Arco 1 –  Oriente sem DESTINATÁRIO

Missão Ágape

Capítulo 31

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🟡 Em breve

Claro que não seria algo difícil de achar, não daquela vez, já que James sabia como encontrar agora alguém que trabalhasse com esse tipo de coisas.

Assim ele achava…

O problema era arranjar alguém que realmente trabalhasse de verdade nisso.

Haviam ido a uma casa de prazeres, e James julgou que, assim como tinha em Londres onde pessoas sabiam de outras pessoas do submundo de lá que faziam esses tipos de trabalho ocultistas, o mesmo poderia acontecer ali. E em parte, estava certo.

Em Londres havia os ciganos, que também conhecia quem mexesse com bruxaria ou coisas parecidas, e quantas vezes ouvia de fofocas entre as próprias meretrizes que uma delas havia conseguido sair daquela vida porque tinha feito pactos ou feitiços para agarrar um “bem feitor” apaixonado para chamá-las de dama com um sobrenome respeitável. Ou as próprias damas da nobreza que procuravam estes serviços para se livrar de suas concorrentes. Tinha de tudo.

Já ali em Tokyo…

A primeira casa havia lhes dito que havia uma senhora que previa o futuro e fazia medicinas e que por isso era considerada uma bruxa.

E acabaram com ela os expulsando a vassouradas quando Kýrios, irritado por descobrir que a mesma estava os enganando com falsas visões que Tânatos sentiu que não eram verdadeiras, pegou sua mão e sentiu que a senhora tinha uma esperança em seu coração, que a tal alma gêmea que ela achava que era nunca iria largar a mulher dele.

A segunda pessoa se dizia ter poderes e trazer qualquer coisa que eles gostariam de ter. Como prova, James havia pedido algo banal como um copo de prata, e no meio de toda aquela fumaça de incensos, um copo apareceu na mesa. Mas no meio de todo aquele efeito, Panoptes, com seus dois olhos muito atentos e ainda bem funcionais de sua função como o gigante dos cem olhos, viu por uma fresta que havia na mesa alguém debaixo lhes mirando como se espionasse.

Houve uma pequena confusão quando o gigante derrubou a mesa e lá estava uma criança, em pé numa escada prestes a descer a um porão cheio de coisas das mais variadas. Desde talharia até vestes, livros e todo tipo de quinquilharias de todas as partes do mundo.

Ou seja, tudo era mentira outra vez…

Tendo sido desmascarado, o homem pegou a bolsa de moedas que havia sido pago adiantado e fugiu, junto da criança que poderia ser seu filho, já que o menino correu atrás, ambos sumindo na multidão.

É, estava mesmo fácil de se achar bruxas e feiticeiros, o que estava sendo difícil era achar alguém que não fosse um charlatão.

Mesmo assim, James não desistia da ideia, por mais que seus companheiros de viagem quisessem saber qual era o plano que ele executaria para torná-los funcionais em qualquer domínio.

Estava anoitecendo quando conseguiram encontrar mais uma informação pelas ruas, perguntando dos transeuntes ou mercadores que passavam com suas carroças por ali, alguém que poderia lhes ajudar com magia local.

— Igirisuhito no otokonoko! Totemo utsukushīnode, ajiwaitakunai no wa mottainaideshou./Um rapaz inglês! Tão bonito, seria desperdício não querer provar essa carne  ocidental, tão novinho… Adoro rapazes inexperientes… — disse a dona do prostíbulo, que olhou cobiçosa para James dos pés à cabeça.

— O que ela disse? — perguntou James à Kýrios.

— Disse “Em que posso ajudá-los?”. — respondeu, com um semblante um tanto mal humorado enquanto estava de braços cruzados.

— Oh, ok, então pergunta pra ela se conhece alguém que trabalha com feitiços.

O deus do amor assentiu, e fez o que o rapaz pediu.

A mulher arqueou uma sobrancelha, e fez que sim para James, sorriu maliciosa, e analisou a jovem Li-Hua que estava ao seu lado.

— Jōhō ni wa daishō ga arimasu. Watashi wa sono on’nanoko ga sukidatta. Kanojo ni ikura agemasu ka?/Há um preço a pagar pela informação. Eu gostei da garota. Tem porte bom, quadris largos, os clientes vão gostar. Quanto dão por ela?

O deus do amor franziu o cenho e se virou para o grupo.

Kýrios, começou a falar novamente com a dona, abrindo uma discussão formal e cordial para tentar reverte a situação.

Claro, ele estava com certo desentendimento subliminar com a moça, mas não a ponto de querer que a mesma tivesse algum destino como esse. E mesmo, nunca faria isso.

— Creio que a dona aí não irá facilitar para nós. Estamos perdendo tempo, melhor irmos procurar outra pessoa. — comentou Panoptes, percebendo que estava sendo difícil pra o deus do amor convencer a mulher.

— Não, temos que tentar antes. Temos que descartar essa possibilidade aqui. Ou então ficaremos naquela dúvida se aqui poderia estar a nossa chance. — Argumentou James.

— Porque não fala logo que plano é esse? Porque tanto mistério?

— Ele sabe o que está fazendo. — disse Tânatos, dando um aceno de cabeça para James, que agradeceu pela confiança do deus.

— Bom, gente, tenho boas e más notícias. — disse Kýrios após terminar a fracassada negociação, que seria bem sucedida se pudesse usar seus poderes de charme — A senhora Nozomi disse que nos dará uma informação bem confiável, mas para isso precisa de um favorzinho… Parece que um general e seu comodante estão vindo visitá-la mais tarde para se divertirem, e são conhecidos por não serem muito pacientes e por enjoar da “comida da casa”, então para ela somos a sorte ganha, é isso. Acho que já devem ter entendido o resto. — disse o deus, cruzando os braços e se sentando na escadaria da calçada ali ao lado da entrada onde estava a dona.

Li-Hua estava apreensiva, olhava para o rapaz como se pedisse para ajudá-la naquele momento de risco à sua honra.

— Hm, talvez podemos dar um jeito nisso… — disse Panoptes, olhando para a moça e depois para si mesmo — Eu posso ir no lugar dela. Talvez gostem de minha aparência. Não é assim? Eles não gostam de novidades? Vou lhes dar uma. — disse, com um sorriso de canto que mostrava algo belicoso no olhar.

— Se me permite. — se pronunciou Tânatos.

— Está com uma carranca preocupada, o que houve? — perguntou o gigante, também se preocupando.

— Você não detém de aspectos de um padrão de eurritmia acima da média. Há uma certa carência de estruturas e caimentos em sua face. E também não estamos planejando alguma forma de atrito direto por mal estar de olhos alheios em seu quadro, Panoptes. Melhor evitarmos enganos, e estranhamentos acidentais. — disse Tânatos.

— Fale em grego, por obséquio? Não consigo entender seu culto linguajar, Tân. — pediu o gigante em tom irônico.

— Meu caro Panoptes… — James se intrometeu, tentando manter seu rosto sério — O que ele quis dizer é que… Em outras palavras… E resumindo… Como posso dizer isso sem magoar… — pigarreou, e pôs as mãos no ombro do gigante — Panoptes, você é feio demais pra esse trabalho de dama de prazeres. — disse, e o deus do amor atrás dele riu contido.

O primeiro gesto com humor depois de todas aquelas horas um tanto emburrado.

— Como é?! Como ousa! E você, seu colecionador de caveiras! Você também não tem uma boa cara! Com essa palidez e carranca de defunto qualquer um pensaria logo em enterrá-lo! O humano que disse que “a morte é bonita”, é um bajulador desesperado!

Tânatos semicerrou os olhos, inclinando a cabeça para a esquerda sutilmente, dando um passo calmo à frente em desafio, e quando fez menção de levantar a mão para tirar algo das costas, James se intrometeu no meio, ou então o caos reinaria, e teriam pedras e esquetos para todos lados.

— Wow! O-ok! Vamos resolver isso com calma! Brigar agora não resolve o fato de ter que defendermos a honra de nossa integrante!

— O que sugere então seu “riquinho bem aparentado”? — questionou o gigante.

— Olha, se serve de consolo, você não é feio. É só que não cabe muito em características tipicamente femininas. Então eu posso ir no lugar dela. Não sou tão forte como vocês, perdi alguns quilos esses dias… Acho que posso me passar uma dama daqui. É só cobrir o rosto e meu pescoço. Servir chá, fazer uma dancinha… essas coisas.

— James. — lhe chamou Kýrios, e o rapaz logo se virou para lhe dar atenção — Esse lugar não é um bordel de Londres onde há somente as que dançam ou as que só trabalham se vendendo. Não estamos em um lugar de cortesãs de alta classe. Se é que me entende.

— Merda…

— Vou perguntar uma coisinha aqui, só um segundo. — disse Kýrios se virando para a senhora de novo —Anata no korera no 2-ri no gesuto, karera wa motto daitan’na konomi o motte imasu ka?/ Esses seus dois convidados, eles tem preferências mais ousadas? — perguntou o deus, dando um passo à frente, lhe sorrindo com segundas intenções, fazendo a senhora rir brevemente.

—  Karera wa takusan ryokō shimasu, karera wa subete o tamesu no ga sukidesu./ Eles viajam bastante, gostam de experimentar de tudo. — respondeu, com um semblante positivo que James não precisou entender para saber qual era a resposta.

— Sim, eles gostam de novidades extras. — disse o deus do amor para o grupo.

— Excelente! — disse James animado — Pessoal, temos um acordo.

— O que perguntou exatamente à ela? — perguntou Panoptes, um pouco preocupado pela sua integridade física.

— Vamos dizer que o general e o comodante são bem aventureiros… Mas não se preocupe Pano, eu irei fazer este sacrífico em seu lugar. — respondeu o deus mirando para James.

Que sentiu um pressentimento confuso sobre aquilo…

— Ãh… Certo… Isso significa que… — James se virou para Li-Hua —Certo… Eu vou no seu lugar, então… Eu…

— Shifu! — a moça ficou com os olhos marejados ao entender o que se passava, o que achou terrível, e muito apreensiva pelo seu tutor, e sem que ele esperasse, lhe abraçou pelo torço pegando-o de surpresa — Não precisar fazer isso! Honra de shifu não pode assim jogar! Eu… não digna para muito assim!

— Não precisa ficar preocupada. Vou ficar bem. Sei me virar. — disse a afastando um pouco para olhar em seus olhos — Eu prometi à sua mãe que lhe protegeria. O importante é você ficar bem. E farei de tudo o que estiver ao meu alcance para isso. E, uma coisa como essa não vai me ferir em nada. Não vou fazer aqueles tipos de coisa que deve estar pensando, vamos ter um plano para isso não chegar aos fatos. — Olhou para o deus, que estava com cara emburrada — Certo Kýrios?

— Sim. Vamos dar um jeito. Ninguém aqui vai sair ferido ou tocado. — o deus se virou para a mulher e deu um aceno sugestivo, apontando para si e para o James, como se dissesse que toparia ajudá-la naquela empreitada.

A dona do prostíbulo sorriu abertamente, e ergueu um braço para todos entrarem ali em seu estabelecimento.

•

Um pequeno quarto, mas era o suficiente para caber todos os cinco, não era um local luxuoso, mas pelo menos era bastante arrumado e perfumado. Kýrios olhava a decoração, e fazia cara feia para algumas coisas. James estava um pouco nervoso, nunca tinha feito aquilo que iria fazer, mas apesar disso estava um pouco eufórico, já que era uma missão que lhe serviria de experiência para ser contada um dia aos netos.

Ou… Algo que só ficaria para si. Talvez era melhor.

— O plano é o seguinte — começou James — Dona Nozomi disse que eles gostam de experimentar coisas, então, nesse meio tempo enquanto eu e Kýrios estivermos fazendo coisas simples como dançar ou tocar alguma música, este será esse o sinal para vocês interferirem: Criem uma confusão lá fora, algo que não seja tão grave para chamar um exército, mas também não tão leve para que eles dois não pensem que pode ser resolvido por outra pessoa, tudo ok? Entendido?

Panoptes levantou a mão.

— E se só um deles sair? Do tipo, “Ah, vai lá você resolver aquela merda.”.

— Boa pergunta. Quanto a isso… — James ficou pensativo, até achar uma solução — Acho que é aí que entra os alucinógenos.

— Alucinógenos? — questionou Kýrios — Acho que isso vai funcionar. Mas então entra outra questão: porque não usarmos isso já desde o início?

— Está aí uma outra boa pergunta. — disse James se virando para o grupo — Eu pensei nisso também, mas o negócio é que eles têm que sair satisfeitos, tem que ter “lembranças” disso. Então, no início podemos atuar com coisas bobas, mas quando estiverem prestes a pedir por “algo a mais”, é aí que entra você Li-Hua.

— O que eu fazer shifu?

— Você virá com os chás das ervas que Tânatos irá arranjar de alguma forma. Entenderam? Repetindo, Pano vai cuidar da confusão, eu e Kýrios cuidaremos da atuação, distração e “satisfação” deles, Tân irá buscar essas ervas sem que Nozomi saiba que vamos dopar esses dois caras, Li irá ser o corte de distração, ao meu sinal e de Kýrios, você entra com os chás que forem preparar. Entendidos?

— Perfeito. Cara, você devia ser o deus das estratégias. Atena iria ter um infarto se soubesse que tem um concorrente. — comentou Panoptes.

— Não é pra tanto, mas também não posso deixar de dizer que tenho que me orgulhar… — disse, com um meio sorriso confiante, estava pegando jeito de fazer funcionar as coisas e estava gostando disso.

Se sentia… útil. Mesmo meio debilitado pela ferida em suas costas.

Assim que se levantou com a ajuda de sua lança, cambaleou um pouco, quase caindo para trás naquela parede que parecia ser feita de papel, mas foi por pouco, pois o deus do amor que estava um pouco mais atrás meio afastado dele chegou a tempo de pôr uma mão espalmada no meio de suas costas, lhe ajudando a se fixar em pé.

— Obrigado. — disse, meio sem jeito. Sentindo um arrepio muito bom em sua espinha.

O deus deu um aceno de cabeça, como se estivesse evitando muito contato visual e de fala.

— Gesuto no jikan ni narimasu. Junbi o suru toki ga kimashita, watashi no utsukushī otokonoko-tachi!/ A hora dos convidados está chegando. Está na hora de se prepararem meus lindos rapazes! — disse a dona Nozomi, avisando lá de fora.

— Está na hora, James. — disse Kýrios, se virando para a porta.

James respirou fundo, pois apesar de confiar em seu grupo e ter tudo já detalhado e entendido, mesmo assim estava nervoso, mas não pelo plano não dar certo, mas sim porque iria ficar de novo em contato com o deus.

•

Nunca na vida James tinha colocado algo no rosto que não fosse o beijo de batom de alguma bela meretriz de algum belo e luxuoso bordel. Mas agora ali estava ele, sentado de joelhos, lado a lado com o deus, que parecia despreocupado enquanto algumas mulheres lhe arrumavam os cabelos, colocando uma peruca de fios lisos e dourados da cor dos seus verdadeiros. Era incrível o “arsenal” de coisas e produtos que elas tinham para se enfeitar e se maquiar. Claro, variedade para cada gosto de cada freguês. Haviam mechas ruivas, loiras, pretas com um céu noturno sem lua… Havia perfumes dos mais variados, e muito pó branco para maquiagem do rosto, e principalmente rouge para avermelhar os lábios e maçãs do rosto.

James estava com uma espécie de robe da parte interna do quimono, já que diferente das cortesãs, as chamadas gueixas, que só faziam serviço de companhia, dança e canto, elas ali faziam de tudo e mais um pouco, e por isso, não se vestiam como elas, até porque não precisavam, já que tinham que tirar tudo para o trabalho.

— Uau. — disse James, quando se viu no espelho e viu uma outra pessoa ali de cabelos longos, pretos e lisos, totalmente diferente dos seus ondulados castanhos escuros. Seu rosto estava todo pintado de branco, e um rouge muito forte de vermelho pintava sua boca, realçando o delineado que seus lábios tinham. Apesar de estranho, até que estava se achando bonito daquela forma.

Mas não tanto quanto o deus ao seu lado…

— Ah não me fode… — Resmungou ao ver que o loiro estava somente com os lábios pintados de vermelho, havia tirado a peruca e pedido às mulheres que não o colocassem nele.

— O que foi?

— Porque não está do mesmo jeito que eu?

— Hm, não gostei muito. Acho que não caiu bem com minha pele ou com meus próprios cabelos. Não preciso de coisas assim para ficar bem. Eu já sou bonito mesmo. — disse, dando de ombros enquanto ajeitava seus cachos no pequeno espelho e tirava o excesso de rouge de seus lábios de uma forma hábil como se tivesse acostumado a usar aquilo sempre.

Apesar da autoestima bastante elevada, até demais, James admitiu que o deus tinha razão. Ele não precisava de nada para ser lindo, ele era realmente lindo. Principalmente estando somente com um robe de algodão que caía nos ombros, parecia estar propositalmente o provocando a olhar aquele pedaço de pele firme, macia e tentadora de se tocar… e apertar… e…

James teve que desviar o olhar para não ser pego no flagra pelo loiro. Mas foi meio que impossível fazer seus olhos se manterem longe da tentação de olhar para o deus, ainda mais quando viu um certo volume entre suas pernas, bem visível sob aquele tecido macio de algodão. Era perceptível que o mesmo não estava “animado” ali, era somente uma amostra acidental da abundância que o deus tinha entre suas pernas.

— Se eu fosse você pararia e se arrumaria mais em vez de ficar me olhando como se eu fosse uma estátua de mármore.

— E-eu não estou te olhando…!

— Não?

— Não. Só percebi que… Você não está usando nada por baixo?

— Para o que vamos fazer, não precisa de roupas.

— Espera, eu vou ter que ficar pelado também? Nu diante de dois caras estranhos?

— Ficar nu diante de pessoas estranhas não é uma coisa nova para você. Pelo que eu saiba.

— Não para caras que vão me olhar como um pedaço e carne que querem devorar!

— Se quer manter sua ‘”castidade” sobre nudez, deixa comigo então essa parte. — disse, um tanto indiferente, parecia bravo, mas também aborrecido com algo a mais que James não conseguia deduzir nada além do assunto que tinha acontecido no esconderijo de Ares.

Depois daquele salvamento da queda da janela, e do pedido inusitado depois quando estavam deitados na areia, o deus tinha ficado estranho com ele. E pensava que se fosse para ajudar o outro a ter seu espaço, já que o evitava, então estava lhe ajudando nisso. Mas parecia que não estava adiantando muita coisa…. E uma coisa que James não gostava era de joguinhos de irritabilidade.

— Kýrios… — James lhe chamou, mas o deus lhe interrompeu de novo.

— Quando estivermos na frente deles, sente-se no colo de um. E faça seu melhor. Dance, cante o que lhe vem à mente, faça coisas atraentes, coisas que poderão mexer com suas fantasias, algo como uma preliminar. — Orientou, ainda se arrumando no espelho, jogando seu cabelo pro lado.

— Eu não sei cantar. E muito menos dançar como uma japonesa.

— Nozomi disse que eles gostam de coisas de fora. Dance qualquer coisa. — Orientou, sua voz saindo seca.

James mordeu os lábios irritado, e se levantou mesmo que ainda estivesse sendo maquiado por uma moça, parando na frente do loiro.

— Kýrios, isso não vai funcionar.

— Não me diga que está tímido agora?

— Não estou falando disso! Estou falando sobre… sobre… nós. — disse, um tanto incerto se aquele era o momento para falar daquilo.

— James, não existe “nós”.

— Porra, não estou dizendo sobre… estou falando que… — James bufou, fechou os olhos por um momento e pôs as mãos na cintura — Quer saber, foda-se. — E voltou a se sentar onde estava.

O deus se manteve indiferente, olhando-se no espelho.

Mas havia um pequeno rubor em suas orelhas que denunciava uma reação, só não se conseguia ver se era positiva ou negativa.

“Ótimo, melhor mesmo que as coisas fiquem assim! Acho que foi bom tudo aquilo ter acontecido lá no esconderijo de Ares… Me desculpe Psiquê, mas creio que falhei. E que bom que falhei!” Pensou James.

Quando as moças finalmente arrumaram os dois e saíram, logo Dona Nozomi então entrou com uma bandeja nas mãos, seu sorriso para ambos era muito contente, pois estava esperançosa de que logo mais iria ter seu sucesso no negócio.

— Kore ga toreidesu. Gurasu o sora no mama ni shinaide kudasai. Itsumo egao./ Aqui está a bandeja, nunca deixe os copos vazios. Sempre sorriem. — Instruiu a mulher.

— Ela quer que a gente sorria para eles e nunca os deixem de copos vazios. — disse Kýrios, antes que o rapaz lhe perguntasse o que havia sido dito.

James deu um aceno de cabeça meio aborrecido, e foi até a bandeja, pegando-a um tanto sem jeito, já que nunca tinha feito algum serviço desse tipo.

— Nanika ga tarinai to omoimasu… Ā! Mō shitte iru./Acho que está faltando algo… Ah! já sei. — disse Dona Nozomi indo até o moreno, e abaixando o quimono até deixar os seus dois ombros amostra.

Se não estivesse com maquiagem, denunciaria seu acanhamento pelo corar de suas bochechas que sentia queimar…

Quanto ao deus… Havia uma marca sutil de expressão não contente em seu cenho quando direcionou seu olhar para James, que quando encontrou seu olhar somente pensou “Ele está enojado de me ver assim? Que fique então!”.

Uma moça, um pouco mais velha e mais alta que Li-Hua entrou ali aos pulinhos, e sussurrou algo para a dona do lugar, que sorriu e a mandou sair.

— Jikandesu!/ Está na hora! — avisou a mulher.

James não precisou de tradução para entender que os dois militares haviam chegado ali para ter seus entretenimentos.

•

Timidez era uma coisa que não fazia parte de seu repertório, mas claro, isso atrás das cortinas ou entre quatro paredes, quando não tinha ninguém conhecido lhe vendo “vulnerável”. Os bordéis lhe conheciam pela fama de organizar eventos internos e discretos que começavam as dez da noite e só terminava no outro dia pela manhã.

Era o que diziam, “o rei das boemias de Londres”, o riquinho que gostava de esbanjar o dinheiro dos pais famosos pelas suas descobertas arqueológicas.

Mas ali agora estava ele, sentindo suas bochechas queimarem e segurando uma bandeja com tanta tensão que a falange de seus dedos estava começando a ficar numa coloração roxa.

Mas ele tinha um propósito muito importante para estar ali, e mesmo que estivesse sentindo ânsias no estômago por estar diante de dois caras mal encarados lhe mirando como dois lobos famintos, ele não iria desistir.

— Sorria, James. — Sussurrou Kýrios, em uma postura relaxada, sorrindo sedutor, olhando com malícia para aqueles dois homens e mostrando de modo provocativo uma parte de sua perna pelo vão do quimono, parecia que já era experiente naquele ramo de meretrício.

James abriu um sorriso, mas que parece não ter dado muito certo, pois os dois “clientes” franziram o cenho como se tivessem visto algo sujo no em seu rosto.

E meio nervoso, já se sentou no colo de um deles enquanto ainda carregava a bandeja dos chás.

Kýrios arqueou uma sobrancelha, em uma expressão de quem dizia “amador”.

— Querem chá? — perguntou nervoso, deixando-a no chão para servir um copo para o homem que em que ele estava sentado, e foi nessa brecha dele se inclinando um pouco para frente que o “cliente um” passou a mão em sua bunda.

Logo se afastou no susto, olhando com olhos arregalados e irritados para o “cliente um”, que emburrou o rosto.

— Sumimasen, kare no shonichidesu./ Desculpem-no, é o primeiro dia dele. — disse o deus, se sentando no colo do outro e colocando um braço ao redor de seus ombros, lhe mirando com ar sedutor, como se realmente fosse mesmo uma meretriz.

— Gostar de novas carnes. — disse o “cliente dois”, o homem em que o deus estava sentado.

— Ah então vocês falam a nossa língua? Que bom… Poderemos então usá-las para outras coisas mais divertidas do que traduzir… — disse o loiro, mordendo os lábios de forma luxuriosa.

James tinha ficado hipnotizado naquele gesto provocativo pintado com rouge que o deus tinha feito, e assustou quando o Cliente Um lhe puxou sua cintura para que ele voltasse a se sentar em seu colo.

— Ah, sei que vocês querem logo se divertir, mas, gosto de me apresentar e apresentar meu parceiro de trabalho. Meu nome é Amor, e esse moreno podem chamá-lo de… — olhando de forma intensa de cima abaixo para James sorriu ao pensar em um apelido que fosse bem chamativo e ao mesmo tempo instigante aos ouvidos de qualquer pessoa — Moranguinho.

— “Moraguiyun”? — perguntou o cliente dois que segurava James pela cintura — Porquê?

James encarou o deus muito curioso, se sentindo também desconcertado com aquele apelido, mas o mesmo que sorriu malicioso para ele, lhe deixando ainda mais ansioso do porquê daquele pseudônimo.

— Porque? Bem… — Kýrios fixou seus olhos no rapaz, seu olhar transmitia uma perigosidade cheia de luxuria — Vocês têm que ver quando ele fica excitado… Fica todo vermelhinho quando está gozando.

James arregalou os olhos e saiu de súbito do colo do cliente, tropeçando na bandeja, quebrando a xícara e derramando o conteúdo da jarra de porcelana.

Os dois clientes riram, mas ainda sim, ficaram olhando maliciosos para James.

— Ãh… — pigarreou, nervoso — Amor, você pode vir me ajudar com isso aqui? — James esboçou o melhor sorriso que podia, se abaixando para juntar tudo ali no chão.

O deus deu uma piscadela para seu Cliente Dois e saiu do colo, se abaixando de modo galanteador para ajudar o moreno. E assim que juntaram tudo, James lhes sorriu e deu uma piscadela tensa, indicando que iria sair para repor novas louças e um novo chá. O deus sinalizou para os dois homens, que entenderam o pedido de permissão para trazerem novos chás, e com o consentimento de ambos foi atrás de James, fechando a porta atrás de si.

— Que porra foi aquilo?! — sussurrou, dando um pequeno empurrão não muito forte no ombro do loiro.

— Temos que ser convincentes James! Ou acha que temos que deixá-los darem o primeiro avanço? Estou dando o meu melhor para ganhar tempo! Não sei porque está tão irritado. Estou lhe ajudando!

— Sim, estou vendo! Mas… — James fechou os olhos e inspirou fundo — Ok, continue com essas porcarias e mentiras que está contando à eles sobre mim.

— Mentiras?

— Sim! Mentiras! E-eu… Eu não fico daquela maneira que falou pra eles!

— Não? Então o que vi lá no submundo quando eu te mastur…

— Continue enrolando aqueles dois idiotas! — Interrompeu bruscamente o deus — Vou pedir pra Nozomi nos dar mais chá. — disse, e antes de se virar, a porta foi aberta, revelando o Cliente Dois.

— Eu, e ele, queremos ver vocês dois primeiro. Depois o chá. — Ordenou, puxando os dois para dentro do quarto de novo.

O Cliente Um já havia tirado sua camisa, e estava sentado no divã, de pernas abertas, se tocando por cima do tecido de sua peça de baixo, bem onde estava um indício de uma ereção.

James engoliu em seco enojado, queria jogar aquela bandeja na cara dos dois homens, mas somente sorriu falsamente para manter a compostura.

— Queremos ver primeiro os dois divertindo. Comecem. — disse o Cliente Dois, indo se sentar no outro divã, tirando sua camisa igual como outro fez.

James olhou para Kýrios, que matinha um rosto indiferente, sua atitude, mesmo que fosse uma atuação, estava lhe irritando.

— Como desejarem. — disse o deus, abaixando seu robe até a cintura, onde estava preso por um laço vermelho largo, e se aproximou de James, que ainda segurava a bandeja — Deixe isso ali no canto, meu moranguinho. E vamos mostrar a eles do que somos capazes. — disse, segurando seu queixo.

James ficou por longos segundos preso naquele gesto, suspirou, sentindo um arrepio bom e não adequado em sua espinha, e aquela onda virava algo também não adequado que descia para sua barriga e ia para o meio de suas pernas.

Só quando o deus tirou a mão de seu queixo que o fez despertar daquele “devaneio crítico” e fez o que o deus ordenou, deixou a bandeja na cômoda perto da porta, e voltou a ficar de frente para o loiro, que abaixou o seu robe até que ficasse de novo somente com os ombros de fora.

— Vamos lá, moranguinho, me toque.

— Ký… — quase lhe chamou pelo nome, mas deteve-se lembrando do disfarce, e pousou uma mão no tórax do loiro — Sim, meu Amor.

Kýrios sorriu, olhou sedutor para os dois homens, sorrindo da mesma forma para eles, e depois virou sua atenção para o moreno, se aproximando, e pousando seus lábios em seu ombro.

James suspirou, estremeceu quando sentiu a maciez dos lábios do deus em sua pele ali naquela região. Teve que colocar uma mão na boca para conter um gemido de soar quando o deus sugou sua pele e depois lambeu muito lentamente, roçando com a ponta da língua uma linha reta, deslizando sua boca, subindo, até que parasse na curva de seu pescoço, lhe dando um beijo que soou estalado.

— Hgn… — James gemeu sem querer. Aquele era um de seus pontos fracos… Então não conseguiu se conter, agarrando sem querer os braços do loiro, como se tentasse manter uma certa distância segura.

O deus então os fez ficar de joelhos e de frente um para outro, e desceu seus lábios para o peito, se abaixando até ir de encontro aos seus mamilos.

— Kýrios… — sussurrou em mais um gemido que saiu de sua garganta sem querer.

E o deus não parou por aí…

Suas mãos agarraram sua as nádegas, apertando ambas e aproximando seus quadris, começando a fazer movimentos mínimos, juntando seus dois membros. James ainda estava coberto com sua calça e quimono, já Kýrios estava nu por baixo daquela veste, mas mesmo assim parecia que o tecido não os impedia de sentir o volume um do outro.

E por isso, mesmo que tentasse resistir começou a ofegar, suas mãos automaticamente de modo instintivo foram para dentro dos cabelos do deus, que parou um pouco de se mover para de novo dar atenção aos mamilos, lhe provocando, lambendo de leve um e outro, e depois, subindo, ficando cara a cara novamente com o rapaz, suas bocas ofegando juntas, os lábios quase acariciando um ao outro.

Por ser um pouco mais alto, o deus olhava James de cima em seus olhos e o via já com um rubor nas bochechas, ofegante, olhos fixos e perdidos nos dele.

— James… — sussurrou muito baixo seu nome — Abra sua boca.

E James entreabriu sem pestanejar, seus olhos vidrados nos olhos do deus. E numa ação surpresa, o loiro colocou dois dedos entre seus lábios.

— Chupeos-os, meu moranguinho.

James sentiu seu corpo todo arrepiar-se, e uma nova onda de calor muito delicioso desceu para o meio de suas pernas…

Acatando a ordem sem hesitar, fechou os lábios em volta dos dedos daquele loiro, e sem mais alguma outra instrução começou a ir e voltar deslizando-os em sua língua.

Era uma sensação estranha, afinal, eram somente dedos. Mas James, principalmente quando fechou os olhos para aproveitar mais daquele ato cheio de luxuria, sentia um formigamento bom em sua espinha, e em sua mente, imagens perigosas dele chupando uma parte proibida do corpo do deus lhe aparecia mesmo que ele tentasse em vão pensar em outra coisa.

Aquilo lhe fez abrir os olhos e parar o que estava fazendo.

— Kýrios… — o chamou, tirando os dedos de sua boca, lambendo seus próprios lábios como um sinal subliminar de querer mais que aquilo.

— Eu não o mandei parar, mandei?

— E-eu… — quando ouviu um pequeno murmúrio ao fundo iria virar o rosto para ver os dois clientes, mas o deus lhe impediu, adentrando sua mão dentro do quimono e apertando sua cintura, tomando toda sua atenção de novo.

— Olhe só para mim, James. — disse, lhe dando um pequeno selar no canto de sua boca — Me beije agora, bem aqui. — Ordenou, afastando um pouco a cabeça pro lado para deixar o pescoço livre.

James sentiu sua boca começar a salivar, era como se de repente estivesse faminto por aquele deus, e por isso não hesitou, e atacou a curva do pescoço do loiro, lhe beijando com vontade naquela área, lambendo e fazendo uma sucção em seguida, arrancando um gemido do deus, que se afastou na hora um pouco para trás.

As escleras de seus olhos estavam ficando um pouco avermelhadas, como se estivesse se contendo de alguma coisa….

— Kýrios… — sussurrou, mas o deus lhe interrompeu, lhe derrubando no chão, ficando entre suas pernas — Kýrios…?

O deus lhe mirava fixamente, seu cenho indiferente havia caído para uma muito afetada, havia algo de errado, e o rapaz estava intrigado para saber.

Assim que olhou para baixo, viu uma protuberância firme sendo ressaltada pelo tecido meio solto do robe debaixo do quimono.

James sentiu seu ar se entrecortar.

— Kýrios, você está bem…?

— James… Você está tão lindo… eu quero tanto… fazer… — disse, lhe acariciando o rosto, e em um movimento muito rápido desfez do laço vermelho em seu próprio robe, e ergueu ambos os pulsos do moreno para cima para em seguida habilmente amarrá-los, e os mantendo daquele jeito.

— Kýrios, me desamarre. — pediu, numa evidente confusão entre resistir e ceder.

Mas como resposta o deus se abaixou até seu ouvido.

— Eu prometo que você vai se sentir muito bem com o que vou fazer com você agora. — Sussurrou.

Só aquilo fez James ter que morder seus próprios lábios para conter um outro gemido, e por instinto tentou fechar suas pernas por sentir um forte latejo lhe atingir em seu membro, mas não conseguiu, pois o deus se mantinha firme em deixa-las abertas com seu corpo.

— Kýrios, você…

— Abra sua boca, James. — Ordenou, acariciando seus lábios com a ponta dos dedos.

E entreabriu novamente, e lá foi de novo os dedos do deus entrando e saindo devagar, deslizando pela sua língua.

Era realmente estrando, e satisfatório, aquilo lhe dava uma sensação estranha de querer mais. Dedos não eram suficientes, queria algo mais que pudesse tomar de conta de todo o espaço de sua boca.

— Muito bem meu moranguinho… — sussurrou, e tirou os dedos da boca do outro, para então tomar aqueles lábios nos seus.

Por um milionésimo de segundo, James quis resistir, mas sua boca estava tão necessitada de contato que correspondeu com paixão aos avanços do deus, que começou a se mover seu quadril contra o dele, lhe causando uma sensação de calor intensa que se espalhou por todo seu corpo.

— Kýrios… — gemeu entre o beijo, abrindo mais suas pernas para receber mais daquele contato mais que provocativo do deus.

E mesmo que uma parte longínqua de seu cérebro dissesse que estava errado, a outra estava eufórica por perceber que o loiro estava naquele momento sentindo algo, que não era fingimento, e esperava que assim fosse e que não fosse somente seu desejo de ser correspondido falando mais alto.

E quando seus pensamentos estavam se enuviando, alguém bateu na porta de modo preocupado.

Era Nozomi.

Quando abriu a porta, James congelou ao perceber que estava numa posição muito comprometedora, principalmente ao ver que detrás da senhora, havia uma jovem Li-Hua carregando uma bandejinha em mãos.

Os dois clientes botaram suas calças no lugar, e James se deu conta do que os dois homens estavam fazendo… isso lhe deixou enjoado de repente. Kýrios ainda estava em cima de si, sua respiração era irregular, suas maçãs coradas indicavam seu “mal estado”.

— Nani ga okotte iru no?/Que porcaria está acontecendo? — perguntou o Cliente Um vendo o rosto preocupado da dona.

—  Heishi ga keikan ga hitsuyōda to watashi ni shirase ni kimashita! Chūō ga mechakucha ni natte imasu!/Um soldado veio me informar que precisa um oficial! Está acontecendo uma confusão no centro!

O Cliente Um bufou aborrecido, e foi pegar suas roupas, chamando o outro, que havia dito que iria ficar.

Bem como haviam previsto…

— Ochaa! — gritou Li-Hua, seu rosto muito enrubescido enquanto passava por James e Kýrios ainda ali no chão e na mesma posição.

O Cliente Um pegou um copo de sua bandeja e bebeu tudo de uma vez só, como uma saideira para ir ver logo a tal confusão, e saiu às pressas. Já o segundo, chamou a garota, olhando-a dos pés a cabeça.

James ficou apreensivo, e quis sair logo debaixo do loiro para ir ajudar a sua protegida, mas o deus estava estático, olhando-o ainda, mas agora com olhos marejados.

— Kýrios.

— James… Faça alguma coisa… por favor… — implorou.

James sentiu seu peito se apertar por ver o sofrimento do outro, queria resolver de alguma forma. Sabia qual era o problema, e sabia a resolução daquilo, mas não iria em hipótese alguma fazer aquilo.

Então, só lhe restou uma coisa:

— Isso vai doer mais em você do que em mim.

— James… Outra coisa menos dolorosa… Isso não…

— Isso sim!

No segundo seguinte, James lhe deu uma joelhada entre as pernas, o que acarretou no deus caindo pro lado e gemendo de dor enquanto se encolhia em posição fetal.

Dona Nozomi se assustou com aquela agressão repentina, assim como o oficial ali que já não tirava os olhos de Li-Hua.

James se levantou logo as pressas, analisou que a situação ali não estava saindo como planejado. Não era para aquela dona estar ali, somente Li-Hua avisar da tal “confusão” e com a bandeja de chá de alucinógenos.

Isso então fez com que James improvisasse. Não conseguindo se livrar da amarra em seu pulso, partiu assim mesmo para pegar a outra xícara de chá que havia sobrado e obrigou a senhora beber. E com a bandeja vazia, pegou a mesma e bateu com toda sua força na cabeça do homem, fazendo-o desmaiar.

— Kýrios, Li-Hua, venham! — disse, arrastando a senhora Nozomi para fora do quarto — Me perdoe Dona Nozomi, me desculpe.

A mulher tentou gritar por socorro, mas James colocou um tecido de seda em sua boca, e puxou até que adentrassem em um outro quarto vazio.

Li-Hua estava bem logo atrás, e o deus, ainda estava andando meio inclinando para frente por ainda sentir muita dor em suas partes baixas.

— Droga… Faz logo efeito… — disse James, amarrando dona Nozomi com os próprios tecidos que ela usava para amarrar suas vestes.

— Não ser mais fácil antes dar outro chá pra mulher? — perguntou Li-Hua.

— Sim, é claro que seria! Mas eu pensei, bruxas não revelam suas localizações assim tão facilmente. Se sua mãe não viesse e nos guiasse até ela, eu nunca saberia da existência dela. Então, seguindo este padrão, é o mesmo para esta situação! Essa mulher não sabe onde a bruxa está! Mas com certeza deve ter algo dela por aqui! Algo que posso usar para a lança localizar!

Li-Hua começou a entender porque de todo aquele plano tão elaborado do seu shifu, e admirou, ficando impressionada pelas suas estratégias…

Que na verdade eram somente meros improvisos desesperados…

— James… — lhe chamou o deus, ainda com expressões muito doloridas.

— Kýrios, fique de olho nela. Li-Hua, chame Tânatos e Panoptes, vamos fazer uma varredura geral por esse prostíbulo. — disse James, tomando a frente de novo — Mas primeiro, tire isso de mim. — Apontou para seus pulsos ainda amarrados, enquanto também tentava esconder cruzando as suas pernas, um mediano volume que ressaltava uma parte específica daquela veste japonesa.

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Capítulo 31
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Missão Ágape

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O Olimpo está em crise, e tudo porque de repente uma profecia disse que um deus iria dizimar o seu sistema e tudo que eles lutaram para conquistar e poderem estar no poder até hoje.

E é...

Chapters

  • Capítulo 47 Proemial
  • Capítulo 46 Alto Mar
  • Capítulo 45 Anelos
  • Capítulo 44 Verdades da Alma
  • Capítulo 43 Premências Difíceis
  • Capítulo 42 Enraizados
  • Capítulo 41 Chaves Sinceras
  • Capítulo 40 Presença
  • Capítulo 39 Luz Misteriosa
  • Capítulo 38 Possibilidades
  • Capítulo 37 Espólios
  • Capítulo 36 Fogo
  • Capítulo 35 Visitas Indesejadas
  • Capítulo 34 Penalidades
  • Capítulo 33 Mais, ou Menos
  • Capítulo 32 Temerário
  • Capítulo 31 Serviços Extras
  • Capítulo 30 Zelus
  • Capítulo 29 Magnetismo
  • Capítulo 28 Despertando
  • Capítulo 27 Sem Céu para Inocentes
  • Capítulo 26 Entre Mortais
  • Capítulo 25 Nuances
  • Capítulo 24 Céu de Luzes
  • Capítulo 23 Sobreposição (parte 2)
  • Capítulo 22 Sobreposição (parte 1)
  • Capítulo 21 Café Quente
  • Capítulo 20 Conselhos
  • Capítulo 19 Muros em Chamas (parte 3)
  • Capítulo 18 Muros em Chamas (parte 2)
  • Capítulo 17 Muros em Chamas (parte 1)
  • Capítulo 16 Cem Olhos
  • Capítulo 15 Nobre Amizade
  • Capítulo 14 Impulsos
  • Capítulo 13 Abaixo da Superfície
  • Capítulo 12 Fim de Festa
  • Capítulo 11 Fagulhas
  • Capítulo 10 Noite de Cores
  • Capítulo 9 Sopa de Ossos
  • Capítulo 8 Saindo do Ninho
  • Capítulo 7 Dádivas
  • Capítulo 6 Reunião Cancelada
  • Capítulo 5 Sonhos?
  • Capítulo 4 Empecilhos
  • Capítulo 3 Efúgio
  • Capítulo 2 Bençãos á Vista
  • Capítulo 1 Sem Opção
  • Capítulo 0 Prólogo dos Contratempos do Amor

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