Capítulo 38
De início, Takano analisou que, embora tenha o grupo, quase não interagia e, quando era, se limitava a sobre marcar ou desmarcar.
Depois vêm os contatos, os únicos que conversam são a irmã e o pai.
Entretanto, ao ver o histórico do aparelho, há certa semelhança de conteúdos, como acesso aos sites pornográficos caseiros.
Todo final de mês, durante o período de agosto de 2023 a janeiro desse ano, decorrente dos três últimos dias do mês, são acessados esse tipo de conteúdo, e sempre os mesmos não diferem em nada.
Presumindo que estejam alocados na pasta de favoritos pelo acesso rápido e instantâneo, prontos para serem utilizados.
O celular usado vinha da mulher, e pelos materiais colhidos, confirmam-se os procedimentos.
Isso significa que, durante o período de cinco meses, usa esse artifício para obter prazer com a masturbação.
E, como são curtos, que não passam de seis minutos, significa que o foco é se aliviar rapidamente, e quando acontece, não era acessado durante o dia todo e somente voltava no dia posterior quando esse ciclo terminava.
Apesar da dúvida, não é estranho, é normal chegar a certa idade e usar vários meios para se aliviar, é por isso que a pornografia é tão rentável.
Pois, além de alimentar a fantasia sexual, sacia a vontade do usuário em não ter contato físico.
Isso é tão alarmante que existem casos de não conseguirem sentir prazer com o companheiro físico, se degradando cada vez mais.
Contudo, no caso da jovem, é o oposto, não parece ser fantasioso ou algo que a prejudique no futuro, e sim o puro instinto de saciar o desejo e viver como deve ser.
Tanto que não é relacionado ao cinematográfico e sim, a caseiros de baixa qualidade.
Após colher tudo e enviar para uma pasta, inicia sua parte.
***
‘Zenith‘ é um renomado restaurante asiático, que ficou muito famoso em 2015.
Fundado em 2013 na área nobre carioca, é bastante frequentado por sua culinária única, migrada dos países do leste asiático.
A estrutura é deslumbrante, uma obra-prima arquitetônica que se destaca na Avenida das Américas.
A réplica perfeita da estrutura feudal coreana.
Feita com os mesmos materiais requintados das icônicas armações coreanas, suas linhas elegantes e contemporâneas capturam a essência da cultura asiática.
Apesar de sua grandiosidade, que ocupa um espaço generoso na avenida, o restaurante emana uma aura de exclusividade, como se fosse um segredo bem guardado entre os amantes da alta gastronomia.
As janelas amplas permitem o vislumbramento desse tapete escuro.
Contando com salas privativas para clientes que procuram o máximo conforto e silêncio durante sua refeição.
Os ingredientes atraíram aqueles que querem saborear uma boa culinária.
Carnes de primeira, como wagyu, são usadas nos famosos churrascos coreanos, carne de porco, legumes e verduras orgânicos para o preparo dos hotpots chineses, e os pratos de atum-azul e o salmão real.
O diferencial são seus funcionários.
Enquanto existe apenas um único chef para a preparação de vários alimentos, aqui abre uma cartela com três renomados profissionais com suas origens distintas das suas terras natais.
A refeição preparada obedece à raiz sem pecar com a origem.
Claro, existem os que foram ‘abrasileirados’ para agradar o paladar tupiniquim, como o tempero e alguns modelos famosos.
Concluindo, as apresentações belíssimas das gueixas de Kyoto, altamente treinadas nas famosas Okiyas, para entreter quem puder pagar um alto preço por algumas horas de diversão e cultura.
Esses espaços são solicitados por quem possui condições financeiras mais elevadas e pode arcar pelo acesso.
Fora o ‘show cooking’, que garante uma experiência em que chefs preparam os pratos na frente dos clientes, destacando a frescura e a qualidade.
Por causa desse renome e por ser uma culinária ligada ao requinte, os preços são salgados, onde as degustações variam de 1200 a 2500 reais por pessoa.
Todavia, se mantém cheio pela qualidade em geral.
E não é raro ver alguém gastando mais de 8 a 10 mil reais numa única noite.
Quando o carro de Mohammad estacionou na garagem do restaurante, viu inúmeros outros ocupando as inúmeras vagas disponíveis.
Tanto que havia SUVs, Lamborghinis e Ferraris decorando esse jardim oriental.
Apesar do peso que tem, alguns donos eram de origem ‘humilde’, querendo aproveitar ou experimentar como é viver na nata da sociedade.
Ao supor, automaticamente lembrou-se dos inúmeros modelos usados na The Prosperity, e o quanto eram medíocres.
A magia ao redor é uma dança hipnótica difícil de largar.
Já na entrada, é cumprimentado por duas funcionárias vestindo um quimono estilo usumono.
Uma típica vestimenta de verão, por fornecer uma sensação fresca pelos tecidos que não possuem um forro, sendo fabricados com materiais mais leves.
A coloração de ambas é num azul jeans, o que dava contraste à pele branca.
Como uma boa nativa, o recepcionam com uma saudação em saikeirei a 45°.
Assim que terminam, as duas que seguram um tablet perguntam seu nome.
“Mohammad bin Ali Al Haroon”
As damas dão um sorriso robotizado e checam em sua lista de reserva, logo aparece na listagem VIP.
Assim, a outra funcionária, de cabelo negro, num coque, guia para sua sala.
Enquanto adentravam, ouviam sons de várias conversas, risadas e gritos.
É tipicamente como um estabelecimento comum.
Após passar pela ala, onde se concentra a maioria dos clientes, o silêncio voltou, havia várias cabines fechadas que demonstravam as famosas salas privadas.
Quando chegam na penúltima porta, a funcionária vira para Mohammad, situando sua sala, e com toda graça abre o shoji, revelando um ambiente estéril, e a decoração simples, que cabia perfeitamente no critério.
O tatame, coberto na pequena área, é macio ao toque, feito originalmente com palha de arroz, e perfeito para se sentar ou até deitar pelo enorme conforto que oferece.
Havia uma mesa grande, com furo no meio, utilizada muito em churrasco coreano ou hotpot.
Aguentando altas temperaturas sem danificar, as cadeiras, apesar do mesmo material, são anatômicas e confortáveis.
Oferecendo o máximo de estabilidade.
Por último e menos importante, belo quadro, desenhado por um artista desconhecido, do antigo imperador da era Meiji.
É lindo.
E os olhos críticos admitiram o cuidado e atenção às origens utilizadas em seu cardápio.
Do lado esquerdo, estava o presidente do leilão, que o esperava há dez minutos.
Por saber da extrema pontualidade do cliente, preparou-se para recebê-lo no horário marcado.
Também estava com sua melhor vestimenta, um terno de uma das mais cobiçadas alfaiatarias do mundo.
Oferecendo harmonia, é perfeito para reuniões em um ambiente como esse.
Sendo um senhor de 68 anos e calvo, com a careca bem lustrosa igual a uma bola de bilhar, e de porte e comportamento exigido pela alta sociedade.
Devido à profissão, se depara com a cúpula mundial, desse modo teve que se adaptar como tal.
Encarando, percebeu a presença jovem, como se estivesse no início dos seus quase 30 anos, sem uma ruga ou marca de expressão que denunciasse a velha idade.
Além do que, é o mais importante, se equiparando a realezas e políticos de alto cargo.
E não só o status, mas a imagem falava por si só.
O olhar desdenhoso para com ele é nítido, uma típica visão que só é reservada para os figurões poderosos.
Quando percebeu a avaliação, seu corpo formigou e um ligeiro suor frio desceu do topo da cabeça, escorregando até o queixo.
“Se desse esse ser ao Damian, acredito que não precisaria embolsar um centavo.”
Recordou-se de um dos seus cachorros, que tem um gosto peculiar por senhores iguais a esse de cabeça de ‘pirulito’.
Logo, um ligeiro sorriso simpático esboçou-se na face do patriarca.
Ainda assim, na visão dele, é apenas um inseto que pode ser usado e depois descartado.
“Droga, será que foi uma boa ideia tentar chantagear essa besta demoníaca?”
Sabendo a atual posição, seguiu conforme o protocolo, já que tinham interesses em comum.
A recepcionista se curvou mais uma vez e explicou que um funcionário auxiliaria na hora da escolha do cardápio.
À sua frente, Mohammad sentou e estendeu a mão. Suadas, esfregou na roupa e retribuiu.
“Sr. Santoro, é um prazer conhecê-lo.”
“O prazer é meu, Sr. Haroon.”
O aperto durou menos de dois segundos, com duas balançadas indicando a formalidade da ocasião, retornando à antiga atmosfera.
Desse modo, há batidas na porta.
Sendo autorizado, um dos funcionários também usava um quimono montsuki, em posição de seiza.
Reto, o funcionário pede licença para servi-lo.
Acostumados, não estranharam.
Com um cardápio em mãos, entrega para auxiliar nos pedidos.
Como é o anfitrião, perguntou educadamente ao convidado, deixando-o à vontade para escolher qualquer coisa no menu em quantidades variadas.
Pelo verão, uma época insuportável, o velho senhor queria algo fresco e gelado que pudesse saciar sua fome sem esquentar, como pratos quentes.
Havia a famosa bimbi naengmyeon, uma sopa servida fria em um delicioso macarrão temperado e apimentado, muito saboroso.
E o churrasco coreano com vários acompanhamentos e uma bebida refrescante como a cerveja ou soju.
Santoro já tinha experimentado e ficou viciado, a preparação é prática e sem o incômodo de ficar com cheiro de fumaça ou carne.
Mas como é algo formal, então não seria legal pedir um churrasco e optou pelo famoso sushi e sashimi da casa.
Mohammad também, além disso, gostou muito da especialidade da casa, a carne de baiacu.
Pedindo em excesso, pincelou para beber um soju fresh pelo fundo adocicado e frescor, ideal para climas quentes.
Santoro optou pelo saquê mesmo, ligando o temporizador dava uma estimativa curta para o produto ser entregue.
Como um fantasma, o funcionário se retirou delicadamente.
Só restaram os de poderes distintos, contudo, com o mesmo objetivo: grana.
Embora se trata de um suborno, são homens de negócios e não se comportarão como animais que lutam pela sobrevivência.
Durante o jantar, vão aproveitar uma ótima refeição em um ambiente propício para um lindo acordo, é dessa forma que crimes de colarinho branco são feitos.
“Sr. Haroon, fico honrado pelo convite, só mostra o quão grande é sua gratidão. Quando o almoço foi desmarcado, pensei que não teria nenhuma chance de conversar com o senhor. É muito lisonjeio.”
“Esse compromisso não é só importante para mim, mas também para todos os envolvidos. Sinto que seria indelicado de minha parte fazer esse tipo de negócio mediante videochamada.”
“Concordo plenamente, isso mostra o quanto se importa com seus objetivos. Ahn… Fiquei sabendo que continuará no Brasil, vai até participar pessoalmente do leilão.”
“Sim, surgiu um imprevisto e preciso resolver. Como ficarei mais tempo, seria injusto não participar desse evento tão valioso que é a venda do aeroporto mais visitado do RJ.”
“Claro, a antiga companhia de Singapura resolveu vender sua parte pelos problemas financeiros relacionados à empresa, enfim, não vem ao caso.”
“Sim, verdade.”
“Mas, como o governo lida apenas com 49%, então, estão procurando uma corporação forte para liderar e auxiliar o nosso tão querido e importante empreendimento.”
“Vejo que, após as restrições, o Galão passou unicamente a fornecer viagens internacionais, é um plano audacioso para captar o número de passageiros estrangeiros.”
“É, o governo tentou implementar ano passado, mas resultou numa catástrofe. No entanto, procuramos não prejudicar ou lesar as empresas aéreas que prestam serviço para o país.”
“Hum…”
Assim que o cronômetro atingiu seu limite, a porta foi aberta novamente, mas com uma equipe carregando os itens em várias bandejas com maestria.
Cada um com a assinatura própria, agradando aos espectadores que não queriam ver a hora de saborear a boa culinária.
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Capítulo 38
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