Capítulo 44 – Fruto da Pedra Dourada
Alguns dias depois…
Liu Mufeng e Jiang Xu cavalgavam cavalos demoníacos, um atrás do outro pela estrada. Enquanto andavam, Liu Mufeng foi atraído por algumas árvores frutíferas ao lado do caminho.
Puxando as rédeas, Liu Mufeng parou e observou atentamente as árvores. Elas tinham cerca de três metros de altura, com aparência comum, sem nada de especial à primeira vista. No entanto, estavam carregadas de frutos amarelos do tamanho de um punho, cobertos por uma penugem fina e densa, dando-lhes um ar adorável.
— O que foi, Mu Feng? — perguntou Jiang Xu, curioso, ao parar ao lado dele.
— Isso é fruto da pedra dourada! — exclamou Liu Mufeng, com os olhos brilhando de excitação e o rosto cheio de expectativa.
— Fruto da pedra dourada? É gostoso? É uma fruta espiritual? — Jiang Xu arqueou as sobrancelhas, intrigado com a reação de Liu Mufeng.
— É uma fruta espiritual, mas não é para humanos. É para feras demoníacas. Esse fruto pode aprimorar a linhagem das feras. Seus efeitos são muito mais potentes que os da erva calcária¹. Se conseguirmos esses frutos, o sangue de Xiao Yuan pode ser significativamente fortalecido!
Ao ouvir isso, os olhos de Jiang Xu brilharam.
— Sério? Então vamos colher esses frutos agora!
— Não. Eu não quero só os frutos, quero as dez árvores também. Vamos até a vila dar uma olhada. Essas árvores estão bem na entrada do vilarejo… Não é certo cavarmos tudo sem falar com eles. Vamos conversar com o chefe da vila e comprar as árvores com pedras espirituais.
— Certo! — concordou Jiang Xu com um aceno.
Os dois cavalgaram para dentro do vilarejo. Era um local simples, mais pobre e atrasado do que a Vila Zhangjia. Ali só havia plantações comuns, sem arroz ou ervas espirituais.
Deve ser uma vila de mortais, pensou Liu Mufeng. Geralmente, se há cultivadores numa vila, eles cultivam arroz espiritual.
A chegada dos dois atraiu olhares curiosos, mas ninguém se aproximou. Os moradores apenas observavam de longe, com respeito e receio.
Após desmontarem, Liu Mufeng e Jiang Xu guardaram os cavalos demoníacos em seus sacos de animais. Virando-se para o povo, Liu Mufeng perguntou:
— Alguém sabe onde fica a casa do chefe da vila? Quero falar com ele. — É a terceira casa a leste da vila! — respondeu corajosamente um jovem rapaz. Liu Mufeng sorriu e tirou cinco taéis de prata do seu anel espacial.
— Irmãozinho, venha nos guiar. Essa prata é sua.
O garoto arregalou os olhos. Aquilo era o equivalente a um ano inteiro de trabalho! Ele hesitou, mas deu um passo à frente:
— Você… Você é um mestre imortal?
— Sim. Somos cultivadores. Não viemos com más intenções. Só queremos comprar algumas árvores da entrada da vila.
Ao ouvir isso, o garoto aceitou a prata, surpreso e animado.
— Ah, comprar árvores! Tudo bem, eu mostro o caminho!
A notícia de que os “mestres imortais” queriam comprar árvores logo se espalhou entre os moradores. Todos seguiam o grupo com curiosidade, embora ainda mantendo distância.
— Que tipo de árvores será que os mestres querem?
— Acho que não tem nenhuma árvore na entrada da vila…
— Tem sim, aquela que tem um fruto duro como pedra, não é?
Alguns aldeões fitaram o homem que falou, e ele, percebendo o erro, tapou a boca com as mãos, temeroso de ter dito demais.
Logo, o grupo chegou à casa do chefe da vila.
— Chefe! Chefe! Tem dois mestres imortais querendo comprar as árvores! — gritou o garoto ao entrar na casa.
O velho chefe saiu com sua família — filhos e filha.
— O que foi, Er Gouzi?
— Tem dois mestres imortais que querem comprar as árvores ali na entrada! — explicou o garoto, apontando Liu Mufeng e Jiang Xu.
O chefe olhou para os dois homens e, ao notar os anéis espaciais, reconheceu que eram cultivadores.
— Ah! Sejam bem-vindos à nossa Vila das Flores de Pêssego! Perdoem minha falta de hospitalidade — disse, curvando-se respeitosamente.
— Chefe, gostaríamos de comprar as dez árvores frutíferas da entrada da vila. Será que o senhor aceitaria nos vender? — Liu Mufeng foi direto ao ponto.
— As árvores com frutos amarelos, mestre? — perguntou o ancião, cauteloso. — Sim, essas mesmas. Pode nos dizer o preço?
O velho franziu a testa.
— Mestre… Para ser honesto, esse fruto é horrível. As crianças tentaram comer e disseram que é duro como pedra e extremamente azedo.
— O fruto da pedra dourada não é para humanos, e sim para feras demoníacas. O meu cavalo demoníaco, por exemplo, adora!
— Ah, entendi… Bom, se o mestre deseja, pode levar. Não temos uso para elas mesmo. Liu Mufeng, no entanto, balançou a cabeça.
— Isso não está certo. Mesmo sendo cultivador, não devo tirar coisas de mortais sem pagar. Farei assim: ofereço uma pedra espiritual por árvore. Dez árvores, dez pedras. Pode usar isso para consertar as casas da vila. Notei que muitas estão prestes a desabar.
E com isso, ele entregou as pedras ao chefe.
O velho ficou atônito, engolindo em seco. Dez pedras espirituais! Dava para trocar por mil taéis de prata.
— Obrigado, mestre! Muito obrigado! Usarei esse dinheiro para reformar as casas! — Ótimo. Agora vou retirar as árvores.
— Posso chamar alguns homens fortes para ajudar?
— Não precisa. Eu mesmo farei — respondeu Liu Mufeng, recusando a ajuda. Do lado de fora da vila, todos os moradores se reuniram para assistir.
Liu Mufeng ergueu a palma da mão, e uma luz verde se espalhou, envolvendo a árvore. As raízes se soltaram da terra como se estivessem sendo puxadas por fios invisíveis.
— Uau, que incrível! — exclamaram os moradores, encantados.
Árvore após árvore foi retirada e armazenada no anel espacial de Liu Mufeng. — Mu Feng! — chamou Jiang Xu ao notar a palidez em seu rosto e correu para ampará-lo.
— Estou bem. Só estou um pouco fraco. Vamos passar a noite aqui mesmo — disse Liu Mufeng, engolindo um Pílula Huili.
— Tudo bem! — concordou Jiang Xu, voltando-se para os moradores — Quem tem um quarto livre? Pagaremos dez taéis de prata por uma noite.
Houve hesitação geral, até que Er Gouzi, o garoto de antes, se apresentou: — Minha casa tem! Só eu e meu irmão moramos lá!
— Ótimo, vamos com você então.
A casa de Er Gouzi era feita de barro, com três cômodos. Ele e o irmão, Da Gouzi, dormiam em um. Ele cedeu o quarto oeste aos visitantes.
— Podem ficar neste quarto, mestres. Nós dois dormiremos no outro. — Só vocês dois moram aqui? — perguntou Liu Mufeng.
— Sim. Minha mãe morreu quando eu nasci, e meu pai faleceu três anos depois. Somos só nós dois. A casa é bem tranquila.
— Entendo… — suspirou Liu Mufeng. Tão jovens e já sem pais… Que vida difícil.
— Aqui está o pagamento. Agora nos deixe descansar — disse Jiang Xu, entregando a prata.
— Muito obrigado, mestres! — agradeceu Er Gouzi, saindo com o dinheiro.
Quando ele se foi, Jiang Xu olhou preocupado para Liu Mufeng, que estava sentado na cama.
— Está melhor?
— Um pouco. Só me senti fraco mesmo… — respondeu Liu Mufeng com um sorriso amargo. Ser fraco é um defeito. Se eu já fosse um cultivador espiritual, arrancar dez árvores seria nada.
— Me dá as árvores. Vou plantá-las no espaço para você!
— Tudo bem. Plante no canto sudeste, bem na borda, para não atrapalhar o crescimento das ervas espirituais — disse ele, entregando o anel.
— Entendido!
— Certo, eu te levo até lá — disse Liu Mufeng, e o levou diretamente para o espaço dentro do seu bracelete.
Notas de rodapé:
1. Erva calcária – Planta espiritual usada para fortalecer feras demoníacas; tem efeito inferior ao fruto da pedra dourada.
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