Capítulo 247: O Amor Inacabado entre Humanos e Espíritos (19)
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Todos os espectadores seguiram os jogadores que haviam completado a primeira parte da missão para a terceira fase, enquanto a segunda fase já havia sido iniciada há mais de três horas. O portal que conectava a primeira e a segunda fase já estava fechado.
Os jogadores ainda em competição não sabiam exatamente quantos haviam sido eliminados, mas os espectadores podiam ver esses números na sala de controle. Agora, restavam 58.002 jogadores, e quase dez mil haviam sido eliminados até aquele momento.
Ninguém sabia quantos mais seriam presos na segunda fase, sem nunca conseguir sair. A cidade de Xangai, na República da China, já era outro campo de batalha invisível.
Este campo de batalha invisível para os espectadores agora era tomado por outra noite escura.
Tang Cuo evitava os NPCs canibais e subia no bonde noturno. O motorista já não estava no veículo, e o bonde seguia pela linha preestabelecida, sem parar. Ele estava na porta, uma mão segurando o corrimão, a metade do corpo para fora, sentindo o vento da noite enquanto observava as paisagens passando rapidamente. Logo, passou pela loja de departamentos.
A loja e a área ao redor ainda estavam lotadas, e o bonde mal se movia. No lado inclinado do prédio, havia um hotel luxuoso com uma grande parede de vidro, e na fachada, um enorme relógio, cujo ponteiro dos segundos continuava a se mover, tic-tac, tic-tac.
Tang Cuo saltou para o topo do bonde e ativou sua habilidade [Caminhada Aérea], fazendo alguns saltos até pousar na ponta do ponteiro das horas. O ponteiro marcava nove horas da noite.
Onde, afinal, estava a flor de lótus? Ela existiria neste espaço-tempo?
Tang Cuo procurou por toda parte, e até outros jogadores lhe enviaram dicas, mas, ao investigar, descobriu que nenhuma delas se tratava da flor que procurava. Ele franziu a testa. As pistas estavam muito bem escondidas e, com o tempo passando, o clima na cidade se tornava cada vez mais tenso.
A pressa só fazia aumentar a chance de cometer erros.
Abaixo, alguns jogadores estavam presos, e Tang Cuo desceu rapidamente, entrando no combate, arrancando um dos jogadores pela gola da roupa e jogando-o para fora, diretamente sobre o topo do bonde, que havia parado.
O jogador não teve tempo de agradecer, e o bonde começou a balançar, fazendo-o quase cair do topo. Ao olhar para baixo, ele viu os NPCs se arrastando pelas janelas do bonde, como uma massa de aranhas, subindo rapidamente. O jogador imediatamente chutou alguns para baixo, mas não ousou matar em grande escala, temendo atrair ódio em excesso e acabar preso no bonde para sempre.
Ele só podia colocar suas esperanças em Tang Cuo, mas nesse momento, uma sinalização surgiu ao longe. Tang Cuo freou o bonde com rapidez, pensou por um momento e seguiu na direção do sinal.
“Grandão, para onde você está indo?!” o jogador gritou, ansioso. Vendo que Tang Cuo não parecia querer voltar, ele apertou os dentes e usou seu último item de voo para escapar a tempo.
“Espera por mim!” O jogador não ousava mais ficar sozinho; precisava atravessar a noite e sobreviver.
No local onde o sinal de fumaça surgiu, um grupo de jogadores estava em combate com NPCs. Esses NPCs eram diferentes dos outros, pois usavam uniformes e carregavam armas. Mesmo transformados em monstros canibais, ainda possuíam grande força de combate.
Eles eram os policiais que haviam aparecido durante o dia. A batalha havia se estendido do interior da delegacia para as ruas, com soldados uniformizados também se juntando. Os disparos de armas atraíam os NPCs comuns que, sem se importar com o perigo, atacavam os jogadores, alguns sendo mortos pelos próprios aliados, outros feridos e rastejando no chão, mordendo as pernas dos jogadores.
“Ahhh!” Gritos ecoaram pela noite, e a cena se tornou caótica.
Os jogadores podiam fugir, mas muitos foram capturados durante o dia. Alguns foram mortos na hora, outros foram presos. Aqueles que tentaram resgatá-los durante o dia acabaram se tornando alvos também, sendo caçados e sem poder se mover livremente. À noite, embora fosse perigoso, não havia o risco de ser procurado, então os jogadores mais ousados aproveitavam para agir nesse horário.
Além disso, a delegacia era um dos pontos de missão para muitos jogadores, o que fez o local se tornar um ponto de encontro para muitos.
Quando Tang Cuo se aproximou da delegacia, ele viu vários jogadores saindo correndo de lá. Na escuridão, alguém, aproveitando a luz de um poste, reconheceu Tang Cuo e gritou: “Não vá para lá, tem um canhão!”
“Canhão?!” O jogador que estava com Tang Cuo parou imediatamente, os olhos arregalados como sinos de bronze. “Como assim, tem isso por aqui?!”
“Você acredita se quiser, ao lado tem um depósito de munição!” Com isso, o jogador deu meia-volta e saiu correndo rapidamente, sem hesitar nem um segundo.
Tang Cuò não fez nem uma pausa, acelerando ainda mais sua corrida em direção à delegacia. O motivo de ter decidido ir imediatamente ao ver o sinalizador foi sua dedução sobre a localização; ele tinha certeza de que aquele era o prédio da delegacia.
Delegacia, centro comercial, quartel—esses lugares eram conhecidos como locais funcionais, e com altas chances de envolverem eventos importantes para a trama. Era possível que Chai Fei, sendo detetive, já tivesse ido até lá? E Gu Huai, que não estava em casa na noite da morte de Chai Fei, poderia ter sido preso naquela noite?
Tudo era possível.
Além disso, a informação de que canhões estavam na delegacia, perto do depósito de munições, fazia com que ele se apressasse ainda mais. Caso a delegacia fosse destruída, não apenas os jogadores presentes ali morreriam em massa, mas as pistas dentro da delegacia também poderiam ser comprometidas.
Com esses pensamentos, Tang Cuò aumentou a velocidade.
“Chefe! Não vá, é perigoso!” O jogador que o seguia gritava repetidamente, mas não conseguiu fazer Tang Cuò olhar para trás. No momento em que ele hesitou se deveria ou não segui-lo, um estrondo de explosão ecoou ao longe.
Isso não podia esperar. Precisava correr.
Dentro da delegacia, na cela, o combate ainda continuava.
Uma jovem estava posicionada em frente à porta da cela com uma arma, mas não corria para escapar. Seus companheiros haviam matado vários inimigos, mas a pilha de corpos estava crescendo, e os estrondos das explosões fora da prisão faziam as paredes parecerem que iriam desabar a qualquer momento. O teto estava soltando poeira, e um dos companheiros gritou: “Vamos, é tarde demais!”
“Não.” A jovem respondeu firmemente, “O sinalizador já foi disparado? Ele deve estar chegando logo.”
“Então vamos esperar lá fora! Se o depósito de munições explodir, você ficará enterrada aqui. As ferramentas de defesa nem sempre funcionam, e além disso, não é certo que eles virão só porque viram o sinalizador. Me escute, vamos embora agora!”
“Não.” A jovem balançou a cabeça, seu olhar se desviando para a parede de pedra atrás de si. Na parede, claramente visível, estava o símbolo de uma flor de lótus. Com voz firme, ela continuou: “Se eu for embora e isso aqui for destruído, talvez a trama não seja ativada, e como o Tang Cuò e o Jin Cheng vão passar de fase?”
Seu companheiro, aflito, retrucou: “Você nem consegue se salvar e ainda se preocupa com os outros?”
“E o que mais eu posso fazer?” Ela respondeu, a voz subindo em um grito de raiva, mas seus olhos estavam cheios de lágrimas. Não havia escolha, se Tang Cuò e Jin Cheng ficassem presos no segundo ato, quem iria resolver o emblema do demônio?
Quem os salvaria?
O companheiro ficou paralisado com o grito dela, sem reação. Nesse momento, uma nova explosão ressoou, e ele rapidamente se jogou sobre ela para protegê-la. Quando levantou os olhos, viu que a cela estava prestes a desabar.
Ele mordeu os dentes e atirou seu último item de defesa. A bolha transparente os envolveu, protegendo-os da vibração ao redor, mas a parede à distância já estava com um grande buraco.
Através do buraco, ele viu a fumaça de pólvora do lado de fora, junto com a luz das chamas. A poucos metros dali, do outro lado de uma parede, estava o depósito de munições.
Não havia mais tempo.
Ele resignado, abraçou a jovem, fechou os olhos e decidiu apostar tudo ali. Afinal, tanto faz entrar ou sair, seria morte de qualquer jeito. Melhor enfrentar isso de frente, ao menos morrendo juntos, e quem sabe renascendo juntos.
“Boom! Boom! Boom!” Lá fora, o caos parecia ter começado, com os canhões sendo disparados. Os tiros formaram um som incessante, tão intensos que faziam o couro cabeludo formigar.
No entanto, a explosão esperada não aconteceu de imediato. Após um momento de tensão, uma voz calma e firme soou aos seus ouvidos: “O que estão fazendo?”
Os dois se viraram e, para sua surpresa, viram um rosto familiar. “Tang Cuò!”
“Sou eu.” Tang Cuò disse, antes de olhar para a direção de onde vinha o som. Um projétil atravessou a parede e ele ergueu a mão, invocando rapidamente um escudo de luz sagrada. “Bang!” O projétil foi detido, e a onda de impacto não conseguiu romper o escudo, apenas desarrumando alguns fios de cabelo de Tang Cuò.
Ele se virou novamente, perguntando: “O que há nesta cela?”
A jovem finalmente recobrou a consciência e rapidamente se afastou, apontando: “Veja aqui, isso não é o lótus que você estava procurando?”
Ela achava que o símbolo de lótus na parede era muito parecido com o que haviam desenhado na primeira cena, e a marca na pedra parecia tão enigmática que não podia estar errada. Tang Cuò observou o símbolo, já corroído pelo tempo, com linhas fracas e apagadas, mas não havia dúvida. Era a mesma imagem do “Diagrama do Ciclo das Seis Vidas” que ele vira no esconderijo de Xun Yu.
“É ele, sem dúvida.” Tang Cuò afirmou.
O símbolo de lótus ali indicava que, de acordo com a lógica da trama, Gu Huai ou Chai Fei deveriam ter estado naquele lugar. A escolha mais provável era Gu Huai, pois ele tinha criado o grande ciclo de reencarnação e estava perseguindo Nan Zhao. Era ele quem provavelmente se lembraria primeiro.
Pensando nisso, ele perguntou: “Qual é a linha de trama de vocês?”
O companheiro respondeu: “Eu fui preso por um crime e estava prestes a ser morto. Antes de morrer, pedi para que alguém entregasse um item para minha noiva. Nós estávamos investigando esse item.”
“Quem era essa pessoa?”
“Um professor chamado Gu.”
Isso estava começando a fazer sentido.
Nesse momento, o depósito de munições finalmente explodiu, emitindo um estrondo que parecia abalar o mundo. A terra tremeu, e um canto da cela foi destruído pela explosão. Pedaços de telhado passaram raspando perto do rosto da jovem, fazendo seu companheiro saltar para protegê-la.
“Rápido, vamos!” Eles correram para sair, enquanto Tang Cuò invocava novamente o escudo de luz para abrir caminho. No entanto, ele não se apressou a sair, mas sim se dirigiu para a parte mais profunda da delegacia.
Gu Huai, que deveria estar ali no dia da morte de Chai Fei, não havia tido tempo de voltar. O importante agora era entender por que ele havia sido preso e como havia escapado.
Fuga da prisão?
Não parecia ser o caso. Se fosse uma fuga, Gu Huai teria sido procurado e não poderia voltar para Ji Xiang livremente. Ele foi libertado por alguém—ou a pessoa que o prendeu o liberou.
Essa pessoa era… Senhor Tu.
No estrondo ensurdecedor da explosão, Tang Cuò finalmente encontrou uma antiga moeda no escritório de interrogatório. A moeda estava caída entre as fendas dos tijolos, coberta pela poeira. Se não fosse por uma busca cuidadosa, nem teria sido notada. Não havia nenhuma marca distintiva nela, mas Tang Cuò a reconheceu da fotografia de Tu Si Ye e Chai Fei. Na imagem, a moeda estava presa ao cinto de Tu Si Ye, com um pompom pendurado.
Era uma sequência de moedas; a perda de uma delas não chamaria atenção.
A verdade é que Tu Si Ye havia usado seus métodos para prender Gu Huai. Durante seu tempo na cela, Gu Huai viu um mural que o fez recuperar as memórias de sua vida anterior. Mas quando finalmente conseguiu retornar apressadamente para Ji Xiang, Chai Fei já estava morto.
Com base nas manchas de sangue que Tang Cuò encontrou no sótão, o cenário naquele momento foi extremamente violento.
Claro, tudo isso ainda era uma suposição de Tang Cuò. Era uma linha de trama de Jin Cheng, e ele não poderia verificar se sua suposição estava correta com base no seu próprio progresso na história.
Enquanto isso, fora da prisão, a jovem puxava ansiosamente a mão de seu companheiro. “Tang Cuò ainda está lá dentro, ele não saiu!”
Seu companheiro estava igualmente apreensivo, mas a cela já estava desabando quase por completo, e o depósito de munições ao lado estava em chamas. Não havia mais espaço para resgatar ninguém. Nesse momento, várias balas ricochetearam ao lado deles.
“Eh?” Meng Nalisa, ao passar pelo topo da delegacia, ouviu um nome familiar e parou. Ela olhou para a prisão e, em seguida, acenou à distância. “Miao Miao, aqui!”
“Estou indo!” Su Miao Miao saltou em direção ao local, acompanhada de outros jogadores. Todos eram habilidosos, e ao ver a situação crítica, sem precisar de explicações, começaram a agir imediatamente.
A videira verde de Meng Nalisa entrou na prisão, enrolando-se nas colunas e sustentando as vigas do teto. Em um piscar de olhos, a cela instável foi restabelecida.
Ao mesmo tempo, um mago do elemento gelo e um psíquico do elemento terra atuaram juntos, criando uma barreira ao redor do depósito de munições, transformando-o em uma espécie de “projétil inerte”, que imediatamente parou de funcionar.
A mudança foi tão repentina que os outros jogadores ao redor ficaram paralisados, ainda com as armas em punho, sem entender o que havia acontecido.
Tang Cuò saiu da cela calmamente e, ao fazer isso, cruzou o olhar com Meng Nalisa, que estava apoiada na ponta das videiras. Com uma expressão preocupada, ela perguntou: “Você está bem?”
“Estou bem.” Tang Cuò respondeu.
“Que bom.” Meng Nalisa ajeitou o cabelo perto da orelha, então pareceu se lembrar de algo e se apressou a apresentar: “Formamos um time temporário, todos são jogadores do ranking vermelho.”
Su Miao Miao chegou nesse momento, com um chicote em mãos, elegante e confiante. Com uma sobrancelha levantada, ela disse: “Nosso time se chama… Time do Ranking Vermelho.”
Que nome legal.
Tang Cuò observou as pessoas se reunindo lentamente e, sem rodeios, foi direto ao ponto: “Vocês estão envolvidos nas histórias de Tu Si Ye, Chai Fei, Gu Huai e o professor Gu?”
“Eu estou.” Um homem de cerca de 40 anos, com aparência tranquila, deu um passo à frente. “Chai Fei, é isso? A dona do número 27 de Ji Xiang me trocou uma carne por uma colher de cobre. Uma carne de excelente qualidade, com uma alta concentração de éter marinho. Comer um pedaço era o suficiente para subir aos céus. Foi você que fez isso?”
Tang Cuò ficou sem palavras.
Enquanto isso, em Hangzhou, no mundo real, K estava dirigindo um carro esportivo vermelho chamativo, passeando pelas ruas com estilo. Ele usava óculos escuros e um chapéu branco de aba larga, se misturando perfeitamente à cidade. Os jogadores na calçada viam-no, mas achavam que ele era apenas um NPC, sem pensar muito nisso.
Depois de um passeio descontraído, o carro finalmente chegou à entrada do Distrito G.
K não desceu do carro, apenas pressionou a buzina, em uma postura ligeiramente preguiçosa.
Momentos depois, Xiao Tong apareceu na porta. Através da enorme porta de ferro, ele olhou para K e chamou seu nome calmamente: “Senhor Corvo.”
“Pode vir, diretor da prisão, vou te levar para dar uma volta.” K estalou os dedos, e a porta do Distrito G se abriu automaticamente. A restrição que impedia o diretor da prisão de sair do Distrito G desapareceu instantaneamente.
Xiao Tong manteve a calma, mas por dentro estava surpreso.
O verdadeiro Senhor Corvo tinha mais poder do que ele imaginava.
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Capítulo 247: O Amor Inacabado entre Humanos e Espíritos (19)
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JOGO DE TESTE DE VIDA
“Jogador K27216, Tang Cuo, às 23:05 de 1 de abril de 2019 do Calendário Solar, confirmado morto.”
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