Capítulo 49

Gu Lang seguiu Murong Yan em direção à Prisão Imperial. Quando ele viu a pessoa louca na Montanha Fulan, Murong Yan achou estranho o motivo pelo qual Zheng Yufei mantinha alguém assim preso. Após o Exército Zhenbei pacificar a rebelião no palácio, Murong Yan transferiu essa pessoa para a Prisão Imperial. Após uma investigação mais detalhada, descobriu-se que essa pessoa era Nie An, o mordomo da família Nie que havia desaparecido há mais de dez anos.

“Zheng Yufei o escondeu na Montanha Fulan por tantos anos”, disse Murong Yan, “certamente não foi para sustentar um ocioso.”

O Clã Nie, Zheng Yufei… Gu Lang sentiu um pressentimento de que essa pessoa poderia estar relacionada ao caso injusto do Clã Gu daqueles anos.

Na cela escura, Nie An, com os cabelos desgrenhados, encolhia-se no canto, murmurando como um louco: “Não me matem, não me matem…”

Murong Yan abriu a porta da cela, ficou parado na entrada observando-o por um momento e, de repente, disse: “Seu cinto caiu.”

Gu Lang: “…”

Nie An olhou para baixo instintivamente, só então percebendo que havia sido enganado, e rapidamente continuou a fingir demência, murmurando para si mesmo: “Não me matem, não me matem…”

Murong Yan, com uma mão, puxou a espada de Gu Lang e, de repente, a brandiu em direção a Nie An.

“Ah!” A lâmina passou rente ao rosto e cravou-se na parede. Nie An, com uma expressão de terror, ficou pálido, suas mãos e pés tremendo incontrolavelmente.

“Este príncipe não está aqui para ver um louco”, disse Murong Yan, friamente, como um deus da morte exigindo uma vida. “A sua loucura já passou?”

Nie An tremia como uma peneira e acenou com a cabeça.

A ponta da lâmina deslizou para baixo, pressionando contra seu pescoço, e Murong Yan perguntou: “Qual é o seu nome?”

“Nie… Nie An.”

Murong Yan: “O que você fazia?”

Nie An: “Era o administrador do Clã Nie.”

Murong Yan: “Quando você foi trancado na Montanha Fulan?”

Nie An: “On… onze anos atrás.”

Murong Yan: “Por que Zheng Yufei o prendeu?”

Nie An evitou o olhar: “Não… não sei.”

“É mesmo?” A ponta fria da lâmina pressionou a garganta de Nie An, e Murong Yan disse com indiferença: “Então não há utilidade em mantê-lo vivo.”

Com um movimento de sua mão, a lâmina raspou a pele, abrindo um corte que deixou um traço de sangue. Nie An gritou em pânico: “Não, não! Poupe minha vida! Eu… eu realmente não sei por que ele me trancou! Foi Lu Pingshan quem o mandou me matar!”

“Lu Pingshan?” Murong Yan mostrou uma expressão de surpresa. “Por que ele queria te matar?”

Nie An, olhando para a lâmina à sua frente, tremendo, disse: “Ele queria me silenciar! Onze anos atrás… ele me mandou colocar uma droga no chá do general e de Gu Zhang…”

“O que você disse?!” Gu Lang arremessou-se para frente, mas foi detido por Murong Yan, que o segurou firmemente.

“Gu Lang, acalme-se.”

Gu Lang fixou seus olhos em Nie An e perguntou com os dentes cerrados: “Por que você colocou a droga no chá?”

Nie An chorou copiosamente, “Naquela época, Lu Pingshan capturou minha esposa e meu filho, forçando-me a trabalhar para ele em segredo. Naquele dia, vi o vice-general Gu Zhang vir até o general Nie, dizendo que havia capturado um espião de Beiqi, e entregou uma carta ao general. Passei essa informação para Lu Pingshan, e ele então me deu um pacote de drogas, ordenando que eu as colocasse no chá… Naquela época, eu realmente não sabia que ele queria matar o general Nie, eu não queria prejudicar o general!”

A mão de Murong Yan doía de tanto ser apertada por Gu Lang. Ele largou a espada e envolveu Gu Lang em seus braços, segurando-o firmemente.

“Eu pensei…” Gu Lang enterrou o rosto no peito de Murong Yan, sua voz abafada, “eu pensei que era apenas Zheng Yufei…”

Murong Yan apertou seus braços ao redor de Gu Lang, olhando para a espada manchada de sangue no chão, em silêncio.

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No pátio dos fundos da residência da família Wei, Wei Qingtong, vestida com roupas ágeis e práticas, chutou e derrubou dois guardas. Ela olhou para os dois homens que gemiam de dor no chão, balançou a cabeça e os dispensou com um gesto da mão, expressando desdém: “Não aguentaram nem três golpes, são ainda piores que os dois de ontem.”

Wei Yong aproximou-se com um sorriso, “Menina, está cansada? Vem, descanse um pouco.”

“Não estou cansada”, respondeu Wei Qingtong. “Pai, que tal você trocar alguns golpes comigo? Eles não são páreo para mim.”

“Ok, vamos lutar daqui a pouco”, disse Wei Yong. “Primeiro, deixe-me contar uma coisa.”

Wei Qingtong: “O que foi?”

Wei Yong: “Você se lembra do tio Gu de quem eu falei antes?”

Wei Qingtong acenou com a cabeça. “Eu me lembro.”

“Eu sempre pensei que toda a família do seu tio Gu havia perecido, então nunca falei sobre isso com você”, disse Wei Yong com um suspiro. “Mas, para minha surpresa, Xiao Lang ainda está vivo. Realmente, o céu tem olhos.”

Wei Qingtong: “Gu Lang? O filho do tio Gu?”

Wei Yong confirmou com um aceno: “Sim, naquela época, eu e o pai dele arranjamos um casamento infantil para vocês dois…”

Wei Qingtong ficou surpresa: “Casamento infantil?”

Wei Yong: “Exatamente, e agora ele ainda não se casou, e você também não…”

“Não!” Wei Qingtong interrompeu. “Eu não vou me casar!”

“Por que não?” Wei Yong raramente ficava sério. “Você nem conheceu a pessoa e já diz que não vai se casar? O que é, tem medo que ele não seja digno de você?”

“Não é isso”, Wei Qingtong hesitou. “Eu… eu já tenho alguém no meu coração.”

“Alguém no seu coração?” Wei Yong ficou estupefato. “Desde quando você tem alguém no seu coração? De qual família?”

Então, ele viu sua filha, que normalmente podia derrubar vários homens, corar e dizer com timidez: “Eu… eu gosto do Príncipe Herdeiro.”

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