente branca e pálida, com unhas largas e afiadas.

Com a ajuda de Uroborosu, a lâmina parecia mais fácil de se manusear. Rapidamente, ele começou a sentir o ar que o impedia de atingir o chão gradualmente ceder, vazando cada vez mais. Em meio ao vendaval, ele conseguia ver seus amigos mantendo os generais afastados, enquanto os mesmo gritavam para ele parar com aquilo, pois ele poderia acabar se ferindo. mas era tarde demais.

No instante em que o primeiro general atravessou a parede de vento feita por Sora, Ryo sentiu seu braço afundar com a lâmina rapidamente. Uma lufada de vento surgiu em meio a um clarão azul, jogando todos para longe, exceto Ryo, que estava prestes a ser arremessado, mas teve seu braço segurado, o fazendo permanecer no local com facilidade.

E com a luz aos poucos diminuindo, um sorriso surgiu ao rosto de Ryo ao ver a figura à sua frente. Ao mesmo tempo, os presentes, que haviam sidos arrastados pelo vento, ficaram incrédulos ao ver quem estava ali. Gonkuro o primeiro a dizer algo, gritando um pouco ao longe:

— O que estão fazendo?! Prestem respeito! Não reconhecem este homem? É um prazer vê-lo, cunhado! — A voz do Terceiro General era um pouco rouca enquanto falava, mas todos a escutaram. Com isso, rapidamente, cada pessoa e youkai, após se recompor, se ajoelhou diante do homem, com exceção dos idosos.

Quando a luz enfim se extinguiu, permitindo que todos o vissem, ali estava ele. Um homem alto, com quase um metro e noventa centímetros de altura, de longos cabelos brancos com pontas e mechas azuladas como o céu da manhã, que cobriam toda as suas costas, e duas galhas de chifres cianos. Ele tinha orelhas longas e pontiagudas, pele pálida e o que aparentavam ser escamas em todo seu braço, de um tom de azul mais escuro que, conforme subia por seu braço, tomava uma coloração mais clara até enfim chegar à pele branca e pálida.

Em seu rosto, havia um par de olhos prateados brilhantes. O dragão estava sem camisa, expondo seu peito e abdômen musculoso e bem definido, usando calças reais de cor verde esmeralda, enquanto sorria para Ryo e segurava seu braço devido ao vento.

— Haha, parece que consegui pegar você Ryo, obrigado pelo esforço meu rapaz, se minha esposa estivesse acordada ela teria ficado orgulhosa, mas deixe-me dizer em seu lugar, estou orgulhoso de seu desempenho. — O dragão falou quase como um pai falando com sua criança ao conversar com Ryo que por sua vez estranhou como o dragão estava vestido, era praticamente como se tivesse acabado de acordar.

— Seiryuu-Sama… suas vestes… sabe seria mais adequado se cobrir. — Ryo pontou um pouco sem graça ao ser tratado como uma criança, enquanto se retirava para o lado do trono de pedra em que sua mestra estava adormecida.

Tendo a atenção chamada por Ryo, o dragão olhou para baixo e riu sem graça. Com um estalar de dedos, um quimono branco com detalhes dourados e entalhes de dragão tomou lugar das roupas informais, enquanto seus cabelos se prendiam sozinhos em um alto rabo de cavalo. Finalmente, o dragão sorriu para o jovem.

— Melhor?

— Definitivamente, senhor.

Para aqueles que apenas observavam o dragão, que nem ao menos parecia se importar com a presença deles ali, era assustadora a naturalidade em que Seiryuu conversava com um humano, os fazendo pensar por um momento que talvez ele fosse mais como um mortal comum. Rapidamente essa ideia se desfez em suas mentes.

Quando Seiryuu se virou para olhar para eles, o olhar do dragão mudou bruscamente de uma feição brincalhona e relaxada para uma expressão séria e imponente, até mesmo com certo desdém para os generais e os outros. Sua expressão mudou brevemente ao encontrar o olhar de Gonkuro, sorrindo para ele rapidamente antes de voltar à sua expressão séria.

— É decepcionante ver youkais tão fortes em posições de peso não saberem administrar o povo e tomar decisões sem minha esposa… isso me faz questionar o que seria de vocês sem ela. Então, devo perguntar: acham que agiram de acordo com seus cargos esta manhã? — Seiryuu perguntou enquanto andava de um lado para o outro com as mãos nas costas.

— Não, Kami-sama, pedimos encarecidamente o seu perdão. — Os generais, com exceção de Ryo e Shihei, responderam quase ao mesmo tempo.

Seiryuu, sorriu de leve ao ouvi-los, mas não pretendia deixar que se levantassem ainda somente com isso.

— Muito bem, soldados e civis podem se levantar e procurem descansar, por favor. Aos generais que estão aqui, continuem ajoelhados até que eu termine de falar, entendido?

Com as palavras de Seiryuu, as pessoas lentamente se levantaram e buscaram alguns locais para descansar e se sentar, enquanto uns distribuíam água àqueles que estavam com sede e outros verificavam se estavam feridos. Quando apenas os generais permaneceram ali ajoelhados diante de Seiryuu, com exceção de Shihei, que estava em sua cadeira de rodas, Seiryuu disse:

— Muito bem, antes de continuarmos essa conversa, Jo Shihei, se preferir, pode se retirar para descansar. Em seu atual estado, não desejo sobrecarregá-lo nem o preocupá-lo com algo que não é da responsabilidade de uma pessoa doente. — enquanto falava, o homem parecia realmente conter preocupação em sua voz.

Shihei, por sua vez, sorriu e o respondeu calmamente:

— Não se preocupe, Kami-sama. Logo estarei bem. Continuarei a ouvi-lo e tomarei o que dizer como uma importante lição. Afinal, é uma honra está na presença do ilustre Imperador Celestial.

— Haha, há um tempo que passei este título para outro ser. Por favor, não se incomode em me bajular. — Seiryuu respondeu um tom bem-humorado antes de voltar a falar seriamente:

— Certo, com a destruição do Templo Huo, vi vocês se comportarem de maneira desordenada sobre o que fazer. Entendo que a situação abalou seus emocionais, mas como generais, não deveriam deixar que isso os vencesse. A partir de agora, até que minha esposa acorde, façam exatamente o que eu direi.

— Huo Liming, se levante. — Ordenou Seiryuu, parando diante da Segunda General, que se levantava com uma expressão preocupada no rosto.

— O que devo fazer, Kami-sama? — Huo perguntou apressadamente.

— Escute, sei que está preocupada com os pertences de seus discípulos e as lembranças que guarda daquela pessoa. Não se preocupe, quando senti a destruição junto de Masaru, me certifiquei de protegê-los. Estão em uma cúpula de pedra abaixo dos escombros, pode pegá-los, mas primeiro vá aos civis, organize-os e os examine para se certificar da saúde física e mental deles. Consegue fazer isso? — Seiryuu perguntou de maneira calma.

A expressão de Huo se acalmou com as palavras ditas por Seiryuu, até mesmo deixando uma lágrima deslizar de seus olhos antes de respondê-lo.

— Farei isso agora mesmo, Kami-sama. Muito obrigada por protegê-los.

— Não me agradeça, agradeça a minha esposa quando despertar. Apenas fiz o que ela me pediu. — Com as palavras finais, Huo prestou uma leve reverência para o dragão e se virou, partindo para fazer o que lhe foi mandado.

Com a saída de Huo, Seiryuu foi até Yanagi e Sakuma e, após mandar ambos se levantarem, ele disse:

— Ontem, minha esposa havia pedido a vocês que contatassem o nono sobre a migração. Façam isso agora, se retirem dos destroços e façam o contato. Sakuma, após isso, deve partir de volta para o seu distrito e começar a migração ainda hoje. Deixe com Ryo quatro convites antes de partir e diga ao nono que eu ordenei que a migração começasse o quanto antes. Yanagi, volte ao primeiro distrito e se certifique que o castelo imperial permanece intacto assim que acabar o contato com o nono general. — Depois que Seiryuu distribuiu suas ordens, Yanagi e Sakuma prestaram uma rápida reverência ao dragão e começaram a se retirar. Sakuma parando em frente a Ryo antes de seguir, enquanto Yanagi partia para fora do local do templo.

Nas mãos de Sakuma, quatro pergaminhos selados e aparentemente antigos surgiram em uma espécie de fogo roxo, e ela rapidamente os entregou ao quarto general.

— Ryo, preste atenção. São pergaminhos de convite para entrada ao décimo distrito, feitos com fogo de raposa. Mostre isso a qualquer raposa que encontrar ao entrar no meu distrito e não terá  problemas. Não se esqueça disso e viaje em segurança, rapaz.

Assim, após prestarem despedidas, rapidamente Kaoru saiu do templo para ter sua reunião com Yanagi, enquanto Seiryuu se movia até ao sexto e sétima general, mandando-os se levantar rapidamente. Ele disse:

— Hokusai e Koharu, seus discípulos devem ficar aqui, pois tenho uma tarefa para eles. Quanto a vocês dois, quero que voltem para seus distritos e garantam que tudo está em ordem, garantam que não há nenhum infiltrado. Informem os outros generais antes de partirem sobre a morte da Décima Primeira, Décima Segunda e Décima Terceira Generais. Todas as três irmãs estão mortas, mas eu os proíbo de caçar quem a matou per enquanto. Vocês entenderão tudo posteriormente. Uma carta em meu nome será entregue a todos vocês explicando sobre a morte delas.

A ordem dada por Seiryuu assustou rapidamente os dois generais, que se entreolharam antes de olhar para o dragão, concordando com o que havia sido pedido a eles e partindo para fazer o que foi ordenado.

Com isso, Seiryuu se moveu até Shihei, se ajoelhando para olhá-lo nos olhos.

— Deve descansar, Shihei. A droga ainda está saindo de seu corpo. Não o curarei agora, pois isso poderia reativar a droga e seus efeitos.

— Eu entendo Kami-sama. Agradeço a preocupação e pelos cuidados. Perdoe-me por incomodá-lo. — Shihei respondeu de maneira compreensiva e calma.

— Imagine, criança. É um prazer poder ajudar o povo de minha esposa. — Com as palavras finais, Seiryuu se retirou, caminhando apressadamente até o local onde Gonkuro estava sentado, com a cabeça de Kishin em seu colo, ainda em seu sono eterno.

[…]

Ao se aproximar, o dragão se o ajoelhou e o abraçou para confortá-lo.

— Meu caro cunhado, eu entendo seu sofrimento e agora que possuo meu corpo por um breve momento, deixe-me ajudá-lo.

Gonkuro parecia confuso com o que Seiryuu estava falando. Vendo-o se afastar do abraço, se levantou e, ao parar diante do corpo de Kishin, ficou ainda mais confuso. O dragão estendeu suas mãos, enquanto uma espécie de luz azulada envolveu o corpo de Kishin. Seiryuu, mantendo seus olhos fechados, parecia estar procurando algo em Kishin. Após alguns segundos, Seiryuu finalmente abriu os olhos com um sorriso presunçoso em seu magnífico rosto.

— Aí está você. Achou mesmo que conseguiria se esconder comigo aqui, sombra maldita? Você é mais idiota do que as que vi em minha época. Saia desse corpo, o Imperador ordena. — Com as palavras de Seiryuu, o corpo de Kishin, há muito tempo parado, começou a convulsionar de maneira anormal, enquanto Gonkuro tentava manter parada a cabeça de Kishin, que se movia de um lado para o outro, quase ao ponto de quebrar.

E ali, em meio às convulsões, Gonkuro começava a se desesperar e chorar sem falar nada, tentando manter a cabeça de Kishin minimamente estável. Em certo ponto, o corpo de Kishin se estendeu para cima, e sua boca e olhos se abriram, com uma enorme fumaça obscura saindo quase em um fluxo constante do corpo do jovem oni. Com a saída da fumaça preta, Seiryuu rapidamente a expurgou apenas com seu olhar, a transformando em partículadas douradas.

Com isso, a atenção de Seiryuu se voltou ao corpo à sua frente, enquanto uma nuvem de chuva se formava abaixo de suas mãos.

— Com essas águas, concedo minha bênção ao espírito o que ainda se prende a este mundo. Com essas águas, o purifico do mal e lhe entrego as bênçãos oficiais do céu. Com essas águas, lhe devolvo a dádiva da vida, para que sempre possa estar com aquele a quem possui seu coração. Acorde, Kishin.

Reagindo as palavras impostas pelo criador, o corpo de Kishin começava lentamente a mudar. A pele que havia se acinzentado com a possessão voltava a tomar a cor negra, enquanto os chifres vermelhos no alto de sua testa, que haviam sidos quebrados por Leonardo, se regeneravam ainda maiores. Seu cabelo, que estava branco, tomava a cor preta e se tornava logo e liso até a cintura. As tatuagens que percorriam seu corpo até seus chifres voltavam a brilhar em vermelho.

Lentamente, ainda no colo de Gonkuro, Kishin voltava a respirar com todo seu corpo e roupas molhadas pela pequena nuvem de chuva. Ao ver que o Oni começou a despertar, Seiryuu se afastou um pouco.

— Gonkuro, passe a ele as memórias sobre o Ryo. Ele e Kishin tiveram um confronto uma vez no seu distrito, e eu particularmente não quero que isso prejudique nenhum dos dois. Se o Ryo começar a ficar confuso sobre suas memórias, isso pode machucá-lo ou até mesmo matá-lo. Faça isso antes que eles conversem. — Com isso, Seiryuu se afastou com um suspiro, partindo em direção a Masaru e Ryo.

Quase ao mesmo tempo em que Seiryuu se afastou, Kishin se sentou em um suspiro longo e confuso, enquanto olhava envolta e encontrava o olhar de Gonkuro, que estava com os olhos cheios de lágrimas.

— Gon… digo, Sensei… o que… onde… Ei… Gonkuro, por que vo…

Kishin mal teve tempo de responder quando Gonkuro se levantou, deixando-o confuso. Ele se sentou em seu colo, fazendo seu rosto ficar vermelho brilhante, levou suas mãos a agarrar as lapelas de seu quimono o puxando para si, colocando seus lábios úmidos contra os dele, selando um beijo, com pressa, sem se importar em ficar molhado, e nem ao menos com as pessoas ao redor, que poderiam ver tal comportamento como inapropriado ou até mesmo depravado. Havia pressa, calor e saudades; era só isso que passava pela mente de Gonkuro.

Os dois pareciam quase tentar engolir um ao outro e, por fim se afastaram um pouco, deixando suas testas uma contra a outra. Kishin disse:

— Isso…isso é novo… mas eu estaria mentindo se disse que não gosto. Que indecente, Gonkuro-sama. O que vão pensar ao ver que você está se agarrando a um homem e seu discípulo em plena luz do dia… — ele o provocou em meio ao riso, deixando mais um beijo rápido nos lábios de Gonkuro.

O general, por sua vez, riu, dando um leve tapa no peito do Oni e, após isso, passou seus braços pelos ombros dele, o abraçando.

— Idiota, você me pediu para ensiná-lo por escolha própria. Além disso, é mais novo que eu, mas se isso o incomoda, posso me retirar e fingir que isso nunca aconteceu. Mas ainda terá que me agradecer e ao meu sobrinho por manter seu corpo vivo por quatro longos anos…

— Ei, ei, eu não disse que não gostei disso, loirinho. Vem cá, continua. Eu gostei desse jeito de matar saudades… mas depois você, digo, o senhor, me deve algumas explicações… — Parando de falar, Kishin moveu suas mãos para a cintura de Gonkuro, o agarrando com fervor e juntando seus corpos em certa fricção por cima das roupas. Beijando-o profundamente e ferozmente uma e outra vez, e a cada vez, os lábios Gonkuro ficavam vermelhos sem saber se era devido à maneira como o Oni continuava a agarrá-lo ou por isso ser ao ar livre.

Mas, só por um momento, ele não se importaria com isso, permitindo-se aproveitar o beijo até se afastarem sem folego e, depois de um momento, se levantarem após se recompor.

Após isso, Gonkuro explicou a Kishin tudo o que havia acontecido após sua morte temporária e passou à ele as memórias sobre Ryo, deixando-o escolher como agiria com o garoto e pensando um pouco ele rapidamente respondeu:

— Sabe, por mais que ele e o parceiro dele tenham me ferido, isso foi a muito tempo e aquela coisa… aquilo não era eu, Gon. As coisas que aquela coisa me obrigou a fazer… na verdade, eu quis morrer por muito tempo. Eu não posso me lembrar quem fez isso comigo, mas eu vou matá-lo com certeza. Mas, uau, eu não estava esperando encontrar o Templo Huo destruído. Eu gostaria de poder aproveitar mais com você, claro, mas agora vamos apenas assumir cada um nosso dever. — Kishin disse de maneira calma e responsável, enquanto ajeitava seus cabelos para trás. Ele se preparou para ir ajudar as pessoas que estavam procurando seus pertencentes em meio aos destroços.

Mas antes de sair, pegou o queixo de um Gonkuro agora bem mais calmo e deixou um beijo em sua bochecha.

— Ei, eu estou vivo agora, não se preocupe mais, não vou morrer de novo, mestrinho. — Kishin respondeu rindo antes de se virar e correr para ajudar os outros discípulos que estavam ajudando as pessoas.

[…]

Keiko e Sora, ao vê-lo ali de perto, de pé, exatamente como se lembravam dele, largaram o que estavam fazendo e abraçaram o amigo em uma mini comemoração entre eles, seguidos de algumas lágrimas e gritos, antes de pôr fim voltarem a ajudar as pessoas.

[…]

Já com Seiryuu e Ryo, os dois estavam conversando há certo tempo, enquanto Seiryuu continuava sentado ao lado de Masaru, que permanecia adormecida no trono.

— Ryo, você fez uma rachadura bem grande na lâmina. Com isso, devo conseguir ficar em meu corpo físico por uns dois dias…você e o Uroborosu estão mais fortes, parabéns. — Seiryuu disse rindo, observando a arma que o aprisionava, com uma rachadura de uma ponta a outra se recuperando extremamente de maneira extremamente lenta.

— Só fizemos o que era necessário. Nosso trabalho em equipe melhorou muito desde que nos juntamos… fomos de uma relação de ódio mútuo a uma amizade, eu acho… bem estamos nos respeitando nos últimos dias. — Ryo disse rindo, enquanto a voz de Uroborosu surgia em sua mente.

— Amizade? Não exagera. Eu aprendi a conviver, humph, amigos… eu não te dei essa intimidade toda, moleque. — Uroborosu repreendeu rapidamente.

Ryo riu e ignorou o que a serpente falava.

— Bom, Seiryuu-sama, imagino que não queira apenas elogiar meu desempenho. Afinal, Sakuma-sama me entregou aqueles pergaminhos a seu pedido. Tem algo que quer do decimo distrito? Eu não estava pretendendo viajar com meus amigos…

— Eu compreendo, mas pensando no ocorrido da noite anterior, não quero que viaje sozinho. Além disso, eu possuo uma missão para você que necessitará de mais pessoas além de apenas você. Tudo bem por você, Ryo? — Seiryuu perguntou, tomando uma posição mais séria enquanto continuava sentado, observando-o.

— Ah, bem por mim tudo bem, claro, mas qual exatamente é minha missão e com quem eu devo ir? — Ryo perguntou com calma, permanecendo em pé enquanto olhava em volta para as possíveis possibilidades de companhia que poderia ter.

— Bem, para a missão a qual quero lhe confiar, deve ir com o discípulo do sexto general, a discípula da sétima general e recém-revivido discípulo do Gonkuro. Imagino que ainda não se conheçam, então aproveite o dia para conhecê-los e avise-os para virem falar comigo ao entardecer com seus pertencesses. Você também, Ryo.

Praticamente ao mesmo tempo em que Seiryuu terminava de instruí-lo, um bocejo veio de trás dele. Ao olhar para trás junto de Ryo, se depararam com Masaru, recém-despertando de seu sono, olhando-os com certa confusão contida em seus olhos e, com a voz ainda rouca, perguntou para si mesma em voz alta:

— Eu… eu ainda estou dormindo? — A mulher se perguntou, dando um leve tapa em sua bochecha enquanto olhava para Seiryuu, que, rindo de seu comportamento, respondeu:

— Claro que não, meu amor, não seja boba, sou realmente eu. — O dragão disse com um sorriso charmoso em seu rosto enquanto se levantava rapidamente e, indo até o trono, estendeu a mão para a mulher ainda sentada. — Venha, veja você mesma.

Segurando então a mão de Seiryuu, Masaru se viu sendo puxada para um abraço apertado, enquanto as lágrimas da noite passada começavam a cair mais uma vez. De uma maneira carinhosa e confortante, o homem acariciava o rosto de sua esposa, deixando beijos carinhos em seu rosto permitindo que ela chorasse. Ryo, que observava a cena, optou por dar a privacidade a qual o casal estava precisando e se retirou em direção a seus amigos.

[…]

Ao se aproximar, os notou em uma pequena roda, conversando com Kishin após terminarem a limpeza de uma das áreas destruídas com a explosão. Ryo abraçou Keiko e Sora pela cintura, cada um com um braço.

— Obrigado pela ajuda mais cedo, gente. Não sei o que seria de mim sem vocês — O rapaz disse, rindo descontraidamente.

Ao escutarem o que ele disse, tanto Keiko quanto Sora devolveram o abraço. Keiko, como de costume, foi a primeira a falar.

— Imagina Toyo. Depois de quatro anos só trocando cartas entre nós três, estávamos precisando de uma confusão em conjunto de novo. — Ela dizia em um tom brincalhão, enquanto ria.

— É, e coloca confusão nisso. Pela Deusa, eu pensei que o meu mestre iria me matar por atrapalhá-lo. Acho que nunca fiquei com tanto medo de uma bronca desde o dia do festival em que tivemos que carregá-lo bêbado e apagado para o castelo com aqueles disfarces ridículos. — Assim que Sora disse isso, os três amigos riram, relembrando sobre o ocorrido com certas cenas engraçadas voltando em suas mentes.

— Ah, Ryo, por sinal, esse aqui é o Kishin. — Keiko disse, soltando-se do abraço e puxando o oni para mais perto para introduzi-lo.

— É um imenso prazer conhecê-lo Toyosaki. O Gonkuro me disse que esteve mantendo meu corpo físico nos últimos anos. Agradeço muito por isso e estou em dívida com você. — A voz de Kishin contina uma gratidão genuína, enquanto o mesmo estendia sua mão aberta para Ryo.

Ryo então sorriu e, saindo finalmente do abraço, apertou a mão de Kishin.

— Imagina, é o mínimo que eu poderia fazer. É um prazer imenso conhecê-lo. Gonkuro-sama me falou muito bem de você. Você tem sorte. — Ryo respondeu de maneira brincalhona, deixando claro que havia visto a cena de mais cedo, fazendo Kishin ficar até mesmo um pouco envergonhado.

[…]

Ali pelo resto da tarde, os quatro amigos, aproveitaram a tarde para ajudar a limpeza dos restos do templo e se conhecerem um pouco mais. Kishin falava sobre como era habilidoso empunhando duas katana e sobre um jogo de bebedeira que costumava fazer junto com Sora antes de sua primeira morte, além de citar seu prazer pelas artes. Keiko falava sobre como o treinamento de combate corpo a corpo imposto pela sua mestra permitia que ela tivesse mais flexibilidade com o tempo. Já Sora parecia não ter muito ao que reclamar; na verdade, ele nem ao menos falava direito, sempre prestando muita atenção ao que Keiko estava dizendo para conseguir pensar em algo para dizer.

[…]

Para Huo Liming e Gonkuro, a tarde também estava sendo calma e tranquila. Após se juntarem para prestar os atendimentos necessários para aqueles que estavam com algum ferimento e apoio mental de Gonkuro para aqueles que possuíam claustrofobia e se encontravam passando mal devido ao tempo em que passaram alojados na noite anterior, o restante da tarde foi tranquilo, com ambos fornecendo alimentos e águas para aqueles que pediam.

[…]

Para Masaru e Seiryuu, a tarde não incluiu ajudar os generais ou os discípulos. Tudo estava calmo e sob controle, e aproveitando disso, Seiryuu escapou do templo com Masaru para o topo da montanha mais alta do segundo distrito, no Lago dos Espíritos. Usaram a tarde para matar a saudade que há muito crescia. Seiryuu aproveitou o clima calmo do local para acalmar as dores e pesares de sua esposa.

Eles se banharam juntos no lago, o que foi realmente relaxante e bom para ambas as partes. Eles continuaram aos beijos e carícias por um longo tempo. Essa era primeira vez que conseguiam ficar juntos sem Seiryuu estar preso a algo. E, por mais que não fosse algo permanente, estarem ali juntos, pele a pele, nos confortos de quem amam, já era o bastante.

Em certo ponto, os dois só estavam ali dentro da água, abraçados, Seiryuu beijava os ombros e o pescoço de Masaru, enquanto ela, confortavelmente, com sua voz ainda rouca, começava a puxar assunto.

— O Ryo me surpreende cada vez mais, sabia? Eu nunca pensei que ele poderia fazer algo como tirar você de dentro da Kamayari. Mas, mesmo que ele seja capaz disso, não fique o pedindo para fazer isso. Ele é jovem e isso poderia tê-lo machucado. Não deve ser egoísta, certo? — Ela dizia, claramente mais calma, se deixando aproveitar os carinhos de seu amado.

Seiryuu riu levemente e rapidamente concordou.

— Você fala como uma mãe, sabia? Se começar a ser protetora demais com ele, vão começar a dizer que você está o favorecendo com o cargo que ele ganhou, Masaru. Sei que se preocupa, mas lhe garanto que ele ainda ficará muito mais forte… mas, obviamente, não pedirei que ele quebre a lâmina de novo.

— Acha que pareço uma mãe?! — Masaru perguntou, um pouco incrédula. Mas, ao pensar sobre a comparação, achou justificável. — É… talvez eu esteja parecendo mesmo. Após a reunião, quando entrei naquele surto, só consegui voltar a mim por causa da voz do Ryo. Ele me chamou de mãe… talvez eu realmente tenha começado a vê-lo como um filho sem perceber… o que é justificável, já que eu praticamente o criei desde pequeno. E sabe… por mais que eu tenha o treinado, eu não quero vê-lo machucado. Quando ele apagou na noite passada, meu coração pareceu parar junto ao dele… é como se eu tivesse perdido você ou o Gon. Eu fiquei assustada, então ver ele bem hoje… me acalmou, e passar esse tempo com você também, claro…

Seiryuu riu de leve, ouvindo calmamente o que Masaru estava falando, percebendo que o feitiço feito por Gonkuro no passado parecia ter realmente mudado as memórias de Masaru. Ela realmente acreditava estar cuidando dele há anos e não só há quatro anos…

— Quem diria… talvez depois dessa tarde, seu discípulo acabe tendo irmãos em alguns meses. O que você acharia disso, esposa? — Seiryuu perguntou em meio a risadas, enquanto voltava sua atenção para a esposa, passando as mãos em sua cintura e distribuindo beijos em seu pescoço.

Com a chegada do pôr do sol, todos estavam reunidos novamente, um pouco afastados das ruínas, agora limpas, do Templo Huo. Seiryuu e Masaru ainda estavam com seus cabelos molhados e até mesmo com algumas marcas expostas no pescoço de ambos. A esse ponto, Ryo já estava diante de Seiryuu, junto com os outros três, esperando pela missão que lhe deveria ser dada.

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Capítulo 36
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Entre Espadas

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Um relacionamento que acabou de maneira conturbada e um acidente que causa a morte de ambos, foi assim assim que Ryo e Leonardo se viram em um mundo feudal durante um xogunato, onde aparentemente...

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  • Volume 1
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        Capítulo 45 Um Conto de Dois Irmãos (4): Sobre suas asas.
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        Capítulo 44 Um Conto de Dois Irmãos (3): Nasce o Lírio.
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        Capítulo 43 Um Conto de Dois Irmãos (2)
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        Capítulo 42 Um Conto de Dois Irmãos (1)
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        Capítulo 41 Você e Eu, Até o Fim.
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        Capítulo 40 Treze Soldados, Quatorze Corações que Batem em um Único Som.
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        Capítulo 39 O Doce Som da Biwa
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        Capítulo 38 Histórias de um Velho Tanuki.
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        Capítulo 37 Camélias Vermelhas
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        Capítulo 36 O imperador selado
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        Capítulo 35 A Samurai de Cabelos Vermelhos
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        Capítulo 34 Bons sonhos, Tsukuyomi.
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        Capítulo 33 A teia da aranha
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        Capítulo 32 O quarto general.
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        Capítulo 31 Antidoto & Veneno
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        Capítulo 30 A prova de seu amor.
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        Capítulo 29 A queda de Kumo-rui Parte 2
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        Capítulo 28 A queda de Kumo-rui Parte 1
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        Capítulo 27 Lembre-se do meu nome
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        Capítulo 26 Um lótus banhado a sangue
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        Capítulo 25 Kumo no Su, uma vila de tecelãs
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        Capítulo 24 O príncipe youkai e o santo de outra terra.
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        Capítulo 23 Em direção a Kumo-rui.
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        Capítulo 22 Um noivado inusitado.
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        Capítulo 21 Quem devo ser nesta história?
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        Capítulo 20 As noites em Iwasakiyama
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        Capítulo 19 O príncipe de lugar nenhum
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        Capítulo 18 A flor de lotus que desabrocha entre os treze
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        Capítulo 17 O treinamento se inicia, dias chuvosos chegam à capital.
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        Capítulo 16 Toyosaki Kaede
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        Capítulo 15 A lua e seu pecador
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        Capítulo 14 Lírios Aranha
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        Capítulo 13 Esquecer
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        Capítulo 12 Deixe os queimar.
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        Capítulo 11 Enunciação de morte
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        Capítulo 10 Entardecer
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        Capítulo 9 Toyosaki Ryo
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        Capítulo 8 Sacerdotisa...
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        Capítulo 7 Xogum
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        Capítulo 6 A cobra, a espada e o salgueiro
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        Capítulo 5 O habitante desta floresta
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        Capítulo 4 Um caminho de ossos a nossa frente
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        Capítulo 3 gosto amargo para Ryo
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        Capítulo 2 O vazio perante um novo começo
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        Capítulo 1 Um novo mundo, com você?!
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        Capítulo 0 Notas iniciais

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