Capítulo 67: Obedecer
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Após a aceitação do pedido de falência de Fu Jianting pelo tribunal, iniciou-se o processo de quitação das dívidas.
Além de quitar as despesas de falência e dívidas comuns, também era necessário pagar salários atrasados, despesas médicas, compensações, seguros sociais e impostos pendentes da empresa.¹
Embora o conselho de administração tenha feito a compensação proporcional, como presidente, Fu Jianting ainda arcava com a maior parte.
Assim, além de todos os ativos da família Fu estarem congelados, os bens imóveis, incluindo a antiga residência, também seriam leiloados publicamente.
Quando Yan Qiu soube dessa notícia, decidiu voltar à antiga casa para ver seu avô.
O destino dos outros membros da família Fu era merecido, e ele não queria se envolver, mas não podia deixar de cuidar de seu avô.
Li Zhi apoiava naturalmente sua decisão. Ele havia telefonado logo cedo para acompanhá-lo, mas devido a um imprevisto no trabalho, enviou um motorista para levá-lo.
“Na verdade, não precisava se incomodar, eu posso ir sozinho.”
Contudo, Li Zhi respondeu: “Eu não fico tranquilo.”
Yan Qiu quase riu: “Estou quase fazendo 21 anos, não sou mais uma criança.”
Mas Li Zhi foi firme: “Obedeça, vou buscar você assim que eu terminar.”
“Ok, eu espero por você.”
Desligando o telefone, Yan Qiu pegou um cartão do armário e o colocou no bolso. Ali estavam metade de suas economias acumuladas ao longo dos anos. Embora não fosse muito, era suficiente para garantir que seu avô tivesse uma velhice tranquila.
Com o cartão em mãos, ele preparou a comida e a água de hoje para seu gatinho e desceu as escadas.
Ele achava que ainda teria que esperar um pouco, mas ao descer, viu que Lin Ye já o aguardava.
“Lin Ye, você chegou rápido.” Yan Qiu comentou assim que se acomodou no carro.
Afinal, a distância da casa de Li Zhi até ali não era curta, e não se passaram mais de cinco minutos desde que ele desligou o telefone até descer.
Lin Ye sorriu, meio envergonhado: “Na verdade, eu já estava aqui.”
“Sério?”
“O senhor me mandou buscar você em um lugar, mas depois disse para levar você à antiga casa dos Fu primeiro.” Lin Ye explicou.
“Que lugar?” Yan Qiu perguntou, curioso.
Lin Ye olhou para ele pelo retrovisor e depois balançou a cabeça: “Não posso dizer.”
“Por que não?” Quanto mais ele dizia isso, mais curioso Yan Qiu ficava. “Lin Ye, me diga em segredo, eu prometo que o Sr. Li não vai descobrir.”
Lin Ye permaneceu em silêncio, como um mudo.
Não havia como negar que as pessoas ao redor de Li Zhi eram discretas. Yan Qiu tentou obter uma resposta o caminho todo, mas Lin Ye não disse uma palavra.
Quando finalmente chegaram, Yan Qiu ainda não havia conseguido uma resposta.
No entanto, não teve tempo de continuar insistindo na questão.
Assim que desceu do carro, viu uma multidão na entrada da mansão, com uma discussão acalorada acontecendo.
Ele avistou seu avô no meio da multidão e correu até lá.
Ao se aproximar, percebeu que na entrada estavam oficiais de justiça, com selos nas mãos, prontos para lacrar a porta.
Madame Fu, desesperada, bloqueava a entrada com os braços abertos, recusando-se a deixá-los selar a casa.
“Esta é a minha casa! Quem deu permissão para selá-la? Quem deu permissão para selar a minha casa? Eu não concordo! Saiam todos daqui! Saiam da minha casa!”
Madame Fu havia perdido toda a compostura. Vestia apenas um pijama e chinelos, seu cabelo estava desarrumado, e seu rosto sem maquiagem revelava sua idade avançada.
O avô de Yan Qiu parecia tentar acalmá-la, mas ela não ouvia.
Estava determinada a proteger sua casa, como uma cavaleira solitária defendendo seu território.
“Yi Lan.” O avô chamou, resignado. “Você precisa aceitar a realidade.”
Madame Fu ergueu a cabeça de repente, olhando para ele com raiva.
“Aceitar a realidade? Eu vivi aqui a vida toda! Esta é a minha casa! Agora querem me expulsar e você me diz para aceitar a realidade? Eu não aceito! Para onde vamos depois disso? Você quer que durmamos nas ruas?”
O avô, visivelmente abalado, colocou a mão no peito, parecendo ter dificuldade para respirar.
Yan Qiu, preocupado, correu para apoiá-lo: “Vovô, você está bem?”
“Xiaoqiu?” O avô levantou a cabeça surpreso ao vê-lo. “O que você está fazendo aqui?”
Antes que Yan Qiu pudesse responder, Madame Fu o viu e ficou furiosa: “Você tem coragem de aparecer aqui!”
Ela avançou em direção a ele, agarrando seus braços com força. Mesmo através da roupa, Yan Qiu podia sentir as unhas dela se cravando em sua pele.
Lin Ye, vendo isso, interveio imediatamente, puxando Madame Fu para trás e se colocando entre ela e Yan Qiu, garantindo um espaço seguro.
Yan Qiu limpou o local onde Madame Fu o tocou, mantendo a calma, enquanto ela o olhava com ódio.
“Você fez de propósito! Yan Qiu, você fez de propósito! Você poderia ter salvado a empresa Fu, poderia ter salvado a família Fu! Por que não fez isso? Mesmo carregando o sangue dos Fu, como pode ficar de braços cruzados vendo a família cair?”
Yan Qiu permaneceu em silêncio, apenas olhando para ela.
Em vidas passadas e presentes, ele lembrava que Madame Fu sempre prezava pela aparência.
Mesmo envelhecida, ela se mantinha sempre impecável.
Mas agora…
Parecia que a falência da família e o fechamento da antiga casa a afetaram mais do que a morte de Fu Chenze.
“Yan Qiu! Você é um ingrato! O que você ganha com a queda da família Fu? Está feliz vendo-nos nessa situação? Você está satisfeito?”
Finalmente, Yan Qiu falou.
Ele olhou para Madame Fu, sorrindo calmamente enquanto ela gritava histericamente, respondendo pausadamente: “Estou, sim, feliz.”
“Você!” Madame Fu ficou boquiaberta, sem acreditar no que ouvia. Apoiou-se na parede para não cair.
Yan Qiu afastou Lin Ye, que estava à sua frente, e caminhou lentamente em direção a ela, dizendo: “O que acontece com a família Fu não me interessa. Um ingrato? Foi a família Fu que me criou? Foram vocês que me ajudaram quando precisei? Vocês nunca me deram nada, mas agora vêm cobrar. Como você tem coragem?”
Madame Fu ficou sem palavras, mas ainda não desistiu.
“Mas você carrega o sangue dos Fu…” ela disse, tentando se segurar.
Yan Qiu riu: “Você também carrega o sangue dos Gao. Ajudou a família Gao quando eles precisaram? Então, avó, somos iguais. Sua indiferença e egoísmo eu herdei perfeitamente. Então, nesta situação, você merece o que está passando. Seu sangue é sujo.”
Ele se virou para os oficiais de justiça.
“Podem colocar os selos. Obrigado.”
Ao ouvir isso, Madame Fu entrou em pânico, tentando impedi-los novamente.
Yan Qiu a segurou firmemente, dizendo: “A família Fu faliu, todos os bens móveis e imóveis devem ser congelados por lei. Esta não é mais a sua casa. Fazer escândalo aqui não resolverá nada. A família Fu acabou! Entendeu?”
Finalmente, ela parou de lutar, imobilizada como um relógio que parou.
Ela ficou ali, assistindo enquanto os selos eram colados na porta da mansão.
Quando o último selo foi colocado, ela desmoronou, gritando.
Tentou atacar Yan Qiu novamente.
O avô interveio, segurando-a: “Chega! Quando você vai parar? Já não basta de vergonha?”
“Vergonha?” Madame Fu ficou perplexa, olhando para ele.
“Você disse que eu envergonho? Eu, Gao Yilan, envergonho?”
Nunca em sua vida ouvira algo assim. Repetiu a frase, incrédula.
“Você disse que eu envergonho?”
Ela recuou, tremendo, lágrimas nos olhos, mas recusando-se a chorar.
“Você disse que eu envergonho…”
Desde pequena, fora tratada como uma joia preciosa. Quando se casou, Fu Jianting também a tratou como tal, nunca proferindo palavras tão duras.
Por que ela envergonha? Gao Yilan olhou para si mesma. Estava descansando quando a família Fu começou a desmoronar. Desesperada, não teve tempo de se arrumar como antes.
Mas uma multidão invadiu sua casa, exigindo que saísse.
Por quê? Esta era sua casa, onde viveu a vida inteira!
Ela correu para um espelho próximo e olhou. Viu uma velha magra, descabelada, de pijama, parecendo um espectro.
Isso não era ela!
Gao Yilan parou, segurando a cabeça, gritando, seus olhos dilatados.
Então, seu corpo desabou, como se os ossos tivessem desaparecido.
“Yilan?” O avô gritou.
Os funcionários do tribunal, vendo isso, correram para ajudar, chamando uma ambulância.
O socorro chegou rápido, levando Madame Fu.
O avô tentou acompanhá-la, mas Yan Qiu o deteve, colocando o cartão em sua mão.
O avô entendeu, seus olhos se encheram de lágrimas.
Ele devolveu o cartão firmemente: “Sei o que você quer, mas não estou nesse ponto ainda.”
“Vovô.” Yan Qiu tentou insistir.
Mas o avô colocou o cartão de volta no bolso dele: “Sua intenção basta. Não acredite nas mentiras deles, a situação da família Fu não é sua culpa. Volte para casa.”
O avô começou a sair, mas ao ver Yan Qiu parado, voltou-se para ele.
“Xiaoqiu, estou feliz que você ainda me reconheça como família. Mas desejo que você viva sua vida sem preocupações. O que aconteceu foi resultado de nossas ações passadas.”
“Não deixe o passado te prender. Siga em frente.”
“Você sempre foi um bom menino.”
Dizendo isso, ele seguiu com os paramédicos.
A ambulância partiu, e Yan Qiu ficou parado por um longo tempo, olhando para a porta da antiga casa.
Os selos vermelhos na porta de bronze pareciam feitiços antigos, selando tudo ali.
O tempo parecia pausado, tudo ali estava temporariamente guardado. Talvez, quando a porta fosse reaberta, já não fosse mais a casa da família Fu.
Nada é permanente, tudo muda.
Por um momento, Yan Qiu sentiu que parte dele havia ficado ali, selada com os selos.
Essa parte parecia ser o ódio.
O ódio que torceu sua vida em duas vidas, naquele momento, começou a se dissipar.
O avô estava certo. Era hora de deixar o passado e seguir em frente.
Yan Qiu respirou fundo, aliviado de um peso no peito.
De repente, ele sentiu muita saudade de Li Zhi.
“O Sr. Li está na empresa?” Yan Qiu perguntou a Lin Ye.
“Sim.” Lin Ye olhou o relógio. “Ainda não terminou.”
“Vou encontrá-lo.” Yan Qiu disse, virando-se para o carro.
Mas, ao se virar, viu uma figura ao longe.
Era Qin Mu, alguém que não via há muito tempo.
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MILHARES DE PESSOAS O DESPREZAVAM POR SE COMPORTAR DE FORMA INCOMPETENTE
Yan Qiu é o verdadeiro herdeiro de uma família rica em um melodramático romance de amor puro. Em teoria, ele deveria ter uma vida inteira de luxo, riqueza e...