Capítulo 51
Pelo que recorda, a árvore genealógica Haroon não apresenta caso de esquizofrenia.
E seus exames, duas vezes ao ano, estavam normais, recordando cada processo feito por uma equipe grande dos melhores médicos do mundo.
Logo, por qual motivo está vendo em sua frente como um perfeito holograma 3D palpável?
Essa é a questão, para o que estava bem diante de si.
É ela, utilizando a mesma vestimenta que acabou de vislumbrar, a mesma maldita camiseta com short e maquiagem suave que deu a outro.
É inebriante, igual à primeira vez, seu membro inchou e queria escapar para fora, a calça de moletom não estava confortando a fera enjaulada de tão duro.
Portanto, teve que libertar, ou… ela libertaria.
Sua mão removeu-se da calça, mostrando toda sua capacidade freada, é magnífico e grande como sempre foi nos tempos áureos.
Mesmo estando muda, soube decifrar sua feição.
Fome, desejo e inocência.
Um singelo sorriso esboçou-se em seu rosto, como se visse a coisa mais bela do mundo, e sentiu que sua boca estava salivando, pronta para lamber e chupar.
E, por si só, já é a visão privilegiada que sempre quis, mesmo estando gravada em sua mente como tantas que compartilharam o mesmo desejo.
Só que é diferente, não era como as outras, era ela. Somente ela.
Como tudo, removeu sua camiseta negra e mostrou os seios nada artificiais.
Densos e caídos sob o efeito da gravidade.
Um, que não atrairia atenção, mas que aos seus olhos queimava de baixo para cima.
E atrevidamente, pegou esses saudosos melões e friccionou em seu pau.
Como um virgem, que nunca experimentou a graça do sexo, momentaneamente um jato forte expeliu para fora.
O líquido seminal voou na tela do notebook, sujando com a densa quantidade grossa de seu dejeto, fazendo-o tão sensual quanto é.
“Tô fodido! Estou muito fodido, não estou preparado quando for realidade.”
Se o seu ‘eu’ do passado — onde costumava colecionar corpos e ter uma alta resistência e desempenho — visse o que tem agora, ficaria entre rir debochadamente ou se juntar para reverter entre investir por trás, enquanto fica sendo saboreado com sua doce boca.
Nisso, se perdia nessa doce ilusão de ver seus seios esfregando com ímpeto e vontade, como se amasse a sensação de desidratar seu ser, só pelo prazer de ver mais porra sair de seu pau.
Assim, questionou-se se existia algum ascendente que sofresse com esse mal, ao lembrar que os únicos que poderiam cuidar e monitorar sua anomalia são os médicos.
Depois do cuidado e seletividade feitos por seu pai, essa anomalia é uma doença congênita raríssima criada pelo próprio, um geneticista brilhante.
Entretanto, não é nada disso, só é considerado ‘anomalia’ porque não faz parte do genoma Homo sapiens, e sim a própria bênção de Deus.
Como uma criatura que não foi selecionada do barro, mas, diretamente da costela do criador.
Por isso, tudo nele é ‘perfeito’ demais, uma beleza inquestionável, o melhor porte físico, um intelecto perfeito… até no maldito pau, é abençoado.
Como se a divindade odiasse a humanidade e o fizesse para humilhar aqueles que são orgulhosos e diminuir os mais arrogantes.
Esse, com aparência de um ser humano, mas com genética divina, é uma besta indomável que devora tudo.
Um monstro que sempre está com fome.
Nesse momento, a quimera que é a junção da mitologia grega e cristã, formando um ser mais forte que a besta temida do apocalipse, tem a aura sedutora que somente um anticristo pode ter.
Quem era Paulo de Tarso, perto desse ser que, além de destruir, detém o poder da salvação, sendo adorado por todos que querem sua bênção para adquirir poder e riqueza?
Ao contrário do que está escrito por João, o anticristo não é tolo a ponto de ser ludibriado e derrotado com o poder da fé dos que são subjugados por outros deuses.
É o equilíbrio entre a luz e as trevas, é o senhor que comanda a vida e a morte.
Tudo passa por ele, por suas mãos são formuladas para gerar outras coisas.
Controla, manipula, suborna e lhe dá uma falsa paz.
Se for preciso, um falso amor.
Mas…
Existem certas fraquezas que ele mesmo criou, caso a sua criação seja danosa demais, e veio em forma de mulher.
Que é seu oposto, contrapondo suas trevas e não se corrompendo diante de sua escuridão.
Chegará no tempo estipulado, no momento em que essa besta não poderá prever.
E mesmo carregando a luz, será o oposto dos que acreditam gostar.
Sua beleza é humilde, se fundindo com os reles mortais. Haverá anomalias por seu corpo e não se encaixará nos padrões que a besta estipulou.
Haverá um sentimento puro, e será tão inocente quanto um cordeiro recém-nascido.
Sua inocência o seduzirá, todavia, será dotada de justiça e verdade.
A cor de sua pele será motivo de desavenças, o que acarretará o sofrimento daqueles que foram abençoados com essa dádiva.
Nascerá da pobreza e miséria dos rejeitados.
Sofrerá todos os tipos de percalços, que somente o filho do homem pode presenciar, será desprezada pelo seu sexo.
E viverá em um mundo, onde foi idealizado para a besta morar.
Por nascer e viver na escuridão, consegue corromper os mais nobres dos homens, deixando-os loucos e assim desejando a morte.
Seu encontro com esse ser de luz o deixará cego, e imediatamente cederá tudo que repudia, para ter em domínios de seus braços.
Por ela se apaixonará, terá como esposa e, através dela, carregará seus frutos.
Tais frutos nascerão com a energia de ambos, sendo a perfeita sincronia de luz e trevas.
Apesar disso, viverão pelo resto da eternidade, onde a luz continuará sendo luz e as trevas, sendo trevas.
Como alfa dominante e um ômega recessivo.
***
Os cinco comprimidos são colocados em sua boca, ambos são de coloração amarelada como o sol.
A usuária toma tranquilamente, sem pestanejar, já eram 19h30.
O período do dia, que dura mais que a noite, teve seu encerramento meia hora antes, pela estação.
De alguma forma, a semana foi seguida de sol e calor, não insuportável como o penúltimo dia de novembro e o mês de dezembro.
Esse, sim, foi um calor fora do comum, mas janeiro, sendo mais chuvoso, estava se mantendo firme, uma condição rara que não se vê diariamente.
Apesar dessa constância, não é nada ruim.
Conseguia fazer seus afazeres, sem ficar pingando ou fugir a cada dois minutos para a porta do refrigerador da geladeira velha, que é uma substituta da antiga e grande geladeira enquanto não é consertada.
Logo, o ventilador e o ar-condicionado davam vazão e sentia o frescor saindo dessas duas máquinas tão valiosas para essa época.
Bruna desconhece como deve ser o calor nas áreas costeiras.
Como sempre viveu cercado pela mata atlântica, num ‘buraco’, como costuma dizer carinhosamente pelos picos, que pertence à reserva do Grajaú, se questionou como deve ser viver de frente para a praia.
Sabia o básico, como não é bom morar onde não houvesse árvores, pois amortecem o impacto do calor, como, por exemplo, na baixada, em certas regiões que não têm, chegando a beirar o extremo.
Um exemplo é Bangu, que constantemente aparece em telejornais em razão dos recordes de calor, ou no centro do Rio, onde há maior fluxo demográfico.
Que bateu quase 45°C, sendo insuportável para qualquer ser humano na face da Terra.
Desse modo, mesmo que esteja assim, agradeça por morar em um espaço cercado pelo verde.
Às vezes, a natureza é boa e envia ventos frescos quando estava intolerável.
Como já é tarde, mas não tanto, Bruna aproveita e entra no quarto compartilhado para esperar o efeito iniciar e dormir.
O dedo comicha, por se machucar com a faca, ao fazer a burrice de cortar um pacote de forma contrária.
Sente o geladinho e agradece em forma de uma boa sensação, só que às vezes resseca sua narina, que acorda um pouco entupida.
Enquanto se acostuma com o gelado, um edredom verde e quente cobre até quase a altura dos seios, o que impede o ar externo de causar frio, assim, mantendo o calor e ficando confortável para seu usuário.
O celular em mãos navega na internet procurando algo legal para rir ou aprender.
O que ficou interditado em novembro, depois do último acidente que desregulou o touch, sendo ‘ajeitado’, pelas rachaduras acumuladas de quatro anos com vários ‘pequenos’ acidentes.
Agora é como novo.
Sem uma capa, ou qualquer outra proteção para proteger dos impactos gerados pela queda em um solo duro, a moça mexe tranquilamente.
Suas pequenas mãos de 16 cm, quase do mesmo tamanho da circunferência de seu pulso, envolvem o aparelho para dar suporte e, limitadamente, escrevem habilmente.
“Aquele relógio era enorme.”
Recordou sem querer.
No teclado, fazendo todos os tipos de função, em um só ouvido escutava uma música qualquer, porque a outra parte deu seu tempo de validade e não estava mais funcionando.
O que costuma ser chato, mas é um hábito para quem só pode gastar com objetos de camelôs com a nota de dez reais.
Seu enorme cabelo, que vive mais preso que condenado na prisão, estava em um coque alto após ser lavado e seco naturalmente, espremido no topo para fornecer conforto no pescoço, na hora de apoiar no travesseiro.
Esperavam a dona brincar bastante, à medida que o cérebro operava a mil com a luz forte em sua cara e vários conteúdos de 60 segundos, e logo migraria para outra zona sucessivamente.
Enquanto os adultos não entram e encerram as atividades, para fazer descansar e dedicar no serviço, permitem os ponteiros serem devorados, aguardando a mensagem chegar pelo sistema nervoso.
Apesar de o dia ter sido um pouco fora da curva, tem fé de que jamais se encontrarão.
Mesmo trocando conversa com esse estranho estonteante, que somente mulheres de um grau elevado em beleza podem ter, não quis saber seu nome ou fez questão de mencionar.
Excluindo de sua memória, se transformando em algo supérfluo.
“Venha, tá? Esperarei no mesmo lugar.”
“Vá pra porra, peste.”
Aquele tom meloso não combinava com sua realidade, na verdade, os que tentavam eram bem artificiais, como um mundo distópico.
[Sua prostituta do SUS.]
“Hahahaha, essa foi forte.”
Fazendo rir de um vídeo engraçado.
Ainda assim, as letras vermelhas em garrafais alertaram nitidamente o horário certo que deve chegar no dia seguinte, como se algo muito importante fosse acontecer e, caso não cumprisse, teria sérias consequências.
“Porra nenhuma.”
Não queria se manter presa, ignorando o fato desse alerta.
Portanto, quando o pai perguntou se saiu hoje e o que fez, pulou o fato, porque nada importante aconteceu, como o restante dos dias que faz essa rotina.
Quando já eram 20h10, seu pai entrou e fez suas obrigações, que eram pedir para que o celular da filha despertasse no horário habitual e vestir uma camisa para orar, como faz todas as noites.
Sentia uma leve sensação de cansaço, o remédio diluído em seu estômago agora corria em sua corrente sanguínea, bombeado por seu coração, para chegar no sistema nervoso e barrar o cérebro alucinado de fazer suas obrigações mais importantes.
Ao contrário dos outros tipos de sedativos e antidepressivos, esse medicamento é melhor do que foi prescrito no passado.
Tudo pela funcionalidade em não dopar imediatamente, e sim, dá aquela sensação gostosa de querer dormir após um dia movimentado e cheio de atividades.
Pois a função natural pegou as malas e foi expulsa como um empregado demitido por justa causa.
Deixando para a equipe externa, a qual é chamada toda noite sem falta.
Escuro, a sensação intensifica, fazendo seus olhos arderem, dando uma gostosa sensação de ajeitar o travesseiro e fechar os olhos.
Levado para terras dos sonhos.
Com isso, coloca o celular de lado com o fone de ouvido sem ser coberto, para não esquentar, e escolhe sua posição favorita.
Não sendo recomendada por especialista, pelo posicionamento da coluna vertebral, dormindo na mesma posição que sua falecida mãe.
Nisso, Morfeu, deus dos sonhos, entra em seu aposento e resolve lhe dar algo que nunca foi dado depois de mais uma década.
Essa pegadinha é uma das suas favoritas, já que, por ser uma demissexual, desconhece o prazer sexual desde a quebra do hímen.
Fazendo assim, experimenta-se o gosto da assexualidade por um longo período.
No entanto, dessa vez, não era relacionado a pegadinha e sim, obedecendo a uma ordem direta da deusa do amor, ou a paixão incandescente, Afrodite.
Depois da cagada feita quando tinha 16 anos, ficou fora por um bocado, ocupada em resolver o B.O., não limitando-se ao desejo sexual.
Mas, finalmente, a roda iniciou a sua gira, pelo seu filho que concluiu a primeira parte, fazendo a besta conhecer o cordeiro.
Logo, precisa reacender a velha chama do desejo que há muito tempo estava só às cinzas, desde o rompimento com seu antigo amor.
No entanto, a bela deusa sabia que o sistema usado é a lenha, o que demoraria um certo arco para realmente aquecer e chegar no bom e velho momento do prazer.
Enquanto isso, com um fósforo, tenta acender a pequena fagulha sem ajuda de um combustível, auxiliando nesse preparo.
E esperar, pacientemente, essa pequena chama virar uma labareda, queimando os troncos meio úmidos, transformando em um incêndio florestal.
No tempo em que Morfeu inicia as instruções.
Bruna passou pelo processo, caindo no lago profundo, onde a verdadeira magia acontece e o filho chora e a mãe não vê.
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Capítulo 51
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As Mil e uma noites Dela com um espírito Obsessor
Dizem que o amor é a chave para o sucesso, capaz de unir mãos e garantir um felizes para sempre.
No entanto, Bruna, prestes a completar 32 anos, já não sente mais essa faísca e deseja...