Capítulo 5 - Fim
10:00 horas da manhã.
Oliver abre seus olhos lentamente e apesar de estar um pouco confuso, nota rapidamente que já não está mais na floresta.
– Bru…ce. – ele murmura com dificuldade e tenta se levantar, mas por algum motivo seus membros estão dormentes e não se mexem.
– Oliver! – sua mãe se aproxima com lágrimas em seus olhos e toca seu rosto. Estava feliz por vê-lo acordado.
– Bruce… – ele murmura novamente. A mulher o encara confusa, mas acaba ignorando por achar ser apenas confusão mental.
– Enfermeira! – ela a chama animada.
– Está tudo bem, querido! Está tudo bem! – a mulher afirma com um largo sorriso em seu rosto. Oliver a encara, mas não consegue ouvir bem suas palavras e nem entender o que de fato estava acontecendo, sua única preocupação eram Willow e Bruce.
– Vou chamar o médico, espere aqui por favor. – uma uma mulher de cabelos negros se aproxima, mas logo depois sai do quarto apressada e rapidamente some nos corredores. A mãe de Oliver se senta ao seu lado na cama e segura sua mão.
– Que bom que acordou… – ela murmura enquanto sorri.
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13:00 horas da tarde.
– Como se sente ? – sua mãe acaricia seu rosto. Não saiu de perto dele desde que acordou.
– Bem, só um pouco sonolento ainda… – ele suspira, mas logo depois finge um sorriso de “tudo bem”. Não queria preocupa-la.
– Que bom, estou tão aliviada. Você dormiu por dois dias!
– Como eu cheguei aqui ? – Oliver se esforça para se lembrar do que aconteceu após o disparo, mas sua memória está confusa.
– Um morador te achou inconsciente em uma trilha. Você teve muita sorte, Oliver.
– Entendi… – ele murmura.
– Com licença! – um homem jovem e de boa aparência bate na porta do quarto.
– Sim ? – a mulher questiona.
– Eu sou o Detetive Simon.
– O que ? Por quê está aqui ? Meu filho não fez nada! – a mulher se levanta da cama de repente e esbraveja.
– Mãe, tudo bem. – Oliver segura sua mão e tenta acalmá-la. Também estava surpreso com a situação, mas já era algo esperado. Um homem morto e um ferido com certeza despertariam a curiosidade da polícia.
– Certo, vou esperar lá fora! – ela beija sua testa e sai logo depois.
– Como se sente, Oliver ? – Simon fala de forma simpática e puxa uma cadeira, se sentando próximo a cama.
– Bem. – ele força um sorriso, mas por dentro está em pânico. Como iria explicar o que de fato aconteceu ?
– Pode responder algumas perguntas ?
– Claro!
– O que aconteceu, Oliver ?
– Eu fiquei sozinho na floresta e depois de uns dias comecei a ouvi alguns barulhos estranhos…
– Quais barulhos ? Descreva. – Simon interrompe e tira seu bloco de notas do bolso do seu casaco.
– Tiros, barulhos como choro de animais…
– Entendo. Pode me dizer como acabou se machucando ?
– Eu estava caminhando pela floresta, tomando um ar, quando ouvi alguém gritar. Eu fui até lá e vi um homem recostado em uma árvore, com o braço machucado. Ele estava sendo encurralado por um urso polar.
– Tem certeza disso ? Ursos polares não costumam andar por aquela área.
– Tenho. – Oliver afirma com confiança.
– Certo…
– Eu tentei ajudá-lo espantando o urso, mas o homem atirou e me acertou.
– Você tentou enfrentar o urso ? – Simon tenta conter a risada e escreve algo em seu bloco de notas.
– Eu estava em pânico, não podia deixá-lo morrer ali! Foi a melhor ideia que tive naquele momento…
– O homem que viu era esse ? – ele tira uma fotografia do bolso do seu casaco e o mostra.
– Sim.
– Essa foi a única pessoa com quem teve contato no período em que esteve na floresta ?
– Sim. Por que está perguntando isso ?
– Nós encontramos dois corpos na floresta. Os dois estavam bem próximos a sua cabana. – Simon tira outra fotografia do bolso do casaco e lhe entrega. Oliver se surpreende ao ver a foto da outra vítima.
– C-como ele morreu ? – ele o questiona com a voz trêmula, com medo de sua resposta.
– Oficialmente, foi considerado um ataque animal, mas para mim não parece ser isso.
– En-entendo! – Oliver murmura rezando para que Bruce não tenha nada a ver com isso.
– Bom, isso é tudo por agora… – Simon suspira e se levanta.
– Eu sou um suspeito ? – Oliver questiona ansioso.
– No momento, sim. Mas isso é apenas um dos procedimentos comuns, até confirmamos o que de fato aconteceu. – ele tenta acalmá-lo.
– Espero que tenha uma boa recuperação, Oliver! – Simon força um sorriso gentil e sai logo depois.
– O que você fez, Bruce…? – ele sussurra e suspira. Não podia acreditar que o seu adorável urso havia matado um homem.
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03:00 horas da noite.
Oliver abre seus olhos de repente ao sentir uma brisa fria em seu rosto.
– O que…? – ele murmura e está um pouco confuso.
– Ei dorminhoco, é hora de acordar! – Bruce, que está parado próximo a cama do hospital, sorri alegremente.
– Bruce ? – Oliver o encara com os olhos arregalados.
– Você tá falando!
– Eu sempre falei, mas você não podia me entender! – ele ri, sua surpresa era adorável.
– Como você chegou até aqui ?
– Apenas entrei. – Bruce se aproxima e se inclina para frente, deixando seu rosto próximo ao de Oliver.
– Está bem ? – ele sussurra e desliza sua mão esquerda pelo abdômen de Oliver, que se encolhe ao sentir seu toque e fica corado.
– Sim, eu estou… – Oliver envolve seus braços ao redor do seu pescoço e o puxa para mais perto, o beijando. Pela primeira vez desde que acordou, estava se sentindo realmente bem.
– Que bom. Eu tive que esperar por dois dias… – Bruce sorri e acaricia seus cabelos.
– Ficou aqui todo esse tempo ?
– Sim, eu nunca deixaria você, Oliver.
– Obrigado… – ele o abraça com mais força. Sentiu tanto medo de não vê-lo novamente que agora não podia mais solta-lo.
– Oliver, eu quero te perguntar uma coisa.
– Algum problema ? – Oliver toca seu rosto e o encara ansioso.
– Você aceitaria vir comigo para a floresta ? Viveríamos juntos… – Bruce segura sua mão e beija a palma dela. Seu calor reconfortante se espalhando por seus lábios o deixava mais tranquilo.
– Sim, eu aceito! – Oliver responde entusiasmado.
– Você entende o que isso significa, não é ? Vir comigo e deixar tudo… – ele hesita por um instante, com medo de que Oliver se negasse.
– Eu entendo, Bruce. Mas não quero deixar você! – Oliver lhe mostra um largo sorriso e o beija mais uma vez.
– Que alívio… – Bruce suspira e seu rosto pálido ganha um tom de vermelho que se estende até suas orelhas.
– Eu te amo, seu idiota! – Oliver dá risada e aperta suas bochechas. Continuava adorável.
– Você… me ama ? – Bruce o encara com os olhos arregalados.
– É claro que sim!
– Isso me deixa tão feliz… – ele sussurra um pouco tímido.
– Tão fofo! – Oliver o beija mais uma vez. Não conseguia resistir.
– Isso não… – Bruce recua envergonhado.
– Nós podemos ir agora ? Eu não quero ter que esperar mais. – Oliver o encara com um olhar luxurioso enquanto acaricia seu rosto.
– Sim. – Bruce se afasta e estende sua mão para Oliver, que a segura sem hesitar e se levanta rapidamente.
– Nossa… – ele murmura surpreso.
– Tudo bem ?
– Sim, me sinto ótimo! – Oliver o abraça e lhe dá um beijo rápido, em seguida segura firme em sua mão. Estava finalmente pronto para ir.
– Ótimo, então vamos embora! – Bruce sorri confiante e estende sua mão em direção a parede, lentamente uma esfera de luz se forma e começa a crescer.
– Ah! Espera! – Oliver recua.
– O que foi ?
– A Willow!
– Não se preocupe, vamos encontra-la daqui uns dias. Seus pais ainda precisam dela. – Bruce beija o topo de sua cabeça.
– Entendo… – Oliver fala um pouco tristonho e volta seu olhar para a mulher adormecida ao lado de sua cama. Sabia que estava sendo egoísta, mas não se imaginava vivendo longe dele.
Bruce o guia em direção ao portal, que exala uma brisa fria e aconchegante, além do cheiro de árvores e o barulho de água corrente. Eles atravessam e ao abrir seus olhos, Oliver está de volta na floresta, mais especificamente em frente a cabana do seu avô. Ele sorri alegremente e se agarra ao corpo de Bruce, que o segura firme.
– Você vai me contar tudo agora, não é ? – Oliver sussurra próximo ao seu ouvido.
– Sim. – Bruce o pega em seu colo de repente e caminha para dentro da cabana. Havia muita coisa para contar.
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Polar
Oliver, um maluco por tecnicas de sobrevivência, acaba tendo que cuidar da cabana de seu avô após ele ser internado.
Entusiasmado para pôr suas técnicas a prova, ele não pensa duas...