Capítulo 27 - Fim T1

Ao fechar a porta do quarto, Leonid olha ligeiramente pela janela e vê a enorme lua cheia brilhando intensamente no céu, ele sorri, se sentindo como um lobo prestes a caçar e arregaça as mangas de sua camisa, em seguida desce cuidadosamente as escadas, procurando por Nikolas.

Ao chegar na parte de baixo, ele ouve o barulho de passos e se esconde próximo as escadas, esperando até que os homens se aproximem. Alguns segundos depois, três homens, usando uniforme preto, passam carregando armas de grosso calibre, indo em direção às escadas, silenciosamente Leonid surpreende o último homem e em um movimento rápido quebra seu pescoço, seu corpo sem vida cai em seus braços e é colocado sobre o chão com cuidado. Ele rapidamente procura por uma arma que possa usar e encontra uma faca, o objeto perfeito.

Leonid avança em direção ao segundo homem, que já está subindo as escadas, indo em direção aos quartos, ele o surpreende por trás e tapa sua boca com a mão direita, enquanto corta sua garganta. O terceiro homem que estava um pouco mais a frente, nota que havia algo errado e se vira, seus olhos encontram os de Leonid e ele não pode ver nada além de uma fera, que havia devorado seus homens.

– Filho da puta! – ele esbraveja e começa a atirar. Leonid usa o corpo do seu oponente morto como escudo e pega a arma que estava em seu coldre. Ele atira em direção ao homem que cai no chão e morre em questão de segundos.

– Leo ? – uma voz masculina o chama. Leonid se vira e apesar da pouca luz, pode ver Nikolas, que está parado próximo às escadas.

– Quantos são ? – ele passa a mão pelos cabelos, tentando arrumar os fios.

– Eu não sei. – Nikolas franze o cenho e está irritado, mas o barulho de passos chama sua atenção e ele sabe que não tinha muito tempo.

– Nikolas, preciso que me faça um favor! – Leonid toca em seu ombro direito e o encara com uma expressão que Nikolas nunca havia visto antes. Estava desesperado.

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Liam se encolhe no chão, próximo a cama, apontando a arma em direção a porta, esperando que o pior tenha acontecido.

– Liam ? – Nikolas abre a porta e é recebido por um disparo, que quase o atinge.

– Liam, acalme-se! – ele entra e se aproxima devagar de uma das janelas, onde a luz da lua deixa seu rosto visível.

– Onde ele está ? – Liam grita, ainda preocupado com Leonid.

– Cuidando da situação.

– Por que ele sempre tem que se colocar em perigo ? – ele esbraveja e as lágrimas brotam em seus olhos. Nikolas se aproxima e se abaixa, tira a arma de suas mãos e o abraça.

– Vai ficar tudo bem, mas precisamos ir. – ele sussurra.

– Não posso deixá-lo!

– Seria muito pior se ficasse aqui e acabasse se machucando. O Leo nunca iria se perdoar! – ele agarra seus ombros e o encara, tentando convencê-lo. Liam se surpreende com suas palavras, mas continua hesitante.

– Não posso…

– Tão teimoso! – Nikolas murmura e revira os olhos, em seguida põe Liam sobre seu ombro e segue para fora do cômodo. Iria levá-lo a força se fosse preciso.

– Nikolas, me põe no chão!

– Aconselho que fique quieto ou pode se machucar! – ele sorri e continua caminhando.

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Leonid corta a garganta de seu último oponente, que se banha em seu próprio sangue e morre antes mesmo de que seu corpo possa tocar o chão. Ele o encara com um sorriso no rosto e a serenidade de alguém que não se importa em matar sua presa. Agora o caminho estava livre para que Liam pudesse ficar a salvo.

– Leonid! – uma voz familiar grita seu nome. Leonid ilumina o caminho com uma das lanternas que pegou de algum cadáver e mesmo não vendo bem o seu rosto, sabe quem é e sorri ao vê-lo se aproximar. Liam corre em sua direção e ele abre seus braços para recebê-lo.

– Liam! – ele sussurra e o beija com ternura, como em uma verdadeira despedida de amantes apaixonados. Nikolas os observa de longe, pensando que aquilo daria uma ótima cena de novela.

– Não quero ir, não quero te deixar! – Liam chora e soluça, sentia como se estivesse sendo abandonado novamente.

– Você precisa ir, entendeu ? Confie em mim só mais uma vez! – ele acaricia seu rosto, enquanto o encara fixamente, buscando guardar cada pequeno detalhe dele em sua mente.

– Não! Por favor! – Liam implora mais uma vez. Leonid lhe mostra um sorriso gentil e faz um gesto para Nikolas.

– Ya tebya lyublyu… – ele sussurra e se afasta, Liam o encara confuso com suas palavras, não sabia o que significava, mas antes de que pudesse perguntar, Nikolas o agarra pelo braço e caminha apressado em direção a saída.

– Leonid! – Liam grita várias vezes o seu nome, na esperança de que ele volte atrás, mas Leonid apenas continua observando enquanto Nikolas o arrasta para fora da casa.

– Me desculpe, Liam. – ele sussurra para si mesmo e suspira. Não havia outro jeito.

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– Quando sairmos por essa porta, vamos atravessar o pátio até a floresta. Você precisa correr o mais rápido que conseguir, entendeu ? – Nikolas agarra os braços de Liam e o encara, mas ele apenas concorda com a cabeça. A dor de deixar tudo para trás fazia seu estômago se revirar de ansiedade e seu peito doer, como se alguém estivesse literalmente esmagando seu coração.

Nikolas suspira e agarra sua mão direita, ele abre a porta e corre em direção a floresta. O pátio estava vazio, mas a qualquer momento alguém poderia atirar, eles eram alvos fáceis ali. Enquanto atravessava, seu medo se torna realidade e o barulho de um disparo rasga o silêncio.

– Continue correndo! – Nikolas grita e o solta, em seguida aponta sua arma para cima, procurando pelo atirador, mas não encontra nada além de um corpo no telhado.

– Vá, Nikolas! – uma voz masculina grita. Nikolas olha em direção a voz e a reconhece no mesmo instante. Jhon estava do outro lado, em uma das janelas segurando um rifle.

– Esse cara! – Nikolas murmura e sorri, em seguida volta a correr, indo atrás de Liam. Não podia perder tempo.

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04:48 horas da noite.

Leonid se senta em um dos degraus da escada e observa seus homens juntando os corpos. O sol estava quase nascendo e tudo estava uma bagunça, mas ele só conseguia pensar no fato de que Liam não estaria em sua cama o esperando como sempre fazia.

– Sr. Petrov, acabamos. – Noah enxuga o suor com o antebraço e suspira. Leonid encara a pilha de corpos e ergue uma de suas sobrancelhas.

– Quantos são ?

– Dos nossos, são dez.

– E os outros ?

– Vinte homens.

– Queimem os corpos e limpem essa bagunça. Odeio sangue espalhado pela casa. – ele se levanta e sobe as escadas em direção ao seu quarto, logo ao entrar é recebido pelo cheiro de Liam, que está impregnado por todo lugar.

– Sinto sua falta, Ghost. – Leonid sussurra para si mesmo e esfrega os olhos. Estava realmente cansado.

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– Vá até esse endereço e o deixe lá. – Nikolas entrega um papel ao motorista, que apenas concorda com a cabeça. Ele dá uma última olhada em Liam, que devido ao cansaço acabou adormecendo no banco de trás.

– Você sabe o que fazer. Não decepcione o Sr. Petrov. – ele pisca e se fasta do veículo, que começa a se mover.

– Espero que tenha uma boa vida, Liam.