Capítulo 40
“O que acha, Sr. Santoro?”
“É… Irresistível recusar, não recebo uma proposta assim há anos, na realidade, é a primeira vez que me acontece.”
Segura o papel ainda zonzo, buscando equilíbrio para dar a palavra final, mas ficou difícil.
Porém, não tinha saída, era aceitar ou perder tudo que adquiriu durante anos a fio.
“Sabe, não é o que dizem, ‘tem tudo uma primeira vez’? Fico feliz que isso possa acontecer, e a todos os envolvidos.”
“… Bem…”
“Vamos lá? Dessa vez, não farei o que fiz com o Sr. Beltrão, pois infelizmente um dos meus cachorros que têm um gosto pela figura não se encontra.”
“É que…”
“Portanto, façamos diferente, pedirei mais algumas iguarias para compartilharmos tudo. Espero que esteja com muita fome.”
“…”
Ao apertar a campainha, a porta se abre, o mesmo que atendeu antes surge novamente pronto para ajudá-los.
“Senhores.”
“Traga mais, o dobro, por favor, meu convidado está morrendo de fome e quero lhe tratar muito bem.”
“Sim, senhor, mais alguma coisa?”
“Ah! Um momento de confraternização merece bebidas, acredito que o senhor tenha amado o saquê, não é?”
Engoliu seco, não sabia o que tramava, mas não tinha como sair, apenas balançou a cabeça rigidamente com uma feição petrificada.
“Tragam bastantes, mais saquês, mais soju! Está sendo um bom negócio, e quero comemorar.”
“Claro, senhor, com licença.”
O funcionário saiu por aquela porta, não percebendo o pedido de ajuda dado pelo cliente, que estava numa encruzilhada de frente para Beelzebub.
“Não seja desrespeitoso com o anfitrião, Sr. Santoro. Honrarei minhas raízes e lhe servirei com tudo que merece. E, como amo comer, que tal participar dessa gentileza?”
“… Claro…”
“Que bom! Chamarei alguns visitantes, acredito que nunca esquecerá o quão bem foi atendido. Espero que nunca apague da memória o legado que construímos aqui.”
Com apenas uma única ligação, surgiram logo três homens, todos amedrontadores com uma expressão fria.
Mohammad, que estava de bom humor, apresentou os seus guardas que apenas esperavam uma ordem para atirar nesse maluco.
Santoro, queria pedir desculpa pela audácia, não deveria ter enfrentado, muito menos ter chamado de viado, e agora estava de frente para o diabo com seus ajudantes.
“Acredito que não se incomode com o filhote, é o mais novo, entretanto, foi treinado para tal. E ficará lisonjeado de ter um tratamento de jovem mestre através dele.”
“Como assim? Posso fazer isso sozinho…”
“Sem problema e receba essa gentileza que ofereço para poucos. Filhote, sirva toda comida na boca desse senhor até me sentir satisfeito.”
“Sim presidente.”
Sam, que sempre foi o mais humorado, depois de Pumpkin, exibia uma face aterradora, seus olhos são gelados, como duas bolas de vidro em baixa temperatura, e seu leve sorriso é tão sádico quanto o de seu dono.
Seria a primeira vez, executando uma ordem de tortura desse modo, achando bem criativo.
Fez lembrar da infância, quando a mãe, para fazer comer os legumes que odiava, obrigava a limpar o prato mesmo que vomitasse.
E, sentando ao lado de Santoro, parecia a perfeita cortesã de prostíbulo de luxo.
Tanto Oliver quanto Dominique estavam perto da entrada, para evitar qualquer ocasionalidade e forçar o visitante a ingerir tudo que é oferecido.
E, pelo humor de seu dono, puderam reprimir o riso e expressar uma face engraçada em zoação ao filhote.
Quando os pedidos vieram, os pratos vazios foram substituídos por uma nova remessa, não tinha apenas a parte gorda dos peixes e sim a carne magra, sendo tão saborosa quanto o antecessor.
As bebidas foram dispostas e, antes de retornar, Mohammad pediu os kuay teow, famosos na culinária tailandesa que leva a base de caldo de ossos.
E assim, com tudo posto, deixaram sozinhos.
Foi aí que as armas ocultadas surgiram nas mãos dos visitantes, reafirmando ao privilegiado de não desperdiçar nada.
“Aviso, se vomitar, quebrarei um por um os seus dedos.”
“…”
Que comece a temporada da alta gastronomia.
***
O seu estômago não aguentava, e não sabia mais o sabor dos sashimis que eram colocados bem no fundo da sua garganta.
Sam segurou suas bochechas, forçando-se a engolir cada iguaria dada.
Semelhante a alimentar um ganso que servirá como foie gras.
Contudo, diferente do animal que é de ótima valia, a carne desse cara não vale nem de graça para um canibal degustar.
Desse modo, Mohammad apreciava sua terceira tigela de kuay teow, é maravilhoso e um sabor que não tem como decifrar.
Santoro é introduzido com mais álcool, é sua segunda garrafa de saquê, e não tinha força para si, como se todo organismo não o respeitasse e estava focando em apenas comportar mais comida.
Sentia uma dor fudida, queria colocar para fora, mas se fizesse de novo, seu outro dedo seria quebrado. Mesmo anestesiada pelo álcool, é difícil de suportar.
“O que acha, Sr. Santoro? O filhote está lhe servindo bem?”
“…”
“Fico feliz, sirva mais, Sam, não seja tímido, tenho tempo e grana para satisfazer esse morto de fome.”
“Sim presidente.”
E, com uma felicidade contida, pega outra fatia gorda de sashimi e logo outro de carne wagyu.
“Alguém me ajuda, por favor! Socorro.”
Não tinha voz, por estar ocupado com comida, suplicando internamente e nada, por aquela porta nem vento entrava.
E, por estar bem quente, o presidente toma uma sopa gelada bem apimentada e logo enche de carne vermelha.
Com isso, fazia comentários com seus súditos sobre o infeliz comentário desse senhor sobre sua sexualidade.
E as risadas verdadeiras faziam todo o cenário ficar tão deturpado quanto é. Então…
Bleh!
O convidado não suportou e vomitou novamente.
Sam, que havia acabado de colocar um pouco mais de cogumelos flambados, foi surpreendido com outra enxurrada de vômito em seu terno.
E, como tudo, pegou outro dedo saudável e quebrou.
O som do osso quebrando fez urrar intensamente, e, sujo de vômito, teve que avisar ao convidado sobre sua má conduta.
“Senhor, por favor, peço-lhe encarecidamente que não faça isso novamente. Além de ser um desrespeito ao meu serviço, é indelicado com a gentileza do presidente.”
“Por favor… Eu não aguento mais… por favor….”
“Abre a boca, por favor.”
“… não… Não…”
O homem selou a boca para não receber mais nada.
Sam, com toda calma do mundo, apenas olhou para Mohammad, esperando alguma ordem para continuar seu serviço, e, tomando outro copo de Soju, fez o gesto com as mãos para seguir como combinado.
Assim, não poupou em lhe dar um tapa no rosto, foi o suficiente para anestesiar a área e fazer com que a mandíbula ficasse mais solta, retornando o ato.
No final, preenchido com tanta comida e bebida alcoólica, o convidado não consegue respirar. Fazendo seu anfitrião satisfeito.
“Bem, agradeço a sua presença, foi uma noite proveitosa e, como combinado, receberá os seus 10%, mas como desperdiçou alguns pratos, descontarei pelos perdidos. Tenha uma ótima noite, Sr. Santoro.”
Ao ver, parecia nem que foi torturado, e sim que comeu muito além do que podia comportar.
Portanto, quando foi socorrido, os funcionários não perceberam e apenas o guiaram até uma ambulância onde faria uma lavagem estomacal e evitaria um coma alcoólico.
E Sam, que fez um trabalho esplêndido e se divertiu muito, teve que ir em outro carro com Nathaniel, pois não foi permitida sua presença no mesmo ambiente que o presidente devido a estar sujo de vômito.
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Capítulo 40
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