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Capítulo 7 - Primeiro Encontro

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Três meses depois…

Naquele dia, Liu Mufeng estava sentado na sala de descanso lendo um livro. Ao ver que já havia terminado uma pilha de dez volumes e que o atendente Xiaosanzi ainda não havia trazido os próximos, Liu Mufeng franziu o cenho. Sem alternativa, juntou todos os livros que já havia lido e saiu da sala em direção ao salão.

No salão, Liu Mufeng devolveu calmamente os livros às estantes. Justo quando se preparava para escolher outros, viu um homem vestindo branco e usando uma máscara prateada caminhando em sua direção.

— Me dê dois livros sobre monstros e um mapa do norte. — disse o homem, com um tom calmo.

A voz era agradável, porém sem emoção — soava como a de um autômato, fria e sem calor humano.

— Tudo bem! — assentiu Liu Mufeng, percebendo que o dono da livraria atendia outros clientes, e Xiaosanzi não estava em lugar algum.

Com resignação, Liu Mufeng foi até a estante, pegou dois livros sobre monstros que já havia lido, além de um mapa que terminara de estudar na noite anterior, e entregou tudo ao homem.

— Quanto custa? — perguntou o homem, guardando os itens no anel espacial sem cerimônia.

— Cada livro custa dez taéis de prata, e o mapa também. No total, dá trinta taéis. — respondeu Liu Mufeng. Após três meses ali, ele já conhecia bem os preços e sabia onde encontrar tudo.

— Aqui. Fique com o troco. — disse o homem, atirando um lingote de prata de cinquenta taéis, antes de se virar e sair.

— Obrigado, senhor! — disse Liu Mufeng, curvando-se. Imediatamente o tratou com a reverência típica que os plebeus reservavam aos cultivadores¹, chamando-o de “senhor”, como Xiaosanzi costumava fazer.

O homem não respondeu. Andava rápido, e quando Liu Mufeng ergueu os olhos de novo, ele já havia desaparecido.

Após concluir a venda, Liu Mufeng viu que o dono da livraria também terminava de atender um cliente, despedindo-se educadamente na porta.

— Chefe, vendi dois livros sobre monstros e um mapa do norte. — informou, entregando o dinheiro.

— Obrigado, Jiu Shao! Pode ficar com vinte taéis como comissão. — disse o dono, sorrindo.

— Não precisa. Também quero dois mapas, então fique com os vinte taéis. — respondeu Liu Mufeng, pegando da estante um mapa completo do Continente Lingwu e outro da região norte.

— Tudo bem, tudo bem! — assentiu o dono, satisfeito. Afinal, cada mapa custava apenas cinco taéis no atacado — ele ainda saiu no lucro.

— Chefe, onde está o Xiaosanzi? Está tudo tão movimentado e não o vi hoje. — perguntou Liu Mufeng.

— Ah, o garotinho ficou doente. Pediu alguns dias de folga, deve demorar a voltar. — respondeu o homem, com expressão abatida.

— Entendo. — murmurou Liu Mufeng. Então voltou à estante, escolheu mais alguns livros e os levou até o dono para que ele conferisse.

— Dez livros. Já li todos! — avisou.

— Ei, Jiu Shao, eu nem me preocupo mais! Esses livros não valem tanto assim. — disse o dono, rindo.

— Certo. Então vou voltar para a sala. — disse Liu Mufeng, seguindo para a sala de descanso com os livros em mãos.

Olhando suas costas, o dono da livraria bufou.

Esse jovem mestre da família Liu não era considerado um idiota? Os cultivadores costumam ler manuais de técnicas marciais, livros de cultivo e heranças de feitiços. Mas ele? Passa os dias lendo livros aleatórios. Tudo bem ler sobre monstros, pelo menos serve para se proteger quando sair em missão. Ler sobre ervas espirituais também é útil — dá pra achar mais ervas valiosas. Mas ler geografia? História? Que perda de tempo!

Alguns dias depois…

Liu Mufeng saiu da sala de descanso, devolveu os livros lidos à estante um por um e pegou os dois últimos livros num canto — eram os únicos que faltavam. Após terminá-los, não teria mais razão para permanecer ali. Afinal, já estava na livraria havia noventa e sete dias. Estava na hora de partir.

— Lixinho?

Ao ouvir uma voz feminina atrás de si, Liu Mufeng franziu o cenho. Um mau pressentimento o invadiu. Virou-se lentamente e viu quem se aproximava.

Eram dois: um homem e uma mulher.

O homem usava um manto luxuoso de brocado e segurava um leque dobrável, com ares de jovem nobre. Era Liu Cheng, primo mais velho do corpo original, filho do tio mais velho. A mulher ao lado era alta e usava um vestido azul — Liu Zhen’er, quarta prima, filha do segundo tio.

— Irmão mais velho, quarta irmã! — cumprimentou Liu Mufeng, abaixando a cabeça com respeito.

Liu Zhen’er bufou com desdém.

— Lixo, não tinha ido pra vila de Zhang? O que faz de volta aqui? Vai implorar pro vovô te aceitar de volta na família?

Ela o olhava com desprezo, como se ele fosse uma barata nojenta. Liu Mufeng achou aquilo ridículo. Sim, o corpo original era um lixo com cinco raízes espirituais², mas Liu Zhen’er também não era grandes coisas — só possuía três raízes. A diferença não é tão grande assim, e ela se acha melhor por quê?

— Não… Vim comprar arroz. Acabou lá em casa. — respondeu, tentando imitar a expressão submissa e tímida do antigo dono do corpo.

— Arroz? E por que veio à livraria comprar arroz? — retrucou Liu Zhen’er, com voz afiada.

— Ah… Vim pegar dois livros sobre ervas espirituais, queria ver quais valem mais pedras espirituais. — explicou, ainda fingindo humildade.

— Hmph, ganhar pedras espirituais? Como se fosse diferente daquilo que você planta naquele terreno inútil! — zombou Liu Zhen’er.

— Nono irmão, o mundo é perigoso, e há muitos mestres por aqui. Melhor sair menos, por segurança. — disse Liu Cheng, em tom “preocupado”.

— É, sim, o irmão mais velho tem razão. Vou comprar os livros e o arroz e já volto. — respondeu Liu Mufeng, acenando com humildade.

— Ótimo que você entenda. Nosso pai te mandou pra Zhangjiacun pra te proteger. Sua força é muito baixa, não é seguro ficar na cidade. — disse Liu Cheng, escondendo seus verdadeiros pensamentos: Por que o pai não mandou esse lixo pra mais longe? Esse parasita ainda anda por Shuangyang usando o nome da nossa família. Só nos envergonha.

— Certo, eu sei. Vou cultivar bastante e trabalhar duro. O tio disse que, se eu atingir o Reino Espiritual³, poderei voltar pra família! — disse Liu Mufeng, sorrindo como um bobo.

Ao ouvir isso, Liu Zhen’er caiu na gargalhada.

— Reino Espiritual? Você? Nem em outra vida! — zombou. Um lixo com cinco raízes sonhando com o Reino Espiritual? Piada pronta.

— Quarta irmã! — repreendeu Liu Cheng, com frieza.

Ao receber o olhar reprovador, Liu Zhen’er rapidamente conteve o riso.

Virando-se, Liu Cheng olhou para Liu Mufeng com uma expressão afável.

— Nono irmão, o irmão mais velho acredita que você vai atingir o Reino Espiritual. Por isso, fique na vila, cultive duro e trabalhe no campo, entendeu?

— Sim, entendi, irmão mais velho! — Hipócrita… Acha que sou criança? Está com medo de eu voltar chorando, causar confusão e manchar a reputação da família. Liu Cheng parece gentil, mas é mais traiçoeiro do que qualquer um. Só enganava o tolo do antigo dono desse corpo!

— Jovem mestre, senhorita, desejam comprar algum livro? — aproximou-se o dono da livraria, respeitoso.

— Dois livros sobre monstros e um mapa do norte. — respondeu Liu Cheng.

— Sim, agora mesmo! — disse o homem, pegando os itens.

Ao recebê-los, Liu Cheng entregou cinquenta taéis de prata.

— Os dois livros que o nono irmão pegou também estão incluídos.

— Certo, fechamos em cinquenta! — confirmou o dono.

— En. — assentiu Liu Cheng, lançando um último olhar a Liu Mufeng.

— Irmão mais velho, quarta irmã, façam boa viagem! — disse Liu Mufeng, abaixando a cabeça para se despedir.

— Vai voltar agora? Quer que o irmão te leve? — perguntou Liu Cheng, com aquele falso cuidado.

— Não precisa, irmão. Tem uma carroça esperando no portão da cidade. Vou com ela. — respondeu Liu Mufeng.

— Tudo bem. Então estamos indo. — disse Liu Cheng, levando Liu Zhen’er consigo.

— En. — Liu Mufeng apenas sorriu e os acompanhou até a porta da livraria.

Ao vê-los partir, voltou para a sala de descanso com os livros nas mãos.

O dono da livraria, observando a cena, pensou consigo: Esse Jiu Shao tem mesmo um bom temperamento. Foi chamado de lixo na cara e nem se irritou.

Mas ele não sabia a verdade: Liu Mufeng não era calmo — ele apenas não se importava. Afinal, não era o antigo Liu Mufeng, nem tinha qualquer ligação com aquelas pessoas. Para ele, Liu Cheng e Liu Zhen’er não passavam de estranhos. Podem latir o quanto quiserem. Isso não me tira nem um fio de cabelo.

Notas de rodapé:

[1]: “Senhor” — forma respeitosa com que plebeus se dirigem a cultivadores.

[2]: Raízes espirituais — determinam o talento inato de um cultivador. Ter cinco raízes é considerado lixo; quanto menos raízes, maior a pureza e o talento.

[3]: Reino Espiritual — um dos níveis mais básicos na hierarquia do cultivo.

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Capítulo 7 - Primeiro Encontro
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Obs: O Seme/Top/Gong/ Ativo ou seja lá como você chama é o protagonista.

Chapters

  • Capítulo 30 - Conquistando a Oportunidade
  • Capítulo 29 - Um lindo lugar escondido
  • Capítulo 28 - Porco Dente-espinho
  • Capítulo 27 - Planejando Oportunidades
  • Capítulo 26 - Decisão de Partir
  • Capítulo 25 - Pedido de Casamento de Mu Feng
  • Capítulo 24 - Jiang Xu compra arroz
  • Capítulo 23 - Purificando a Raiz Espiritual
  • Capítulo 22 - Decidido a Ficar
  • Capítulo 21 - Jiang Xu está de partida
  • Capítulo 20 - Xiao Yuan Avança
  • Capítulo 19 - O frango foi comido
  • Capítulo 18 - Contrato com Xiaoyuan
  • Capítulo 17 - Experiência de Vida de Mu Feng
  • Capítulo 16 - Líquido de Limpeza
  • Capítulo 15 - Batendo na porta
  • Capítulo 14 - Expulsando à Força
  • Capítulo 13 - Promessa de Ajudar
  • Capítulo 12 - Conversando
  • Capítulo 11 - O Vilão Jiang Xu
  • Capítulo 10 [010] - Veio para tratar os feridos
  • Capítulo 9 [009] - Cinco Métodos
  • Capítulo 8 [008] - Reencontro
  • Capítulo 7 - Primeiro Encontro
  • Capítulo 6 [006] Gênio e Desperdício
  • Capítulo 5 [005] Reencontrando Zhang Cui
  • Capítulo 4 - Pronto para entrar na cidade
  • Capítulo 3 - O Vento de Outono
  • Capítulo 2. Gladíolo
  • Capítulo 1. Atravessando

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