Arco 1 –  Oriente sem DESTINATÁRIO

Missão Ágape

Capítulo 23

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🟡 Em breve

Aquele prédio era todo cheio de corredores, e procurar o lugar certo onde ir seria muito difícil se não tivesse pequenas lanternas indicando o caminho junto das aranhas que ainda lhe indicavam a direção.

James, com a dignidade que lhe restava, seguiu nas costas de Panoptes até uma área mais limpa, onde não havia sinais de que poderia se ter mais aranhas ou quaisquer outros insetos peçonhentos. Até porque, não seria de boa reputação que fossem vê-lo daquela maneira, e se vissem, era capaz de torcer o tornozelo ou quebrar uma perna de propósito para ter alguma desculpa que fosse ocultar seu verdadeiro motivo de estar ali como uma bolsa de bugigangas nas costas do gigante.

— Uau… Isso é… lindo. — admirou James, quando eles três conseguiram chegar num cômodo todo arrumado e cheio daquelas lanternas, espalhadas pelo teto, algumas no chão, mostrando algumas esculturas de dragão, móveis, almofadas vermelhas com bordados dourados e um piso bem encerado.

— Que bom que gostou da decoração. É a minha favorita. Depois dessa aqui. — A voz que veio lá do fundo e com um sotaque bem acentuado de mandarim então disse um encantamento em sua língua, algo que James entendeu como um monte de chiados que pareciam estar mandando alguém ficar em silêncio, e todo o ambiente mudou, as lanternas sumiram, ficando tudo num completo breu antes de ficar um pouco iluminado por causa de algumas plantas fluorescentes e muitos vagalumes vagueando, fazendo parecer que estavam no meio de uma clareira — Olá, estrangeiro. — disse uma mulher, aparecendo do meio de alguns outros vagalumes que estavam reunidos em um tronco de árvore, pela qual ela passou como um fantasma.

Tânatos e Panoptes logo se puseram um em cada lado do rapaz, como dois seguranças a serviço de alguém muito importante. James ficou até um pouco mais tranquilo, mas não menos atento.

— Recebi seu recado. — disse, apontando para a aranha mensageira, aquela que o deus adotou, e que apareceu de repente e de volta ao ombro do mesmo — E aqui estou.

A mulher era muito bonita, os traços típicos da etnia daquele país, seu rosto levemente pintado com cores avermelhadas lhe deixava ainda mais bela naqueles trajes em tons cinza e vermelho, também típicos do lugar.

— É ele minha filha? — perguntou para alguém atrás dela.

E assim como sua mãe tinha aparecido, a tal filha também surgiu.

— Você…! — disse James, se aproximando um passo em surpresa por se lembrar quem era a moça, mas seus movimentos foram interrompidos pela mulher, que sem que ele percebesse, apontou uma lâmina para seu pescoço.

A moça, que agora vendo mais de perto e sem todas aquelas maquiagens e trajes que a faziam parecer um rapaz lá naquela apresentação na praça, parecia ter no mínimo uns quinze ou dezessete anos. Seus olhos estavam fixos no rapaz, olhando-o com admiração.

— É ele. — Confirmou, e logo sua mãe abaixou a lâmina, recolhendo-a para debaixo de suas mangas.

— Quero agradecê-lo por ter defendido minha filha, estrangeiro. — disse, seu sotaque entregando a dificuldade por falar a língua da terra do rapaz.

— Disponha. — Fez uma pequena e breve reverencia — Meu nome é James Payne. Mas pode me chamar de… Ah, quase me esqueci, gostaria de também agradecer por ter me convidado a uma audiência.

—Tenho alguns interesses que podem coincidir com os seus, não tenho costume de fazer isso, mas, tenho meus motivos. — disse a mulher, olhando para sua filha, e em seguida ergueu uma mão e estalou os dedos, e todo aquele lindo ambiente desapareceu, dando lugar a uma sala cheia de pessoas que apontavam suas espadas para o trio.

— Deuses! Nem Hera tem tanta elegância nos detalhes… — comentou Panoptes, parecendo não se importar com aqueles vários pares de olhos lhe mirando cautelosos, e nem Tânatos, que não tirava os olhos do rapaz, atento a qualquer movimento suspeito da mulher ou de quem fosse que estivesse ali e quisesse lastimá-lo.

— Obrigada pelo elogio. Minha mãe quem me ensinou, assim como minha avó ensinou a ela. É um dom passado para todas as mulheres de minha família. E até agora, está se quebrando em minha herdeira única. — Seu olhar então se voltou para James — E é aí que você entra, estrangeiro.

— Eu? Porquê?

— Você tem algo muito valioso com você. E isso pode ajudar no despertar dos dons de minha menina. Mas claro, assim como coloquei na mensagem, vou repetir aqui: A escolha é sua. Sei que está precisando de ajuda. Eu vi isso em minhas visões. Há forças muito maiores que você que estão por aqui, e você precisa de toda força mágica possível. E eu também. Veja isso como um comércio. Eu tenho algo e você me dá outra coisa em troca.

James olhou para trás, buscando apoio de seus companheiros, e os mesmos lhe deram um sinal positivo de cabeça, lhe indicando para ele ir em frente com seu plano.

— Certo. Eu faço a troca, mas tenho algumas condições. Ou melhor, tenho outras coisas com que posso negociar.

A mulher deu sinal para todas aquelas pessoas ao redor abaixarem suas armas, e depois, foi se sentar numa cadeira que rapidamente colocaram para a mesma, como se ela fosse a rainha deles.

— Me chamo Li-Na. E esta é minha menina, meu sangue, Li-Hua.

James entendeu aquele gesto da mulher como um sim para acordos, e deu um passo em frente, até ficar lado a lado da moça, que batia em seu tórax em altura, não havia percebido o quão era bonita também, tinha traços muito delicados, parecia uma boneca de porcelana daquelas que seu pai reformava dos pedidos que vinham daquele país em que estava.

— Ah, sim, é um bonito nome, de ambas as damas. Vou apresentar meus amigos também, este são Panoptes e Tânatos.

Quando a mulher ouviu o nome de Tânatos, ficou apreensiva, e esse detalhe junto de sua mão direita apertando o braço da cadeira não passou despercebido pelo rapaz.

— Como mencionei antes, já estive em vários lugares. E creio que o estrangeiro à sua esquerda não seja uma ameaça, sim?

— Ah não, nem um pouco. Ele não mata nem uma mosca, quer dizer, moscas tem sua hora de partir também não? É um ofício, e meu amigo aqui está de folga por hora.

O que disse foi verdade, mas isso não significava que ainda podia ser mortal fazendo outras atividades, afinal, pelo que já foi visto do deus, ele era um bom espadachim, mesmo que seu estilo denotasse sempre estar segurando uma foice do que uma espada.

A mulher encarou o deus, que correspondeu a seus olhares fixos com um aceno de cabeça, que mais pareceu a um aviso do que um cumprimento, não ajudando em nada no argumento do rapaz, que continuou a conversa para desfocar aquela tensão que estava quase se formando de novo:

— Então, você quer isso? — abordou James, mostrando logo a pedra que guardava em sua bolsa.

Os olhos da mulher brilharam ao ver aquele minério, e se inclinou para frente para poder ver mais de perto, mas James a afastou para mais perto de seu corpo, protegendo seu objeto de barganha.

— Sim, exatamente isso. E posso lhe conceder qualquer coisa.

— Qualquer coisa mesmo?

— Sim, até minha bênção, se quiser, de cortejar a minha filha.

James arregalou de leve os olhos, ficando um pouco sem jeito. A moça, que lhe mirava ainda admirada, tinha uma postura mais firme, como uma soldada que cumpriria tudo o que sua capitã lhe ordenasse a fazer.

— É-é uma grande honra, e com todo respeito, sua filha é muito bela tenho que confessar, mas… Já tenho algo em mente que é de meu desejo nessa negociação, digo, algo de meu interesse… — interrompeu-se, respirando fundo para continuar pensando em como podia dizer aquilo sem soar como outra coisa — Eu tenho um pedido muito importante. Algo como… A senhora poderia me conceder seus serviços ocultos de feitiçaria para tirar a alma de meu… amigo, dessa lança?

James então mostrou a arma, que brilhava em bronze, prata e dourado, sua ponta era tão afiada que parecia quase a uma agulha sob aquela penumbra de lanternas de luzes enfraquecida e sombras das pessoas presentes ainda atentos a todo gesto que o rapaz ou os outros dois fazia.

— Há um corpo? — questionou a mulher, entendendo o que o moreno queria.

— Não, quer dizer, de ter tem, mas nesse momento está impossibilitado. E por isso, tenho o plano de oferecer o meu mesmo.

A mulher, que se mostrou ser a líder pelo como todos olhavam para ela em busca de ordens, olhou para James analítica, estudando seu pedido.

— Isso pode lhe trazer algumas consequências. Uma alma em um corpo que já tem uma que a preencha pode ser desastroso. Principalmente pela incompatibilidade de gênios. Uma hora um ou outro vai querer seu espaço, e uma hora, sua alma pode ruir, desaparecer. Isso é o mesmo que declarar desistência de viver. Quer mesmo arriscar sua vida nesse processo?

James ficou pensativo, pensando em Kýrios, em como ele era tão protetor com ele, querendo sempre zelar pelo seu bem e não lhe deixa em falta com suas necessidades.

Até demais…

E havia uma parte sua que sentia que o deus não iria fazer isso à ele, de tentar tomar seu corpo e despachá-lo para ter total controle.

E com esse pensamento, seguiu:

— Sim, eu arrisco. Tudo o que for preciso.

A mulher deu sorriso discreto, e arqueou uma sobrancelha.

— Paixões realmente nos levam a fazer o impossível… Acho isso louvável. E até me identifico. — disse, seu tom sincero, olhando depois para sua filha com uma nostalgia no olhar.

— Perdão, minha senhora…, mas isso tudo não é questão de paixã…

— Que comecemos o ritual! Preparem-no. — Se levantou a mulher, interrompendo-o e dando sinal ao seu pessoal para levá-lo.

Tânatos e Panoptes tentaram avançar, mas uma barreira mágica os impediu, e os dois olharam apreensivos para a mulher para o rapaz.

— James! — lhe chamou gigante, dando um forte soco na barreira, fazendo tremer tudo no local, mas não surtindo nenhum efeito na mesma.

— Eu vou ficar bem! Confiem em mim! — disse o moreno, tentando tranquilizá-los.

— Me desculpem. Mas vocês dois têm que ficar de fora disso. Principalmente você, grandão. — disse a mulher para o deus, que lhe mirou sério, numa silenciosa ameaça caso ela fosse fazer algum mal ao rapaz — Leve-os para o acampamento. Deem comida e banho. Estão precisando.

James não tentou resistir a aqueles brutamontes que o levavam, mas ficou receoso pelos outros dois, que ficaram lhe mirando apreensivos até que ele sumisse de suas vistas.

Mas era isso, ele faria o que fosse preciso.

•

Haviam colocado uma venda em seus olhos, e o cheiro de tâmaras lhe vinha o tempo todo em seu olfato, impossibilitando que fosse deduzir onde poderia estar. Numa feira? Não, isso não faria sentido. Ou talvez numa adega? Era bem mais provável por conta dos aromas frutíferos misturados a álcool, mas poderia ser também uma cozinha, por ter outros aromas como pão recém feito e outras coisas alimentícias como temperos e outras especiarias que deixavam o local com um aroma convidativo para alguma refeição.

As suposições terminaram quando lhe tiraram a venda, mas suas dúvidas ainda se mantinham sobre onde podia estar.

Era um local bem arrumado, dentro uma tenda bastante ampla. Havia algumas raízes e outros artesanatos muito caraterísticos de rituais. O cheiro de frutas e álcool e de pão sumiram de repente, dando lugar a um cheiro amadeirado de incensos. Eram tantos que deixavam a paisagem do lugar um pouco turva pela fumaça que vinha lentamente deles, e também um pouco místico, como se a magia já estivesse no ar e pronta para agir em seu alvo assim que sua mestra ordenasse…

— Onde estão minhas roupas?! — inquiriu, percebendo estar nu, e se perguntou quando aquilo havia acontecido.

Estava amarrado a uma cadeira, tornozelos presos, pulsos presos, as cordas eram de seda vermelha, e mesmo que fizesse força para se soltar o tecido se mostrava muito forte, e continuar a se debater só o machucaria.

Uma outra coisa que James se deu conta era de estar sem o seu minério de magnetita e muito menos, sem a sua escama que o deus dragão lhe deu.

Quando olhou para a mulher novamente, viu a mesma admirando as duas coisas uma em cada uma de suas mãos.

Uma onda de apreensão começou a lhe invadir no peito. Mas isso era um pouco amenizado por saber que algo do tipo poderia acontecer, então, tudo ainda ia conforme seus planejamentos naquela negociação.

— Como um simples rapaz como você pode ter duas coisas tão valiosas consigo? E que injusto não ter mencionado que tinha isso também. — disse, voltando sua atenção para a escama.

— Eu pretendia fazer mais uma negociação. Será que ainda dá tempo?

— Depende. O que você tem a me oferecer? Eu já vou fazer algo bem perigoso. Esse nível de necromancia não é uma coisa comum. Exigirá muito de mim. Por isso, essa pedra e essa escama dos deuses, é um pagamento a altura.

— Por favor, eu preciso da escama. Ou pelo menos da pedra. Ou… uma pequena parte dela. Tenho coisas muito importantes que precisam disso. Vidas estão em jogo. — disse, tentando soar o mais calmo possível.

— Hm. Se esse é o caso. Eu posso abrir de novo a negociação, mas claro, terá que ter algo para repor a falta dessa “pequena parte” que está querendo.

A esperança do rapaz voltou com tudo, mas a falta de ideias para aquela barganha estava escassa, ele não tinha nada mais a oferecer que aquilo.

Seu próprio corpo? Não. Isso estava fora de cogitação, ou… talvez seria o último dos últimos casos. Seus serviços braçais? Hm, não. Na primeira coisa que fizesse iria cair morto de cansaço e ia ficar reclamado por dias de suas mãos e corpo doloridos, e ficar bem fisicamente era um fator primordial naquela missão. Em que ele era bom? Nem cozinhar sabia. Seus conhecimentos de história e arqueologia sobre tesouros e outras raridades e descobertas? Eles não eram para tanto.

Uma fagulha de arrependimento pelas fugas e desinteresses das palestras de seu pai começaram a crescer, pois essa era uma das únicas coisas em que poderia ser realmente bom e que poderia lhe tirar daquela situação.

Então, tinha voltado à estaca zero. Ele não era nada e não tinha nada.

Pensou, pensou… E nada lhe vinha à mente que pudesse estar à altura da parte da pedra que ele queria.

— Posso ajudar? — perguntou a bruxa, vendo o rapaz perdido em pensamentos.

— Aceito sugestões. Desde que não envolvam mutilações de alguma parte de meu corpo ou a intrusão de algo.

A mulher riu, e se aproximou dele.

— Talvez devesse considerar aquela, talvez, sutil recompensa a qual eu tinha lhe dito em nosso primeiro ajuste de pontos. O que acha?

James se recordou o que seria, e franziu o cenho diante dessa insistência.

— Está falando sério…?

— Eu vejo um grande futuro para minha filha ao seu lado. Vi isso assim que ela entrou em minha tenda e me contou o que lhe aconteceu. E deve saber que, toda mãe deseja o melhor para seus filhos.

— Mas, mas… Eu não posso! Eu…

— Não pode? Então não posso também lhe dar a parte da magnetita que precisa e muito menos fazer esse ritual. — disse, se levantando e virando-se de costas.

James ficou muito aflito, as chances de conseguir ganhar aquela “partida” estavam caindo para números negativos…

Ele não podia deixar isso acontecer. A vida daquele deus do amor também estava em risco, já que tinha que conseguir pegar aquela prova enquanto ainda estavam ganhando tempo do Olimpo.

Não podia jogar fora tudo por conta de alguns “egoísmos”…

— É, vamos ter que cancelar nossos acordos, mas, vou ter que ficar com essas coisas, como pagamento pelo nosso encontro, já que não faço consultas de graça. Não se preocupe com seu estado, será devolvido num local seguro para seus amigos. — disse, ao ver a demora do rapaz e dizer algo, e já se aproximando da saída da tenda.

— Ok! Ei! Espera! E-eu aceito…! — disse, se debatendo para frente e caindo de cara ao chão, sujando todo seu rosto de terra.

A mulher sorriu minimamente, e se virou, dando sinal para duas pessoas, suas moças que estava ajoelhadas em uma perna como gárgulas, esperando pela ordem de sua senhora, e assim fizeram indo levantar o rapaz e limpar o seu rosto.

Se fosse em outro momento, James adoraria estar amarrado na frente de várias moças enquanto estas brincassem com seu corpo, mas agora não era nada proveitoso, sua tensão em tentar reverter sua desvantagem era o foco principal e nada mais cabia em sua mente agora.

— Ela é uma boa garota. Espero que a respeite, que a honre. Ou então irei saber que está fazendo ela sofrer. Está me entendendo?

— Sim, perfeitamente!

— Que bom, espero que seja um homem forte, mais do que está demostrando. — disse a mulher, olhando rapidamente para baixo e para entre suas pernas.

Mesmo que fosse inútil, James tentou esconder seus “atributos” fechando suas pernas…

A ação seguinte foi um pouco estranha, pois Ling Su pegou uma agulha muito comprida que estava prendendo seu coque, e direcionando-a ao rapaz, deslizou pelo seu peitoral, até chegar do lado esquerdo, e lhe ferir, ficando a mesma bem em cima do músculo, do lado onde ficava o coração.

— Aaagh!!!! — gritou, sentindo uma dor aguda na região atingida.

A mulher fez uma expressão dolorida, pôs uma mão no seu próprio peito, no mesmo lugar onde havia colocado a agulha no rapaz.

— Não seja tão barulhento! — advertiu.

— Como… Como posso ficar calado tendo meu corpo sendo perfurado?! — rebateu, vendo sangue escorrer do furo que a agulha fez em seu corpo.

— Isso não é nada ao que terá que enfrentar mais pra frente. — disse, sorrindo com certa malícia, e quando James tentou pensar no que ela estava querendo dizer, uma outra agulha foi cravada em seu corpo, dessa vez em seu abdômen.

E mais uma vez gritou…

As dores pareciam estar sendo divididas, pois sempre que uma nova agulha entrava em contato com a carne do rapaz, Ling Su também fazia caretas de dor, as vezes até se inclinando para frente por quase cair sobre seus joelhos.

Uma em cada coxa, braços, pernas, peito dos pés, costas, pescoço, bem em cima do pomo de adão… mas o último foi o pior, pois foi colocado bem meio de sua testa.

Tinha chegado ao ponto de estar quase desmaiando pelas dores, suando, sua pele vermelha indicando o tanto que sofria, mal conseguia se mover sem sentir alguma das agulhas se remexendo entre seus músculos.

— Saiba que essa não é a pior parte… — disse Ling Su, ofegante, quase no mesmo estado que o rapaz.

— Só… faça! Rápido! Por favor! — disse entredentes, tentando se manter no controle.

— Boa resposta. — disse a mulher, indo para uma mesa, pegando a lança do rapaz, colocando-a no chão, numa posição que ficava na vertical em sua direção.

Ling Su então deu um sinal de mão, e as duas moças que se moviam parecendo duas sombras, o que bem poderia ser, já que James tentava ser seus pés, mas não os via. E obedecendo a aorde, então acenderam as tochas que James só percebeu naquela hora que estavam em volta de si, formando um círculo, cheio de símbolos estranhos, que estavam fora de suas recordações e conhecimentos sobre o ocultismo daquele domínio.

Com um outro gesto de mãos, a mulher fez as chamas começarem a dançar em círculos emsuas tochas, direcionando-as, cercando o rapaz e a lança.

Uma língua estranha de entonações cheias de força foi dita, parecia latim, até que uma hora a voz da mulher começou a ficar duplicada.

— Ah, meu, Deus! — Espantou-se, quando todo aquele fogo se aproximou ainda mais ao redor começou a deslizar por seu corpo ao mesmo tempo em que também envolvia toda a lança.

James temeu que fosse ser queimado vivo, mesmo que estivesse garantido que não morresse. Mas a dor que imaginou que iria sentir lhe deixava muito nervoso, não queria ter algum trauma na memória sobre fogo lhe consumindo como se fosse uma lenha numa lenta tortura agonizante.

Que é o que já estava quase acontecendo…

O fogo que estava em seu tom normal foi ficando mais avermelhado, e junto daquela fúria que o envolvia, começou a ver algo saindo da lança, penas, que queimavam num piscar de olhos, e de seu corpo, pequenas e finas folhas um tanto parecidas com asas de borboleta, e assim como as penas, essas se queimava instantaneamente no ar, e quando se chocavam com as penas uma pequena esfera de luz explodia, espalhando-se em partículas tão diminutas que pareciam a vagalumes, só que dourados. E outras, quando não explodiam, se direcionavam para seu corpo, envoltas por aquele fogo selvagem.

James sentia sua pele formigar, como se aquele fogo começasse mesmo a lhe queimar, e a intensidade do calor aumentava a cada distancia encurtada que aquelas pequenas esferas de luz ia reduzindo entre eles.

Até que houve uma maior, e mais brilhante, saindo da lança.

E foi então que Li-Na proferiu mais algumas palavras em sua língua, que estranhamente James estava começando a entender…

— … almas entrelaçadas, até o fim do tempo, até o fim da aurora, até o fim do caos!

James tentava não se debater na cadeira, mas era impossível quando as chamas pareciam agora estar famintas pela sua carne.

Em algumas partes a sua pele já começava a criar bolhas, e sentia-se começar a derreter pela dor e calor intensos.

Uma vez sua mãe lhe contou sobre bruxas, em específico sobre de Salém, de como haviam sofrido com a inquisição, de como foram mortas injustamente, sendo arremessadas em fogo, morrendo da pior forma possível.

E era assim que sentia, sendo punido por um pecado. E talvez fosse, mas este pecado não tinha como haver rendição… pois era algo que estava em seu ser, era seu ser.

Vários pensamentos ruins, coração apertado, e um sentimento de culpa o levavam até seus medos, era como se aquele ritual estivesse abrindo sua alma e a expondo para quem quisesse ferí-la.

Até que viu… uma foice.

Uma foice estava ensanguentada. Vários pontos brancos no chão cobertos por vários tecidos brancos, estes também ficando sujos em vermelho. Eram cenas macabras… um olhar obsidiano cheio de lágrimas, depois raízes que se espalhavam, tomando para si aquelas oferendas.

James sentiu uma imensa vontade de chorar, mas isso foi interrompido por uma sensação de calor, este que não lhe machucava.

— Almas entrelaçadas, até o fim do tempo, até o fim da aurora, até o fim do caos! Que este corpo suporte, e que se renda ao maior!

A esfera maior de luz então se aproximou com velocidade, se dividindo, indo direto aos pontos onde as agulhas estavam fincadas.

E essa foi a hora mais dolorosa…

James começou a convulsionar, seus olhos só se conseguiam ver agora as escleras, as amarras de seda que prendiam seus pés e pulsos se arrebataram, e seu corpo caiu para frente, buscando um conforto que não havia. Tremor, gritos, sofrimento. Era uma lenta e cruciante tortura, luta sem vitória, e a derrota logo foi admitida.

Com um sinal de mãos que parecia a de uma dança, Li-Na direcionou todo aquele fogo das tochas em direção a James, que caiu para trás, e se debateu ainda mais no chão, gritando em desespero, e quando todo aquele fogo sumiu para dentro de seu corpo, tudo no local ficou escuro, exceto pela luz da lua que invadia uma fresta propositalmente feita lá no topo da tenda para iluminar somente o centro do círculo onde James estava deitado.

A mulher estava exausta, e se não fosse pelas suas duas sombras ajudantes teria caído no chão também.

Pedindo para que ambas a aproximassem do rapaz, a mesma se abaixou, virando-o de frente, seu rosto agora sendo iluminado pela lua lhe deixava ainda mais sofrível de se ver.

— Estrangeiro? — lhe chamou Ling Su e James abriu os olhos, mas no lugar dos verdes, somente um estava em azul com listras verticais verdes, castanhos e dourados.

— Deuses…?! Porque… porque estou nesse chão de terra?! — perguntou James, ou melhor… Kýrios.

— Porra… — reclamou, ainda deitado por sentir todo seu corpo doer. Sua voz saindo também duplicada por estar compartilhando agora as mesmas cordas vocais com aquele deus.

— James?! O que você… Você está na minha mente?!

— O ritual foi um sucesso. Levem-no. — disse Ling Su para as suas ajudantes, que deixaram sua senhora para poder arrastar o corpo daquele rapaz.

— Deuses! O que está acontecendo?! James?! — questionou, tentando se debater, mas uma outra agulha foi ao seu corpo, lhe fazendo perder todos os movimentos do corpo, ficando igual a um saco de batatas.

— Eu te trouxe de volta. — respondeu o rapaz, ainda muito ofegante — Agora… cale a boca… Ou então terei que ser obrigado a me socar na cara! — disse, muito irritado por conta de todas as dores em seu corpo, que agora, também estavam sendo compartilhadas com o deus.

O deus estava ainda muito confuso, até olhar para a mulher que ainda estava sentada na beira do círculo, muito fraca para poder se levantar.

— Foi você! Você quem fez isso! Você não sabe com quem mexeu… bruxa! Vou fazê-la pagar por toda dor que causou ao meu Pista de Parca!

— Kýrios… Ela está do nosso lado… — rebateu.

— O quê?! Mas…

— Tenha um bom banho, Estrangeiros. — disse Ling Su, dando sinal para levá-los de vez dali daquela tenda.

•••••

Era um momento bem confuso, mas o deus entendeu rapidamente o porquê de estar ali agora, dentro do corpo de um humano, e daquele rapaz.

— Tenho que dizer, James, que você me surpreende a cada vez… Sinceramente, nunca encontrei uma pessoa com sai coragem! Desde… bem… — o deus iria falar de sua amada, mas evitou, pois não queria começar um clima tristonho naquela hora.

— Para você ver que eu não sou só um rostinho lindo. — Rebateu, lavando seu braço com a ajuda do outro, já que este possuía metade do controle de seu corpo, mas mesmo assim, conseguia conciliar os movimentos, e ambos conseguiam ter cuidado com os pequenos furinhos das agulhas.

— Realmente. Você não é somente um rostinho lindo… — disse o deus.

A cabeça de James se virou para a outra mão, que estava descendo para seu abdômen, e não precisava deduzir que rumo ela iria tomar.

— Kýrios, este é meu corpo.

— Oras, mas agora é meu também! E… Preciso conhecê-lo, descobrir onde fica os pontos fracos para que eu possa fortalecê-los. Já que… bem, vou ficar por um tempo aqui.

— Um curto tempo. Só até nós encontrarmos esse outro pergaminho ou endereço de nosso próximo rumo… K-Kýrios?!

A sua mão esquerda desceu e deslizou até parar na parte interna da coxa de mesmo lado, causando um arrepio por todo aquele corpo.

— Hm… Então você é sensível nessa região… — disse, e sua mão saiu da água e foi direto para a curva do pescoço, fazendo o mesmo processo de acariciar com a ponta dos dedos.

James fechou os olhos, e pegou o pulso esquerdo, parando-o.

— Kýrios, o que nós conversamos quando estávamos na lança?

— Hm, não me lembro muito… Sabe, ainda está tudo muito confuso… — disse, num claro fingimento.

James então jogou água no próprio rosto, fazendo o deus se surpreender pelo gesto mal criado e consequente, se engasgar levemente.

— Ei!

— Isso é só começo, pois se não “melhorar’ de sua memória, posso ir em alguma parede próxima por aqui e começo a batê-la até que tudo volte para essa sua cabeça oca.

— Não seja tão mal James! Só estou querendo nos descontrair. E quero realmente ver onde fica seus pontos fracos. Não quero ser pego desprevenido. Tenho que me preparar! E também… Porque… estou vendo que passou por muita coisa até agora… Sinto todas suas dores e a intensidade delas somente ao ver essa cicatriz. Você precisa urgentemente relaxar.

O deus moveu a mão esquerda, parando em cima do ferimento da lança que havia sido cauterizado. James, só de lembrar da dor ficou inquieto, e comparou com as dores que sentiu nesse ritual recente, não conseguindo decidir qual foi a pior.

— Cicatrizes de batalhas. As garotas gostam disso. Talvez eu até arranje uma namorada por causa disso… Kýrios? — lhe chamou, percebendo seu silêncio repentino — Kýrios?

— Fale.

— O que houve? Senti você de repente deixar este meu braço esquerdo. E parou de falar. Sentiu algo de errado? Há algum perigo por perto?

— Só fiquei cansado… não se preocupe.

— Não estou preocupado. Só estranhei o fato de que… Deixa pra lá. Gostaria de conversar com você sobre uma coisa. — disse, pegando um outro pequeno pedaço de sabão para lavar seus cabelos — Acho que vamos ter mais uma companhia para as nossas viagens.

— Companhia? Quem?

— Vamos dizer que… Eu tive que ceder a alguns acordos para lhe tirar da lança e possuir metade de meu corpo. E então… em troca… A líder deste grupo circense deixou sob minha responsabilidade, quando ela chegar a maioridade daqui a um ano é claro, que… eu tenho que desposá-la.

— O que?! — exclamou alto o deus, não disfarçando seu descontentamento — Isso… Isso não era para acontecer! Digo, você fugiu de uma união forçada, e agora vai entrar em outro…? E você sabe que eu odeio esse tipo de situação.

— Hm, mas até que dessa moça eu gostei. Pode ser que seja um ano mais nova que eu, mas é bem bonita.

— Então você gosta de belezas orientais?

— Eu não sabia até ver uma. — James sorriu, mas novamente sentiu algo estranho pairar no ar, e de novo percebeu o loiro, que era tão falante, ficar em silêncio.

— Quero conhecê-la. Afinal, eu sou um deus do amor, vou analisar se há uma compatibilidade entre vocês dois.

— E porque faria isso? Acho que não é necessário.

— É claro que é! — disse o deus, com entusiasmo, mas parecia mais a uma esperança de algo do que com um oferecimento de ajuda — Nós somos amigos, lembra? Você mesmo disse quando…

— Sim, eu me lembro. E não retiro o que disse. Até porque… Acho que pelo que já passamos nesse último mês, já podemos nos considerar um por cento mais próximos.

— E é por causa disso que quero lhe ajudar! Amigos são pra essas coisas. — disse, repetindo o que o moreno tinha falado quando os dois estavam naquela cabana.

— Sim, amigos são pra essas coisas. — Repetiu James, sem querer dando um sorriso.

Um grande outro silêncio se fez, mas agora tinha sido de ambos. Mas não durou muito, pois o deus continuou:

— Está pensando nela agora?

— Hm, não. Estou pensando em como estão nossos outros amigos. Tânatos e Panoptes devem estar muito preocupados comigo. Corrigindo, conosco.

— Eles devem estar mesmo muito preocupados. Gostaria muito de poder ir vê-los logo. Essa é a primeira vez desde muito tempo em que ficamos por mais de três dias sem nos ver. Parece que foram semanas!

— Eles são realmente muito cuidadosos. E em sua ausência, cuidaram muito bem de mim.

— Eu sei que sim… — disse, e pela quarta vez, um silencio se fez.

Mas dessa vez quem quebrou o silêncio foi James, que revirou os olhos e bufou, pois sabia que o deus estava encucado com algo.

— Kýrios, desembucha.

— Eu só acho que você não deve investir nessa garota.

— Sabia… — esfregou o rosto e respirou fundo — Kýrios, eu já estive com várias damas, então acho que sei quando uma pode valer a pena.

— Sim, claro, não estou duvidando de suas experiências, é só que… Eu como seu amigo, estou tentando zelar pela sua saúde emocional. Um coração partido é muito ruim. E a última coisa que quero é vê-lo sofrer com isso.

— Eu não irei, isso é fato. Afinal… Quem sabe ela também não encontre alguém com quem ela real mente goste de estar? Porque, tudo bem , gostei dela, mas tenho pra mim que na primeira vez que nos vimos, ela me olhou admirada, mas não era admirada do tipo romântico.

— Ah isso é bom, muito bom. — disse em um tom estranho que James decidiu não analisar pelo simples fato de estar um pouco impaciente em perguntar o que o outro tinha realmente para ficar agindo assim de maneira suspeita.

— Sim, acho que ela me vê mais como um salvador a quem agora ela deve seguir por gratidão.

— E isso é muito bom.

— Sério? Isso não arruinaria minhas chances com ela?

— E você quer ter chances com essa moça?

— Hm, não, quer dizer… você tem razão. Mas vou deixar o tempo dizer.

— Ei, lembre-se vou te ajudar na análise de compatibilidade.

— E se der positivo?

— Sinto muito em ter que te dizer, James, que tem altas chances de ser negativo. Afinal, tem o lance que você falou. O da gratidão. — Enfatizou a última palavra.

— Sim, é verdade. Mas é aquele negócio, vai que dá certo?

— Não esqueça sobre o assunto que acabei de dizer sobre corações partidos.

— Ok, ok… Certo. Vou ouvi-lo. Mas não se acostume com isso.

— Eu também não quero me acostumar. Gosto de como é a nossa relação, há debate, um certo e delicioso desafio…

— Sim, também gosto de desafios, mas… Agora o senhor pode tirar essa mão da minha coxa?

— Ah, sim, me desculpe, eu não quis… eu só… estava me apoiando. Só isso. — disse, com um certo arteiro.

James balançou a cabeça em negativa, mas não fez nenhuma advertência aborrecida, estava de bom humor agora por seu plano estar dando certo. Só faltava ganhar sua pequena parte da magnetita.

— James.

— Hm.

— Me passou uma coisa pela cabeça neste exato momento… sei que não vai gostar disso, mas é uma coisa necessária.

— Ah, lá vai… — fungou em cansaço, se recostando na beira da tina.

— Vamos continuar assim até quando?

— Eu não sei. Talvez até nós resgatarmos o seu corpo? Tânatos disse que Hécate está lá no Olimpo cuidando dele.

— Sim, nisso podemos pensar depois em o que vamos fazer. Mas, estou tentando me referir ao tempo em que vamos ficar assim, e bem… Você só lavou as partes em que está do seu lado. E como vai ficar as partes em que em há somente uma única unidade? Está me entendendo, não?

James passou sua mão direita no rosto, bufando em seguida.

— Vamos combinar uma coisa para não ficar esquisito? Toda vez que formos fazer esse tipo e coisa, pense numa múmia. Finja que está dando banho numa múmia bem velha e empoeirada. Daquelas bem medonhas. Combinado?

— Hm… Combinado. Bem, então aqui vamos nós!

Mal James falou e tomou um susto quando a mão esquerda mergulhou na água e foi direto ao seu membro, a sensação foi muito estranha, pois ao mesmo tempo em que sentia que era seu corpo, por outro lado parecia que alguém estava lhe tocando, o que era óbvio dada a circunstância em que estava.

— Kýrios! — disse, tirando novamente a mão esquerda daquela região.

— James, uma hora isso terá que acontecer.

— Mas será do meu jeito!

— Eu acho melhor que deixe essa responsabilidade para mim, James.

— Posso saber porquê?

— Sou um deus do amor. E isso me deixa na qualidade de saber o que pode ser bom ou ruim. Por exemplo, você pode indevidamente tocar em alguma parte específica de prazer. E eu, como especialista, sei onde não é.

Aquele argumento tinha alguns furos, mas também fazia sentido…

— Estamos num impasse. — Declarou James, se recostando na tina — O que, também me deixa na qualidade de pensar em uma estratégia que pode por um fim a isso.

— E o que seria? — perguntou o deus, curioso e interessado.

— Nisso.

Havia uma mesinha do lado da tina, e na mesma uma bandejinha cheia de coisas. Sais de banho, óleos aromáticos, sabão…, mas também havia um pequeno sininho, este que foi deixado para ele caso quisesse alguma coisa.

E quando o rapaz virou o corpo para pegar esse objeto, o deus logo entendeu o que ele estava prestes a fazer.

— James.

— Prepare-se.

Sem dar chance para o deus ponderar ou lhe impedir de agir, balançou o sininho. O som agudo preenchendo aquela tenda cheia de tecidos pendurados, menos onde estava o biombo, onde a tina se encontrava.

Não deu nem dez segundos e logo duas senhoras entraram, e se puseram em pé e com posturas de uma disciplina exemplar de quem ganhava a vida para servir. Ambas olharam para James e Kýrios, esperando uma ordem.

— Peço perdão primeiro pelo incomodo, mas é que eu e o encosto…

— Encosto?

— …não estamos conseguindo ter coordenação. Então, poderiam nos ajudar neste banho? — disse, ignorando totalmente o deus.

E entendendo tudo o que o rapaz lhes explicou, sem hesitação, as duas senhoras, que aparentavam ter sessenta anos, olhos puxados, marcas de expressão que mostravam sua experiência já muito vivida, se colocaram logo em ação para limpar aquele rapaz.

James, sorriu de canto em vitória em seu lado direito.

E Kýrios, ficou emburrado em sua parte esquerda, mas não protestando à aquela decisão do rapaz.

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Capítulo 23
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Missão Ágape

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O Olimpo está em crise, e tudo porque de repente uma profecia disse que um deus iria dizimar o seu sistema e tudo que eles lutaram para conquistar e poderem estar no poder até hoje.

E é...

Chapters

  • Capítulo 47 Proemial
  • Capítulo 46 Alto Mar
  • Capítulo 45 Anelos
  • Capítulo 44 Verdades da Alma
  • Capítulo 43 Premências Difíceis
  • Capítulo 42 Enraizados
  • Capítulo 41 Chaves Sinceras
  • Capítulo 40 Presença
  • Capítulo 39 Luz Misteriosa
  • Capítulo 38 Possibilidades
  • Capítulo 37 Espólios
  • Capítulo 36 Fogo
  • Capítulo 35 Visitas Indesejadas
  • Capítulo 34 Penalidades
  • Capítulo 33 Mais, ou Menos
  • Capítulo 32 Temerário
  • Capítulo 31 Serviços Extras
  • Capítulo 30 Zelus
  • Capítulo 29 Magnetismo
  • Capítulo 28 Despertando
  • Capítulo 27 Sem Céu para Inocentes
  • Capítulo 26 Entre Mortais
  • Capítulo 25 Nuances
  • Capítulo 24 Céu de Luzes
  • Capítulo 23 Sobreposição (parte 2)
  • Capítulo 22 Sobreposição (parte 1)
  • Capítulo 21 Café Quente
  • Capítulo 20 Conselhos
  • Capítulo 19 Muros em Chamas (parte 3)
  • Capítulo 18 Muros em Chamas (parte 2)
  • Capítulo 17 Muros em Chamas (parte 1)
  • Capítulo 16 Cem Olhos
  • Capítulo 15 Nobre Amizade
  • Capítulo 14 Impulsos
  • Capítulo 13 Abaixo da Superfície
  • Capítulo 12 Fim de Festa
  • Capítulo 11 Fagulhas
  • Capítulo 10 Noite de Cores
  • Capítulo 9 Sopa de Ossos
  • Capítulo 8 Saindo do Ninho
  • Capítulo 7 Dádivas
  • Capítulo 6 Reunião Cancelada
  • Capítulo 5 Sonhos?
  • Capítulo 4 Empecilhos
  • Capítulo 3 Efúgio
  • Capítulo 2 Bençãos á Vista
  • Capítulo 1 Sem Opção
  • Capítulo 0 Prólogo dos Contratempos do Amor

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