Capítulo 41: A estrada para Virinum II
Algumas semanas se passaram. Tivemos a oportunidade de acampar na natureza selvagem. Visitamos vários pequenos vilarejos e ajudar com qualquer problema que eles pudessem ter. Em algumas ocasiões, os problemas envolviam animais que estavam causando problemas para a população de gado local. Às vezes, o problema era mais do tipo interno, para acalmar uma discussão antes que ela pudesse se transformar em algo mais sério, antes que se transformasse em uma disputa de sangue entre gerações. Nos se encontramos com alguns outros viajantes, entrando e saindo conforme o tempo permitia. Artêmis continuou a me desafiar de maneiras que me ajudaram a ficar mais forte e em forma. Eu sempre fui capaz de correr por horas, mas agora estava aprendendo a confiar em minhas próprias habilidades e em meu corpo, em vez de apenas em minhas capacidades. O equinócio de outono chegou e passou, e a única mudança perceptível foi um leve aumento nas chuvas. Eu sempre gostei de climas quentes. Estávamos nos aproximando de Virinum, acampando em uma floresta modesta. Passei meu prato para Kallisto, que ainda estava no serviço de lavar pratos, e me reclinei, olhando para as estrelas. Elas eram realmente magníficas. Não importava onde eu estivesse na Terra, a poluição luminosa tornava difícil apreciar o céu noturno em toda a sua glória. Embora houvesse imagens do céu, nada se comparava à experiência de contemplar o céu noturno em seu esplendor intocado. Um a um, todos os outros terminaram seus pratos, e os entregaram a Kallisto, que, com um resmungo bem-humorado, os aceitou.
— Ei, Elaine
Começou Arthur, tirando um cogumelo de sua bolsa. Eu me sentei ereta, minha expressão se iluminou. Estava na hora da aula! Inclinei-me para frente, ansiosa para aprender.
— O que é esse cogumelo?
Perguntei, parando para observá-lo de perto. Parecia ser de cor azul-petróleo, com pequenas manchas de cor salmão espalhadas por toda parte.
— É um cogumelo completo.
Disse ele, passando-o para mim. Eu o segurei na mão, sentindo um formigamento sutil que começou nos dedos e se espalhou gradualmente pela palma.
— Esta formigando.
Arrisquei, Me virando para um lado e para o outro para ver melhor à luz do fogo.
— Acredito que sim
Respondeu Arthur, sem se comprometer de uma forma ou de outra.
— Posso saber por que ele é chamado de cogumelo completo?
Perguntei meio curiosa. Um nome como esse certamente deve ter uma história por trás.
— É chamado de cogumelo cheio porque se você o comer, ficará cheio para o resto da vida!
Ele jogou a cabeça para trás e riu muito de alguma piada que não entendi. A partir disso, percebi que esse cogumelo tinha um grande poder mágico. Será que eu nunca mais precisaria comer? Nunca mais precisaria me preocupar com comida? Eu provavelmente ainda poderia comer, nada me faria desistir das mangas, mas não precisar comer? Achei que era uma boa ideia. Eu a comi. Inclinei a cabeça para trás, jogando gentilmente o cogumelo em minha boca. O braço de Julius se moveu rapidamente sobre o meu, mais rápido do que uma cobra atacando, fazendo com que eu perdesse o equilíbrio e caísse da correnteza. Senti uma dor súbita e intensa ao atingir o chão e pude ver estrelas.
— Idiota.
Disse Orígenes. Fiquei surpreso com a força de suas palavras, especialmente como um insulto. Voltei a me sentar, esfregando a cabeça. Arthur parecia estar de bom humor.
— Arthur! Isso não é engraçado
Disse Julius, com uma voz firme, mas não rude.
— Elaine, você realmente precisa ter mais cuidado. Esse é um dos cogumelos mais venenosos que existem. Você poderia ter morrido facilmente.
Ele se virou para mim com um olhar de preocupação. Senti meus ombros caírem e olhei para baixo. Não foi uma brincadeira divertida. Aprendi uma lição valiosa: esses cogumelos são incrivelmente venenosos. Decidi mudar de assunto, abalado, mas grato por ter sobrevivido ao que poderia ter sido uma experiência de quase morte e pela intervenção de Julius, que salvou minha vida.
— Quem é a vez da patrulha desta noite? perguntei.
— Minha!
Disse Arthur com grande entusiasmo. Houve alguns gemidos ao redor do círculo. Eu também gemi mentalmente, mas guardei meus pensamentos para mim. À medida que viajávamos, os outros Rangers entenderam que as histórias que eu havia compartilhado naquela noite eram apenas o começo de meus contos. Eu poderia facilmente continuar por uma semana e ter mais. Fiquei grato por Recordação de um mundo distante, que me ajudou a obter mais conhecimento, tornar minhas histórias mais refinadas e melhorar meu canto e minha memória. Achei difícil decidir quais histórias contar ao redor da fogueira. Para evitar possíveis problemas, criei um sistema de rodízio. Todos tinham a oportunidade de solicitar uma história favorita, uma música para ser cantada novamente ou algo novo. Esse sistema funcionou bem na maior parte do tempo. Arthur estava particularmente interessado em Aquiles. Ele sempre solicitava a Ilíada, que eu já havia recitado inúmeras vezes, a ponto de provavelmente conseguir recitá-la enquanto dormia.
— O que você gostaria?
Perguntei, ciente da provável resposta. Mesmo assim, perguntei, esperando um resultado diferente.
— A Ilíada.
Disse ele, sem hesitar. Não pude deixar de notar a previsibilidade de sua escolha. Respirei fundo e comecei.
— Cante, Deusa, a raiva de Aquiles….
Comecei a recitar a Ilíada em um ritmo animado. Embora alguns participantes tenham expressado seu descontentamento, eles ouviram atentamente, absorvendo cada palavra. Era como se estivessem apreciando uma cerveja conhecida em vez de um vinho fino.
— Oh, querida. Eu sinto muito! Não tive a intenção de bater em você. Já fui mais generoso no passado, mas tive dezenas de tentativas fracassadas e sem resultados, por isso estou um pouco menos compreensivo agora.
O feitiço foi interrompido, e Julius olhou para Artêmis. Ele era particularmente sensível a qualquer interrupção em seus planos.
— Vou ter que lembra você que há uma regra em vigor… ele começou.
— Sim, eu entendo. Se eu atirar em algo, devo verificar o que era. Como eu claramente pensei que era algo, a responsabilidade deve ser minha. Ela falou, Se levantando
— Certo, onde eu estava?
Eu verifiquei. Minha habilidade em contar histórias me ajudou a manter meu lugar na narrativa, mesmo que ocasionalmente eu não tivesse certeza dos detalhes. Eu estava seguindo o fio da história, que havia intitulado “Achados e Perdidos”, quando me assustei com um súbito relâmpago nos arbustos.
— Ataquem
Sugeriram todos, inclusive Orígenes, enquanto Artêmis voltava correndo para o acampamento.
— Goblins
Ela anunciou ao voltar para o acampamento. Eu estava investindo alguns pontos em Vitalidade e, com a percepção aprimorada, consegui apenas discernir o que aconteceu em seguida. Parecia que Xaoc, o Deus do Caos, estava se divertindo com a confusão. Maximus, que é adepto de uma variedade de armas, pegou uma panela e pulou, pronto para a ação. Artêmis continuou correndo até a carroça, colidindo com ela e deixando uma marca visível. Observei o surgimento de veias de poder, que se iluminaram e se moveram pela carroça enquanto ela inspirava profundamente e colocava o pé firmemente no chão. Em resposta, paredes de terra começaram a surgir ao nosso redor, formando uma barreira com uma única abertura, grande o suficiente para que dois indivíduos passassem por ela. Maximus foi até a abertura nas paredes de terra e foi prontamente confrontado por um grupo de goblins. Esse foi meu primeiro encontro com eles nessa área. Eles pareciam ser como eu havia imaginado: pequenos, feios, com mandíbulas rosnadas, olhos vermelhos brilhantes e uma propensão à violência. Julius chegou ao local com uma lança e os dois começaram a se envolver com os goblins.
— Artêmis, você poderia fazer alguma magia, por favor?
Perguntou Julius. Eu não tinha certeza do que ele queria dizer, mas parecia que Artêmis havia entendido, pois ela jogou algumas pedras na multidão crescente de goblins que tentavam invadir nosso forte improvisado.
— Elaine, você poderia curar o Maximus?
Artêmis gritou de seu ponto de vista. Eu me movi para ver o que Kallisto e Origen estavam fazendo. Eles estavam rapidamente vestindo a armadura. Arthur não estava presente, o que era um tanto surpreendente, dadas as circunstâncias. Os goblins que caíam ocasionalmente, engasgados com o próprio cuspe, com sangue saindo dos olhos e com uma flecha espetada, pareciam indicar que Arthur estava contribuindo para a defesa, mas era difícil determinar sua localização exata devido à falta de confirmação visual. Me Dirigi o mais rápido que pude para onde Julius e Maximus estavam segurando a linha.
— Tirem suas roupa.
Eu os chamei. Eu ainda precisava de contato direto para curar alguém, o que normalmente não era um problema. No entanto, era difícil conseguir contato com a pele com pessoas se movendo em um ritmo tão rápido. Decidi que a melhor opção era colocar minha mão nas costas deles. Julius e Maximus foram gentis o suficiente para obedecer, arrancando suas túnicas quando tiveram uma chance, e eu fiquei grato pela oportunidade de tocá-los rapidamente, atingindo-os com Restauração Detalhada. Não foi o uso mais eficiente dos recursos, pois eu não tinha certeza da natureza exata da cura que estava fazendo, do local da cura, do problema subjacente e de outros detalhes cruciais. Se eu tivesse conseguido me concentrar e realizar o processo com mais precisão, provavelmente teria gasto menos pontos de mana. Decidi desativar as notificações por enquanto. Eu não tinha necessidade imediata delas; eu as analisaria mais tarde.
Julius estava se movendo tão rápido que achei difícil acompanhar e entender o que estava acontecendo. Dadas as circunstâncias, senti que era improvável que eu conseguisse pegá-lo. Portanto, decidi concentrar minha atenção em Maximus, que de alguma forma havia perdido o pote e estava segurando o que só poderia ser descrito como armas de goblins. Bem, parece que os goblins e Maximus estão envolvidos. Ele levou um golpe infeliz na canela, o que o fez cair de joelhos. Imediatamente apliquei o feitiço Restauração Detalhada, sabendo exatamente o que eu precisava consertar, e depois o segui com um feitiço Dor Mortal. Eu esperava que ele não precisasse saber o que era dor se eu conseguisse consertá-lo imediatamente. Maximus demonstrou as capacidades de um ranger físico, mostrando os limites do potencial humano. Acredito que Julius teria uma demonstração de proeza semelhante, se não fosse por sua velocidade extraordinária. Apesar de suas habilidades admiráveis, havia apenas dois deles, e meia dúzia de goblins cabiam na passagem ao mesmo tempo, rastejando, ficando de pé, esfaqueando, com lâminas sujas vindo em nossa direção. Maximus sofreu outro ferimento, fazendo-o tropeçar e se afastar de mim. Tentei aplicar-lhe outro feitiço de cura, Maior revigoramento, para reabastecer suas reservas de energia. No entanto, um goblin aproveitou a oportunidade e avançou em minha direção, mirando uma morte enferrujada em meu olho.
Eu tinha fé. Continuei, inclinando-me para ele, e fui recompensado quando um zunido letal passou pelo meu ouvido, a cabeça dele (ou talvez dela?) explodindo em um jato de sangue. Tentei curar Maximus com [ Maior revigoramento], que também pareceu ter o efeito de curar sua perna.
— Por favor, tenha cuidado!
Alguém aconselhou. Caímos no chão, e Artêmis, com uma voz que eu nunca tinha ouvido antes, anunciou seu feitiço, que parecia ser uma forma de lidar com os goblins.
— Cadeia de Raios.
Naquele momento, uma onda de raios veio dela, atingindo as fileiras da frente dos goblins e ricocheteando entre eles. Em seguida, o raio voltou para atingir os goblins na parte de trás, bem como aqueles que estavam escondidos. Os goblins caíram, com as orelhas fumegando, enquanto Kallisto e Orígenes saltavam sobre nós, ainda agachados, assumindo uma posição juntos, com os escudos travados e as lanças entre eles. Eles formaram uma parede de escudos de dois, que era tudo o que era necessário, já que as paredes de terra estavam em ambos os lados. Julius diminuiu a velocidade o suficiente para que eu pudesse dar uma olhada nele. Ele estava coberto por uma mistura de sujeira, suor e sangue, e vários cortes superficiais estavam sangrando. Eu me aproximei e usei um Restauração detalhada nele. Ele acenou com a cabeça em sinal de agradecimento e deu um passo para trás, procurando cuidadosamente por algo. Artêmis estava em cima da carroça, tendo de alguma forma subido até lá, parecendo totalmente esgotada e exausta. Pensei em dar a ela um impulso de Maior revigoramento, mas estava começando a sentir os efeitos da adrenalina, que estavam me deixando um pouco trêmulo.
— Seria bom que você ficasse alerta, Elaine. Embora as muralhas de Artêmis sejam eficazes, existe a possibilidade de os adversários tentarem romper uma delas. Se você pudesse observar aquela parede em particular e dar um sinal se notar algo incomum, seria útil.
Julius então começou a caminhar em um ritmo moderado em direção à luta. Parei por um momento para me firmar contra o vagão, meu corpo ainda tremendo por causa da adrenalina, e concentrei minha atenção na parede em questão. O ar estava cheio do cheiro pungente de relâmpago, os sons de lâminas se chocando e goblins gradualmente se distanciando.
— Ei Inseto Curadora.
Disse Artêmis, sentando-se na carroça com as pernas balançando para o lado.
— Sim?
Respondi, tentando discernir o que Artemis desejava.
— Me pegue
Disse ela, escorregando do vagão com uma certa falta de graça. Oh, meu Deus, eu gostaria de ter sido avisado com um pouco mais de antecedência. Artêmis caiu sobre mim, nossos membros se enroscaram em uma pilha.
— Puxa vida
Murmurei, um pouco surpreso com a inesperada reviravolta dos acontecimentos.
— Eu gostaria de ser curada
Artêmis pediu educadamente. Decidi que a Ártemis precisava de um descanso, então usei um Grande Revigoramento, que drenou o resto da minha mana.
— Ah, aí está! Exatamente o que eu precisava! Obrigado, Inseto Curadora
Artêmis deu um pulo, cheia de energia. Eu ainda estava um pouco abatido, sentindo-me um pouco machucado e usado, olhando para Artêmis com desprezo. Ela se espreguiçou, olhou para mim e sorriu.
— Talvez seja útil lembrar que você não está sendo paranoico se estiver certo.
De minha posição reclinada, fiz um gesto com a mão de forma um tanto desdenhosa. Depois de algum tempo, a maioria do grupo voltou.
— Onde está Arthur?
Perguntei, lançando meu olhar ao redor, esforçando-me para subjugar a crescente trepidação dentro de mim.
— Ele está perseguindo os indivíduos restantes
Respondeu Kallisto, com sua voz transmitindo cansaço. Com essa preocupação fora do caminho, olhei para ele e para Origen, ambos revestidos de armadura.
— Vocês precisam de algum atendimento médico?
Perguntei, sem saber se algo poderia ter sobrevivido. Kallisto balançou a cabeça, mas Julius interveio.
— Elaine pode curar nossos ferimentos? Temos a sorte de ter uma curandeira conosco, e acredito que devemos aproveitar ao máximo. gostaria de saber se podemos pedir à Elaine que faça o máximo por nós. Será que ela poderia considerar Restauração Detalhada, Curar Toxinas, Matar Germes e, se não fosse uma imposição, Remoção de Parasitas]? Ele fez uma pausa, considerando.
— E qualquer outra coisa que ela ache que possamos precisar.
— Atacar Bactérias, Removedor de Parasitas
Murmurei, imaginando como Arthur tinha conseguido chegar lá primeiro na fila. Ele deveria estar caçando goblins! Arthur supôs que Julius estava perguntando sobre a situação.
— Parece que a maior parte do chefe morreu. É possível que um ou dois tenham escapado da captura, mas eles não representam uma ameaça significativa nem mesmo para uma fazenda solitária.
Tentei fazer contato com ele, mas minhas habilidades tiveram pouco efeito.
— E para você, querido Arthur, comecei.
— Um coração. Pela coragem!
A expressão de Arthur ficou um tanto tempestuosa com essa referência, enquanto os outros expressaram sua aprovação com aplausos e vivas. Origen foi o próximo. Restauração Detalhada, Curar Toxina, e Atacar Bactéria, me informaram que ele havia sido atingido e que parecia que os goblins tinham usado armas contaminadas com algo desagradável. Olhei para ele com preocupação.
— Parece que você pode ter sido atingido. Estou preocupado que você possa ter sido atingido mais de uma vez e esteja tentando se livrar disso. Sinto muito, mas estou aqui para curá-lo. Eu o aconselharia gentilmente a não confiar nessa história de durão, pois pode não ser a melhor abordagem a longo prazo. Perdi meu melhor amigo dessa forma. Você aparecerá para ser curado depois de uma briga.
Continuei a Falar, sem me importar com o fato de que ele era muito mais alto do que eu, capaz de me partir ao meio como um galho, embora não estivesse focado na luta. Julius apenas ergueu uma sobrancelha para mim, mas deixe-me dizer o que penso. Eu teria lidado com a situação da mesma forma. Artêmis veio em seguida, com os lábios torcidos de forma divertida.
— Com licença, Eu disse.
— Volto já.
Entrei no vagão e olhei em volta. Não tinha certeza de onde estava, mas voltei carregando o item e fui recebido com sobrancelhas erguidas por todos os lados. Toquei Artêmis gentilmente, curando alguns pequenos hematomas, antes de lhe entregar o item.
— Tenho algo para você, comecei.
— É um travesseiro para que você possa pousar em outra coisa quando pular do vagão.
Lancei a ela um olhar que transmitia minha desaprovação enquanto os Rangers a tratavam mal. Julius decidiu se juntar à diversão.
— Artêmis, parece que você está um pouco relaxada em seu treinamento físico recentemente. Talvez pudéssemos tentar praticar alguns saltos para ajudar a melhorar sua técnica?
A expressão de Artêmis mudou de uma raiva intensa para uma contemplação e, finalmente, para um aceno de cabeça que parecia reconhecer a justiça de minhas ações. Maximus se aproximou, e fiquei feliz por poder ajudá-lo quase sem nenhuma cura. Eu o havia curado durante toda a luta.
— Para você, Maximus, uma arma.
Eu disse, oferecendo-lhe minha faca. Julius o interrompeu.
— Elaine, talvez seja melhor não se envolver nesse assunto. É entre mim e ele, e acredito que não cabe a você interferir.
Continuei a curar Kallisto sem dizer uma palavra. A boca de Artêmis estava se contorcendo e senti que ela estava ansiosa para contribuir com a troca verbal. Julius foi o último a ser tratado, garantindo que todos os membros de sua equipe fossem atendidos primeiro. Ele havia sofrido alguns ferimentos que pareciam ser bastante graves, e eu administrei a dosagem completa da medicação. Fiquei um pouco surpreso ao descobrir que o Removedor de Parasitas estava firme, e minhas sobrancelhas se ergueram ligeiramente em resposta. Lembrei-me do que ele havia dito e percebi que tínhamos tempo para isso, então lancei o feitiço de Privacidade ao nosso redor, criando uma barreira de gaze que nos envolveu.
— Elaine…
Ele começou de uma forma que me deixou desconfortável. Levantei minha mão para impedi-lo.
— Entendo que você está no comando. Ao ativar a barreira de Privacidade, não estou tentando prejudicá-la ou mostrá-la na frente de todos. Só preciso conversar com você.
O seu rosto franzido deu lugar a um olhar intenso.
— Muito bem, se puder fazer a gentileza de compartilhar seus pensamentos comigo.
— Meu Removedor de Parasitas tem um controle firme sobre você. Provavelmente já eliminei vários parasitas no processo. Você tem alguns hábitos que não são ideais. Não estou aqui para criticar, mas esses hábitos têm consequências.
O rosto franzido estava de volta, mas não era o líder que estava descontente, e sim o paciente que parecia insatisfeito ao ouvir sobre os problemas de estilo de vida.
— Como você pode ter tanta certeza de que é isso?
Perguntou ele, com uma ponta de ceticismo na voz.
— Não tenho certeza, mas parece que esse é o único caso e que os dois provavelmente estão relacionados.
Ele franziu as sobrancelhas ao considerar o assunto.
— Você acha que pode haver mais algum problema a ser observado?
— Bem, não da sessão atual. Você pode ter um ou dois dias interessantes, mas, na maior parte do tempo, deve se sentir muito melhor.
Sua expressão se suavizou.
— Agradeço por ter me contado isso em particular. Só queria avisar que agradeço por você estar substituindo Maximus. Acho que é importante tentar não se colocar em uma posição em que os outros tenham que lhe dar cobertura. Cobrir outras pessoas é uma coisa boa, mas fazer com que outras pessoas cubram você não é tão bom. Isso mudou quem tínhamos que cobrir, e isso é…
Julius parou, mas manteve a mão espalmada, balançando as laterais para cima e para baixo. Eu recebi a mensagem. Tirei a habilidade Privacidade e voltamos ao grupo. Artêmis inclinou a cabeça para Julius, que simplesmente balançou a cabeça em resposta.
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Capítulo 41: A estrada para Virinum II
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