e296854b248d749858a087ed019e4a43

PELE DE JADE

Capítulo 2

  1. Home
  2. All Mangas
  3. PELE DE JADE
  4. Capítulo 2
Anterior
🟡 Em breve
Quer o físico desta história? Assine a petição꒰⁠⑅⁠ᵕ⁠༚⁠ᵕ⁠꒱⁠˖⁠♡

Volume 1

 

 

    Capítulo 2: Encontro Fatal

 

 

O mais novo homem transmigrado costumava pensar que a vida era uma constante luta sem fim. Seria muito melhor deixar os problemas para trás ao ser teletransportado para o roteiro de alguma história, fadado a ter novas aventuras e desafios em outro mundo. Mas, não conhecer a identidade do personagem que possuiria e não ter informações do lugar do qual não poderia partir, seria grandes obstáculos a serem superados. Ao despertar como uma nova pessoa, e se deparar com molestos impensáveis, a primeira missão dada a ele fora caçar dois míseros taéis de prata e não trezentos[1], sendo que o primordial seria descobrir tudo sobre a nova identidade que possuía através do ancião, seu único conhecido por enquanto. Para tal coisa, seria necessário se abdicar do desejo de querer retrair-se dentro de uma concha vazia e continuar agindo de acordo com as vontades do ancião.

 

 

Era melhor viver ajoelhado, do que morrer em pé!

 

 

– Maldição, este monge bastardo deve ter fugido para os confins da terra – Palavras de cunhos agressivos deixavam a boca dele azeda. – Buda estaria decepcionado.

 

 

Rumo ao Norte Alquimista, os últimos raios de sol saltavam de trás das montanhas há duas léguas de distância e se esticaram para conseguir tocar sua pele. O crepúsculo alaranjado marcou o início súbito da garoa, como bendição capaz de ensopar cada li[2] do solo quebradiço, fazendo a coloração acinzentada desaparecer. O espesso nevoeiro cercou um por um dos eucaliptos e pinheiros, dando-lhes aspectos assombrosos e deixando-os ocultos de vistas humanas. Das muitas poças de lama superficiais que se formaram em formatos circulares, três foram pisadas por ele, chegando a tingir de marrom o pano branco do par antiquado de botas bordadas com nuvens de feltro. O chuvisco fizera a túnica verde-clara e o manto fino que usava encharcar-se camada por camada, até umedecer todo o linho de má qualidade e alcançar o corpo coberto de hematomas arroxeados, e ensopa-lo. E como se para atrapalhar o campo de visão dele, o cabelo castanho pregara-lhe na face abatida quando a brisa fria o arrastou, fazendo dos fios finos, chicotes de couro nada maleáveis num voo cheio de vigorosidade diante dos olhos turvos.

 

 

Manquejando e espirrando pela trilha já côncava depois de tantos vestígios de pegadas, sem levar em consideração os pés que tanto doíam pela corrida, vira uma figura alta surgir no cotovelo da estrada límpida, caminhando de encontro a ele.

 

 

Só poderia se tratar do tal monge!

 

 

– Ei, bastardo, venha aqui! – vociferou.

 

 

Ele diligenciou-se ao correr em um disparate de passos desajeitados por conta da adrenalina dominadora. Quem poderia imaginar que os pés dançariam com a lama e o corpo dele fosse perder o equilíbrio, indo de encontro com o chão enlameado, quase comendo-o? Se levantando num só segundo, tentou remover a massa embolada do rosto com as mãos, mas isso só fez com que a lama se espalhasse ainda mais, preenchendo cada parte outrora limpa.

 

 

A fragrância almiscarada de pinho e geada desaparecera, restando apenas o cheiro de terra molhada.

 

 

Estando cessado a caminhada de súbito, a figura ficara há pouco mais de três metros de distância dele, observando a lamentável situação enquanto permanecia impassível; seus olhos de águia-real eram desprovidos de calor, não tendo resquícios de brilho e nem de simpatia pelo azarado. Além da frieza que emanava, havia também os movimentos que faziam-o parecer suspeito, quando movera a mão e tirou da manga esvoaçante esquerda[3] dois papéis amarelados de arroz, que possuíam o símbolo Yin-Yang desenhados com cinábrio no centro. E os lançando carregados com energia espiritual ao vento uivante, deixou as pontas dos dedos se tocaram de leve em formato de triângulo e vira os Talismãs Elementais[4] vagaram errantes, até tomarem rumo a partir dos selos de mão feitos e girarem em espiral em torno do estorvo que bloqueava a passagem, sugando cada gotícula de água e acúmulo de lama da túnica verde-claro.

 

 

Feitiçaria?

 

 

Nem nos mais insanos sonhos que Shen Shining já tivera, tal conjunto de ações havia surgido. Quando se deixava ser levado pela imaginação fértil que tinha, mal fantasiava com magia ou cultivo espiritual e demoníaco, só podendo ser guiado por sonhos onde era um artista marcial cheio de si, não tolerando ser derrotado por nada e nem ninguém, que jamais caía em desgraça e vivia em glória e explendor.

 

 

Ter vivido vinte e três no século da tecnologia, onde a ciência dominava, deixou-o crente de que o sobrenatural não tinha vez. Como ele poderia ir contra o fluxo de ideais e cogitar a possibilidade de algum dia presenciar do que a magia era capaz? A surpresa que tivera poderia transbordar o rio Nilo e submergir toda a Península Somali no nível de Atlântida. E ainda que o persistente medo de fracassar na missão dada pelo ancião não conseguisse distraí-lo de seu real objetivo ali, a admiração não o deixava pensar direito. Saber que encontrava-se num mundo de feiticeiros com habilidades nada científicas o animou tanto, causando-lhe diversas reações positivas e sendo capaz de arrancar-lhe um sorriso genuíno dos lábios; o que desbaratinou a outra parte, fazendo-o se afastar.

 

 

– Oi – Shen Shining começou a todos sorrisos. Tendo avançando alguns passos instáveis e encurtando a distância que o separava do desconhecido, notou quão alto ele era. – Agradeço pela generosidade que teve.

 

 

Querendo cumprimentá-lo num aperto de mão, estendeu-a perpendicular ao braço dele. E sendo ignorado, especulou:

 

 

– O quê há de errado? – Olhou-o de cima a baixo. – É porque a minha mão está suja com terra?

 

 

Compreendia-se só pelo fato do hanfu azul-marinho de alta qualidade que usava estar limpo, sem delineamentos de terra até na bainha dobrada e sem umidade por conta do chuvisco passageiro, o quanto ele valorizava a limpeza e prezava pela a remoção da sujidade de qualquer pessoa. Sem demonstrar que o estorvo não se tratava de um caso único, fez uso de palavras rudes para ludibriá-lo:

 

 

– Conversa sem propósito – E ameaçou partir. – Saia do caminho.

 

 

A figura circunspecta tratava-se de um jovem esbelto, de semblante com traços proeminentes e singulares, capazes de capturar a atenção de qualquer jovem dama com bons olhos. A juventude permanecia radiante nas áreas situadas sob as sobrancelhas em formato de espadas em riste, até a extensão incolor dos lábios finos e a pele firme exposta na região do pescoço, similar a um jade encantador que faria qualquer pessoa lançar miradas obscenas sobre ele. E embora carregasse um embrulho nas costas largas, como se algo pontudo estivesse sendo protegido ao ser coberto por panos de seda brancos e isento de poeira, não afetava em nada a aparência elegante que portava.

 

 

Ao acabar reparando muito nas madeixas pretas dele, que estavam soltas atrás das costas, caindo reto até a cintura vigorosa, Shen Shining pôde entender mais sobre aquele mundo. Assim como aquela pessoa, o personagem que ele possuía também tinha madeixas longas — o que fora considerado símbolo de masculinidade no tempo da onça. Na época atual, eles estavam vivendo em tempos remotos, onde cortar o cabelo significaria perder sua honra como homem. E aquele jovem guerreiro viril diante dele parecia ter muito orgulho de sua juba sedosa, pois havia até mesmo uma mecha fina trançada na lateral da cabeça, pousada no ombros direito, similar aos penteados dos vikings e dos homens da Dinastia Ming.

 

 

Espere! O jovem possuía cabelos compridos? Mas monges budistas eram, respeitosamente dizendo, calvos!

 

 

– Puxa vida – Shen Shining engoliu em seco algumas vezes e o fitou. – Não me diga que você não é o caloteiro que está devendo dois taéis de prata para um senhor ranzinza.

 

 

– Não sou. – A expressão dele se contorcera com o dito.

 

 

– Espero que possa perdoar o erro deste pobre tolo – Quis questioná-lo uma última vez, pretendendo retirar-se o mais rápido possível por perceber que a aura dele não era nada agradável: – Viu alguém careca passar por você em sua trajetória na floresta?

 

 

– Sim, um monge.

 

 

– Por favor, mostre-me a trilha dele!

 

 

– Nenhuma trilha foi formada até o momento porque ele caiu – Dando nada além de respostas artificiais, continuou retoricamente: – E está deitado atrás do castanheiro.

 

 

A todo vapor, o outro questionava:

 

 

– Por que ele caiu? Poderia o monge budista ter sofrido um ataque cardíaco e morrido depois de não pagar as duas despesas que tinha? Longe estou de desejar tal infortúnio, mas isso não seria as divindades fazendo justiça?

 

 

O jovem diante dele mal esboçava reações no semblante inexpressivo e resmungou com antipatia, procurando se esquivar das outras duas perguntas:

 

 

– O monge desmaiou quando eu atingi o rosto dele com os meus punhos.

 

 

Shen Shining prendeu a respiração de repente e escolhera ficar estático. Nem mesmo quis piscar aguardando a morte lhe acalentar o coração pouco corajoso outra vez, e reteve a vontade de choramingar lamentos consternados, de fazer demônios sentirem piedade. Pensando que ao menos ser assassinado seria uma morte mais honrada do que comer pizza envenenada, não objetou contra aquele jovem, que, o vendo nesse estado, retirou-se de cabeça erguida, rumo ao único castanheiro-manso que ali vivia prosperando. Não demorando muito em seu retorno, colocou as mãos abertas na frente do tolo e lhe disse sem severidade alguma:

 

 

– Os taéis.

 

 

No centro das palmas em conchas estavam dois taéis frios de prata em formato de barco veleiro, dos quais ele tratou de entregar sem fazer cerimônias a quem mais os queria. E mal querendo olhá-lo, partiu para continuar com o antigo trajeto que trilhava e escutou-o soltar todo o ar que estava segurando pelo medo que sentiu envolvê-lo num nó boca de lobo. Mas ter a riqueza em pose não aliviou a tensão de Shen Shining. Concluir a primeira missão que lhe fora dada não significava nada diante do novo problema que havia arrumado: como retornar a residência do ancião?

 

 

– Espere! – Sem muito pensar, virou-se e berrou em busca de cessar a ida do jovem. Vendo que funcionou, emendou sendo modesto: – Não quero abusar de sua gentileza, mas você saberia me informar a localização de uma residência com dois andares? Ela me parece atrair muitas pessoas.

 

 

– Está referindo-se ao chalé do Mestre do Chá?

 

 

A palavra “Chá” fez com que a mente dele se recordasse das pessoas que estavam no salão quando o ancião o carregava. Elas pareciam estar bebericando algo de cheiro doce, sendo de fragrância similar ao chá preto feito a partir da Camellia Sinensis!

 

 

– Sim, eu com certeza trabalho lá! – Alegrou-se num átomo de segundo. – Minha memória é ruim e eu não me recordo do caminho para chegar até a minha residência…

 

 

– Sua residência? – Essas palavras saíram entredentes da boca do jovem e, a atmosfera que já estava ruim, pareceu piorar. – O senhor é o Mestre do Chá?

 

 

– Eu sou? – Para si realmente fora uma pergunta, mas acabou soando como uma afirmação. – E não me chame de senhor – clamou com ira. – Eu não sou tão velho assim!

 

 

A conversa cessou sem menção de retornar, até o jovem voltar a andar.

 

 

– Estou indo até o chalé – Enfim disse. – Se quiser me acompanhar, fique a três passos de distância pelo menos.

 

 

Sem querer protestar por conta da restrição sem cabimento e estranha, Shen Shining pôs-se a segui-lo sem pestanejar. De bom grado mantendo uma distância confortável para ambos. No meio do caminho desafiador, onde o chuvisco já havia sido arrastado para o sudeste, os pés dele passaram a se esforçar ao máximo para tentar alcançar a velocidade do jovem. No entanto, assim que conseguisse esse árduo feito, o espaço entre os dois aumentava significativamente; de novo e outra vez. Era como encher um balde furado, e Shen Shining só pôde desistir, aceitando que não era ele quem estava ocasionando aquilo.

 

 

Numa lonjura de cinco metros, avistaram o chalé de dois andares provido de graça e harmonia — o externo merecia os elogios, já o interno não deveria receber tanta atenção, caso contrário, seria possível encontrar as falhas que tinha. Os cochichos de conversas podiam ser escutados mesmo de longe e a melodia partida do guqin sussurrava por cima, fazendo do som o mais digno dos entretenimentos. Da chaminé improvisada por um tronco curvilíneo de árvore, o fio delgado de fumaça nunca sobresteve, denotando que água ainda estava sendo fervida para a preparação do chá.

 

 

Quando alguém abrira a porta do lado de dentro do chalé sem hesitar, as conversas dos clientes foram interrompidas pelo rangido da madeira decrépita e olhares maliciosos se voltaram para o ancião. Ele arregaçou de maneira violenta as mangas esvoaçantes verdes e saiu pisando fundo.

 

 

– Shen Lian, você retornou mais cedo do que o esperado! – Riu alto. – Vamos lá, me entregue os taéis de prata.

 

 

Vendo-o sair em busca dele, Shen Shining encolhera os ombros tensos e correu para se esconder atrás da pessoa que acabara de conhecer.

 

 

– O que o Mestre do Chá está fazendo? – questionou o jovem, reprimindo violentamente um gesto de confusão.

 

 

A resposta não tardou a chegar:

 

 

– Ele vai me bater, me acertar, me chutar, me espancar.

 

 

O jovem o ignorou e continuou seguindo a rota planejada sem mostrar sinais de se importar com o tolo atrás dele, usando-o como escudo humano. E ainda que não se visse um vislumbre de preocupação em seu semblante, poderia tirar a conclusão de que havia tal sentimento obscurecendo o autocontrole que tinha, ocasionando-lhe curiosidade.

 

 

– Você? – Ao alcançá-los, o corpo do ancião ficara rígido.

 

 

Querendo aproveitar o estado de estupor em que ele se encontrava, Shen Shining agiu rápido e pousou os taéis de prata nas mãos enrugado dele.

 

 

– Aqui, missão cumprida.

 

 

– Por que está sorrindo? Você não fez mais que a sua obrigação – O ancião lhe olhou indiferente. – Vamos até a cozinha preparar o chá para o cliente recém-chegado.

 

 

Ele agarrou com força excessiva os ombros de Shen Shining e o levou consigo para dentro do chalé. O jovem os seguiu até certo ponto e, adentrando no salão, procurou o lugar mais afastado dentre os clientes para que pudesse se sentar.

 

 

– Você conhece a identidade daquele que trouxe? – O ancião fechara a porta da cozinha assim que o levado passara pela soleira com os pés tensos. – Shen Lian, você acabou de trazer o lobo faminto para a toca!

 

 

Shen Shining não compreendeu a metáfora, tampouco deu indícios de querer também. Afinal, quando ele começaria a apanhar?

 

 

– Você trouxe até a minha residência o maldito que planeja matar o seu irmão mais velho! – alardeou o ancião. – Esse bastardo de sobrenome Yin está com sangue nos olhos, transbordando de intenção assassina e planejando uma chacina em Chang’an! Você precisa fazer o possível e o impossível para que ele não encontre Shen Feng e o mate!

 

 

– Não sou forte o suficiente; não sei lutar e nem tenho coragem para tal coisa – O outro empalidecera. – Me diga, o que diabos eu poderia fazer contra alguém como ele?

 

 

– Tente envenená-lo com cicuta durante uma conversa ou assassiná-lo quando ele cair no sono. Escolha o método! Falhe miseravelmente, e eu juro que o matarei com minhas próprias mãos! – Lhe fora respondido com hostilidade. – Irei buscar o frasco de veneno no andar de cima. Fique na retaguarda daquele maldito bastardo e não o deixe partir.

 

 

– Não irei envenená-lo. É doloroso! – disse por experiência própria. – Posso retardar a chegada dele em Chang’an para que o filho mais velho do senhor consiga fugir para as montanhas – Um tom trêmulo infiltrou-se nas cordas vocais de Shen Shining, surpreendendo-o. – Mas eu não ousarei machucar ninguém, muito menos aquele jovem!

 

 

– Já é o suficiente – Não houve objeção. – Irei escrever uma carta para que Na-Yiongli entregue a Shen Feng, enquanto você fica com a parte mais fácil do plano.

 

 

Sem mais delongas, o ancião atravessou a soleira da porta soltando fogo pelas orelhas que possuía e vociferou:

 

 

– Shen Lian, traga o chá do cliente logo!

 

 

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

 

Trezentos: “Não há trezentos taéis de prata aqui” vem de uma história de um homem que enterrou 300 taéis de prata no chão ao lado de uma placa que dizia “Não há trezentos taéis de prata enterrados aqui” para que ninguém os roubasse. Seu vizinho, Wang Er, viu a mentira e desenterrou o dinheiro, deixando a placa “o vizinho Wang Er não roubou a prata.”

 

 

Li: unidade de medida chinês.

 

 

Mangas Esvoaçantes: manga longa e bem aberta de um hanfu ou túnica que pode armazenar objetos pequenos e médios sem que eles caiam ou se percam. Tem quarenta centímetros de comprimento e pode ser usado para guardar chaves, dinheiros ou adagas. At

 

é mesmo comidas secas e roupas.

 

 

Talismãs Elementais: pequenos papéis com proporções mágicas que podem invocar fogo, ar, água e vento.

Comentários no capítulo "Capítulo 2"

COMENTÁRIOS

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*

*

Capítulo 2
Fonts
Text size
AA
Background

PELE DE JADE

9.3K Views 19 Subscribers

– “Há apenas uma única ação tola, capaz de gerar uma grande consequência do que, um dia, alguém julgou ser uma boa escolha.” – ditou o pai,...

Chapters

  • Capítulo 19
  • Capítulo 18
  • Capítulo 17
  • Capítulo 16
  • Capítulo 15
  • Capítulo 14
  • Capítulo 13
  • Capítulo 12
  • Capítulo 11
  • Capítulo 10
  • Capítulo 9
  • Capítulo 8
  • Capítulo 7
  • Capítulo 6
  • Capítulo 5
  • Capítulo 4
  • Capítulo 3
  • Capítulo 2
  • Capítulo 1
  • Capítulo 0
  • Aviso

Login

Perdeu sua senha?

← Voltar BL Novels

Assinar

Registre-Se Para Este Site.

De registo em | Perdeu sua senha?

← Voltar BL Novels

Perdeu sua senha?

Por favor, digite seu nome de usuário ou endereço de e-mail. Você receberá um link para criar uma nova senha via e-mail.

← VoltarBL Novels