Capítulo 35
[Alô?]
A aliança dourada no dedo anelar brilhava intensamente, o casado que mal aguardava terminar o serviço para retornar para casa, agora deve esclarecer ao seu esposo que ficará por mais tempo.
“Cariño.”
[Smith, o que houve? Vai demorar?]
Park Hyung tem uma entonação reconfortante, mas pulsando a saudade em ver que ficará longe de seu calor.
“Parece que o presidente encontrou uma nova obsessão, e o líder acredita que ficaremos um pouco mais.”
[Não fique assim, sinto que desmancharei. Não se preocupe, estou lhe aguardando como sempre.]
“Estou com saudade da sua comida, dos seus braços e do seu buraco.”
[Também sentirei falta de seu pau, será bem difícil aqui.]
“Não se esforce tanto e seja bonzinho.”
[Digo o mesmo, Ursão.]
Suspirando, Smith desliga a chamada e, jogado naquela cama de hotel, canalizou um pouco do que tiveram antes de vir a esse tropicalismo.
“Que frio.”
***
Ao se levantar da cadeira, imprimiria todas as informações, poderia usar o escritório da empresa que fica na Barra.
Só que, para não atrair tanta atenção, decidiu ir a uma prestadora de serviços, pois o presidente detestava receber por e-mail em PDF.
Visto que usará para subornar a vítima.
Notificando um dos guardas responsável por guiar um dos carros, saiu da suíte 602.
O tempo corria contra o seu favor, porque precisava arranjar um restaurante ideal para concluir seu cardápio, isso incluía todas as seis refeições diárias.
Fora que estenderia a diária pelo seu novo interesse, alertando os tripulantes da aeronave que estão hospedados em outro lugar, e o pagamento diário pelo aluguel do aeródromo.
Por sorte, existem várias papelarias espalhadas pelo bairro, dessa maneira não foi difícil.
Quando entrou na loja, ninguém olhou com estranheza, dado que, pela redondeza, existem inúmeros escritórios e os funcionários costumam usar o traje social.
Apesar de aparentar um terno comum, o preço da peça é de alto valor, feito especialmente por um alfaiate especificado para todos da guarda de elite e ele.
A loja é grande e tem um fluxo enorme de clientes pelo período prévio das voltas às aulas.
Existia um específico para impressão e encadernamento, muito usado por universitários porque o preço cobrado por impressão é relativamente baixo.
Não havia ninguém na fila, uma vez que as aulas só retornam no mês que vem, portanto, não há necessidade de um volume maior nessa parte.
O secretário chega educadamente e o atendente vem em sua direção.
Atrás do balcão, tem quatro impressoras multifuncionais, usadas em lojas do tipo pela agilidade.
No lado esquerdo, dois computadores com monitores de 27 polegadas.
“O que posso ajudar, senhor?”
Apesar de entender bem o português latino, em razão de ser obrigado a aprender para trabalhar com Mohammad, não gosta muito de utilizar, não soa como um nativo, diferente do seu chefe que fala fluentemente.
“Quero imprimir dez folhas tamanho A4, frente e verso, e depois encadernar.”
O atendente conseguiu compreender certas palavras, mas algumas ficaram confusas, pelo fato de serem arrastadas, lembrando mais um português arcaico.
Mesmo assim, pediu para enviar as impressões através do e-mail da loja, que está escrito em fonte tipográfica em negrito.
Por saber disso, há vários tipos de e-mail e aplicativo de conversas instantâneas, usados conforme o país de origem.
Rapidamente, adicionou e enviou as impressões para encadernar.
Recebendo, já iniciou o primeiro passo.
Quando abriu, o conteúdo estava na língua materna, que não entendeu nada do que se tratava e teve até certo preconceito, pelo fato de ser um árabe.
Mas em silêncio continuou, uma a uma as folhas iam saindo na primeira impressora, perfeitamente legíveis.
Ao terminar, agilmente, encadernou em wire-o em capa preta impermeável. O custo do processo, com impressão, ficou na faixa dos 60 reais.
Em mãos, usou o sistema de proteção no celular para deletar todas as informações entregues para a loja, fazendo-as sumir do mapa sem recuperação.
O carro já o esperava, começou a procurar vários restaurantes que agradassem ao paladar rigoroso de seu chefe.
Atravessando o lobby, ia em direção ao último andar e entregar o produto.
Bate levemente três vezes.
Podendo ser ouvidas, a maçaneta é girada, revelando seu traje que é apenas uma calça moletom cinza de peito nu, seu cabelo está bagunçado, mostrando um aspecto que nem no tempo de faculdade se via.
Seu olhar mirava friamente o empregado que veio entregar as informações pedidas.
Imediatamente, estendeu e mostrou que numa sacola bonita estava a conclusão das ordens.
Nem esperando se curvar em agradecimento, fechou em sua cara, fazendo um leve vento passar por sua face.
Já é o hábito de uma vida, isso não afetou em nada, agora tem que resolver outros assuntos, e precisava entrar em contato com os estabelecimentos selecionados através da filtragem.
Mohammad, que segura a alça da sacola, foi imediatamente para seu quarto. Com a cortina branca aberta, exibia a bela paisagem do céu azul que se estendia por toda a capital.
Sentando na poltrona, sua estrutura afunda no estofado macio.
Removendo, viu que o empregado fez um ótimo serviço outra vez, escolhendo o tipo de encadernação certo.
A capa é dura e impermeável, as folhas usadas são de alta gramatura e todas as informações estavam completas e detalhadas.
Bem raso, os dados colhidos não passavam das vinte páginas, logo presumiu ser bastante reservada.
A maioria das informações é de dados hospitalares sobre sua condição física e mental.
Então, foi pelos dados básicos.
Abaixo, há outras sobre sua vida e atividades.
Apesar de não constar o nome paterno nas documentações, mora com o padrasto casado com sua falecida mãe durante vinte e seis anos.
Morando atualmente com ele e dividindo o espaço com sua irmã mais nova e o cunhado.
Fora as avaliações dos empregadores diante da funcionária.
O segundo e último na rede ‘Frutas & Sabor’, arrancou muitos elogios sobre o seu atendimento e prestação de serviço durante os quatro anos de atividade, e o motivo da demissão foi por pedido dela.
Desde 2018, não conseguiu outro, estando atualmente desempregada.
“Pobre e desocupada do jeito que gosto.”
Não é bem assim.
Também revelava as contas bancárias cadastradas em seu CPF, sendo líder a conta-salário, devido aos empregos que teve.
Só há um, que não é ligado ao meio, que pertence ao banco digital.
“Uma dividida de quase 10 mil reais… Tão pouco.”
Essa fala um tanto distorcida veio com a boa ação de facilitar o lado dela, em tirar seu nome do Serasa.
Que nem notificou o secretário para ação.
“Acho que ela vai gostar disso.”
Mulheres acima dos trinta apreciam gostos práticos, e pelo status, é de bom tom limpar seu nome.
Sendo recebido de bom grado.
Mais um pouco, várias contas e senhas usadas nos e-mails criados desde 2009, sendo no total oito.
Mas, o mais ativo é unicamente um, usado no Facebook e YouTube. Também possuía outra conta, mas deixou de utilizar em 2019.
Linha por linha, minuciosamente, para colar em sua memória, os incontáveis relatórios médicos desde o surgimento da doença mental, com bastante riqueza, todas as vezes que recorreu ao SUS e o tratamento.
Ano passado, o último relato mostrou o quadro de melhora, que está em observação, fazendo consultas mensais num grupo de mulheres organizado pelo projeto social.
Ainda assim, continuaria com os medicamentos por tempo indeterminado e faria inúmeras consultas psicológicas para tratar a fobia social, adquirida durante o quadro depressivo.
Há outro relatório, da Instituição Philippe Pinel, em 2021, após uma crise de pânico.
“Que estranho.”
Algo se mostrava oculto até para olhos clínicos, que soou em seus ouvidos.
Devendo dar uma maior atenção.
Além do quadro psiquiátrico, sofre com diabetes tipo 2 desde o ano passado, quando foi diagnosticada.
Por isso, perdeu 14 kg.
Em outras páginas, outras bem significativas.
E os nomes de alguns caras com quem se relacionou.
Estando solteira desde os 29 anos, período em que enfrentava intensamente a doença.
Conhecendo na internet, através do bate-papo, o que não durou 3 meses.
Apesar de serem espaçados, com um intervalo de 3 a 5 anos, Mohammad viu que não tinha preferência com aparência física, sendo predominantemente mal-apessoados, dando um contraste oposto à sua beleza.
Tem os dados deles, mostrando a condição bem fudida financeiramente.
Além do péssimo gosto, tem dedo pobre na hora de selecionar seus pretendentes.
Todos eram trambiqueiros, ou se afundaram no vício das drogas, como consta nos dados do segundo parceiro.
O único que seguiu o caminho certo e agora é casado é o primeiro namorado, que por coincidência, sua esposa atual tem certa similaridade com a Bruna.
Mohammad bufou, com tamanha sem-vergonhice, ao escolher uma parceira tão similar à ex-amante.
Isso deixou o sangue fervendo, querendo experimentar o que tem de tão viciante nela.
Será que é mais uma vítima em suas mãos? Depois do contato, ficará tão vidrado como um usuário de crack?
Não sabe, mas não quer ser o único a entrar nessa espiral, quer que fiquem juntos para ficarem tão loucos quanto está nesse momento.
Como um caçador exímio, que parte em várias aventuras procurando a presa ideal para enfeitar sua coleção, a queria, faria do modo que a corrente de sua vida fosse entrelaçada à dele.
Logo, um plano surgiu com vários caminhos diversos baseados no relatório que está em posse.
Imediatamente, liga para alguém que nunca cogitaria fazer.
Como já são 13h30, com diferença de sete horas, deve ser oito e meia da noite, e nesse instante sua esposa estava acordada.
Esperou completar três toques e:
[Sim?]
A voz da bela dama soou como o canto de um pássaro, porém queria desligar imediatamente.
“Não retornarei amanhã.”
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Capítulo 35
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As Mil e uma noites Dela com um espírito Obsessor
Dizem que o amor é a chave para o sucesso, capaz de unir mãos e garantir um felizes para sempre.
No entanto, Bruna, prestes a completar 32 anos, já não sente mais essa faísca e deseja...