Capítulo 32

ATENÇÃO!

ESSE CAPÍTULO PODE CONTER GATILHO!

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– Por que matou esse homem ? – Killian questiona enquanto lava as mãos de Lucian, com a ajuda de uma toalha úmida e um balde de água.

– Ele machucou alguém que eu amo. – Lucian responde e continua com seus olhos fixos no rosto de Killian, surpreso com o quanto seu rosto e sua voz pareciam maduras, como um verdadeiro adulto. O tempo passou mais rápido do que ele esperava.

– Acha que essa pessoa ficaria feliz ao saber o que você fez ? – ele molha a toalha no balde e logo depois torce o tecido, tirando o excesso.

– Provavelmente não, mas esse é o único jeito que eu conheço de resolver as coisas.

– Você parece alguém que teve uma vida difícil… – Killian suspira e franze o cenho, em seguida desliza a toalha gentilmente pela sua bochecha, limpando o sangue.

– Killian… – Lucian agarra seu pulso e o encara com um olhar aflito, o assustando.

– C-como você sabe o meu…

– É hora de se lembrar, Killian. – ele o interrompe e puxa Killian para perto do seu corpo, o beijando. No mesmo instante, Killian cai inconsciente em seus braços, devido ao choque de ter acessado todas aquelas memórias de repente.

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Após algumas horas, Killian abre seus olhos repentinamente e se levanta, logo uma enxurrada de lembranças invadem sua mente e as lágrimas começam a rolar pelo seu rosto. Um nó se forma em sua garganta, que fica entalada com todas aquelas sensações e sentimentos encontrados.

– Killian, como se sente ? – ele questiona preocupado ao vê-lo acordado.

– Lucian…? – Killian sussurra confuso, com a voz embargada, sentindo seu peito apertado. Todas aquelas lembranças eram algo difícil de assimilar.

– Oi, cordeirinho. – Lucian suspira e sorri. Era bom ouvi-lo chamar seu nome.

Killian continua o observando confuso e sem se dar conta, seu corpo se move sozinho, e ele avança sobre Lucian. Killian o segura pela gola da camisa e desfere um soco em seu rosto, depois outro, e mais um, até ver o sangue escorrer do seu nariz. Se sentia frustrado, irritado e magoado por ter sido abandonado daquela forma.

– Ah…! – ele se afasta de repente e olha para o seu punho, que está um pouco sujo de sangue.

– Satisfeito ? – Lucian sorri, com uma expressão tranquila.

– N-não! Eu não…

– Tudo bem, Killian. Eu mereci. – Lucian força um sorriso, mas está com um semblante triste em seu rosto. Já esperava que ele tivesse uma reação negativa.

– Lucian… – Killian sussurra e se inclina sobre ele, se agarrando ao seu corpo e afundando o rosto em seu pescoço.

– Shh… tudo bem. Olhe para mim. – Lucian fala enquanto acaricia seus cabelos. Killian se afasta e mesmo relutante, atende ao seu pedido. O encarando com os olhos marejados e avermelhados.

– Sei que te deixei esperando por muito tempo, mas peço que me perdoe. Precisei resolver muitas coisas e isso me tomou bastante tempo. – ele segura seu rosto com as duas mãos e sorri. Mesmo ocupado, Lucian sempre pensava em Killian, mas não podia ir vê-lo até que tudo estivesse resolvido.

– E-eu sempre senti que faltava alguma coisa, e era você… – Killian respira fundo, tentando se acalmar, e agarra seus pulsos. Sentir seu toque depois de tanto tempo era reconfortante.

– Mesmo quando não me lembrava de você, sentia sua falta… – ele sorri com um olhar amoroso e aproxima seu rosto, apoiando sua testa na dele.

– Eu te amo… – Lucian sorri, sentindo seu coração palpitar. Ouvi-lo dizer aquelas palavras o deixava tão feliz, que parecia errado.

Killian acaba ficando corado ao ouvi-lo, nunca imaginou que seria tão vergonhoso se declarar daquela forma. Mas deixando sua timidez de lado, ele apoia suas mãos sobre o peitoral de Lucian e não consegue tirar os olhos da boca dele. Queria desesperadamente beijá-lo.

– Lucian… – ele sussurra, se sentindo inquieto. Lucian sorri e o beija, entrelaçando sua língua com a dele, o provocando.

Enquanto o beija, ele o envolve em seus braços e desliza os dedos pelas suas costas, fazendo sua pele arrepiar e seu corpo estremecer.

– Hm… Lucian! – Killian murmura e o encara com um olhar luxurioso.

– Porra… – Lucian resmunga e suspira. Não tinha a intenção de fazer aquele tipo de coisa, mas ver o seu rostinho corado e ouvir sua voz aveludada chamando o seu nome, o fazia perder a cabeça.

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– Dormindo ? – Lucian questiona enquanto acaricia suas costas.

– Não… não quero dormir.

– Por que ?

– Tenho medo de você sumir de novo. – Killian sussurra e se agarra ao seu corpo com força.

– Killian. – Lucian suspira e se levanta, se sentando na cama de frente para ele.

– Precisamos conversar sobre algumas coisas.

– Sobre o que ? – Killian também se senta e o observa ansioso.

– Você confia em mim ?

– Confio. – ele responde rapidamente, sem demonstrar hesitação.

– Feche seus olhos. – Lucian acaricia seu rosto e sorri. Sem questionar, Killian fecha seus olhos e espera até que ele peça para abri-los.

– Abra os olhos. – ele fala alguns segundos depois e ao abrir seus olhos, Killian se surpreende ao ver seu rosto. Lucian finalmente havia lhe mostrado a verdade, o colocando entre a cruz e a espada. Se escolhesse fugir, ele o deixaria, mas se o acolhesse, entregaria seu coração.

Por alguns segundos extremamente incômodos, Killian fica em silêncio o observando com os olhos arregalados. O rosto de Lucian tinha um aspecto de pele queimada, com olhos negros e um forte cheiro de carne podre. Não se parecia em nada com o homem que estava na sua frente há pouco tempo, exceto pelo olhar esperançoso, desesperado por uma resposta.

– Diga alguma coisa, por favor… – ele murmura ansioso. Já estava preparado para uma reação negativa, ou milhares de perguntas, mas não esperava seu silêncio.

– Obrigado por confiar em mim. – Killian fala sorridente e toca seu rosto. Não sentia medo e nem duvidava do que via, seu amor por Lucian era tão forte e real, que nada daquilo importava. Desde que estivessem juntos, ele sentia que poderia superar tudo.

– Não quer me perguntar nada ? – Lucian questiona curioso.

– Sobre o que ? A igreja sempre nos fez acreditar que o Diabo existe e agora ele está parado bem na minha frente, com um olhar de cachorrinho. – ele ri e beija o canto da sua boca.

– Só esqueceram de me dizer, que ele seria o homem mais doce e carinhoso que eu poderia conhecer. – Killian sussurra e segura seu rosto com as duas mãos, o observando com um sorrisinho gentil em seus lábios.

– Venha comigo. – Lucian sorri e segura seu pulso direito, beijando a palma da sua mão.

– Sim… – ele concorda imediatamente. Não importava para onde iam, só não queria ficar sozinho de novo.

– Você nem sabe para onde vamos! – Lucian ri.

– Isso importa ? Qualquer lugar é bom com você, até mesmo o inferno. – Killian fala de forma gentil e beija o canto da sua boca. Lucian fica surpreso, o encarando com os olhos arregalados, mas logo acaba rindo.

– Sim, tem razão!

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– Está com medo ? – Lucian o questiona.

– Não. – Killian responde rapidamente e sorri.

– Feche seus olhos. Prometo que não sentirá nada. – ele se aproxima e põe a corda em volta do seu pescoço.

– Quando eu abrir os olhos, você vai estar lá, não é ? – Killian o encara aflito. Não se importava com a dor, só queria estar com ele.

– Sim, meu rosto será a primeira coisa que verá. – Lucian sorri e beija sua testa.

– Certo… – ele sussurra e puxa a cadeira de madeira, em seguida sobe em cima do assento e fecha seus olhos.

Killian respira fundo e se aproxima da borda do assento, em um movimento rápido, ele usa seus pés para afastar o móvel e deixa que seu corpo caia, sendo suspendido somente pela corda em seu pescoço.

Logo o fluxo de ar é cortado e seu corpo entra em colapso, se debatendo enquanto morre lentamente. Como prometido, ele não sente nada e tudo está silencioso. De repente, Killian para de se debater e tudo acaba. Seu corpo físico não tinha mais vida.