Capítulo 8

1 semana depois.

– Liam, esteja lá amanhã às dezenove horas. Entendeu ? – Nikolas fala ao celular enquanto põe uma das malas dentro do carro.

– Okay. – Liam desliga e deixa seu celular sobre a cama. Desde aquele dia ninguém voltou a observar seus passos e tudo estava calmo demais, como se estivesse chegando uma enorme tempestade.

– Não tenho um bom pressentimento sobre isso… – ele sussurra e

esse sentimento toma conta de sua mente, o deixando inquieto durante todo o dia.

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No dia seguinte, Liam foi até a mansão como combinado. Seu trabalho era pegar o dinheiro da venda e distribuí-lo em várias contas o mais rápido possível, mas ao chegar, o cenário era completamente caótico. Havia vários homens do lado de fora, que estavam nervosos e inquietos. Algo tinha dado errado.

– Jhon, o que está acontecendo ? – Liam o questiona ao ser recebido. Ele também parecia nervoso.

– O Sr. Petrov… não sabemos onde ele está! – o mordomo o responde e suspira. A preocupação era nítida em seu tom de voz, Jhon era um homem velho que não escondia seus sentimentos por trás de um falso sorriso. Vê-lo assim era um sinal claro de que tudo estava indo de mau a pior.

– Eu vou tentar entrar em contato com ele. Então vamos para a cozinha, você precisa se acalmar, Jhon! – Liam tenta acalmá-lo e o guia até a cozinha. Apesar de não ter nenhum tipo de simpatia por Leonid, não queria vê-lo morto, ainda haviam negócios que precisava tratar com ele.

Ao chegar na cozinha, Jhon prontamente se oferece para fazer café. Era o único jeito que sabia de consolar Liam, que agora parecia estar mais preocupado do que ele.

– O Sr. Petrov vai voltar logo, tenho certeza! – Jhon se senta ao lado de Liam e sorri de maneira gentil. Suas palavras o deixam mais tranquilo, porém ele ainda sente um nó se formando em sua garganta e seu peito sendo comprimido.

– Não tenho dúvidas em relação a isso. – Liam ri e toma um gole de café. Sabia que vasos ruins não se quebravam facilmente.

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Enquanto o tempo se passa, os homens caminham de um lado a outro, desesperados para descobrir o paradeiro de seu chefe. Em meio ao caos, o tempo se passa rapidamente até que às vinte e três horas um carro chega a mansão, de dentro dele sai Leonid, coberto de poeira, com seu terno rasgado e um pouco de sangue em seu rosto. Logo depois saem mais alguns homens que também estavam machucados, inclusive Nikolas, que estava ferido demais para caminhar sozinho e precisou ser carregado para dentro.

Ao ver o seu chefe retornando vivo, os homens vibram de alegria e pelo barulho do tumulto lá fora, Liam sabe que Leonid havia finalmente chegado. Ele corre em direção a porta e vê o Lobo Branco entrando, no mesmo instante o nó em sua garganta se desfaz e seu coração palpita como se fosse sair pela sua boca.

– Estou de volta, Liam. – Leonid abre seus braços e sorri, estava feliz por finalmente estar em casa, mas principalmente por poder vê-lo novamente. Liam suspira e caminha em sua direção, o encara em silêncio e bate em seu rosto com força suficiente para deixá-lo marcado.

– Tem noção do quanto estávamos preocupados ? Você sumiu durante horas e agora volta como se nada tivesse acontecido com esse sorriso idiota na sua cara. Você é um babaca egoísta, Leonid! – Liam grita e está realmente furioso pelo o que havia acontecido. Essa era a sua única forma de demonstrar preocupação.

Todos ao seu redor se calam e o silêncio toma conta do cômodo, eles estavam chocados demais para reagir, ninguém se atreveria a falar assim com o Lobo Branco, e muito menos bater em seu rosto.

– Liam, está tudo bem. Estou aqui agora! – Leonid o abraça e o segura firme em seus braços, no mesmo instante ele se acalma e não tenta reagir. O Lobo Branco estava ferido e cansado demais para discutir, não podia demonstrar fraqueza diante dos seus homens e deixá-los ainda mais preocupados.

– Está mais calmo agora ? Preciso subir e tomar banho. – Leonid encara seu rosto e sorri. Liam está tão surpreso por ter sido abraçado daquela forma ao invés de ser repreendido, que acabou ficando corado até as orelhas.

Após conter a raiva de Liam, Leonid ordena que Jhon cuide dos homens feridos e os alimente, logo depois sobe as escadas, indo em direção ao seu quarto.

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– Porra, não posso ficar aqui deitado enquanto aqueles filhos da puta estão comemorando. Preciso trabalhar! – Nikolas, assim como Leonid, era viciado em seu trabalho por isso sempre o fazia com perfeição, além de ser o braço direito do chefe. Mesmo ferido ele ainda pensa em trabalhar, não aguentava estar deitado na cama sem fazer nada.

– Pare de ser tão teimoso. Você e o Sr. Petrov são iguaizinhos! – Jhon fala enquanto tenta convencer Nikolas a continuar deitado, o que acaba sendo em vão. Ele se levanta e tenta caminhar até a porta, mas cai no meio do caminho.

– Daqui a pouco vou encontrar os dois mortos de tanto trabalhar! – Jhon suspira e o ajuda a levantar, em seguida o põe de volta na cama e continua tratando dos seus ferimentos.

– Ei, Jhon, acha que o Leo está bem ? Ele parecia péssimo enquanto estávamos no carro. – Nikolas o questiona preocupado.

– O Sr. Petrov é forte, mesmo que esteja machucado logo vai se recuperar. Não se preocupe muito por ele.

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– O que foi aquilo ? – Leonid sussurra para si mesmo ao se lembrar da expressão de Liam no momento em que o viu. Toda aquela angústia e preocupação em seu rosto faziam Leonid sentir um estranho aperto em seu peito, ele não entendia todo aquele misto de sentimentos.

– Ele estava preocupado comigo… – ele sussurra novamente e sorri. Mesmo sentindo seu peito ser comprimido ao vê-lo daquele jeito, Leonid estava feliz ao saber que Liam se preocupava. Isso o fez corar e seu coração bater como louco.

Leonid se perde em seus pensamentos, mas seu corpo dolorido logo o traz de volta à realidade. A água quente da banheira não o ajudava muito, já que ele está coberto por machucados, com vários hematomas pelo seu tronco e alguns cortes em seus braços. Leonid suspira e se sente cansado e frustrado, havia falhado.