Capítulo 25

05:55 horas da manhã.

Liam acorda de repente e se levanta, indo em busca de Leonid. Enquanto caminha pelo corredor, ele ouve uma música que vem da sala de jantar, mas não consegue identificá-la só pela melodia, apenas sabia que era algo triste e melancólico.

Liam espia com cuidado para não ser visto, mas Leonid está tão distraído e imerso em seus próprios pensamentos que não se dá conta. Ele suspira e diz para si mesmo que não precisa se preocupar.

– Não é da minha conta… – ele murmura para si mesmo e decide voltar para o quarto. Não queria se meter nos seus assuntos.

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Leonid se levanta e dá uma última olhada no piano, em seguida vai até o quarto e vê que Liam ainda está dormindo. Ele beija sua testa e sai logo depois.

Após duas horas de caminhada pelo fiorde, ele encontra uma pequena cabana isolada que parece estar abandonada, Leonid se aproxima e vê que dentro dela, havia sinais de que alguém morava lá ou pelo menos esteve lá recentemente, o que aumenta sua esperança.

– Quem é você ? – uma voz masculina o questiona e antes que pudesse se virar, Leonid ouve o som da arma sendo engatilhada. Ele ergue as mãos, como um sinal de que não vai machucá-lo.

– Thomas, não é ? Eu estava procurando por você.

– Russo ? – ele questiona com um forte sotaque alemão. Leonid sorri e concorda com a cabeça.

– Maldito russo, como me encontrou aqui ?

– Eu sei sobre o que aconteceu com seu antigo chefe e sei onde estão seus herdeiros. – Leonid o encara por cima do ombro. O homem suspira e abaixa a arma.

– Entre. – Thomas abre a porta da cabana e caminha até uma velha mesa de madeira, onde estão apenas uma garrafa de uísque e um copo.

– Bebe ? – ele mostra a garrafa.

– Sim. – Leonid concorda e sorri. O homem pega outro copo e o serve, em seguida põe um pouco para si mesmo e se senta em uma cadeira de madeira, de frente para ele.

– Quem é você ? Não me lembro de ter feito amizade com algum russo de merda.

– Leonid Petrov. – ele o responde rapidamente.

– O Lobo Branco ? – Thomas o encara, surpreso com suas palavras. Leonid apenas assente com a cabeça. Já tinha ouvido rumores sobre ele, mas vê-lo pessoalmente era outra história.

– E o que você quer ? – Thomas bebe um gole do líquido marrom, que o aquece no mesmo instante.

– Aaron está atrás do Liam, preciso que me ajude. – Leonid se senta em uma cadeira de frente para o homem e também toma um gole do uísque, que mais parece ter sido feito de forma artesanal.

– Por que eu faria isso ? Tudo ficou no passado, agora eu sou só um velho.

– Eu sei que quer se vingar e eu tenho informações que podem te ajudar.

– O que você ganha com isso ? Um russo tentando ser gentil nunca é boa coisa. – o homem ri.

– A confiança do meu homem. – ele fala sem hesitar. O velho ergue uma das sobrancelhas ao ouvir sua resposta e lhe dá um sorriso.

– Me diga o que sabe.

– Já ouviu falar da família Ballard ?

– Sim, eles são uma gangue de Miami que preferem não chamar muita atenção, apesar de serem uns filhos da puta gananciosos! – Thomas ri, mas sua mandíbula se contrai. Odiava pessoas como eles.

– O velho Ballard quer o Liam, mas precisa de ajuda financeira. Por isso se juntou ao Aaron.

– Por que ele quer o garoto ?

– Liam trabalhou para ele, usando o codinome de Ghost. O Ballard acha que tê-lo de volta é o suficiente para reerguer seu negócio.

– Então ele é o famoso Ghost ? Porra! – o homem arregala seus olhos e sorri, surpreso com a informação. Leonid concorda com a cabeça, mas pensa que Liam não se sente tão orgulhoso dessa fama.

– Se isso for mesmo verdade, Aaron não vai parar até tê-lo em suas mãos, e quando isso acontecer com certeza irá matá-lo. Ele não costuma deixar pontas soltas, principalmente se isso for tirar o seu posto de líder.

– Eu sei, por isso vou matá-lo. – Leonid fala confiante.

– Você tem determinação, garoto. Gosto disso! – Thomas dá risada e toma o último gole de uísque.

– Então posso contar com você ?

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11:47 horas da manhã.

Ao abrir a porta do chalé, Leonid se depara com Liam sentado no sofá, bebendo algo quente.

– Está com fome ? Eu comprei algumas coisas. – ele mostra a sacola do supermercado, mas Liam não demonstra nenhuma reação.

– Não estou com fome. Obrigado. – Liam fala de forma fria. Ele suspira ao ouvir sua resposta e sabe que seu pequeno leão está emburrado novamente por ter ficado sozinho, mas Leonid acha aquilo extremamente lindo, apesar de que dizer isso em voz alta poderia ser mortal.

Ele rapidamente deixa as compras na cozinha e volta para sala, se aproxima de Liam e acaricia seu rosto, tentando acalmá-lo.

– Vamos fazer algo divertido, okay ? – ele sorri e beija o canto de sua boca.

– Não, minhas costas doem! – Liam choraminga irritado. Leonid fica confuso com sua resposta, mas logo se dá conta de que ele tem um ideia diferente da sua.

– Não estou falando disso, pervertido! – ele dá risada e Liam se irrita, o empurrando.

– Sinto muito, não queria rir das suas necessidades. – Leonid segura o riso e se aproxima novamente, ele agarra seu rosto e o beija.

– Quero te ensinar a atirar, dessa vez com uma arma de verdade.

– O que acha ? Gosta da ideia ? – Leonid sussurra.

– Sim. – Liam se surpreende, mas gosta da ideia, logo um sorriso aparece em seu rosto.

– Venha. – ele estende sua mão e Liam o acompanha até o quarto. Ao chegar no cômodo, Leonid vai em direção ao closet e abre um compartimento secreto, onde estão guardadas algumas armas e facas.

– Sério ? Até aqui ?! – Liam revira os olhos.

– Sou um homem precavido. – Leonid sorri e reprime seu desejo de repreendê-lo.

– Segure. – ele entrega a arma para Liam.

– Pesado…

– Eu sei, mas precisa se acostumar! – ele o adverte. Liam bufa, mas está empolgado e observa cada detalhe da Ruger EC9S.

– Vamos ?

– Sim!

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20:10 horas da noite.

– Por que um babaca como você cozinha tão bem ? – Liam fala com a boca cheia, não conseguia parar de comer.

– Se continuar reclamando, vai ficar com fome.

– Não se atreva! – ele aponta a faca em direção a Leonid, que apenas dá risada.

– Gosta daqui ?

– Gosto.

– Então vamos ficar mais alguns dias. O que acha ? – Leonid sorri e os olhos de Liam brilham. Ele amou a ideia.

– Seria legal. – ele fala um pouco envergonhado, não queria demonstrar que na verdade, estava super empolgado.

– Não parece tão interessado. – Leonid ergue uma de suas sobrancelhas.

– Eu… quero ficar. – Liam hesita e cora, não conseguia se expressar muito bem na sua frente.

– Gosto quando é sincero, Liam. – ele estende sua mão em direção ao seu rosto e o acaricia, em seguida desliza seu polegar sobre seus lábios, limpando um pouco do molho do canto de sua boca.

– Se já terminou de comer, pegue sua coleira. – Leonid fala em um tom malicioso. Liam o encara com uma expressão fria e revira os olhos, mas logo em seguida se levanta e vai em busca do objeto. Não havia como fugir daquele prazer.

– Você é incorrigível, não é, Ghost ? – Leonid sussurra para si mesmo e se levanta, indo atrás dele.