Capítulo 1

[Parte 1]

Vampiros. Desde o início dos tempos, eles permaneceram escondidos enquanto eram caçados e perseguidos. As pessoas temiam suas habilidades sobrenaturais, como correr rápido, ter força não natural e nunca ganhar uma única ruga.

A maioria dos rumores sobre vampiros eram falsos. Alho e água benta não poderiam machucá-los; o primeiro foi inventado por autores e o segundo deu aos humanos uma falsa sensação de esperança. Eles podiam caminhar durante o dia, mas as chances de serem mortos por multidões humanas eram mais prováveis. Assim, eles caçavam à noite, trazendo à tona a crença de que os vampiros pereciam sob o sol. Prata, fogo e esfaquear seus corações eram suas fraquezas.

Eventualmente, à medida que a civilização se tornou mais moderna, a sua existência foi perdida em mitos.

Então, o apocalipse profetizado começou. A maioria dos vampiros, aqueles que não podiam fazer a transição secreta para a sociedade humana, aproveitaram a oportunidade para matar tudo a torto e a direito. Os militares falharam. Os governos caíram. A morte do ser humano foi gravada em pedra quando, em vez de lutarem juntas como espécie, cada nação lutou sozinha para proteger as fronteiras imaginárias do seu país. Era tão trivial para os sobreviventes, aqueles que viviam como animais selvagens na natureza e nas ruínas da cidade.

Literalmente, que estúpidos da parte de seus ancestrais!

Já se passaram 150 anos desde que eles se levantaram e conquistaram. Após a queda dos humanos, foi a vez deles se esconderem e tremerem no escuro, esperando que não fossem os próximos a serem capturados. Tornar-se um escravo de sangue seria o seu destino, caso contrário.

Veja, os vampiros não eram seres brilhantes ou misericordiosos. Eles eram todos sádicos e egoístas. Se alguém fosse pego, não seria visto novamente. Na verdade, você deveria presumir que eles estavam praticamente mortos, a menos que você fosse um alfa ou pelo menos um beta bonito. Se um humano infeliz fosse um simples beta, ele era vendido como gado para o matadouro. Eles se tornaram escravos de sangue de vampiros de classe baixa. A maioria preferiria morrer a aceitar esse destino.

Alfas e ômegas humanos já eram raros muito antes da guerra. Os betas, os normais que não conseguiam detectar feromônios, representavam 80% da população, enquanto 15% eram alfas, o gênero preferido acima dos demais. Você consegue adivinhar os 5% restantes? Os ômegas não eram considerados a menina dos olhos dos pais. Ainda mais, apenas 1% dos ômegas eram do sexo masculino. Supostamente, eles eram o fundo do poço na época.

Se um alfa e um ômega tivessem os genes, eles poderiam fazer a transição para um lobisomem, mas essa habilidade foi desenvolvida décadas antes da guerra. Ninguém gostava de humanos que pudessem se transformar em lobos nos tempos atuais. Que irônico, porque um lobo com dentes grandes provavelmente teria sido uma defesa útil contra os sugadores de sangue.

As coisas mudaram. Quando a população humana diminuiu a cada ano devido aos abates em massa, o mesmo aconteceu com o número de alfas e ômegas. Eles se tornaram um tesouro raro e muito procurado pela alta sociedade vampírica. Os rumores dizem que, como os vampiros não podem ter filhos com humanos, eles tinham um programa de reprodução para os dois sexos para produzirem filhotes em cativeiro.

E o ômega virou o crème de la crème. A sua raridade chegou ao ponto em que possuir um destes géneros ameaçados era reservado à realeza. Os vampiros ficaram desesperados por um ômega. O rei odiava admitir, mas o programa falhou tecnicamente, já que um ômega nunca foi produzido – apenas alfas e betas.

É do conhecimento geral que um ômega não nascia há anos. Segundo os poucos humanos que escaparam das garras do vampiro, o último ômega a nascer foi há 43 anos.

Só de pensar que poderia haver um ômega por aí já era um jogo de caça para aqueles sugadores de sangue. Reuni-los foi fácil, já que muitos humanos perderam a vontade de lutar. Bem, suas buscas não foram totalmente inúteis, porque havia um ômega lá fora, escondido nas cavernas frias e úmidas do que costumava ser o Parque Nacional Mammoth Cave, em Kentucky.

O último ômega.