Capítulo 11
Gu Lang sentou-se abruptamente e disse friamente: “Bobagem!”
“Não estou falando bobagem”, Wu Qi respondeu, “caso contrário, como eu saberia sobre ‘Murong’?”
Gu Lang pensou que talvez ele realmente tivesse mencionado ‘Murong’ em seu sono, mas aquela história sobre gemidos… era definitivamente impossível.
Vendo que ele permanecia em silêncio, Wu Qi acrescentou: “Gu-xiong, nunca imaginei que, apesar de sua frieza habitual, você pudesse ser tão ardente ao gemer…”
Gu Lang, sem hesitar, arremessou um travesseiro em sua direção.
Wu Qi pegou o travesseiro, abraçando-o contra o peito, e olhou para Gu Lang com um sorriso nos lábios.
Gu Lang agarrou o cobertor, cobriu a cabeça e deitou-se, recusando-se a continuar a interagir com ele.
Não se sabia se eram as palavras de Wu Qi que perturbavam sua mente, mas naquela noite, Gu Lang realmente sonhou com Murong Yan.
No sonho, a figura de Murong Yan estava de costas para ele, caminhando sozinha na névoa da chuva, sua silhueta indistinta e desfocada.
Gu Lang o chamou suavemente, mas sua voz parecia não conseguir penetrar a névoa da chuva, e Murong Yan não se virou.
Para onde você está indo?
Gu Lang seguiu-o, mas não conseguia adivinhar o que ele estava pensando. Ele não conseguia entendê-lo. Aquele homem sempre parecia frívolo e libertino, como se nada lhe importasse. No entanto, Gu Lang lembrava-se claramente de seis meses atrás, quando a Cavalaria Blindada de Beiqi atropelou os cidadãos de Da Yan nas ruas e zombou deles descaradamente. Naquele momento, os olhos de Murong Yan transbordaram de uma fúria assassina. Aquele olhar feroz e implacável fez Gu Lang lembrar-se de uma fera enjaulada.
Murong Yan continuou a caminhar, mas parou novamente.
Gu Lang olhou para ele, querendo estender a mão para tocá-lo, quando de repente Murong Yan se virou.
Ele estava sorrindo, como sempre, radiante, como se a qualquer momento fosse chamar “minha senhora”.
Mas de seu abdômen, sangue começou a escorrer, manchas grandes e brilhantes, vermelhas e chocantes.
“Murong!” Gu Lang acordou abruptamente, sentado na cama, ofegante.
Wu Qi já estava acordado, vestindo-se, e ao ouvir o grito de Gu Lang, em vez de zombar, apressou-se até a beira da cama, ergueu a mão para enxugar o suor da testa de Gu Lang e disse com preocupação: “Por que está suando tanto? Teve um pesadelo?”
A visão do sangue vermelho escarlate no abdômen de Murong Yan ainda flutuava diante dos olhos de Gu Lang. Ele rapidamente vestiu suas roupas, calçou seus sapatos e meias, e correu em direção aos portões da cidade, ignorando os chamados de Wu Qi atrás dele.
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Fora dos muros da cidade, a brisa da montanha era fresca, e o orvalho nas folhas da grama molhou a barra das roupas de Gu Lang.
Ele parou diante do túmulo de Murong Yan, observando a grama verde balançando ao vento sobre a sepultura.
Depois de um momento, ele virou levemente a cabeça e perguntou: “Algo errado?”
Wu Qi saiu de trás de uma árvore e explicou: “Você saiu correndo de repente, eu estava um pouco preocupado, então vim dar uma olhada…”
Gu Lang não disse nada, ficou mais um pouco diante do túmulo e então foi embora.
No caminho de volta, Wu Qi parecia ter algo a dizer, mas até chegarem ao Palácio Oriental, ele não conseguiu expressar o que estava em sua mente.
Nos dias seguintes, Gu Lang frequentemente visitava Murong Yan, e sempre que Wu Qi sabia, ele insistia em acompanhá-lo.
Depois de várias visitas, como se finalmente não conseguisse mais se conter, Wu Qi perguntou a Gu Lang diante do túmulo de Murong Yan: “Você vem vê-lo todos os dias, está com saudades dele?”
Gu Lang respondeu: “Eu só vim ver o quão alta a grama do túmulo dele está.”
Wu Qi: “…”
Wu Qi, não querendo desistir, perguntou novamente: “Toda vez que você vem, fica apenas parado aqui, não tem nada que queira dizer a ele?”
Gu Lang ficou em silêncio por um momento, então murmurou suavemente: “Mesmo que eu diga, ele não pode ouvir.”
Wu Qi: “… Não é necessariamente verdade.”
Gu Lang tinha uma expressão de descrença.
Wu Qi, com um ar misterioso, disse: “Ouvi dizer que, depois que uma pessoa morre e entra no submundo, seu túmulo se torna uma conexão entre o inferno e o mundo dos vivos. Portanto, se você falar diante de seu túmulo, ele poderá saber disso no submundo.”
Gu Lang ainda mantinha uma expressão de ceticismo.
Wu Qi pensou por um momento e sugeriu: “Que tal fazer um pedido simples a ele, para testar?”
Gu Lang olhou para o túmulo e, de repente, disse: “No ano passado, você me pediu emprestado cinco taéis de prata e não devolveu.”
Wu Qi: “…”
Eu não sabia que você era tão apegado aodinheiro.
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