Capítulo 4
— Socorro, salvem a gente, estão tentando nos molestar, socorro, socorro! — Su Yubing tentou gritar o mais alto que conseguiu. O vinho que ela tinha acabado de beber não era muito forte, mas quanto mais o tempo passava, mais tonta ela se sentia. Por favor, que alguém encontre a gente… mesmo que seja só pra deixar eu e Liu Siyue sairmos daqui… Até gritar exigia um esforço enorme. Os feromônios de um alfa naturalmente suprimiam ômegas.
Quanto mais Su Yubing gritava, mais excitados ficavam os homens sentados no sofá. Dois alfas que não conseguiram se controlar já estavam se levantando para pôr as mãos em Su Yubing.
Antes mesmo que conseguissem tocá-la, ouviram a porta da sala privativa ser arrombada com um estrondo. Alguém entrou rapidamente, e logo em seguida fechou a porta atrás de si. Tudo aconteceu em poucos segundos. As pessoas na sala mal tiveram tempo de reagir quando, de repente, já havia mais uma pessoa ali dentro.
Era Mo Yuxin, que até então estava sentada no balcão do bar. Desde o momento em que Su Yubing entrou na sala, o texto naquela página do livro em sua mente começou a piscar, como se estivesse tentando lhe dar um sinal.
Por isso, ela não esperou mais e tomou a iniciativa de ir até a sala privativa. Quando chegou na quarta porta, ouviu vagamente alguém pedindo socorro lá dentro. Mo Yuxin não teve tempo de pensar: arrombou a porta com um chute e entrou, fechando-a atrás de si.
Os dois homens que estavam prestes a tocar Su Yubing já haviam sido derrubados no chão por Mo Yuxin, com apenas um soco para cada um.
Em sua vida anterior, ao apostar em jade, ela já tinha se envolvido em brigas com marginais muitas vezes. Além disso, neste mundo, o corpo de um alfa era ainda mais forte que o de um homem no mundo comum, o que fazia Mo Yuxin se sentir bastante à vontade ao bater em alguém. Dois socos foram suficientes para derrubar dois inúteis.
Alfas eram naturalmente sensíveis ao cheiro dos seus semelhantes. Assim que Mo Yuxin entrou, sentiu um forte cheiro de tabaco — era exatamente o feromônio de Wei Shiqi. Ela percebeu que toda a pressão dos feromônios dele estava voltada para Su Yubing e para a garota ao lado dela.
Embora a dona original do corpo fosse um pouco cafajeste, ainda assim era uma alfa de Classe S, e a letalidade de seu cheiro era muito maior do que a de alfas comuns. Mo Yuxin rapidamente liberou seus próprios feromônios. Em instantes, a testa de Wei Shiqi começou a suar — seus feromônios tinham sido completamente reprimidos pelos de Mo Yuxin.
O ar se encheu com uma leve fragrância de flores de ameixeira geladas. Su Yubing já estava um pouco embriagada. Ser envolvida por aquele aroma lhe trouxe uma sensação familiar, porém repulsiva. Ela olhou para Mo Yuxin, que agora estava diante dela, e teve certeza de que estava realmente muito bêbada. Como essa canalha poderia aparecer aqui? Ela com certeza não se importaria se eu vivesse ou morresse.
Liu Siyue se apressou em segurar Su Yubing, permitindo que ela se apoiasse nela. Só assim Su Yubing não desabou no chão.
— Quem caralhos é você pra invadir e causar confusão numa reunião que eu, Wei Shiqi, organizei? — Wei Shiqi estava sentado no sofá, tentando esconder o fato de que seus feromônios não eram páreo para os de Mo Yuxin.
Os riquinhos ao redor apenas observavam. No fim das contas, só estavam ali para se divertir. Não havia motivo para se envolverem em defesa de Wei Shiqi.
— Heh, não lembra mais quem eu sou? Quanto custam essas roupas e calças que você tá usando? — Mo Yuxin caminhou até a frente de Wei Shiqi e dos outros como se não houvesse ninguém ali, separada apenas por uma mesinha de vinho.
— O quê? Vai pagar por ela, fazendo papel de herói salvando a donzela? Só a camisa que eu tô usando custa mais de sete mil, e a calça, que é mais barata, vale três mil. Paga por ela aí — disse Wei Shiqi com um só olhar, percebendo que Mo Yuxin não tinha muito dinheiro. As roupas dela não eram de marca. Ele disse isso de propósito.
— Certo. E quanto custa o colete e a cueca que você tá usando por baixo também? — Mo Yuxin assentiu com calma e continuou perguntando.
— Você é doida? Quem pergunta o preço da cueca dos outros? Tá só querendo arrumar confusão — retrucou Wei Shiqi, visivelmente irritado.
— Beleza. Afinal de contas, sou uma pessoa muito justa. Se cueca não conta como dinheiro, então esquece.
Wei Shiqi ficou olhando com o rosto cheio de confusão, completamente sem entender o que essa alfa pobretona estava tentando fazer.
Enquanto ele ainda a observava com curiosidade, Mo Yuxin já tinha pegado três garrafas de vinho tinto e despejado todas na cabeça de Wei Shiqi. Agora até o colete e a cueca dele estavam encharcados. Não era à toa que aquela mulher tinha perguntado quanto custavam!
Wei Shiqi ficou furioso e avançou sobre Mo Yuxin, tentando empurrá-la ao chão e apertar seu pescoço. Mo Yuxin se esquivou com agilidade e aproveitou o movimento para puxá-lo. Wei Shiqi caiu no chão com o impulso, e Mo Yuxin pisou com força nas costas dele.
Wei Shiqi ainda se debatia e balançava os braços. Mo Yuxin aplicou um pouco mais de força com as duas mãos. Com um estalo, o braço esquerdo de Wei Shiqi foi deslocado imediatamente, ficando pendurado e imóvel. A mão direita dele estava firmemente presa por Mo Yuxin.
Wei Shiqi começou a gritar de dor:
— Socorro, porra, quem bate nos outros assim? Não consigo mexer a mão esquerda! Tá doendo pra caralho! Vocês vão só ficar aí olhando? Tirem essa mulher de cima de mim! Meu braço, ahh!
— Você não quer esse braço também, é isso? Eu sou uma pessoa muito bondosa. Se não quiser, posso deslocar ele também agora mesmo — disse Mo Yuxin com um sorriso gentil que brotou em seu rosto gélido.
Wei Shiqi ficou apavorado.
— Não, não desloca meu braço, pelo amor de Deus! Eu juro que não me atrevo mais, irmãzinha, não me atrevo mesmo! Eu não sabia que você gostava da Su Yubing! Se eu soubesse, nunca teria falado merda! Wuwuwu, tá doendo demais!
Como não doeria? O pé de Mo Yuxin pressionava com força suas costas. Um dos braços estava deslocado, e o outro, preso firmemente por ela, sem poder se mover. Aquele grupo de riquinhos mimados, os chamados filhos de famílias influentes, só sabiam se exibir com palavras. Quando viram que Mo Yuxin realmente tinha coragem de agir, nenhum sequer ousou se aproximar para ajudar Wei Shiqi.
— Irmãzinha? — Mo Yuxin riu. — Que íntimo você é, hein? Mas que pena… eu não tenho um filho ingrato como você. Hã? Falei algo errado?
Enquanto falava, ela apertou ainda mais o pé contra as costas de Wei Shiqi.
Wei Shiqi imediatamente começou a uivar como um fantasma:
— Nada de errado, nada de errado! Foi erro meu, eu fui idiota, fiz besteira! Mamãe, eu estava errado! Me perdoa só dessa vez! Eu juro que nunca mais vou ousar! Wuwuwu…
Mo Yuxin assentiu como se tivesse entendido.
— Ah, então é isso… Assim, realmente não tá errado. Mas, como eu disse, não tenho um filho ingrato como você.
Ao terminar de falar, ela puxou com força novamente o único braço bom de Wei Shiqi.
— Eu juro que não ouso mais! Se eu soubesse que ia acabar assim, mesmo que me dessem dez mil coragens, eu não teria feito nada! Que tal isso, você pode me mandar chamar do que quiser! Eu peço desculpas à Su Yubing! Su Yubing, me desculpa! Eu sou um idiota do caralho! Por favor, pede pra ela me deixar ir! — Wei Shiqi, um homem adulto, chorava tanto de dor que até o catarro escorria.
— Você pediu desculpas? Muito bem. Primeiro, deixa eu te compensar pelo valor das suas roupas. Incluindo a cueca, deve dar uns onze mil, certo? Pega seu celular. Eu escaneio o código e te transfiro o dinheiro. Vamos resolver uma coisa de cada vez. As outras a gente resolve com calma depois. Eu sou uma pessoa muito justa e bondosa — disse Mo Yuxin como se realmente acreditasse nisso, quase parecendo que queria aplaudir a si mesma.
Liu Siyue, que apoiava Su Yubing a certa distância, estava atônita. Nunca imaginou que as coisas tomariam esse rumo. Quando aquela mulher invadiu o quarto, Liu Siyue achou que aquela alfa poderia acabar em desvantagem e já estava se preparando para sair e pedir ajuda. Mais tarde, percebeu que havia se preocupado à toa. Quem devia estar pedindo socorro era o outro lado — mas aqueles homens também pareciam intimidados demais por Mo Yuxin. Cada um estava mais paralisado do que o outro.
Wei Shiqi, ainda caído no chão, chorava com ainda mais intensidade. Ele realmente não queria que aquela mulher o compensasse por nada. No momento, seu único desejo era se levantar e correr para o hospital tratar o braço.
— Não precisa, irmãzinha. De verdade, não precisa me pagar nada. Foi tudo culpa minha, eu mesmo derramei vinho em mim. Foi tudo culpa minha por ser cego e não saber desviar. Isso não tem nada a ver com você nem com a Su Yubing. Irmãzinha, não precisa gastar dinheiro comigo. Só me deixa… me deixa levantar do chão, por favor.
Su Yubing lançou um olhar para Wei Shiqi e estalou a língua, fazendo-o tremer de medo. Ele estava aterrorizado com aquela mulher. Ela nunca agia de forma previsível. Wei Shiqi tinha medo de não conseguir manter nem o outro braço.
— Já que você disse isso, seria meio chato se eu ainda insistisse em te dar dinheiro. Que tal fazermos um vídeo? Você explica como suas roupas ficaram assim e como seu braço se machucou. Afinal, hoje em dia nem todo mundo é tão honesto e razoável quanto eu. Vai que eu te solto agora e depois você me morde pelas costas?
Wei Shiqi rangeu os dentes. Agora, ele só queria que aquela mulher parasse de torturá-lo. Não se importava mais com nada. Desde que ela o deixasse em paz, ele já se dava por satisfeito. Retaliação? Ele não ousaria nem em sonho.
— Irmãzinha, sem problema algum. Eu coopero com tudo. Só vê se dá pra me deixar levantar primeiro? Deitado assim no chão o vídeo vai ficar feio. Não suje seus olhos com essa cena — disse Wei Shiqi, suportando a dor no corpo e falando com extremo cuidado.
— Verdade, eu também já tô cansada de pisar em você. Então levanta e prepara bem o que vai falar. Vamos começar a gravar o vídeo — disse Mo Yuxin, soltando o braço bom de Wei Shiqi e tirando o pé das costas dele. Em seguida, pegou o celular e apontou a câmera na direção dele.
Ao ver Wei Shiqi se arrastando do chão enquanto segurava o braço machucado, Mo Yuxin sorriu gentilmente:
— Vamos começar.
— Tá bom, tá bom — respondeu Wei Shiqi, sentando-se novamente no sofá e suportando a dor pelo corpo. Então começou a falar em direção ao celular de Mo Yuxin:
— Todas as roupas no meu corpo foram sujadas por mim mesmo. Não tem nada a ver com minha irmãzinha ou com a Su Yubing. Eu absolutamente não vou pedir dinheiro para minha irmãzinha. Além disso, todos os ferimentos no meu corpo foram causados por mim mesmo. Não tem absolutamente nada a ver com minha irmãzinha. Ela é, de fato, uma pessoa extremamente bondosa. É a pessoa mais razoável que eu já conheci.
Mo Yuxin apertou para salvar o vídeo e assentiu com a cabeça.
— Tenho que dizer, você fala bem mesmo. Se acontecer uma próxima vez, vou alugar a maior tela de LED da Praça Cidadã e deixar esse vídeo passando em loop só pra você.
O rosto de Wei Shiqi congelou.
— Irmãzinha, fica tranquila. Eu juro que não ouso mais. Tô realmente com medo. Não precisa gastar dinheiro comigo.
Mo Yuxin assentiu.
— Certo, então vamos considerar esse assunto resolvido. Seus amigos são testemunhas.
— Sim, sim, sim! — ecoou Wang Haibo imediatamente.
— Então, agora vamos resolver o próximo assunto — disse Mo Yuxin, guardando o celular e continuando.
— A-ainda tem outro assunto? — Wei Shiqi estava prestes a chorar de novo.
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Capítulo 4
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Transmigrated into the Scum Female Lead in a Campus Novel
Sinopse 1: Mo Yuxin transmigrou para a ex escória da protagonista feminina de um romance universitário.
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