Arco 1 –  Oriente sem DESTINATÁRIO

Missão Ágape

Capítulo 42

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O enjoou tinha ficado por mais meia hora, e por isso, o restante do grupo ficou apreensivo e quase entraram a força, por sorte, quando estavam e preparando para entrar, James e Kýrios saíram de dentro da casa.

— Conseguimos! — contou o deus, seu semblante muito animado.

Menos James, que se encontrava um pouco pálido por ter vomitado. A fantasma, ubume, estava ao seu lado, tentando lhe confortar com leves batidinhas nas costas. E por mais estranho que fosse, estava sendo reconfortante ser confortado por uma alma penada. Por mais que ela passasse uma aura estranha, não parecia que era um ser malévolo.

— O que aconteceu? Porque demoraram tanto? — perguntou Panoptes um pouco impaciente e aflito.

— James foi um gênio. Ele se mostrou um verdadeiro herói! Aquiles, Heracles, nenhum deles chega aos pés. Teriam inveja deste Payne! — disse o deus, ainda muito contente.

— Está feliz. — constatou Tanatos, entendendo algo mais naquele entusiasmo e contentamento que não era só pela missão ali cumprida.

— Sim! Meu amigo! E tenho que lhe dizer, melhor, pedir perdão.

— Perdão?

— Sim! Porque… Houve um momento lá dentro, durante a provação, que você de certa forma foi mencionado, novamente… E eu, em meu desespero repentino, desconfiei de algo sobre você.

Tanatos lhe encarou, esperando que continuasse.

— Vou lhe explicar tudo depois. O que importa agora é noticiar que… Meu filho está vivo!

— Como é que é? — perguntou o gigante.

— É isso mesmo o que ele disse. — começou James — E obrigado pelos elogios Kýrios, mas não foi para tanto… — respirou fundo, sentindo uma ultima onda de calafrio e enjoo passando pelo seu corpo — Descobrimos que o filho dele e de sua… esposa, está vivo. E parece que estava aqui guardado. Mas alguém o levou. Fora isso… Conseguimos obter três chaves.

— Chaves? Para o quê? — perguntou o gigante.

— James presume que seja para abrir algo que esteja naquela montanha. — disse Kýrios.

— Isso. Agora que sabemos para que direção está a prova de Psiquê, vamos para lá agora sem mais delongas.

Assim que o rapaz disse isso, a ubume começou a ficar inquieta.

— Chi no yō ni anata to issho ni soko ni iku koto ga dekinai. Anata ga kokyū suru jimen to kūki wa sore o tabemasu!/Não poder ir até lá com gotas de sangue. O chão e o ar que se respira se alimenta disso! — disse a ubume.

— Kýrios. — lhe chamou James, para que o mesmo logo traduzisse.

— Eu não sei ao certo o que ela quis dizer, só posso pensar em algo literal como que o que ela está dizendo que é perigoso, que é para termos cuidado. Parece que… algo para onde estamos indo se alimenta de sangue.

— Ah, claro, como se eu esperasse que fosse ser diferente… — bufou James, se sentando no segundo degrau da escadinha que era a entrada da casa abandonada, estava agora se sentindo um pouco cansado, como se alguém tivesse roubado um pequena porção de suas energias.

— Você ainda ferido. De novo descansar… Só você não ir poder, shifu. Então eu e todos ir na frente ver perigos, e depois avisar shifu. — disse Li-Hua se aproximando para lhe dar uma bolsa de água, que ele não rejeitou, pelo contrário, tomou avidamente seu conteúdo — Está fraco. Feridas dentro tem que cicatrizar.

James lhe mirou desconfiado, tentando adivinhar o que realmente a moça queria dizer naqueles dizeres preocupados. Mas por estar com sua mente cheia de tantas informações do recente ocorrido na casa da ubume, desistiu de deduzir.

— Eu estou bem Li-Hua, agradeço a preocupação, mas eu não vou ficar para trás. E agora que vocês todos tem os seus fragmentos da lança, digo, quase todos, então tudo vai ficar ainda mais fácil. — James sorriu de canto. Sua certeza era grande de que seus companheiros de viagem iriam agora lhe ajudar com mais folga, mas também desconfiava de que algo poderia falhar, já que aqueles pedaços da lança ainda não tinha sido testado realmente.

A não ser aquela pequena demonstração que Tanatos fez quando matou aquele bruxo canibal… Mas mesmo assim, os outros ainda não tinha testado seus dons, e muito menos a potência de como cada fragmento ira mostrar.

Mas de uma coisa ele tinha certeza: que tinha mais chances de sobreviver mesmo agora estando sem a vitalidade do deus do amor em seu corpo. Havia uma garantia.

— Bom… Eu concordo com Li-Hua, mas se James está dizendo que pode, eu confio nele. Então acho que devemos partir agora enquanto há luz do dia. Todos estão prontos? — perguntou Kýrios, e todos assentiram — Excelente! Bem… — se virando para a ubume, o deus lhe fez um cumprimento típico grego, um “tchau” de mão fechada de forma muito animada — Muito obrigada por nos mostrar o caminho, e por ter guardado esse conforto ao meu coração. Acho que… Tudo isso em si foi uma mensagem dela, e por isso, fico muito grato.

— Īe, anata e no kanojo no messēji wa nani mo arimasendeshita./Não. Nenhuma coisa era mensagem dela para você. — disse a ubume, lhe mirando com pena.

O deus franziu o cenho muito confuso, e amuou um pouco seu semblante, ficou um tanto inquieto, despertando a curiosidade do grupo.

— O que ela disse? — questionou James.

— Ela disse… para seguirmos logo. Que… quanto mais rapido formos até a montanha, melhor! Então sem mais conversas! Avante todos! – disse, se colocando entusiasmado novamente, o que pareceu visivelmente forçado, despertando ainda mais a curiosidade de todos sobre o que realmente a ubume lhe disse.

Pegando sua bolsa de mantimentos e dando mais um aceno de despedida para a mulher de branco, que balançou a mão em correspondência ao seu cumprimento, se virou de costas o mais rápido que pode.

James ficou intrigado, aquela mudança rápida de animo parecia ocultar algum verdadeiro sentimento que ao primeiro ver, parecia não ter ser bom.

Mas seja como for, ele não entraria em alguma discussão para saber a verdade do que a ubume falou, e mesmo que fosse uma mentira, Kýrios tinha dito uma verdade: eles tinham que se apressar.

•

Não havia mais o que fazer. James queria de alguma forma ajudar aquela alma penada de uma mãe que morreu no parto, que era isso o que as ubumes eram.

Mas aquelas crianças também não estavam vivas, e de alguma forma ou de outra, aquela mulher cuidava delas, lhes dava um lar que foram negadas à elas. Poderia ser que algumas delas tenham sido mesmo sequestradas, mas se elas estavam ali por todo esse tempo, era provável que seus pais desistiram de procurar. A ubume não impedia que fossem levadas caso as achassem, ela só era uma alma que buscava conforto por ter tido uma vida interrompida pelo seu auto sacrifício, e cuidava das crianças até que alguém as achasse.

James até pensou se poderia resolver tudo aquilo, libertando ela e as crianças daquele, talvez, sofrimento. Mas não tinha poder para isso. Ninguém do grupo tinha. Era um assunto de outro domínio, algo que custaria bastante de sua energia e tempo. E infelizmente nenhum dali do grupo tinha.

Poderia ser que Tânatos tivesse poder para isso, mas eles não poderiam abusar da sorte. Já bastava o rapaz te dado o jeito de burlar o sistema para que pudessem usar seus poderes em qualquer lugar.

Era triste, mas tinham que seguir em frente.

A lança até que estava funcionando bem enquanto o quinteto andava pelas ruas de Tókio, passando por ruas movimentadas, bairros residenciais, e áreas de fábricas como aquela em que tinham ido visitar aquele bruxo. Algumas vezes o ambiente era lindo, arrumado, as cerejeiras floriam e embelezavam as ruas, e em outras regiões haviam favelas, pessoas que os olhavam pedindo alguma coisa. James ficava com o coração apertado. Em Londres havia isso aos montes, sempre que podia ajudava, mas não na frente de ninguém. Pois não queria manchar sua fama de riquinho boemio e esnobe com uma estampa de benfeitor e herói e ter que ser obrigado a se condicionar nessa máscara. Já havia uma que lhe desgastava ter que manter…

— Parece que é por aqui. — disse James, sentindo a lança vibrar na sua mão quando a mesma havia chegado perto da entrada de um bosque — Tânatos?

— Não sinto nada demais. A não ser uma aura de mortes por batalha e vislumbre de maus agouros. Como aquele corvo morto caído em meio ao formigueiro.

James arqueou uma sobrancelha, afinal, o conceito de “nada demais” do deus era um pouco… distorcido.

— Ok… — James respirou fundo, olhou para sua lança e a moveu para outras direções para ver se havia algum desvio daquele território “tranquilo e tão auspicioso”.

E sem sucesso, nenhuma das direções vibrava a não ser aquela a sua frente.

— Kýrios, será que consegue levar duas pessoas voando até aquele ponto no pé da montanha? — perguntou James.

— Hm, acho que sim. Isso se eu estivesse com minhas duas asas boas. A que depenei ainda está com penugens crescendo. Então talvez. — o deus então e virou para Tânatos — Tân! Você também tem asas! E mesmo que seja difícil de admitir, elas são mais fortes que as minhas.

— Se eu abri-las, irão atrair mais aura de morte, que podem evoluir para não somente auras, e sim, concretizações. — disse, conciso.

— Certo, certo… A opção então é nos mantermos reunidos, atentos e se caso começar a dar alguma merda, é só gritarmos, nos reunirmos de novo e lutarmos. Alguém tem algo a acrescentar? — perguntou James.

— Como fazer se não todos conseguir gritar? — perguntou Li-Hua.

— É uma boa pergunta… — James apoiou o cabo da lança no chão, olhando para todos os lados — Acho que sei como. Mas creio que não sei se é possível.

— O que tem em mente? — perguntou Panoptes.

— Fogos de artifício. — respondeu o rapaz.

— Eu saber fazer! — disse Li-Hua.

— Sim, mas como não temos todos os recursos, podemos somente usar pólvora, ou mesmo bombinhas… Alguém se voluntaria para ir até a uma quitanda de químicos?

Quem se prontificou foi o gigante, já se encaminhando.

— Não esqueça também de caixas de fósforo, ou pederneira. — orientou James, antes do gigante sair correndo.

— Então… Vamos ficar aqui esperando sem fazer alguma coisa? — perguntou Kýrios, se recostando numa árvore.

— É o que podemos fazer por hora… Kýrios…! — lhe chamou, vendo algo estranho deslizar pelo ombro.

— O que foi?

— Há-á algo no seu ombro…!

O deus virou seu rosto tranquilamente, ficando em posição atenta quando viu um corpo cilíndrico e frio percorrer por seu ombro indo para suas costas.

— Oh deuses… Está entrando nas minhas calças! É uma cobra! Tirem isso de mim! — disse Kýrios, sem se mexer.

— Você é um deus! Faça alguma coisa oras! — advertiu James.

— Eu sei disso! Mas não consigo me mexer! Acho que ela me envenenou!

Quando o rapaz fez menção de ir ajudar o deus com a lança, o deus da morte ergueu uma mão impedindo seu avanço.

— James, não se mexa. — advertiu Tânatos, tirando de suas costas sua foice, e ao seu lado, Li-Hua tirou o punhal da cintura, suas delicadas mãos estavam já trêmulas, mas ainda sim, seus pés estavam firmes no chão junto de seus olhos afiados e atentos em todas as direções em que aquelas “cobras” começavam a rastejar.

Os sons de farfalhar pelas árvores começaram a ficar mais constantes, até que James viu que não eram realmente cobras, e sim, cipós!

Cipós vivos começaram a sair aos montes de todas as áreas, e mesmo que James e Kýrios não se movessem, se enrolavam em suas pernas e troncos, pareciam buscar alguma coisa por ali por perto.

O caminho que elas faziam percorriam até algo a frente deles, raízes se fincavam no chão, formando novas vinhas que engrossavam e se tornavam novos cipós, tudo para poderem chegar ao seu destino.

James observou, e viu para onde elas estavam indo…

— Tânatos… Essas coisas… Elas estão…

— Estão atrás de minha aura. Querem se alimentar de mim. Se alimentar de morte. — disse o deus, se colocando em posição de luta — Vão!

— Tân, Kýrios precisa de ajuda! E também não vamos te deixar para trás!

— Eu vou me virar. Essa é a nossa melhor oportunidade. Eu sou o alvo, não vocês.

— Eu ficar, e ajudar! — disse Li-Hua, empunhando com mais firmeza seu punhal.

— Li-Hua, eu agradeço muito a sua coragem, mas você não está pronta ainda para esse tipo de combate. Siga eles, e encontre o caminho até a pista na montanha.

— Essa floresta… Muito grande para eu um só achar coisas!

— Eu sei. Mas vá. Siga seu shifu. Você têm que proteger ele também.

A garota olhou para James e em seguida para Kýrios, e depois olhou novamente para o outro deus, seu coração indeciso entre ajudar aquele deus cinzento ou ir para ajudar seu shifu, que em seu raciocínio já tinha o deus de cabelos dourados para cuidar de seu mestre.

Seu coração sabia o que era justo, mas a situação não.

— Panoptes quando chegar cuidar de shifu junto de deus do amor. Eu querer ajudar você!

— Não. Vá. Seu destino não é perecer aqui ao meu lado. — disse o deus, fazendo a menina arregalar os olhos.

Até James e Kýrios ficaram apreensivos ao escutar aquilo do deus.

Afinal… Era sinal de que ele viu alguma coisa muito seria para a moça.

Com aquele fato em mente, a moça se afastou, caminhou, tendo cuidado em não pisar ou tropeçar nos cipós rasteiros, conseguindo chegar até os outros dois.

— Não parem, sigam em frente sempre. — disse Tânatos, dando uns passos para trás, atraindo mais daquelas coisas.

— Tân, não faça isso. — disse Kýrios, parecendo prever o que o outro deus faria — Não é hora para atos heroicos de novo. E você está sem o fragmento!

— Eu vou ficar bem, de alguma maneira. — disse Tânatos.

— Senhor Tânatos. — o chamou Li-Hua, jogando um pequeno objeto para o deus da morte, que franziu o cenho.

— Mamãe disse, punhal que trás morte. Tem poder assim. Vai ajudar.

— Li-Hua…

— Presente. — disse a moça, dando um sorriso tímido para o deus ao mesmo tempo em que ficou corada.

James e Kýrios se entreolharam, em um entendimento cumplice do que estavam vendo.

Fechando os olhos em agradecimento aproximou o punhal de seu peito no lado esquerdo para em seguida ficar o cabo da foice no chão. O deus então abriu suas asas, deixando-as abertas a tal ponto que fizesse sombra sobre os três à sua frente.

Uma aura cinzenta e escura logo começou a emanar de duas asas, fazendo com que aqueles cipós ficassem mais agitados e se movessem com mais agressividade em sua direção. Abandonando o deus do amor que conseguiu se mover de novo.

— Tân! — gritou Kýrios, vendo uma daquelas vinhas acertar o outro deus, com a ponta afiada passar bem perto de sua costela.

— Vão! Agora! — disse, cortando o cipó que quase o atingiu mas logo outro veio em sua direção.

O trio correu para dentro da floresta, as árvores se moviam, pareciam vivas. Vultos e mais daquelas coisas rasteiras se embrenhavam em uma só direção, indo até onde o deus da morte estava.

James, Kýrios e Li-Hua, por mais que seus corações quisessem voltar para ajudar, tinham que deixar seu companheiro de busca para trás, era o certo a se fazer dadas todas circunstâncias.

— James! — lhe chamou o deus do amor quando um vulto lhe derrubou, fazendo-o bater com as costas em uma daquelas árvores, e deixando uma linha de sangue ultrapassar sua camisa e manchar também a árvore.

No segundo seguinte, o sangue já não estava mais ali. Havia sido consumido.

— Shifu! — gritou a menina quando uma daquela vinhas agarrou seu pescoço, levantando-o do chão.

Antes que corresse para cortar aquele cipó, uma flecha atingiu em cheio a liana grossa, rompendo-a facilmente.

— Li-Hua! Atrás de você! — avisou Kýrios, e a menina institivamente se virou, cortando ao meio com sua lâmina reserva as duas lianas que se arrastaram velozes para acertar suas costas.

— Eu não entendo! Eram para elas atacarem agora somente Tânatos! — disse James, cortando algumas lianas rasteiras que tentavam alcançar seus pés.

— Creio que… — Kýrios cortou mais uma trepadeira que ia na direção do rapaz, sua habilidade com o arco e flecha era incrivel, quase não dava para ver quando pegava uma flecha de sua aljava e esticava para acertar o seu alvo, que se desfazia em pequenas chamas quando a ponta do metal acertava a superfície amadeirada dos cipós — Essas coisas se alimentam de sangue e… — pulando para o lado com a ajuda de sua asa boa, o deus conseguiu acertar mais três lianas, essas que eram mais finas e mais velozes e que estavam indo na direção do rapaz.

— Li-Hua! — lhe chamou James, vendo uma daquelas coisas perfurar seu antebraço e fazê-la deixar cair a pequena lâmina cair.

Correndo até ela, cortou a liana que estava conectada ao seu músculo, que mesmo depois e ter sido cortada, ainda se movia dentro do braço da moça.

— Fique firme! Vou puxar isso de você ok? — avisou, já com as mãos naquela raíz viva, firmando suas duas mãos. Kýrios também foi ajudar, segurando a moça pelos ombros, e num movimento muito rápido e sincronizado os dois conseguiram puxar em forças contrarias aquela planta do braço da moça.

— James, pegue isso! Cubra logo o braço dela! — disse o deus, lhe jogando um pedaço mediano de tecido, que James pegou e na hora se pôs a amarrá-lo na moça.

Claro, algumas gotas de sangue caíram antes disso, e foi como se tivessem mexido em um vespeiro…

Varias delas, centenas, que logo se tornaram milhares de lianas, começaram a ir em busca de James e Li-Hua, que começaram a correr novamente com o incentivo do deus, que ia logo atrás, dando o máximo de si para apartar aquelas vinhas já em tamanhos gigantes, essas que vinham não mais do chão e sim agora diretamente das árvores, que começaram a sair do solo e se mover em direção do trio.

James nunca tinha visto nada parecido na vida como aquilo. Adorava estar passeando em bosques em tardes de clima ameno, desfrutando, poucas das vezes, da boa companhia de algum amigo que o convidava para beber ali e falar da vida. Ou então cumprir a função com uma presença feminina para conversar frivolidades, e aproveitar do ambiente intimista para namorar algumas donzelas que caíam de amores pelos seus beijos calculados e estudados para passar a impressão de desejo por elas.

Mas agora…

Estava também ao lado de uma moça, mas essa nem um pouco estava em condições para tais assuntos. Nem ele mesmo pensava nisso, sua mente era só correr, correr e correr pra longe daquela mare verde de plantas e arvores assassinas que a todo custo queriam lhes alcançar para ter seus almoços.

— Kýrios! — gritou James, quando viu o deus ser ferido no ombro por uma liana que atravessou detrás para a frente.

James largou só por um instante a moça, indo até o deus e cortando rapidamente a vinha por trás, libertando o deus que se levantou suando por causa da dor.

Não dava tempo de tirar, prosseguiram correndo aos tropeços, tendo somente algumas habilidades e sorte para escapar

— Tânatos! — alertou Li-Hua quando todos eles ouviram um som de explosão longíquo.

— Deve ser Panoptes! — comemorou James, imaginando que pelo histórico do gigante, que ele não tenha comprado somente pólvora, e sim, bombas prontas, ou quem sabe outros explosivos mais potentes.

Sua confiança de que sairia dali com vida assim como os outros tinha aumentado, mas claro, ainda temia por ele mesmo, pela moça que cada vez mais sangrava por causa do ferimento em seu braço, e também pelo deus, que mesmo com um ombro lastimado se esforçava para esticar a corda do arco e acertar sua flechas certeiras nos cipós mais cercas da corrida deles.

O caminho pela frente parecia não ter fim, quanto mais mato percorria, mais se tinha. Seus pés as vezes vacilavam, tropeçando em algumas raízes que se moviam de repente.

E foi em uma dessas faltas que os três caíram ao mesmo tempo, não vendo que logo mais a frente havia uma descida não muito íngreme que os fez rolar pelas folhagem, galhos, troncos apodrecidos e ocos que mesmo assim os machucavam, algumas vinhas que tinham espinhos e outras vegetações que o tempo foi deixando se criar por ali.

As lianas haviam ficado para trás, pelo menos era esse o menor mal que constaram ao verem que estavam dentro de um enorme buraco, ou melhor de uma caverna.

— Deuses… — reclamou Kýrios, tentando se levantar, mas não conseguindo por conta de estar com um pé torcido.

James estava ainda no chão, tonto pela queda, seu pulmão muito comprimido por ter caído de costas no meio de todos aqueles troncos podres.

Já Li-Hua… Estava desacordada ao seu lado.

— James… — lhe chamou deus, muito preocupado por ver seus olhos arregalados e uma palidez indicando algo muito grave.

— Só um segundo… — disse, se virando em posição fetal para recuperar o fôlego antes de ficar de bruços e se arrastar até a moça primeiro.

Seu coração ficou ainda mais apertado ao vê-la imóvel e sangrando na parte de detrás da cabeça, isso foi como uma injeção de adrenalina para poder se sentar, e com toda força que ainda restava arrastar seu corpo e o da moça para longe daqueles troncos e folhagens secas.

— James… ela…

O rapaz logo a colocou deitada sobre uma pedra superfície lisa de pedra que tinha um ângulo caído para direita, e colocou ela de forma que sua cabeça ficasse na parte mais elevada.

Não era médico, mas era claro que a moça sofreu algo muito grave para não ter reação nenhuma.

Verificando seu pulso, e depois sua respiração, James empalideceu.

— K-Kýrios… — seus olhos começaram a lacrimejar, um nó na garganta se fez e um início de desespero começou a tomar de conta de todo seu ser — Não… isso não…

O deus então se arrastou, seu ombro e tornozelo impossibilitados, mas conseguindo chegar até o moreno, que estava com os olhos petrificados na moça enquanto suas mãos estavam sujas de sangue, trêmulas demais.

E no momento em que o rapaz soltou o primeiro soluço de um dolorido desaguar, o deus se esforçou para se sentar ao seu lado ali na pedra, e lhe abraçar.

— Kýrios… não…

— Estou aqui… estou aqui. — disse, acolhendo o rapaz entre seus braços, e o mesmo não mostrou resistência, soluçando, mas tentando soar baixo enquanto sem se dar conta abraçava o torso do deus e apoiava sua testa em seu peito.

Estava tão desolado que se agarrou ao loiro sem receio algum, procurando um consolo para sua culpa, e fatal falha.

— Eu falhei… eu a matei Kýrios… — disse entre seu choro inconformado.

— Não foi sua culpa! Olhe pra mim James. — disse, erguendo o queixo do rapaz com a ponta de seus dedos — Não é sua culpa. Ela foi forte até o fim… Ela foi uma verdadeira guerreira. E… ela sabia disso. Tânatos avisou… Você também viu isso.

— Eu vi! Mas mesmo assim… eu prometi à mãe dela… Eu sou um idiota, fui arrogante demais aceitando essa coisa de mestre dela…

— Será bem vinda nos Campos Elísios, ou quem sabe, já esteja no paraíso de seu domínio junto de seus ancestrais. — disse, com um nó machucando sua garganta. E mesmo que o rapaz lhe abraçasse forte e fizesse doer ainda mais seu corpo e seus ferimentos, se deixou para o moreno despejar em si toda sua dor.

— Eu prometi à mãe dela… Eu jurei!

— Eu lhe entendo perfeitamente. Sei como é a dor de fracassar. Sei o que é perder várias e várias vezes. Mas saiba, James, que mesmo que essa dor não passe, com o tempo ela te deixará mais forte para outras tempestades.

— Não…! — gritou, enterrando de novo o rosto no peito do deus, que com somente uma mão, afagava seus cabelos, tentando dar consolo o quanto podia.

— James… Olhe pra mim.

— Não!

— Por favor.

— Não quero! Eu sei o que vai fazer!

— Eu só quero que…

— Não, Kýrios.

— Tudo bem… — disse, e como se fosse um hábito, beijou o topo da cabeça do moreno, que ergueu na hora seu rosto, olhando muito sério para o deus.

— Pelo menos os ferimentos. Só isso. — disse, tristonho.

— O-obrigado… — disse, se afastando de repente, se virando de costas por notar-se tão vulnerável com aquele deus, e culpando-o mentalmente por isso.

Motivo, era porque havia buscado ser confortado assim de forma tão natural nos braços do loiro, mesmo que não tivessem intimidade nenhuma para isso. Culpou a grande expansividade do outro, e sua influencia divina.

Mal sabia… ah, mal sabia que não havia nada disso…

— James… — fungou, muito triste — Vamos honrá-la, é a única coisa que podemos fazer por ela nesse momento.

— Kýrios, por favor… Você é um deus, faça alguma coisa…! — implorou, se virando novamente, seu olhos cada vez mais se afogando choro.

— Sinto muito, James. Sinto muito mesmo. Essa não é minha função… Se eu pudesse voltar no tempo… — o deus suspirou, fechando os olhos — Vamos fazer um ritual digno para ela ir em paz para o seu paraíso. — disse, se aproximando e pousando com toda delicadeza do mundo sua mão no rosto do rapaz, e lhe mirando fixamente nos olhos — Seja forte James, por ela, e todos.

James assentiu, sentindo um calor aquecer seu peito, e de novo se afastou, desconfiando que o deus estava tentando amenizar secretamente sua dor. E enxugou seus olhos, mas em vão, pois assim que sua visão encontrou com o corpo inerte de Li-Hua, voltou a chorar com mais pesar.

•

Mesmo sem lua, aquele lugar ficou iluminado pelas pequenas tochas que James conseguiu fazer ajudando Kýrios, que ainda se encontrava com o tornozelo torcido e a liana fincada em seu ombro, esta que se mexia de vez em quando, como se estivesse agonizando ou tentando viver para continuar atacando e se alimentando.

O rapaz bem que tentou ajudá-lo a tirar aquilo de si, mas o deus lhe disse para poupar forças e se focar em fazer com que o corpo da jovem estivesse preparado para os ritos fúnebres, que seriam misturados por conta das crenças de cada um dos dois.

— Li-Hua, de Pequim, que veio de uma família circense, filha de uma bruxa poderosa, aqui está a minha contribuição para sua ida para seu paraíso com os ancestrais. Vá em paz. Mesmo que de forma prematura e que não tenhamos convivido muito, mas saiba que seu legado de coragem e determinação estarão em nossos corações. — disse Kýrios, colocando duas moedas por cima das pálpebras de cada olho na moça.

James não conseguia dizer nada, a não ser chorar.

Com muita dor em seu peito, juntou as mãos da moça, e fez um sinal de cruz em si mesmo para dar boa sorte na jornada espiritual dela, ao céu do domínio da jovem.

— Kýrios, eu não quero que ela fique aqui.

— Não podemos levá-la.

— Podemos sim. Vou levar suas cinzas comigo, e quando acabarmos tudo isso, eu a levarei até sua… mãe. — disse, olhando pro chão, envergonhado demais pela sua culpa.

O deus assentiu, era uma atitude honrosa, por mais que fosse muito difícil de carregar.

Assim montaram uma pira com os pedaços de troncos que haviam por ali…

— Adeus, Li-Hua. Me desculpe por tudo. Por ser um mestre de merda. — disse James.

— James…

— Continue, Kýrios.

O deus se abaixou até onde havia os galhos e palhas secas, e com a ajuda de duas pedras, acendeu a ponta de sua flecha que estava com algumas folhas e raízes amarradas.

Esticando a corda, após um longo silêncio, disparou.

A flecha acertou em cheio onde tinha que acertar, e acendeu, começando a incendiar.

James chorava, seu coração parecia sem rumo de tanta dor…

O crepitar preenchia o silencio daquela caverna, e as chamas coloriam e iluminavam as paredes, fazendo as raízes e as saliências parecerem dançar por causa das sombras.

Uma hora. Choros contidos, olhares vazios.

E outra hora se passou… completo silencio dos dois.

De repente, um movimento foi ouvido.

O deus logo se pôs a apontar seu arco e flecha, e James pegou de suas costas a lança e ficou na mesma posição que o loiro.

— Ali estão eles!

James e Kyrios se entreolharam com tristeza…

Eram Panoptes e Tânatos, que assim que viram a presença dos outros dois, logo desceram num pulo, escorregando pela pedra irregular por onde o rapaz e o deus tinham caído.

— Pensei que vocês tinham virado carne moída daquelas serpentes de raízes. Por deuses, o que era aquela porcaria toda? — disparou o gigante, mas isso até estranhar quem estava faltando ali — Cadê a moça?

E mais uma vez, Kýrios e James se entreolharam com pesar.

Tânatos, que conhecia muito bem aquele tipo de expressão e energia, se aproximou e pousou uma mão no ombro do gigante.

— O que foi Tân?

— Panoptes, ela não faz mais parte desse plano. — disse, sua expressão nunca mudando.

O gigante franziu o cenho e olhou imediatamente para os dois à sua frente.

— Isso é alguma brincadeira?

— Pano… — a voz do deus do amor estava embargada — Ela… se foi. — seus olhos então se direcionaram para a pira logo atrás deles.

Os olhos do gigante arregalaram-se, sua cabeça começou a balançar em inconformidade pela realidade que estava sendo apresentada.

— Mas que porra aconteceu?! — questionou, seus olhos fixos na pira, que queimava sem parar.

— Aquelas coisas estavam nos cercando, e não vimos que estávamos prestes a pisar em falso… Então caímos aqui. — explicou o deus do amor, mancando até seu amigo.

James ficou parado no lugar, sua cabeça baixa, seu rosto molhado e mãos em punhos com suas unhas fincadas nas palmas era toda uma resposta visual de sua dor.

— É minha culpa…

— James… isso não foi… — o deus lhe chamou, mas logo foi interrompido.

— É minha culpa sim! Eu… — James soluçou, e enxugou seus olhos de modo frustrado antes de levantar a cabeça para olhar para todos — Eu nunca levei a sério ser o mestre dela… Negligenciei tudo… Mas mesmo assim ela sempre continuou acreditando em mim. E acreditou que poderia confiar em mim… Se eu fosse mais… eu sou um inútil. Nem segurar essa porcaria de Lança eu sei direito… — não conseguiu mais continuar, e desabou a chorar ainda mais, deixando cair a arma entre as folhas e troncos.

Kýrios mancou até ele, e pousou uma mão em seu ombro.

— Para mim você não é inútil, James. Não fale assim de você.

— Fácil pra você dizer isso. É um deus! Eu sou só…

— Humano, eu sei. Mas é o meu humano. O meu escolhido. O meu Pista de Parca. O meu guia, a luz que vai tirar não só à mim de todo esse sofrimento, mas todos ao redor que estão envolvidos.

James não conseguiu retrucar, as palavras do deus foram bonitas demais para serem menosprezadas. E mais seu coração se aqueceu, mesmo que estivesse submerso pelo luto. Havia aquela sensação de… conforto. E carinho.

Panoptes e Tânatos se entreolharam ao ver e ouvir aqueles, mas resolveram se virar e se aproximar da pira, e ambos prestaram suas condolências em um sinal despedida.

A pira queimou a noite toda… agora eram quatro observadores imersos em uma dor que era compartilhada por todos.

E por toda noite, os quatro se mantiveram acordados, vendo até a última brasa parar de queimar.

Quando só restou cinzas, James estava caído sobre os joelhos, seu corpo todo doía, não sentia fome nem sede, só dor. E como tinha pedido, as cinzas foram juntadas em um pequeno recipiente que Tânatos magicamente conseguiu de dentro da sua bolsa lateral. Mesmo que estivesse com vestes humanas, algumas coisas se adaptaram para suas necessidades e trabalhos divinos, então um frasco mediano de cristal foi dado à Kýrios para que ele pudesse juntar as cinzas ao redor, já que rapaz não tinha forças nem para se levantar.

A manhã chegou silenciosa, a única coisa que se ouvia dentro daquela caverna era os estalos de alguns troncos apodrecidos que sediam por conta do tempo e o fanfarlhar das folhas secas que caíam a toda hora ali dentro sobre eles.

James não conseguia mais olhar para o local onde a pira foi feita, estava sentado na pedra onde havia antes colocado Li-Hua. Sentado, abraçava suas pernas, nunca parando de derramar suas lágrimas.

Kýrios bem que tentou se aproximar para lhe consolar com algumas outras palavras e motivações, mas foi ignorado. E aconselhado por Tânatos, deixou o moreno só, em seu espaço.

Mas claro, havia alguém ali no grupo que era mais forte a tais acontecimentos…

— Coma isso, agora.

— Não quero. — negou James ao pedaço de pão que Panoptes tinha conseguido antes de estarem naquela situação toda.

— Sei que a situação é critica. Eu também estou destroçado. Todos nós estamos. Então se quer começar a honrar o nome dela, coma logo isso e fique forte. Morrer de fome só vai deixar a alma dela triste. E eu vou te matar se você morrer definhando de fome.

Olhando para cima, viu o gigante com uma mão erguida para ele enquanto oferecia aquele alimento um tanto amassado.

— Aqui. Para descer melhor. Comer sem algum líquido pode ser mais doloroso ainda. — disse Kýrios, aproveitando que o gigante conseguiu se aproximar e falar com o rapaz, e logo também ofereceu algo, um cantil com néctar reserva.

James olhou para ambos, resolvendo aceitar.

Pegando o pão e a bebida, começou a comer, mesmo que sem vontade nenhuma.

Ao longe, ainda em pé e olhando de perto para a pira estava Tânatos, que observava toda aquela cinza e troncos queimados, parecia estar alheio a tudo, preso em seus próprios pensamentos, mas a verdade era que também estava sentindo certa tristeza pela garota que havia ido, não em paz. Segurava em sua mão o punhal, que depois de longos segundos de resistência o aproximou discretamente de seu peito, fechando os olhos e fungando em tristeza.

— Meu fardo. Eterno. Tolo em pensar que…

Seus pensamentos foram interrompidos de repente quando abriu os olhos e algo do meio das cinzas lhe chamou atenção.

Fazendo sumir sua foice, abriu suas asas e se abaixou de forma inquieta, começando a cavar com suas próprias mãos a terra no meio daquela pira.

— Tânatos?! — chamou Kýrios, ao ver o amigo destruir toda aquela pira.

— Que merda você está fazendo?! Isso vai perturbar o caminho dela! — questionou Panoptes, indo até o mesmo.

James se virou, seus olhos estavam inchados e sua vista um pouco embaçada deixavam tudo caótico.

— Tânatos! O que está acontecendo?! — dessa vez James questionou, não acreditando na reação tão furiosa do deus em continuar ignorando e cavando aquela terra.

Tânatos continuou a limpar a area da pira, tirando toda aquela pilha de folhagem e restos de brasas e cinzas, até restar somente um buraco no chão todo manchado de carvão em brasa que vinha de dentro da terra cinzenta e machada pelas fuligens de folhas.

Quando o deus conseguiu achar o que queria, se abaixou ainda mais, esticando o braço para dentro do buraco.

O rapaz pulou da pedra, correndo para ver o que realmente estava acontecendo, e claro, Kýrios e Panoptes foram atrás.

— Tânatos? O que… — a pergunta foi interrompida quando viu que o buraco era cheio de brasas, e saia fumaça escura, mas isso provinha da pele queimada do deus da morte enquanto ele revirava tudo em busca de algo ali dentro.

— Tân, seu braço está queimando! O que está buscando?

— Vejam. — disse o deus, se sentando, e finalmente conseguindo encontrar o que queria.

Em meio a terra e os destroços e brasas, havia um pequeno ovo de cor dourada, todo sujo de fuligem, mas seus detalhes alguns em espiral e outros em formas de raízes eram de uma arte muito linda e evidentemente denunciavam a origem daquele ser.

— O que é isso? — perguntou Kýrios — É algum tipo de semente?

— Oh meu Deus…! — James suspirou de repente, parecendo saber já o que era.

— O que foi?! Alguém pode me explicar o que está acontecendo? — perguntou o gigante.

— Não me diga que é isso o que estou pensando que é?! — perguntou James ao deus pálido, seus olhos que antes estavam imersos em dor e tristeza deram lugar à uma alegria infinita e evidente.

— Sim, é exatamente isso, Sr. James Payne. — respondeu Tânatos, dando um de seus raros sorrisos de canto muito discretos.

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Capítulo 42
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Missão Ágape

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O Olimpo está em crise, e tudo porque de repente uma profecia disse que um deus iria dizimar o seu sistema e tudo que eles lutaram para conquistar e poderem estar no poder até hoje.

E é...

Chapters

  • Capítulo 47 Proemial
  • Capítulo 46 Alto Mar
  • Capítulo 45 Anelos
  • Capítulo 44 Verdades da Alma
  • Capítulo 43 Premências Difíceis
  • Capítulo 42 Enraizados
  • Capítulo 41 Chaves Sinceras
  • Capítulo 40 Presença
  • Capítulo 39 Luz Misteriosa
  • Capítulo 38 Possibilidades
  • Capítulo 37 Espólios
  • Capítulo 36 Fogo
  • Capítulo 35 Visitas Indesejadas
  • Capítulo 34 Penalidades
  • Capítulo 33 Mais, ou Menos
  • Capítulo 32 Temerário
  • Capítulo 31 Serviços Extras
  • Capítulo 30 Zelus
  • Capítulo 29 Magnetismo
  • Capítulo 28 Despertando
  • Capítulo 27 Sem Céu para Inocentes
  • Capítulo 26 Entre Mortais
  • Capítulo 25 Nuances
  • Capítulo 24 Céu de Luzes
  • Capítulo 23 Sobreposição (parte 2)
  • Capítulo 22 Sobreposição (parte 1)
  • Capítulo 21 Café Quente
  • Capítulo 20 Conselhos
  • Capítulo 19 Muros em Chamas (parte 3)
  • Capítulo 18 Muros em Chamas (parte 2)
  • Capítulo 17 Muros em Chamas (parte 1)
  • Capítulo 16 Cem Olhos
  • Capítulo 15 Nobre Amizade
  • Capítulo 14 Impulsos
  • Capítulo 13 Abaixo da Superfície
  • Capítulo 12 Fim de Festa
  • Capítulo 11 Fagulhas
  • Capítulo 10 Noite de Cores
  • Capítulo 9 Sopa de Ossos
  • Capítulo 8 Saindo do Ninho
  • Capítulo 7 Dádivas
  • Capítulo 6 Reunião Cancelada
  • Capítulo 5 Sonhos?
  • Capítulo 4 Empecilhos
  • Capítulo 3 Efúgio
  • Capítulo 2 Bençãos á Vista
  • Capítulo 1 Sem Opção
  • Capítulo 0 Prólogo dos Contratempos do Amor

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