Capítulo 62
Ruan Nian percebeu que a expressão de Qu Fengyun parecia menos severa e, puxando a manga dele, disse: “A-Ying, eu realmente não fiz de propósito, não fique bravo comigo…”
Qu Fengyun olhou para ele e perguntou: “Você tem medo de que eu fique bravo?”
Ruan Nian assentiu, “Eu tenho medo que você me ignore.”
“Por quê?” A mão de Qu Fengyun, apoiada na cama, moveu-se lentamente em direção aos dedos de Ruan “Eu…”
Eu sou importante para você?
Ruan Nian respondeu: “Quando você me ignora, minha mãe me pergunta se brigamos e fica repetindo até eu ficar com dor de cabeça.”
Qu Fengyun: “…”
Qu Fengyun puxou a colcha e se deitou novamente, cobrindo a cabeça. “Durma.”
Ruan Nian: “…”
Hã? Por que parece que ele está ainda mais bravo?
Durante o café da manhã, Qu Fengyun mordia um pãozinho, mas parecia distraído.
Ruan Nian segurava uma tigela de mingau e mal havia tomado alguns goles quando, de repente, viu a expressão de Qu Fengyun mudar. Ele levantou a mão e começou a bater no próprio peito.
“A-Ying?” Ruan Nian ficou paralisado por um momento, até perceber que ele estava engasgado com o pãozinho. Imediatamente, começou a bater nas costas dele.
“Cof, cof…” Qu Fengyun tossiu e cuspiu um pedaço de pão. Antes que ele pudesse se recuperar, a mãe de Ruan Nian entrou e, vendo a cena, pensou que Qu Fengyun estava vomitando. Cheia de expectativa, ela perguntou: “Nora, você está… grávida?”
Qu Fengyun: “…”
Ruan Nian, temendo que sua mãe fosse preparar um chá para estabilizar a gravidez para Qu Fengyun, explicou rapidamente: “Mãe, pare de imaginar coisas. Ele não pode engravidar.”
“Nã… não pode engravidar?” A mãe de Ruan Nian ficou chocada, como se tivesse levado um raio.
Ruan Nian sentiu um pouco de pena. “Mãe, ele…”
“Por que você não me contou isso antes?” A mãe de Ruan Nian, recuperando-se do choque, continuou: “Não tem problema. O Doutor Lin, no leste da cidade, já tratou várias pessoas, e todas se recuperaram bem. Algumas até já têm filhos há alguns anos. Vou pedir à Xiao Yue para chamá-lo e examinar minha nora.”
“Não, mãe…” Ruan Nian mal conseguiu falar antes que sua mãe saísse apressadamente para chamar Xiao Yue.
Ruan Nian olhou silenciosamente para Qu Fengyun.
Qu Fengyun continuou comendo seu pãozinho em silêncio.
Quando o Doutor Lin entrou e viu que o “paciente” era um homem, e ouviu a mãe de Ruan Nian dizer que ele “não podia engravidar”, ele assentiu com compreensão — hmm, disfunção erétil.
Ruan Nian conseguiu acalmar sua mãe e explicou ao médico: “Minha mãe entendeu mal, na verdade…”
O Doutor Lin, pensando que eles estavam evitando o tratamento por vergonha, aconselhou: “Jovem Mestre, não precisa se preocupar. Eu pratiquei medicina por muitos anos e já vi muitos homens que, por várias razões, não conseguem desempenhar suas funções masculinas. Essa doença deve ser tratada o quanto antes, não pode ser adiada.”
Ruan Nian: “…”
Enquanto o Doutor Lin se preparava para verificar o pulso de Qu Fengyun, este retirou a mão e disse com voz grave: “O que você está dizendo?”
Ruan Nian sentiu um frio na espinha — era o fim, A-Ying estava prestes a explodir de raiva.
Ele rapidamente puxou o médico para fora da sala. “Não é isso, ele realmente não está doente.”
O Doutor Lin ainda não acreditava e continuou com seu discurso bem-intencionado: “Essa disfunção erétil…”
Qu Fengyun levantou a mão e deu uma palmada na mesa. Com um estrondo, a mesa rachou.
O Doutor Lin nem ousou terminar a frase. Pegou sua caixa de remédios e saiu correndo apressadamente.
Ruan Nian correu de volta para a sala. “A-Ying, não fique bravo! Eu, eu sei que você não tem problema com isso!”
Parecendo temer que Qu Fengyun não acreditasse nele, ele acrescentou: “Da última vez, na árvore, você até me pressionou!”
Qu Fengyun: “…”
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Quando Gu Lang acordou, o sol já estava alto no céu. Murong Yan o abraçava, parecendo ainda dormir, mas vestia as roupas que usara para a corte matinal.
Murong Yan havia saído de mansinho pela manhã para a corte e, ao retornar, viu que Gu Lang ainda dormia. Decidiu deitar-se ao seu lado por um momento, mas acabou adormecendo também.
Gu Lang observou o rosto sereno de Murong Yan e levantou a mão para acariciar seu queixo.
Murong Yan abriu os olhos, ainda sonolento, segurou a mão de Gu Lang e sorriu: “Mal acordou e já está me assediando?”
O rosto de Gu Lang corou, e ele respondeu de forma brusca: “Não posso?”
“Pode, claro que pode, é o que eu mais quero”, Murong Yan puxou a mão de Gu Lang para baixo, “Vamos, toque aqui…”
Gu Lang rapidamente retirou a mão e tentou se levantar, mas sua cintura falhou, fazendo-o cair de volta.
“Cuidado”, Murong Yan o segurou rapidamente, massageando sua cintura. “Está com fome? Devo mandar servir o café da manhã?”
Gu Lang assentiu.
Murong Yan chamou alguém para trazer a refeição e, em seguida, pegou uma toalha úmida para limpar o rosto de Gu Lang, dizendo: “O General Wei voltará para a fronteira norte em alguns dias. Preciso ir ao campo de treinamento em breve. Descanse aqui, está bem?”
Gu Lang pensou por um momento e respondeu: “Eu também vou.”
Murong Yan se aproximou do ouvido dele e sussurrou com um sorriso: “Não está mais dolorido?”
Gu Lang pegou a toalha e pressionou-a contra o rosto de Murong Yan.
“Espere… não consigo respirar…”
O eunuco que trouxe o café da manhã parou na porta, ouvindo as risadas vindas do quarto, sem saber se deveria entrar.
Será que eles já terminaram de… se aconchegar?
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Wei Qingtong subiu até a casa de chá e olhou ao redor.
“Wei-jiejie”, Xu Jing’er, sentada à mesa perto da janela, acenou para ela, “por aqui.”
Wei Qingtong ainda não havia visto Xu Jing’er desde que retornou da fronteira norte.
Elas se conheceram há três anos. Naquela época, um ladrão roubou a bolsa de dinheiro de Xu Jing’er na rua, e Wei Qingtong, que testemunhou o ocorrido, perseguiu o ladrão por várias ruas até finalmente arrastá-lo de volta, junto com a bolsa.
Desde então, toda vez que Wei Qingtong voltava da fronteira norte, ela contava a Xu Jing’er histórias interessantes sobre a vida na fronteira, enquanto Xu Jing’er compartilhava fofocas sobre quais Jovens Mestres eram bonitos ou quais haviam fugido com alguém…
Mas hoje, Wei Qingtong estava procurando Xu Jing’er para pedir conselhos.
Ela havia dito a Gu Lang que iria “roubar seu homem”, mas, na verdade, não tinha a menor ideia de como fazer isso e não sabia por onde começar.
“E além disso…” Wei Qingtong fez uma pausa e continuou: “Parece que eu não gosto mais tanto do Príncipe Herdeiro.”
Xu Jing’er ficou um pouco confusa. “Quando foi que você começou a gostar do Príncipe Herdeiro? Nunca ouvi você mencionar isso antes.”
“Não faz muito tempo”, Wei Qingtong refletiu. “Foi no dia em que voltei para a capital. O Príncipe Herdeiro estava lutando com alguém no topo da muralha para abrir os portões da cidade… e de repente percebi que ele é realmente habilidoso em artes marciais, muito mais do que qualquer outro homem que eu já vi!”
Xu Jing’er: “Então… foi por isso que você gostou dele?”
Wei Qingtong: “Sim.”
Xu Jing’er: “…”
Você só queria roubar as técnicas de luta dele, né?
Wei Qingtong de repente parou de falar e olhou para a rua abaixo da janela. “Acho que acabei de ver o Príncipe Herdeiro e seu amado.”
Xu Jing’er virou-se e viu o Príncipe Herdeiro puxando Gu Lang. Ao passar por uma barraca que vendia máscaras, ele pegou uma e colocou no rosto de Gu Lang. Parecendo não gostar, trocou por outra, e ainda não gostou, trocou mais uma vez…
Gu Lang, já sem paciência, agarrou a lapela do Príncipe Herdeiro e o arrastou para longe.
Xu Jing’er, emocionada, cobriu a boca com uma mão e bateu na mesa com a outra, assustando várias pessoas nas mesas próximas, que olharam para elas.
Wei Qingtong estava completamente confusa. “… O que há com você?”
Xu Jing’er parecia profundamente comovida, quase às lágrimas. “Ele não precisa ficar viúvo…”
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