Arco 1 –  Oriente sem DESTINATÁRIO

Missão Ágape

Capítulo 14

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A mesa era farta, havia tudo do bom e do melhor, mas ao estilo do submundo, o que queria dizer que era ornamentado com muitas caveiras que serviam de castiçais, pratos e talharia feitos de pedras de obsidiana e muitas jarras de vidro contendo vinho tinto de uma cor que parecia sangue.

E havia mais gente, além de Hades, tinha ali Perséfone, que hora e outra lançava olhares muito curiosos para o rapaz, como se estivesse tentando se lembrar de algo ou alguém. E tinha duas moças, duas deusas na verdade, Melinoe, deusa dos fantasmas, pesadelos e da loucura, e a Macária, considerada a deusa da morte abençoada.

James soube também que havia um terceiro, mas este estava fora, em alguma aventura e atos heroicos junto de Orfeu, um chamado Zagreus.

Ah, e como tinha sido permitido por conta do pedido do rapaz, Kýrios também estava ali, sentado do outro lado da mesa, no lugar bem à frente do moreno.

— Nunca pensei que pudesse dizer isso, mas esta comida está divinamente deliciosa! Sempre me falavam que você comia morcegos e bebia sangue de condenados, Lorde Hades, mas vejo que eu estava enganado. — comentou o deus do amor, e um pequeno riso contido veio da rainha do submundo.

— Aproveite enquanto pode, Kýrios Galanis. Ha ha, vou gravar isso em uma lápide e colocá-la na entrada de meu castelo. E quando você acabar em minhas mãos em algum momento futuro quando as coisas mudarem de ruma nessa história, esta será sua penitência. — Debochou o deus do mundo inferior.

O loiro revirou os olhos, e se voltou para sua comida.

De vez em quando, James lhe mirava, mas seu olhar era rápido, já que todas as vezes que recebia a atenção do outro, aparecia um frio em sua barriga que não estava querendo sair desde mais cedo, quando estavam na terma.

— Aproveitaram as termas? — perguntou Perséfone, seu olhar enigmático para James e Kýrios, mas seu discreto sorriso cúmplice que compartilhava com suas filhas dizia muita coisa que parecia estar no ar e somente aqueles dois parecia não perceber nada.

— Sim! Eu adorei! — disse Kýrios — Pude me recuperar muito bem. Aquelas especiarias… são bem revigorantes.

— Ah sim, fui eu quem as plantou e colheu. Separei somente as que pudessem revitalizar suas energias. — disse a rainha.

James se matinha calado, e ao ouvir aquilo da deusa rainha, teve vontade de perguntar se ela havia colocado alguma coisa afrodisíaca entre aquelas ervas.

Já que…

Bom, depois que expulsou o deus, ficou por bastante tempo ali tentando se acalmar de sua ereção repentina, como ele quis classificar para não dar braço a torcer de que havia tido um grande e bonito motivo para aquilo ter acontecido.

Claro que sua primeira opção foi se tocar para se aliviar, mas de nada adiantava. Toda vez que pensava em qualquer outra coisa que gostasse, como dançarinas nuas em bordéis, ou em paixões antigas por algumas professoras particulares, até que se excitava, mas não conseguia chegar em seu alívio ou se manter concentrado por muito tempo nesses pensamentos.

E ao em vez disso, somente um vulto de imagem passando pela sua mente do ser que agora estava sentado em sua frente, somente um vislumbre imaginário do olhar, ou de uma boca semi aberta, ou uma lembrança de um sorriso, ou até então um milionésimo de segundo de outras imagens de uma fantasia do outro lhe tocando por trás ali naquela terma, só isso bastava para ficar ainda mais firme.

E o problema se estendeu. Não conseguiu chegar ao seu ápice. Seu membro resistia na mesma medida em que se negava a pensar naquele loiro.

“EU NÃO POSSO PENSAR NESSE IMBECIL!” Gritava mentalmente, enquanto se tocava ali na terma, seu membro dolorido de tão excitado, mas sem nenhum sinal de alívio.

E para não fazer o outro pensar besteiras por sua demora na terma, saiu assim mesmo, mas fazendo o máximo possível para esconder a sua firmeza dos olhos do outro, que estava distraído em seus pensamentos enquanto lia um livro aleatório de combate incêndio com o título “Apague Chamas com Suas Próprias Mãos”.

E assim se vestiu, direcionando seu “amiguinho” para um lado em que não doesse tanto, e que pudesse também não evidenciar em sua calça a ereção teimosa.

Agradecia aos céus por estarem jantando numa mesa cheia de coisas e ornamentos, pois assim impedia que toda atenção fosse naquele detalhe ainda apertando suas calças cruelmente.

— James, há algo de errado? — perguntou Kýrios, vendo o outro suando frio.

— Estou ótimo! Perfeitamente ótimo! Porquê pergunta?

— Hm, porque… você está suando frio. — respondeu, inspirando o ar, franzindo o cenho.

— Suando frio? Ha ha ha, acho que bebeu demais. Não estou suando frio, só estou com um pouco de calor, só isso.

— Vou aí então te abanar então.

— Não! — vociferou, um pouco alto demais, chamando a atenção daquela conversa toda entre os deuses para ele.

— Está se sentindo bem senhor James Payne? — perguntou Perséfone, dessa vez mais preocupada — A comida não está de seu agrado?

— Não, é claro que está! Está tudo perfeito. Só estou conversando aqui com meu caro colega de trabalho.

Kýrios repetiu em uma mímica indignada o “colega de trabalho?”, e em seguida colocou na boca uma garfada das folhas de sua salada, mastigando-os com uma certa tensão indagadora enquanto olhava para o rapaz, lhe exigindo com o olhar uma explicação sobre seu comportamento estranho.

Bom, o rapaz estava certo por um lado, eles tinham um trabalho, e eram uma equipe, mas Kýrios se sentia muito incomodado por esse título tão frio e sem graça entre ele e o moreno. Gostava mais de classificar a relação deles como uns “amigos importantes com uma missão importante”.

— Desculpe cortar a conversa de vocês, mas… — disse de repente o loiro, e todos voltaram a sua atenção para ele, menos James, que se concentrava em não olhar para ele e soltar um palavrão por estar vendo-o tão atrativo naquelas vestes típicas gregas, que lhe deixava com parte do tórax de fora, exibindo aqueles músculos perfeitos em seu tamanho. James estava com sua roupa de sempre no melhor e mais elegante estilo londrino daquela época. Adorava sempre estar bem apresentável, mas naquele momento ali na mesa sua aparência era decadente, tudo o que mais queria era logo ir para o quarto e tentar se aliviar de novo daqueles, segundo ele, infernais impulsos desejosos — onde está Panoptes?

Hades bebeu um generoso gole de vinho após comer um pedaço de carne de cervo, e se inclinou um pouco para frente.

— Devia escolher melhor com quem se afilia, Kýrios Galanis.

— O que quer dizer, Lorde Hades?

— Tive que prendê-lo por ser um traidor.

— Traidor?! Como assim?! Panoptes sempre esteve com a gente ou com Tânatos! Além do mais ele tem muitos motivos para estar apoiando essa causa! Há provas? — perguntou James, num grande esforço de se desfocar de si mesmo.

— Pelo jeito, você, humano, não o conhece de verdade, presumo.

— Sim, ele não o conhece. Mas eu sim! E tenho a absoluta certeza de que meu amigo não é um traidor! Pelo contrário, ele vem se arriscando bastante para me cobrir. E vem suportado muita coisa para me ajudar! — defendeu o deus do amor.

— Ele estava passando informações para Hera. — Contou o rei dos mortos sem rodeios.

— Tem como provar? — questionou Kýrios, fazendo a mesma pergunta do rapaz.

— Acha que eu estaria inventando? Ou fazendo achismos? Eu só não mando queimar suas asas porquê…

— Hades, por favor. Estamos jantando, não em uma audiência do seu trabalho. E temos um convidado especial. O que ele vai pensar deste lugar? Que somos selvagens? — advertiu Perséfone — Temos que dar uma boa impressão, ele vem de um outro domínio, temos que tratá-los com toda cortesia e gentileza que temos.

Hades bufou, mas acatou ao concelho de sua rainha.

— Certo. Vou provar o que digo, Kýrios.

Do lado de seu prato, fez aparecer uma caveira de cristal, e fez um sinal de mão, acendendo uma luz fraca que começou a brilhar de dentro do crânio. E erguendo o objeto a frente de seus olhos, soprou, e logo a caveira começou a flutuar, indo até onde o outro deus estava sentado, o objeto ficando na mesa, no espaço entre ele e James.

Imagens de um ser muito alto, mais de cinco metros de altura, estava acorrentado. E voando ao seu redor vários seres com asas de morcego, pintando em vermelho e costurando vários pontos por todo seu corpo. Estava completamente nu, e como somente dava para ver imagens, não se conseguia ouvi-lo, mas pelas suas expressões faciais dolorosas enquanto gritava dava para ver que sofria muito.

— Isso… esse gigante… É o Panoptes?! — indagou James muito surpreendido e chocado.

Kýrios lhe mirou, e tristemente fez que sim.

— Argos Panoptes. Já ouviu falar? — contou o deus do amor.

— Espera… — James engoliu em seco, tentando encarar o mínimo possível o loiro sentado à sua frente, se focando nas imagens da caveira de cristal — Argos, o mesmo Argos da mitologia que tem aquele monte de olhos?

— Esse mesmo.

— Então é por isso que… Por isso que ele anda todo enfaixado?!

— Sim. Porque foi a única coisa que pude fazer, já que não tenho todo meu poder e também não tenho tantos aliados para comprar uma poção adequada para ele. Seria perigoso me expor neste momento. Mas pelo menos pude lhe fazer um estoque com aqueles fios de cabelo de Métis. Lembra do frasco que te mostrei e que aqueles fios poderiam lhe fazer mudar de forma? Com Pano é um pouco diferente, ele tem uma certa resistência para mudar e esconder todas suas características físicas, mas pelo menos o tamanho dele eu consegui alterar.

James não conseguia acreditar que aquele ser com um monte de olhos por todo seu corpo que estava sendo mostrado na caveira fosse o mesmo Panoptes, o “cocheiro” que parecia sempre estar de mal humor, que parecia uma avó sempre os advertindo de tudo… de que ele fosse um gigante. Um de verdade!

— Eu não posso acreditar, Lorde Hades. Panoptes não é um traidor! Eu sei disso! — defendeu veemente o deus do amor.

— Ele pode não ser, mas sua origem sim. Hera o nomeou seu leal servo, todos seus olhos, menos os dois que ficam em sua cabeça, são todos leais a ela.

— Mas, como ele podia saber disso? Ele mesmo me falou que havia conseguido se libertar dessa nomeação! Afinal, ele havia morrido, mas retornou puro! Ou seja… nasceu de novo, está completamente livre!

— Como acha que ele voltou? Zeus quem procurou uma forma de revivê-lo para adoçar o coração de sua esposa. Mas como o mesmo não queria mais servir a ninguém, fugiu. E esqueceu que agora quem é sua senhora, novamente, é Hera. Eu não sei o que ela anda aprontando, mas todos nós sabemos que ela não ter procurado seu servo não foi uma bondade de seu coração da intenção de libertá-lo. É claro que ela quer retribuir o favor que Zeus fez a ela.

O argumento de Hades era bastante convincente, mas Kýrios ainda não queria se deixar por vencido.

— Neste caso, ele não pode ser um traidor se ele não sabia que ainda estava sob a nomeação de lealdade!

— Todo ser sente quando está sujeito a outro. Ele escondeu esse fato de você, Kýrios. — Rebateu o rei.

— Ele deve ter tido alguma razão! Tem que haver uma explicação, sempre há! Eu exijo vê-lo agora!

— Basta! — esbravejou Hades, sua voz grave e sombria ecoando por toda a sala de jantar.

Perséfone pôs uma mão em seu pulso, e logo o mesmo respirou fundo para se conter de sua ira.

— Não desacate minha autoridade, deus do amor banido e sem nome. Você não está sob condições de se voltar contra mim. Lembre-se que estou arriscando meu reino para esconder sua presença e a de seu Pista de Parca. Não abuse de minha paciência. Verá seu aliado quando eu disser que ele estiver pronto. Como vê, estou lhe fazendo um favor de tirar de seu caminho qualquer medida que ponha em risco toda nossa missão.

“Um famoso caso de quem manda quem pode obedece quem tem juízo… Por favor, Kýrios, cale essa boca!”. James pensou, torcendo para o deus a sua frente se conter de falar alguma besteira.

Quando o deus ia falar algo, James lhe deu um pequeno chute por debaixo da mesa, o mesmo se virou para ele, e franziu o cenho ao seu balançar de cabeça em negativa para não agir por impulso ou qualquer coisa do tipo.

— Entendido, Lorde Hades. — disse, se levantando da mesa — Agradeço pelo jantar. Muito obrigado, Lady Perséfone, tudo está impecavelmente saboroso e perfeito. E me perdoe por ter que ausentar-me mais cedo deste dejejum noturno.

— Tudo bem, Kýrios. Vá, e descanse. Essa é a hora de aproveitar uma calmaria, antes da grande tempestade que está por vir para todos nós. — disse, apaziguadora, e lhe sorrindo gentil.

O deus lhe deu uma reverência, assim como para todos os que faziam parte daquela família, e depois se virou para James, lhe mirando num sinal claro para lhe acompanhar.

— Ah, sim, tenho que ir também… Muito obrigado, Lady Perséfone, Lorde Hades… Obrigado pelo jantar e… Pelas acomodações.

— De nada. Desejo uma boa noite de descanso para vocês dois. — disse a rainha, dando um aceno de cabeça gentil, e cutucou com seu pulso no pulso de Hades para ele também fazer sua parte de cortesia.

— Vá, estão dispensados. — disse, pegando novamente a taça de vinho e bebendo um gole, como se não se importasse nem um pouco com o tal humano em sua mesa.

E com essa deixa, James foi até Kýrios, mas claro, sempre mantendo uma distância segura para que ele não percebesse seu estado instável e sensível de seu corpo.

•

Quando chegaram em seus aposentos, cada um foi para um canto. Kýrios ficou o tempo todo andando de lá pra cá perto de uma estante de livros, preocupado, aflito por seu amigo que a essa hora estava sendo torturado por várias harpias lhe costurando os olhos de seu corpo. Ou… algo pior.

Já James estava deitado entre as almofadas, quieto, ainda suando frio, mas sentindo seu corpo quente. Parecia até uma febre, mas com um sintoma a mais de sua virilha pulsando sem parar querendo logo um êxtase que nunca vinha.

Era demais estranho. Pois um banho frio poderia já resolver aquilo. Mas não, nem suas várias tentativas de se tocar tiveram sucesso.

— Aquele Hades… Isso tudo deve ser vingança também. Só porque provei que até ele podia se apaixonar! Ainda me lembro do dia em que apostamos isso. Ele me desafiou, disse que nenhum ser da face da terra poderia roubar seu coração. Que eu era um deus inútil, que eu só servia para atrapalhar todo mundo. Mas aí eu fui lá e boom! Consegui pegar ele desprevenido, de guarda baixa! Agradeço muito pela minha sorte em ter Perséfone justamente naquele dia! Precisava ver como os olhos de carvão do Hades brilhavam como brasas… Eu e Dio bebemos por uma semana em vitória de minha aposta. — Riu breve, e coçou a nuca sem jeito em seguida — Só que depois ele ficou muito bravo comigo… Porque… Ok, assumo a culpa, que sem querer eu fiz que Demeter punisse a terra com um longo inverno que destruiu qualquer chance de vinhos serem feitos… Foi a maior bagunça, admito. E depois… Por deuses, eu descobri outras coisas… Eu não sabia que Perséfone era filha dela… Tudo bem, errei feio. Mas provei que até ele poderia se amar.

— Hm, legal. — disse James, se cobrindo com uma manta fina que tinha por ali, já estava começando a tremer.

— É, foi legal, pelo menos a parte daquele ranzinza se apaixonando… Viu como ele parece um filhote de centauro nas mãos de Lady Perséfone? — sorriu, orgulhoso de feito — Tudo graças a mim!

— Muito interessante.

— Sim, mas isso não é o melhor, teve a vez que eu também ajudei Apolo…

— S-sim, surpreendente. — Interrompeu James, sua voz falhando, se encolhendo o máximo que podia por estar começando a delirar em seu febril estado, mesmo que estivesse deitado no tapete entre as almofadas perto da lareira.

Kýrios percebeu algo de estranho, e inspirou o ar de novo, e logo se encaminhou até onde o rapaz.

— James, você está bem? — perguntou, se abaixando até o mesmo, quase certeza do que era, mas não queria fazer pré julgamentos.

— Sim, estou. Agora vai embora… me deixe em paz…!

— Ora James, é nítido que não está bem. O que sente? Está com dores estomacais? Foi a comida daqui não foi? Sei que o tempero do submundo pode ser um tanto pesado para humanos, mas…

— Se manda daqui! — James esbravejou entredentes, e tentou empurrar o deus, mas sem sucesso, pois sua força estava bem abaixo do seu normal.

— Me desculpe, James, mas não posso deixá-lo dessa maneira. É meu dever lhe deixar confortável. E como vamos ter que ficar alguns dias aqui, vou te ajudar a se acostumar com essa atmosfera de sombras.

— Eu não preciso de sua ajuda! Vá embora!

— Deixe de ser teimoso! Quer saber? Vou ajudá-lo, quer queira que não, vou trazer para você um tecido com agua fria para amenizar essa febre.

O loiro estava se preparando para se levantar, quando teve seu pulso agarrado pelo rapaz.

— Não vá… Por favor…

Kýrios lhe mirou com compaixão, assentindo em positivo e se sentando de vez ao seu lado ali no tapete.

— Eu não vou embora, vou ficar aqui do seu lado. Vai ficar tudo bem James. — disse, pondo uma mão em cima da mão do moreno, que sem querer soltou um pequeno som arfado e muito suspeito aos ouvidos do deus — James?

— Cale a boca e… Só… fique quieto.

Kýrios arqueou uma sobrancelha, e logo se pôs finamente em empatia para poder sentir o que o rapaz estava sentindo.

E no segundo em que sentiu a energia que circulava pelo corpo do moreno, suspirou em susto.

— Oh deuses! James!

— Se falar mais uma vírgula… eu…

— É claro, bem que suspeitei que você estava estranho! Tinha percebido isso no jantar. Mas pensei que fosse por estar nervoso com a presença de Hades. Ou que estivesse tendo algum problema estomacal… Mas, deuses, James, você precisa de ajuda urgente!

— Sei que tipo de ajuda você vai querer me prestar…! E a resposta é não!

— James, se continua assim você pode ficar louco! Foi aquela terma? Aquelas ervas? Argh, sabia que alguma ia te fazer mal! Poxa, Perséfone deve ter errado em algo. Não, não pode ter sido ela, deve ter sido os servos. — disse acarinhando os cabelos do rapaz para confortá-lo, mas o resultado foi o oposto de conforto.

James sentia os dedos do deus nitidamente em seu couro cabeludo, e parecia que cada deslizar entre seus fios o deus passava uma energia eletrizante que o deixava mais aceso, com seu corpo fervendo.

— Você… Porque faz isso comigo? Porque me tortura dessa maneira?! — reclamou James, angustiado.

— Eu juro James, juro pela minha amada e por tudo que é mais sagrado, que estou cumprindo nosso acordo. Não fiz nada! Estou sendo verdadeiro com você. Eu só quero lhe ajudar! Você está sofrendo. E não posso deixar que fique assim!

— A resposta ainda continua sendo não!

— É claro. Um louco sempre vai negar a todo e qualquer tipo de tratamento. E é por isso, que tenho que usar minha autoridade de especialista em abstinência sexual para lhe ajudar nisso.

— Abstinência sexual? — James lhe mirou bélico — Vai se foder!

— James, sei que tinha uma vida agitada antes de estar nisso tudo. E nesses dias… bom, sei que não teve tempo nem para encontros com fantasmas. Você… se tocou pelo menos para aliviar-se?

— O quê?!

— Se tocar. Você se deu algum alívio? Ou, como vocês humanos adoram falar, se deixou sair? Se masturbou? Olha, não tem problema se fez isso em meu lar, aquele é seu quarto e você tem todo direito de usufruir dele para se manter confortável e relaxado.

As bochechas de James aqueceram ainda mais do que já estavam, lhe dando não só mais um corar, mas agora um rosto todo vermelho.

— Seu… Descarado pervertido!! — disse, se levantando de supetão e partindo pra cima do loiro, colocando suas mãos em seu pescoço, ficando com seu corpo praticamente montado em cima do outro.

— James — lhe chamou, com um sorriso arteiro — Eu não consigo entender como pode ser tão tímido e ser um riquinho de vida noturna libertina ao mesmo tempo. — disse, pegando seus pulsos e os prendendo contra seu próprio peito, já que viu que o outro estava sem forças alguma.

— É-é diferente! Tudo é diferente!

— Ah, entendi.

— O que entendeu?!

— Você é o famoso tipo de pessoa que, é recatado em sociedade, impecável em tudo como um quadro bem pintado para todos verem e admirar sua perfeita estampa, mas é um impudico entre quatro paredes. Estou certo?

É. Era uma analise bem válida. E James não tinha o que argumentar, já que sua vida toda até ali foi construída em cima dessa máscara de perfeição que todos gostavam de ver. E mesmo os que soubessem que ele era um cliente fiel de bordéis, mesmo assim gostavam daquela fachada que apresentava na frente de todos.

— Cale a porra da boca! E me solte!

— Sinto muito James, mas se continuar assim, vai ficar pior do que já está. Mas saiba que farei isso de modo totalmente profissional. Confie em mim. Eu mais do que ninguém entendo e saberei o que eu estiver fazendo.

— Eu juro que se tocar em mim eu vou…! A-ahm…! — gemeu, quando somente um toque do deus foi feito por cima da braguilha de sua calça.

Kýrios tinha prendido com uma mão sua os dois pulsos dele, claro, usou um pouco de sua força divina para poder contê-lo. Mas James era inteligente, e para poder se safar daquele aperto, tentou se levantar, mas antes que isso fosse feito, o loiro os girou, colocando-o por baixo do corpo dele.

— Eu vou te matar!

— Me agradeça antes, e depois me mate. — disse o deus, prendendo seus pulsos pra cima, e se firmando entre suas pernas.

James estava numa posição em que era também possível de se livrar do corpo do outro, bastasse que ele encolhesse sua perna e chutasse a barriga do outro assim como tinha feito da outra vez. Mas seu corpo parecia obedecer somente aos seus desejos. Sua mente dizia para se forçar a fechar as pernas ou fazer alguma coisa, mas sua outra parte lhe fazia, e praticamente lhe ordenava, que elas ficassem abertas. E pior, que se envolvessem no corpo do loiro e o puxasse mais pra si.

— Eu serei cuidadoso, James. Tente relaxar e aproveitar o momento. Será mais fácil desse envenenamento ou essa espécie de alergia sair de você.

— Sim, vou aproveitar o momento, para depois também aproveitar arrancar seus olhos quando você estiver dormindo!

— Quanta agressividade… Tudo bem, já já estará bem relaxado. — disse enquanto abria somente com uma mão a calça do outro sem a menor dificuldade.

E quando abaixou, se deparou com um membro completamente firme sendo apertado pela sua peça íntima.

— Ngh… — James gemeu, quando outra vez só com um leve toque da ponta dos dedos que o loiro fez, sentiu seu membro reagir com mais pulsações fortes.

— Estou vendo que não terei tanto trabalho… Você vai gozar rapidinho. — disse, sorrindo de canto.

— Você é um… desgraçado imoral!

— Eu? James, eu sou muito bem resolvido com tudo. Se está preocupado com o lance de que eu esteja fazendo algo de errado… Saiba que não. Pois essa é minha função. Sou o deus do amor. E tudo que está envolvido nisso, tenho que resolver. É minha natureza. Não posso ir contra isso.

— Mas… você… e… ela…

— Ela me entendia. — Contou, e James arregalou os olhos com aquela informação inesperada — Mas também sabia que eu era completamente fiel à ela. Nunca entreguei meu corpo a ninguém. Então que fique claro, que essa não será a primeira vez que farei esse “trabalho manual”.

O modo como o loiro tinha falado, a seriedade em seu olhar, aquilo tinha deixado James em uma imensa confusão de sentimentos. Se sentia feliz, muito aliviado pelo esclarecimento…, mas também, outra vez, um tanto incomodado. E o incômodo chegava a quase ser uma decepção.

Mas porque estava se sentindo decepcionado?

— Não quero que me toque! Eu posso resolver isso sozinho!

— É mesmo? — e sem que o rapaz pudesse protestar, abaixou sua roupa debaixo, deixando de vez sua nudez exposta.

— Kýrios!

— Hm, vejamos… — olhou analítico para o órgão do moreno — Está bastante saudável. Mas há uma certa vermelhidão na extensão e na glande… O que quer dizer que tentou bastante se satisfazer, mas não conseguiu chegar aonde queria.

— É a porra de um urologista agora?

— Não. Mas sou melhor que isso.

E quando terminou de falar, deslizou sua mão desde da base, passando sua mão vagarosamente pela extensão, deixando que o membro pulsasse sob sua palma até que chegasse na glande, onde parou com sua mão bem em cima do frênulo.

Isso foi o suficiente para James não aguentar soltar um gemido que tentou prender mordendo seus lábios.

E também foi o suficiente para se estremecer todo, seu corpo se contorcendo naquelas ondas de prazer enquanto se liberava, deixando escapar gemidos entre os espasmos enquanto também sentia a mão quente do deus somente pousada ali em cima de seu membro.

Quando os espasmos terminaram, todo seu corpo ainda tremia pela intensidade daquele ápice, e arranjando forças para levantar um pouco sua cabeça viu que havia sujado toda sua camisa com sua própria semente, assim como uma parte da mão do deus.

— Pronto. Viu? Liberado. Não doeu nadinha.

James lhe mirava assustado, nunca tinha gozado tão rápido na vida e daquela forma tão avassaladora. Seu corpo estava todo quente, seu coração a cem por hora, sua respiração ofegante fazendo seu peito subir e descer freneticamente.

Quando o deus liberou os pulsos, foi surpreendido com sua camisa puxada, e seu corpo trombou contra o do rapaz, ficando totalmente deitado em cima dele.

— Vou cortar suas bolas fora, isso é uma promessa! — ameaçou James.

— Hm, como eu disse anteriormente, antes de você fazer qualquer coisa comigo, agradeça. Não seja um ingrato. Isso é feio. Além do mais… Creio que meu trabalho ainda não tenha acabado.

James se xingou mentalmente, pois sentiu seu membro ficar duro novamente, e estava agora pressionando contra a barriga do loiro.

— Hm, então você também é do tipo também insaciável… É um dos melhores então. Vou fazer um trabalho mais amplo.  — Disse, novamente prendendo os pulsos do rapaz pra cima.

— Ah… Hnm… Porra… ahgm… — gemeu, quando sentiu o loiro agora envolver seu membro com sua mão ainda mais quente, macia, e começar a mover para cima e para baixo aproveitando de seu fluído.

Kýrios movia lentamente, subindo e descendo sua mão até a base, e voltando para a glande, sempre aproveitando da lubrificação que o rapaz soltava, além de seu sêmen que ainda escorria do primeiro alívio.

O som molhado de sua mão indo e voltando pela extensão, os arfares cheios de desejo que soltava para o loiro enquanto o via lhe mirar compenetrado… tudo fazia seu corpo estar mais e mais entregue para o outro fazer o que quiser.

E isso o preocupava. Pois temia que chegasse ao ponto em que quisesse ir além.

— Por favor… pare…

— Você quer mesmo que eu pare? Só pra avisar, eu não estou mais segurando seus pulsos.

E era verdade, seus braços ainda continuavam para cima, suas mãos agarravam uma almofada, e a mão do loiro que antes segurava seus pulsos agora estava ao lado de sua cabeça, apoiando a mão ali no tapete.

James se xingava mentalmente por se deixar ser tocado daquela maneira, mas a sensação de prazer era incrível, e qualquer toque do outro lhe deixava em delírios.

— Pare de usar em seus poderes em mim…!

— Tenho uma boa notícia para você, James Payne: não estou usando nada além de sua grande vontade e desejo. E minhas habilidades naturais é claro. Então, parabéns, que esteja aproveitando bastante. — sussurrou, e sorriu, erguendo a mão e mostrando ao moreno, que via nitidamente pelas chamas da lareira um brilho viscoso caindo pela palma e por entre os dedos do deus do amor.

— Vamos continuar, é muita maldade deixá-lo na vontade, não acha?

— Cale a boca! A-ah… Porra… Kýrios… Aah… Hnm…

Os toques ficavam cada vez mais intensos, firmes, e o deus percebia o quanto ele ficava pulsando em sua mão, pois lhe provocava de vez em quando apertando de leve a extensão enquanto ia para a glande, esfregando o frênulo com o polegar, bem no ponto certo onde o moreno gostava.

— Kýtios… — gemeu seu nome, sentindo uma grande emoção querer sair do seu peito, fazendo seus olhos começarem a se encher de lágrimas.

— Tudo bem, tudo bem… Já estamos perto, não resista, se deixe levar. — disse, em seu ouvido.

James fechou os olhos para sentir aquela voz penetrar em sua mente, lhe deixando enuviado, todo seu corpo tremia como se estivesse reverberando aquele tom rouco e sussurrado que parecia ser proposital para lhe atiçar a se perder.

Chegou ao ponto de que seus quadris começaram a se mover contra a mão do outro, e foi nesse momento que resolveu ceder aos seus mais íntimos impulsos…

E abraçou o loiro pelo pescoço unindo suas testas.

— James?

— Pare de falar, seu idiota…! — disse, e sem mais receio, deixando-se mesmo se levar, puxou a boca do outro para a sua.

De início o deus tentou resistir, mas ele era insistente, e por mais que o loiro tentasse desviar sua boca, o puxava seu rosto, chocando seus dois lábios, obrigando o outro a abrir mais a boca para receber sua língua, que estava ávida em busca de contato.

— Pode até não admitir, James, mas você gosta disso, não gosta? Admita, pare de negar. — provocou após separar-se por alguns segundos da boca do moreno.

— Eu odeio…! Hgm… Ahn… Eu… Odeio… com todas minhas forças…!

— Sim, sei… — Kýrios então lhe deu um longo selar, sorrindo arteiro em seguida — Vamos, fala pra mim… James, admita que está adorando ter um homem lhe tocando dessa maneira, adorando um homem te dando prazer, satisfazendo seus desejos…

— Não! N-nunca! Odeio… hmg… odeio isso tudo! Só estou assim porque…

“Porque é você”, ia dizer, mas arranjou forças para se conter de pronunciar isso.

— James, espero do fundo do coração que não leve nada disso para o seu íntimo. Nós dois sabemos que não há futuro pra isso aqui. — disse de repente o deus, franzindo o cenho ao sentir algo vindo do outro enquanto lhe tocava e recebia aqueles olhares perdidos do rapaz — James, me ouça, isso que estou fazendo é só uma ajuda. E… O que estou querendo dizer e esclarecer é que… Estou lhe dizendo para não se apaixonar por mim.

James encarou o outro e sentiu uma grande raiva começar a ferver em seu peito.

— Não se ache demais seu imbecil! Eu te odeio! Se é isso que quer saber! Só estou assim porque, como você disse antes, não fodo ninguém a tempos! Ou que seja mesmo que me envenenei com alguma porcaria desse submundo! Então já que está tão disposto a me ajudar, faça logo de uma vez essa merda e caia fora!

O deus arqueou uma sobrancelha, sentiu uma centelha de incômodo por aquelas palavras, mas sabia que o rapaz tinha razão. Ele estava ali ajudando-o, então porque ao ouvi-lo dizendo aquilo lhe fez ter a sensação de que foi lembrado de que esse era o objetivo e não um outro motivo?

— Sim, como você quiser, James. — disse o deus, um pouco mais sério.

Como se estivesse sendo movido pelas emoções de irritação pelo momento, acelerou sua mão, agora subindo e descendo com força e acompanhando os impulsos que o quadril do outro fazia de encontro a sua mão.

— Ah… Aah… Porra… Porra Kýrios… Isso… continue assim… não pare…!

— Ah, James… Vou te fazer gozar tanto que vai até esquecer esse meu segundo nome. — Sorriu de canto, encarando aquele olhar cheio de desejo para ele.

— Hgm… Aah… Ngh… ahh… mais… mais forte…! porra…

O loiro acatou seu pedido, e exerceu um pouco mais de força. Sentia o moreno já estar perto de vir novamente, e a cada segundo que se aproximava disso, mais sentia uma euforia de um desafio que estava para ser ganho.

Se sentindo estranho de repente, Kýrios sentia um entusiasmo alcançar seu peito, era como se o outro estivesse lhe passando isso enquanto lhe mirava com aquelas orbes perdidas em um marejo de algumas lágrimas que estavam prestes a cair pelas laterais de seu rosto.

— Estou perto… muito… muito perto… Hmg… Ahm…

— Eu sei. Venha, se deixe, pode liberar em minha mão. E tudo vai ficar bem logo. — sussurrou, subindo e descendo sua mão, fazendo um som molhado toda vez que descia em direção a base, sentindo em sua palma cada centímetro de nervos da extensão do outro pulsar quente em sua mão.

James sorriu breve, um sorriso misto de raiva e euforia do momento.

— Você está parecendo a porra de uma enfermeira…! E isso é uma merda…! Pare de falar!

— Sinto muito. Mas é o que se pode ter para agora. — disse, lhe mirando sério, concentrando em suas reações.

James por um segundo percebeu algo, e ficou extremamente irritado com isso.

E em meio a sua névoa de loucura e prazer, teve forças para poder empurrar o outro.

— James?

— Se estou te forçando… Então… é melhor pararmos com essa merda agora! — disse, se virando e se apoiando em seus cotovelos, tentando controlar sua respiração.

— Isso é alguma desculpa para que possa se livrar de mim?

— Não. Não é alguma desculpa. Não toque mais em mim se você não quer! — disse, olhando por cima do ombro rapidamente para o cós da calça do loiro e vendo que ele estava normal, sem nenhum sinal de excitação — Vou… me lavar… — decretou, tentando se levantar, mas em vão — Porra!

Suas pernas não lhe obedeceram… estavam bambas demais por conta de sua alta tensão de desejo…

— Ainda está excitado James, seu corpo ainda pede por mais um alivio.

— Que se dane!! Mas essa merda eu não quero continuar!

— Está aborrecido.

— Ah percebeu só agora? Nossa, como você é tão perceptivo.

— James, temos que continuar. Ainda não cumpri minha tarefa.

— Enfie no rabo essa sua tarefa!

— Me desculpe, mas isso não está em meu currículo. Ainda. — disse, se aproximando de novo.

James tentou escapar pro lado, tentou se arrastar pra longe, mas acabou ficando de bruços com a pressão que as mãos do outro fizeram em sua cintura.

— Me deixe! Seu babaca!

— Sinto muito, muito mesmo James. Mas você não está bem, e meu dever me chama, e também porque não posso deixa-lo sofrendo dessa maneira, não que morra, ou enlouqueça. — disse, e puxou o quadril do moreno para cima, deixando espaço suficiente para direcionar sua mão lá pra baixo até chegar no membro novamente.

James não conseguiu se conter de soltar um gemido quando começou a ser tocado de novo, agora com muito mais intensidade. E pior, aquela posição estava lhe excitando até mais que a primeira de antes.

— James, sei que você quer muito vir mais uma vez. Pare de resistir.

— Você… Você não quer nada disso…! Está odiando ter que fazer!

— Pra falar a verdade… — o deus suspirou, e como se tomasse uma nova postura, aproximou seu corpo.

James sentiu o peito do deus em suas costas, fazendo seus corpos ficarem bem juntos. E numa provocação que o deus fez em soltar um suspiro baixo em seu ouvido, o loiro sentiu toda pele do rapaz se arrepiar.

— …estou adorando ver todas suas reações, James.

— Mentira! Você… você não está…

Kýrios riu breve, um riso baixo, um pouco grave e rouco, dando em seguida um beijo curto na lateral pescoço do outro, tudo isso sem parar de mover sua mão.

— James… Então é com isso que está preocupado? Então é essa sua fantasia? Quer me ver excitado?

— N-não!!

— Mentiroso… — sussurrou o deus, e como se tomasse agora também uma outra postura de linguajar, começou a provocar ainda mais o rapaz — Seu pau ficou ainda mais duro em minha mão quando mencionei isso. O corpo não mente, James. Está louco para gozar, está louco para que eu tome logo uma atitude mais “dura” em você, não é?

James ficou um pouco surpreso pelo modo de falar do loiro ter mudado um pouco, mas não quis reclamar, estava achando perfeito, pois essa era a reação que queria.

— Já que é tão sabichão, então já sabe o que fazer para me agradar e se livrar logo de mim!

O deus ficou em silêncio, e respirou fundo.

— Me desculpe, James, como eu disse antes, o corpo não mente. E não consigo mentir sobre isso. E lembrando, meu corpo já tem uma dona.

James sentiu uma raiva muito grande ao escutar aquilo, e seu peito se apertou, como se quisesse sumir dali.

— Então pare de me tocar! Não consigo continuar dessa forma! Eu… me sinto…

— James, pare de pensar besteiras. Você não está me fazendo mal algum. À ninguém. Não está me forçando em nada. Eu quero mesmo fazer isso.

— Você disse antes que era seu dever!

— E é. Mas eu poderia usar outros métodos, mas sei que você não gostaria. E eu quero te ver bem. Simplesmente isso. Agora… — se aproximou do ouvido do outro e sussurrou, entrando outra vez naquela onda de excitação — Já percebeu em que posição está? Você está tão sexy desse jeito, ah, James… Se eu quisesse te possuir… te comer dessa maneira, tenho certeza que não resistiria.

Ouvir a palavras tão cheias de luxuria vindo daquele deus fez um grande frio aparecer em sua barriga, que teve como consequência um quase orgasmo quando aquilo foi dito bem no momento em que o loiro desceu sua mão até sua base no mesmo segundo em que encostou seu quadril em suas nádegas.

“Que porra foi essa?! Não! Isso tá errado! Não, não, não, não! Eu não posso estar excitado com a ideia de dar meu traseiro pra esse merda!!”

— Acabe logo com isso. Agora! — sussurrou James, com medo de si mesmo.

— Com prazer.

Se James queria intensidade, ele ganhou. Pois o deus do amor começou a mover sua mão dando estocadas quando chegava lá embaixo na extensão, ao mesmo tempo que o corpo do outro se chocava contra seu quadril.

Se ele poderia se virar e socar a cara daquele deus? Sim, poderia facilmente. Mas tinha chegado ao ponto em que não estava se importando com mais nada, somente com o imenso prazer que aquele loiro irritante estava lhe proporcionando com tamanha destreza.

— Ah… Hgm… Ahm… A-ahm… Kýrios…

— Isso James, deixa vir… Você está indo bem… Vem… Goze bem gostoso na minha mão… Sei que quer muito isso…

Ah, aqueles novos dizeres ditos assim seu ouvido… Aquilo e mais os movimentos da mão em seu membro e também mais os movimentos simulados de estar lhe tomando que o outro fazia atrás de si… A voz, o cheiro amadeirado de sândalo do deus tão perto de seu corpo, a sua determinação, a raiva que sentia dele naquele momento que se misturava ao delírio e as fantasias que se criaram em sua mente… Tudo estava o deixando louco desde o banho na terma…

E aquilo tudo estava lhe arrastando para o fundo do poço onde sua dignidade que tanto a muito cultivava e matinha intacta estava em indo para outro lugar e lhe deixando sozinho naquela perdição desmedida que nunca havia experimentando com tanta intensidade.

— Está pulsando na minha mão, James… Está tão molhado… Olha só como minha mão desliza gostoso no seu pau… Vamos James, goza pra mim… Goza pro seu loiro ver…

Aquela última sentença foi a chave para seu estopim…

— Ah-ahh! Porra!! Er… Er… Eros…! — gemeu, gritando seu nome quando soltou o primeiro jato de sua semente na mão do outro.

E foi nesse momento, que Kýrios caiu para trás assustado, soltando o rapaz de repente.

Enquanto que James, caiu para frente, seu corpo estremecendo, se contorcendo enquanto ainda se desfazia, sujando com sua semente o tapete em que estavam.

— J-James… O que você… o que você disse…?!! James?! — lhe chamou Kýrios, se aproximando com urgência do moreno.

O rapaz lhe mirava por cima do ombro, ofegante, caído de bruços, totalmente corado e satisfeito.

— O que foi… seu idiota…?! — disse, sua mente enevoada ainda mergulhado em tantas sensações.

— Você… Você… V-você disse meu… Você disse meu nome!!

James lhe mirou confuso, sem entender o que o outro queria dizer.

— Não sei do que está falando…

— James, por favor, repita, diga meu nome! — pediu, em tom desesperado, esquecendo-se de sua condição sobre ninguém poder falar seu nome, e James, lhe mirava sem entender aquela reação.

— Kýrios…?

— Não! O outro! O outro nome! Você disse! Eu tenho certeza disso!

— Está ficando louco…! Como eu poderia saber seu nome verdadeiro? Ele não foi banido de nossas mentes? Não está proibido de…

— Por favor James, diga meu nome! — disse, virando o rapaz de frente pelos seus ombros.

— Kýrios, eu realmente não sei!

O deus ficou muito triste, encarando o rapaz enquanto seus olhos começavam a marejar, e então, puxou o outro para entre seus braços.

— Kýrios…??

— Agora sei que você é a pessoa certa que vai acabar com meu sofrimento! E é por isso, que vou me dedicar mais ainda por você, James. Meu Pista de Parca.

James ficou irritado com aquele título dito no fim depois de algo tão sincero e ligeiramente bonito dito pelo loiro antes, mas estar entre os braços do outro era tão confortável, tão familiar… Talvez fosse os pós orgasmo fazendo seu conhecido efeito de relaxamento, mas mesmo que fosse isso, não lhe passava pela mente alguma objeção de querer empurrá-lo ou rejeitar aquele abraço naquele momento.

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Capítulo 14
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Missão Ágape

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O Olimpo está em crise, e tudo porque de repente uma profecia disse que um deus iria dizimar o seu sistema e tudo que eles lutaram para conquistar e poderem estar no poder até hoje.

E é...

Chapters

  • Capítulo 47 Proemial
  • Capítulo 46 Alto Mar
  • Capítulo 45 Anelos
  • Capítulo 44 Verdades da Alma
  • Capítulo 43 Premências Difíceis
  • Capítulo 42 Enraizados
  • Capítulo 41 Chaves Sinceras
  • Capítulo 40 Presença
  • Capítulo 39 Luz Misteriosa
  • Capítulo 38 Possibilidades
  • Capítulo 37 Espólios
  • Capítulo 36 Fogo
  • Capítulo 35 Visitas Indesejadas
  • Capítulo 34 Penalidades
  • Capítulo 33 Mais, ou Menos
  • Capítulo 32 Temerário
  • Capítulo 31 Serviços Extras
  • Capítulo 30 Zelus
  • Capítulo 29 Magnetismo
  • Capítulo 28 Despertando
  • Capítulo 27 Sem Céu para Inocentes
  • Capítulo 26 Entre Mortais
  • Capítulo 25 Nuances
  • Capítulo 24 Céu de Luzes
  • Capítulo 23 Sobreposição (parte 2)
  • Capítulo 22 Sobreposição (parte 1)
  • Capítulo 21 Café Quente
  • Capítulo 20 Conselhos
  • Capítulo 19 Muros em Chamas (parte 3)
  • Capítulo 18 Muros em Chamas (parte 2)
  • Capítulo 17 Muros em Chamas (parte 1)
  • Capítulo 16 Cem Olhos
  • Capítulo 15 Nobre Amizade
  • Capítulo 14 Impulsos
  • Capítulo 13 Abaixo da Superfície
  • Capítulo 12 Fim de Festa
  • Capítulo 11 Fagulhas
  • Capítulo 10 Noite de Cores
  • Capítulo 9 Sopa de Ossos
  • Capítulo 8 Saindo do Ninho
  • Capítulo 7 Dádivas
  • Capítulo 6 Reunião Cancelada
  • Capítulo 5 Sonhos?
  • Capítulo 4 Empecilhos
  • Capítulo 3 Efúgio
  • Capítulo 2 Bençãos á Vista
  • Capítulo 1 Sem Opção
  • Capítulo 0 Prólogo dos Contratempos do Amor

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