Capítulo 08
Como o diabo, que oferece uma solução duvidosa para não cometer atrocidades, levantou as mãos e se rendeu.
Não poderia lutar contra a força de dois guarda-costas altamente treinados e impiedosos com um dono sanguinário.
Mohammad ficou de frente para o monitor, que exibe várias imagens de várias partes do condomínio.
Como o sistema era obsoleto e antigo, as imagens não eram das melhores, de baixa qualidade, o que as deixava pixeladas.
De alguma forma, conseguiu descrever o que cada uma representava.
O homem sentado de frente é o responsável por essa parte, sentia a pressão da mão gelada do seu algoz e começou a suar frio.
E, por estar proibido de se retirar, seus dedos congelados permaneceram em cima do teclado, que, com qualquer movimento mínimo, poderia desintegrar.
“Mostra as imagens completas, do momento em que entraram no meu estacionamento.”
A voz congelante ordenou ao funcionário que movimentasse os dedos.
Seus dedos deslizam rapidamente sobre o teclado, selecionando o horário em que os turistas hackearam o sistema de segurança.
Observou que os baderneiros estavam em um Keeps preto, com a cabeça para fora da janela, expondo os rostos brilhantes de alegria, prontos para cometer alguma travessura.
O carro subia em alta velocidade pelas rampas dos andares superiores; sem som, a gesticulação embriagada dos passageiros já dizia muito.
Chegando ao último acesso permitido, o veículo para bruscamente e dois deles saem.
Assim como em um crime premeditado, um deles segurava um smartphone, reconhecendo o tipo de aplicativo aberto, apesar da má qualidade das imagens.
Muito usado por leigos para quebrar sistemas de segurança e senhas.
Esse sistema foi desenvolvido em 2008, por um programador e hacker dinamarquês, para quebrar sistema de segurança e senhas que davam acesso restrito a certos itens e áreas.
Fácil de mexer e qualquer um com o mínimo de experiência com código já conseguia utilizar.
Porém, era uso exclusivo de jogos online, não sendo indicado, pois deixava os sistemas vulneráveis ao reconhecimento.
Que acabam usando outros bem mais aprimorados, diminuindo a chance em quase zero de serem pegos, mantendo assim o anonimato.
Ainda que dispunham de inteligência para usar códigos e invadir a segurança daqui, eram tolos e arrogantes o suficiente, presumindo que não seriam pegos.
Após quebrar a senha, a passagem foi liberada, chegando até o estacionamento privativo.
A área era enorme, proporcionando espaço suficiente para a locomoção de outros automóveis.
A princípio, apenas correram pelo corredor central, dando duas voltas completas.
Após isso, parou na entrada da rampa de acesso no intuito de facilitar a fuga.
Desse modo, três adolescentes sem camisa e usando calção de banho saíram da parte traseira, carregando armas químicas semelhantes a coquetéis molotov; na outra mão, canos de aço grosso.
Não estavam apenas com o intuito de se divertir; eram, na verdade, para destruir.
Os jovens subiam em um dos esportivos e pulavam no teto como se estivessem num trampolim. Logo em seguida, despejam suas forças no capô da Bugatti com o cano de aço, que arranhou e amassou a lataria.
Tentaram destruir os vidros, mas a vidraçaria mudava para ficarem mais resistentes ao impacto de uma bala ou pancadas violentas com objetos duros.
No entanto, ficaram trincados e precisavam de uma nova troca.
E o motorista saiu, se destacando entre todos.
Medindo quase um metro e oitenta, usava uma camisa branca com um grande emblema da bandeira americana, escrito embaixo: ‘This is America, Bitch!’.
Estava com algo na boca, soltando uma leve fumaça, reconheceu de imediato que era um baseado de maconha.
Quando o líder se aproximou, os outros pararam, como se esperassem uma ordem.
Caminhando em direção ao carro vandalizado, pegou no bolso do calção uma lata de tinta em spray muito usada por grafiteiros.
Removeu a tampa e jogou no chão.
Eufóricos e animados, sabem o que seria feito.
Com um movimento rápido, começou a espalhar a tinta pelo capô, fazendo um desenho característico.
Seu rosto transbordava entusiasmo e divertimento, como se fosse a coisa mais legal do mundo.
Desse jeito, tomando a maior parte da frente do carro, todos berraram como animais desenfreados, um deles abaixou as calças e mijou no pneu frontal totalmente arranhado.
Mas antes de acionarem o coquetel, o elevador foi aberto e de lá saíram os seguranças do condomínio, que, pegos de surpresa, largaram imediatamente a garrafa do explosivo e o líquido inflamável se espalhou pelo chão.
Correndo em fuga, durante a evasão, o lado traseiro do Keeps bateu na pilastra de concreto, arranhando o revestimento.
O resto da filmagem mostrava os homens encarando o estrago com a expressão apavorada, como se aquilo não terminasse bem para ninguém, inclusive para eles.
E foi assim que encerrou.
A exibição durou vinte minutos… Durante o curto período, os baderneiros destruíram cinco carros, sendo três esportivos de edição limitada e duas SUVs, usados para o transporte do casal.
Caso a equipe demorasse mais um pouco, o estrago seria astronômico, com o intuito de incendiar o restante.
A imagem desenhada capturou sua atenção.
Além de serem patriotas, eram pró-Israel, com descaramento de desenhar o símbolo da estrela de Davi da bandeira judaica com tinta spray branca.
Apesar de ser árabe e muçulmano, declarou apoio à Palestina durante o confronto desde o ano passado, após o ataque do grupo extremista Hamas.
Estava pouco se fudendo com as vidas perdidas durante o embate que dura anos, apenas se beneficiava ganhando dinheiro, vendendo para ambos os grupos armas e suprimentos de forma implícita.
Com falso ar benevolente e altruísta diante da comunidade, principalmente os cidadãos que moravam na área de conflito, como Gaza e Cisjordânia, não incomodava, devido a ser tudo negócios.
Mas pelo simples fato de vandalizarem suas posses, propositalmente e premeditadamente, com um plano idiota no intuito falho de provocar e ofender sua moral por causa da sua religião, deixou-o puto.
Não sentia arrependimento das atitudes e falas através da rede social, porque fez ganhar capital de giro.
No entanto, sua raiva estava nas posses destruídas, principalmente a sua área invadida por um aplicativo de baixa categoria.
Escancara a grande falha desse grupo, não considerado confiável, enfurecendo por fazer duplo papel de idiota, podendo ser premeditado ao mudar o sistema da sua parte.
A mão que estava sob o ombro mudou de curso, com um impulso violento, a cabeça atravessou a tela do monitor, o barulho e o formato na tela estavam destruídos.
A cabeça entrou completamente, se encaixando perfeitamente no buraco.
A vítima estava inconsciente, com o rosto retalhado, pelo vidro perfurar várias regiões da face.
Sangrando, a gola da camisa ficou manchada de sangue.
A mão delgada de Mohammad sai de dentro do buraco, olhando os ferimentos superficiais ocasionados pelo estilhaço do movimento brusco.
O sangue contido não escorria e teria uma cicatrização rápida sem marca.
Os funcionários ficaram em estado de choque, queriam socorrer o colega, só que estavam impedidos pela reação do agressor.
Portanto, permaneceram tremendo.
Um deles começou a orar o terço católico, pedindo por proteção divina.
Os seguranças na porta continuaram, mas seus semblantes eram de divertimento.
Mantendo ali, já que se fizessem algo sem autorização, a consequência seria pior do que no pobre coitado inconsciente.
Analisando os pequenos cortes, sorri como se tivesse visto algo engraçado.
“Ops… Acho que me exaltei um pouco.”
Os olhos expandiram, quase saltando com a pequena declaração, como se tivesse cometido um simples erro de escrita.
“Bem…”
Pegou o frasco de álcool gel na mesa do desmaiado e aplicou duas gotas na palma.
Ao esfregar, a parte afetada ardeu um pouco, mas lhe causou uma sensação boa de prazer. Logo olhou para os seguranças, percebendo que receberia ordens.
“Reúnam os cachorros, acho que esses meninos não tiveram adrenalina o bastante.”
“Sim presidente.”
“E não esqueça do Dmitri, ficará eufórico em lidar com o líder. Leve também os tacos de beisebol. Acho que precisam receber toda a hospitalidade que um nativo tem a oferecer.”
Mohammad caminha em direção à entrada, o barulho que o ar-condicionado fazia toda vez que cuspia ar era aterrador.
O som dos passos se afastando fez com que a batida do coração voltasse ao normal.
Não obstante, Mohammad se aproximou da porta, movendo o pescoço para o lado, onde seus olhos de serpente miravam para as pobres criaturas que perderam mais uma vez o fôlego.
“Acho que nossa conversa tranquila fica somente aqui, sei das fortes tendências suicidas da classe trabalhadora, então aconteceu esse pequeno acidente.”
“…”
“Não se preocupe, ficará bem e terá uma boa recuperação. Mas… caso isso se expanda para fora desta sala, acredito que mais velinhas serão apagadas.”
Assim que sai, a porta é fechada.
Mohammad passa à frente, ignorando o outro encolhido que molhou as calças.
Oliver disca o número automático, que atende no primeiro toque.
Sozinho no elevador, enquanto os guardas utilizam a saída de emergência para chegar na parte de fora, encontrando-se com os outros membros.
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