Capítulo 55
Um medo extremo tomou conta do meu corpo. O medo que senti de Baek
Doha não foi assim. Eu tinha fé de que ele não me faria mal. Mas esses caras
pareciam que iriam me comer sem deixar nenhum osso. Aqueles que me
atacavam não pareciam humanos: eram como monstros em um pesadelo.
Eu não conseguia levantar um único dedo, como se meu corpo estivesse
totalmente paralisado. Lágrimas corriam sem parar dos meus olhos.
— Por que você está chorando tanto? Não tem porque chorar.
Alguém estendeu a mão e limpou os meus olhos molhados. Seu tom era
muito suave, mas sua mão era perigosa, desconfortável. O cheiro da mão do
homem e a maneira como ele olhava para mim era simplesmente
desagradável. De quem era o falo quente que cutucava entre minhas pernas? O pênis foi esfregado contra minha coxa, deixando um rastro de líquido. Senti como se fosse vomitar.
— Agh, por favor, pare…
Implorei com uma voz trêmula.
— Não quer fazer? Mas você está todo molhado aqui.
Pude sentir sua mão tocando minhas coxas molhadas e genitais
insinuantemente. Seu toque parecia mais uma travessura do que uma carícia.
Podia dizer isso sem precisar olhar. Mesmo tremendo de medo, meu buraco
estava encharcado. Meu pênis ereto gotejava um líquido transparente e
pegajoso, enquanto meu ânus estava ensopado e se contraindo de excitação,
como se esperasse que eles o penetrassem logo.
Mas eu não quero. Não quero se não for o de Doha. Se não for o pau daquele homem. Seu feromônio que me enlouquece me fazendo sentir um
prazer extremo… seu hálito perfumado e quente… suas mãos grandes e
macias acariciando cada centímetro do meu corpo… a maneira como ele me olha… seu lindo rosto e seu sorriso derretido… Seu pênis mergulhado entre
minhas pernas…
Não, não. Tem que ser ele. Tem que ser Beak Doha. A mão que estava
tocando meus olhos apertou minhas duas bochechas e me fez olhar para a
frente.
— Como um Ômega no cio se atreve a choramingar contra isso? Abra as
pernas direito, querido. Eu com certeza vou te foder.
— Anda logo. Porra. Eu não consigo me segurar.
Alguém disse impacientemente.
Além daquele que estava sentado entre minhas pernas, os outros caras que
me cercavam esfregavam os genitais de forma selvagem. Um dos caras que
estava bebendo álcool na boca de uma garrafa, parecendo não suportar
mais, empurrou o pau na direção dos meus lábios. Ambas as bochechas
foram agarradas e a ponta daquele falo grosso foi empurrada de maneira
forçada para dentro da minha boca.
— Tente chupar direito. Se fizer alguma gracinha vou arrancar seus dentes.
Quando dei impulso aos músculos da boca com o impulso de morder, ouvi a
ameaça feroz. Resolvi recuar. O pênis, empurrado ainda mais fundo dentro
da minha boca, deslizou até o fundo da minha garganta. Soltei um gemido
abafado com reflexos de vômito. Tentei mover a língua para cuspi-lo, mas só
conseguia lamber o comprimento do genital preso na minha boca. A saliva
que eu não conseguia engolir escorria pelo canto dos meus lábios.
Um som de riso baixo e um suspiro ofegante soaram ao mesmo tempo. O
bastardo que estava metendo o pau na minha boca inclinou a garrafa que
estava bebendo, derramando o restante do vinho sobre meu corpo e, em
seguida, jogou a garrafa fora. A garrafa não quebrou, mas rolou pelo chão,
parando nas pontas dos dedos.
Mexa-se.
Meus dedos rígidos finalmente se moveram. Agarrei a garrafa de
vinho movendo os nós dos dedos com dificuldade. Consegui agarrar a garrafa
tão desesperadamente como um homem sufocando faria.
O homem, que estava sentado entre minhas pernas, empurrou o pênis que
havia esfregado contra minha coxa no buraco encharcado. Levantei a mão
segurando a garrafa e bati na cabeça dele enquanto ele tentava enfiar o pau
nojento dentro de mim.
A garrafa se partiu e sua cabeça foi rasgada. As gotas de sangue jorraram
devido aos fragmentos de vidro quebrados e gritos estridentes soaram por toda parte. No momento em que balancei a garrafa, o cara cujo pau ainda estava na minha boca rapidamente puxou o pênis para fora.
Respirando fundo, levantei a parte superior do corpo. Agarrei bem a base
da garrafa quebrada.
— Eu disse que não….. disse não! Não cheguem mais perto. Vou matar
todos vocês!
A rebelião desesperada criou uma brecha muito pequena. Os caras que me
rodeavam recuaram, talvez perplexos com a reação inesperadamente
violenta. Incapazes de me alcançar, eles olhavam uns para os outros. Mas
provavelmente seria um fenômeno momentâneo.
Mexi meus quadris e me arrastei para trás. Apesar de ter levantado a parte
superior do corpo, era impossível levantar totalmente e fugir. Quando os
caras ao meu redor se moveram um pouco, eu os ameacei, sacudindo a
garrafa de vidro quebrada.
Eu sei. Sei que não tem como esses desgraçados desistirem de mim e me
deixarem ir. Já vi muitas vezes quão cruéis e brutais podem se tornar os Alfas embriagados por feromônios. O preço por esta rebelião atrevida vai ser
desastroso. Eu serei brutalmente espancado e meus membros serão
possivelmente quebrados.
Posso até morrer.
Eu não quero morrer.
Os cantos dos meus olhos tremiam. Entretanto, preferia morrer a ser pisoteado e tratado como um animal.
Coloquei mais força em minhas mãos, que estavam tremendo, cada vez
mais fracas, e apertei a garrafa de vidro. Em seguida, coloquei a ponta afiada da garrafa quebrada contra o meu pescoço.
No passado, houve momentos em que desejei que o amanhã nunca
chegasse, que eu morresse tranquilamente, mas agora quero viver. Eu quero viver como Yoo Seolwoo… A hesitação durou pouco e a decisão foi tomada rapidamente.
Sem mais delongas, cutuquei minha garganta com a parte mais afiada da
garrafa quebrada. A ponta era tão afiada quanto uma faca, mas a sensação
das partes quebradas era assustadoramente dolorosa. Parecia ser o suficiente para me matar.
Droga. Foi quando estava prestes a rasgar o meu pescoço enquanto praguejava, que alguém me agarrou pelo braço. A garrafa quebrada, minha única arma, foi tirada de mim. Outras duas pessoas se aproximaram e me dominaram. Voltaram a me derrubar no chão.
— Aah! Parem. Parem!– Lutei, enquanto gritava, meu sangue fervia de
raiva. Pensando que esta era minha última chance, me debati com todas as
minhas forças.
Punhos e chutes voaram, me atingindo implacavelmente sem piedade.
Talvez eu vá levar uma boa surra?
Suportei, com os olhos bem abertos, tentando não desmaiar. A constante
explosão de dor era bem-vinda nessa situação. A raiva misturada com a dor
que queimava me impedia de perder a consciência no meio do maldito inferno
de feromônios.
Bang!
De repente, um barulho não identificado soou de algum lugar. No início, não percebi ser um tiro. Deve ter sido o mesmo para todos no salão.
Bang! Bang!
Foi somente após ouvir o mesmo som ensurdecedor várias vezes, que
finalmente o reconheci corretamente. Esse som é de tiro.
— Argh!
— Aaaaaaah!
Os gritos explodiram como fogos de artifícios. Pessoas nuas corriam da
sala, gritando freneticamente como porcos assustados, fazendo um tumulto
pouco antes do abate. Em um instante, o salão se tornou um caos. Os gritos
eram constantes. Alguns gritos, que vinham de longe, pareciam estar se
aproximando cada vez mais. Houve também uma sucessão de sons de
batidas, socos e carne sendo esmagada.
— O que é isso? O que está acontecendo?!
Os homens que me dominaram, influenciados pela atmosfera incomum,
pararam o que estavam fazendo e murmuraram.
Bum bum.
Meu coração acelerou. Meu coração e olfato foram os primeiros a notar. Um cheiro familiar permeou o ar desagradável, se misturando ao
cheiro de sangue e feromônios repugnantes.
As pessoas se dividiam como ondas, e os homens passavam a passos
largos através delas. Era o secretário Ha, junto de homens que pareciam ser
guarda-costas…e Baek Doha.
Baek Doha, que caminhava como um animal selvagem na floresta, tinha
uma espingarda na mão. Parece que o tiro veio dalí.
Não fiquei surpreso. Isso era a cara daquele homem. O porão de sua casa,
um espaço digno de um caçador experiente, guardava um verdadeiro arsenal. Os feromônios familiares do homem entrando em meu nariz fizeram meu corpo relaxar e lágrimas espessas brotaram em meus olhos. Meu corpo, que estava lutando com todas as forças, finalmente pôde relaxar.
Baek Doha… Merda… Baek Doha…porra, esse homem… Esse maldito feromônio que me deixa louco, acaba com a minha razão, mudou tudo em mim. Seu cheiro é de tirar o fôlego. Eu amo. Droga. Eu também gosto desse
cara… como um louco.
— Por que ele veio aqui?
— Para que a arma? Porra, esse bastardo ficou louco de vez?
Enquanto os homens hesitavam, assustados, Baek Doha se aproximou a
passos largos. Um dos caras disse:
— Seu filho da puta, o que você está fazendo…?
Tendo falado assim, Baek Doha sem a menor hesitação deu um soco na cara do homem. Outro homem se apressou corajosamente: — Você está louco?– Mas Baek Doha balançou a espingarda que estava segurando, franzindo o rosto. O homem foi atingido pelo cano da arma e caiu, gritando.
Quando os outros tentaram se aproximar, com os olhos brilhando de raiva, Baek Doha rapidamente pegou a arma e a apontou para eles.
— Não se movam, a menos que vocês queiram que suas cabeças explodam. Não estou me importando com nada nesse momento.
Para provar que não se tratava de uma simples ameaça verbal, Baek Doha
carregou a arma com um clique. Sua figura apontando a arma era a própria
imagem de um caçador experiente. O melhor caçador. Dizia-se que seus tiros
nunca erraram uma única presa.
Um silêncio pesado caiu sobre a sala. Ninguém foi capaz de se mover
imediatamente. Com a arma apontada para eles, Baek Doha olhou para mim
de relance. Quando viu meu corpo exposto, praticamente nú, disse: — Droga– e torceu o rosto com um palavrão. Por alguma razão, a cor de suas pupilas distorcidas pareciam ter mudado.
— Diretor, por favor, acalme-se.
Baek Doha, cujos olhos pareciam girar ao mesmo tempo em que o secretário Ha tentou detê-lo, puxou o gatilho.
Bang!
Com um estrondo, a arma disparou. A bala que voou atingiu o braço de um homem nu.
— Aaah!
O homem agarrou o braço e rolou no chão.
— Que tipo de filho da puta você pensa que é? Que tipo de bastardo fez isso?
Misturado com gritos, o som das palavras de Baek Doha ecoaram. Ele
carregou sua arma e atirou em um dos outros homens que estavam ao seu
lado. Um tiro explodiu. O cheiro de pólvora se espalhou. Projéteis estalaram e outro grito ressoou.
— Estou perguntando que tipo de bastardo você é!? Que tipo de porco
imundo tocou meu Ômega!?
—Argh! Socorro! Ele é louco!
Todos estavam ocupados, tentando fugir enquanto soltavam todo tipo de
gritos e exclamações. Os tiros irromperam um após o outro. Baek Doha era simplesmente um lunático com uma arma. Como ele mesmo disse, ele não se importava com nada. Com a aparição de um louco armado, os Alfas Reais não sabiam o que fazer e correram como coelhos encurralados por um lobo.
Não me atrevi a detê-lo. Não conseguia dar força ao meu corpo, então
permaneci no chão, com a boca aberta enquanto as lágrimas escorriam pelo
meu rosto. Antes que eu percebesse, o gerente veio até mim, tirou seu
casaco, me cobriu, e me ajudou a levantar.
— Você está bem? Acho que você precisa se secar.
— Não, estou bem. Mas quem pode detê-lo agora?
O secretário Han suspirou profundamente. Quem diabos poderia deter aquele lunático? Mesmo se atirasse e matasse todos os alfa naquele salão, sua loucura não iria diminuir.
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Capítulo 55
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Noite de Caça
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