Extra III
Xu Jing’er estava sentada no balanço, balançando para frente e para trás enquanto olhava na direção da sala da frente, sem entender o que seu pai queria dizer a Sun Fang, e porque ela não podia ir ouvir também.
Dentro da sala, Sun Fang estava sentado em uma cadeira de madeira, tremendo, observando Xu Zhiyan segurar uma xícara de chá, mas sem bebê-la, apenas fixando o olhar no líquido, com uma expressão séria.
Sun Fang: “Primeiro, Primeiro Ministro Xu…”
Xu Zhiyan bateu a xícara na mesa com um barulho alto e disse em voz grossa: “Você realmente não gosta de homens?!”
Sun Fang balançou a cabeça tão forte que parecia que ia quebrar: “Realmente, realmente não gosto!”
Xu Zhiyan continuou: “Então, você gosta da minha filha?”
Sun Fang: “…”
Tão direto assim?
Vendo que ele não respondia, Xu Zhiyan disse impaciente: “Fale!”
Sun Fang, com o coração acelerado, soltou: “Gosto!”
Xu Zhiyan olhou Sun Fang de cima a baixo e perguntou: “Muitos gostam dela. Qual é o seu diferencial?”
“Eu…” Sun Fang, nervoso, disse: “Eu levo ela para ver brigas!”
Xu Zhiyan: “…”
Do lado de fora, Xu Jing’er, que havia vindo escondida, ainda não havia se aproximado quando viu Sun Fang correndo para fora da sala, perseguido por seu pai, que brandia um espanador de penas.
“Brigas?!” Xu Zhiyan disse furioso: “Então foi você!”
Ele já estava intrigado antes: Jing’er sempre foi uma menina comportada, adorava pintura e caligrafia, como poderia gostar de ver brigas e confusões? Afinal, era esse selvagem que estava corrompendo sua filha!
E ainda “ouvir brigas”?
Brigas são para se ouvir?
Argh, um completo ignorante, sem cultura nem educação!
“Pai, pare de bater nele”, Xu Jing’er segurou o braço do pai e virou-se para Sun Fang. “Sun-dage, vá embora rápido…”
Sun Fang também não sabia por que tinha deixado o primeiro-ministro tão irritado, então apenas assentiu e disse: “Então eu vou indo, Primeiro-Ministro Xu, acalme-se…” Antes que pudesse terminar a frase, o espanador de penas voou em sua direção, assustando-o e fazendo-o sair correndo.
“Pai”, Xu Jing’er puxou Xu Zhiyan e perguntou: “Por que você está batendo no Sun-dage de novo?”
“Minha filha”, Xu Zhiyan falou com um tom sério e preocupado, “você ainda é jovem e inexperiente, não deixe que te enganem.”
Xu Jing’er, confusa, perguntou: “Quem está me enganando?”
Xu Zhiyan respondeu: “Aquele Sun, ele claramente não é uma pessoa decente!”
“Pai, não fale sem saber”, disse Xu Jing’er. “Sun-dage me trata muito bem.”
“Onde ele é bom?” Xu Zhiyan respondeu irritado. “Ser bom com você é te levar para ver brigas?”
Xu Jing’er: “Sim, e ninguém mais quer me levar.”
Xu Zhiyan: “…”
Filha, o que há de errado com você?!
⊹⊱✫⊰⊹
Naquela noite, Xu Jing’er estava pintando sob a luz da lâmpada quando, de repente, ouviu um “toc toc” vindo da janela.
Ela se virou e viu Sun Fang agarrado à borda da janela, como um ladrão.
“Sun-dage?”
Sun Fang entrou pela janela e tirou um pacote de papel de dentro do casaco, dizendo que eram doces que ele trouxera do palácio.
“Isso é delicioso”, disse Sun Fang, sentando-se com Xu Jing’er à mesa para comer os bolos macios. Ele comentou casualmente: “Não sei o que o Mestre está pensando, deixando esses doces de lado e indo tomar sopa de verduras e tofu com Gu Lang na Cozinha Imperial.”
Os olhos de Xu Jing’er brilharam, e ela puxou Sun Fang, perguntando: “Tomar sopa? Como foi?”
Sun Fang: “… Parece que Gu Lang estava alimentando o Mestre?”
Xu Jing’er olhou para ele com uma expressão cheia de expectativa.
De repente, Sun Fang entendeu. “Você… quer ir ver?”
Xu Jing’er assentiu com força — da última vez, eu não consegui ver o Médico Imperial Ruan e os outros tomando a sopa de galinha.
Sun Fang: “…”
Tudo bem, pelo menos é melhor do que ouvir eles no quarto nupcial.
Xu Jing’er seguiu Sun Fang e entrou no palácio sem problemas. No caminho, se encontravam guardas que os barravam, Sun Fang simplesmente mostrava um token. Era um token que Murong Yan lhe dera antes, permitindo-lhe entrar e sair do palácio livremente.
Eles não ousaram se aproximar demais da Cozinha Imperial, então se esconderam em um telhado distante, observando de longe. Por sorte, Murong Yan e Gu Lang estavam sentados ao lado de uma mesa de pedra do lado de fora da cozinha. Embora estivessem um pouco longe, ainda era possível vê-los.
“Por que eles ainda não terminaram?” Sun Fang murmurou. Ele pensou que, quando chegassem, a sopa já estaria fria e todos teriam ido embora. Assim, ele poderia convencer Xu Jing’er a voltar para casa sem se preocupar em ser descoberto pelo Mestre e acabar sendo jogado aos peixes.
Mas, depois de tanto tempo, por que o Mestre ainda não terminou de beber a sopa?! Quantas tigelas ele já tomou?!
Xu Jing’er estava extasiada, observando Murong Yan apoiando a cabeça em uma mão, reclinado preguiçosamente na mesa de pedra, abrindo a boca para que Gu Lang lhe desse a sopa.
Gu Lang suspeitava que tinha sido enganado. Primeiro pelo velho imperador e, depois, por Murong Yan.
Ele havia cedido por um momento de fraqueza, concordando em ajudar o velho imperador a persuadir Murong Yan a parar de fazer sopa de verduras e tofu.
Mas Murong Yan não gostou nada da ideia. “Você é meu consorte, por que está defendendo o imperador?”
Gu Lang respondeu: “O imperador disse que não vai mais comer escondido coxa de cordeiro assada.” Ele também mencionou que Murong Yan o forçara a beber sopa de tofu por vários meses, e agora ele tinha medo só de ver tofu.
“Não se pode confiar no que o imperador diz”, Murong Yan rebateu. “Se ele não comer escondido, vai comer abertamente; se não comer coxa de cordeiro, vai comer coxa de frango, coxa de pato…”
Gu Lang: “…”
Murong Yan acariciou o rosto dele e disse: “Não é sua culpa, todos acabam sendo enganados pelo imperador pelo menos uma vez. Eu mesmo fui enganado por ele desde criança.”
Gu Lang perguntou, confuso: “Então… o que fazemos?”
Eu já prometi a ele.
“Se não bebermos hoje, ainda há amanhã e depois”, Murong Yan respondeu, puxando-o em direção à Cozinha Imperial. “Mas eu já ordenei que a sopa de tofu fosse preparada hoje, e alguém tem que bebê-la.”
Gu Lang estava prestes a dizer “Então eu bebo”, quando Murong Yan se virou e olhou para ele com um sorriso: “Que tal você me alimentar?”
Gu Lang: “…”
Gu Lang pensou que alimentá-lo com a sopa seria uma tarefa rápida. No entanto, Murong Yan reclamou que a sopa estava muito quente, exigindo que ele assoprasse cada colher e provasse antes de servir. Isso arrastou-se por um bom tempo, e no fim, foi Gu Lang quem acabou bebendo a maior parte.
Mais tarde, quando a sopa esfriou, Gu Lang parou de assoprar e começou a levar a colher diretamente à boca de Murong Yan.
Murong Yan se recusou a beber “Está muito quente.”
Gu Lang, já sem paciência, decidiu beber o resto da sopa ele mesmo e, em seguida, puxou Murong Yan para um beijo, seus lábios e dentes se encontrando.
“Ah!” Xu Jing’er no telhado quase gritou de surpresa, mas Sun Fang, rápido como um raio, cobriu sua boca. “Ca-calma! Se o Mestre nos descobrir, estamos perdidos…”
⊹⊱✫⊰⊹
Naquela noite, no caminho de volta, Xu Jing’er não parava de sorrir, segurando o rosto com as mãos, tanto que Sun Fang ficou com medo de que ela caísse por não prestar atenção no caminho.
“Que maravilha”, Xu Jing’er murmurava, “até eu fiquei com vontade de tomar sopa.”
Sun Fang, sem pensar, soltou: “Eu te alimento!”
Xu Jing’er: “…”
“Não, não é isso”, Sun Fang gaguejou, “Eu, eu não quis… Quis dizer…”
De repente, Xu Jing’er se levantou na ponta dos pés e deu-lhe um beijo.
Sun Fang congelou no lugar.
“Vou indo primeiro”, disse Xu Jing’, com o rosto levemente corado, e saiu apressadamente.
Sun Fang, recuperando-se do susto, correu atrás dela e perguntou, sem pensar direito: “Você… quer ver mais alguma coisa? Quer ver Wu Liu alimentando os cavalos…?”
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Flor: Sun é um gado~