Capítulo 66
Mesmo oferecendo tudo, ainda vai preferir um pão fresco e quente, e ver colocando a boca e mastigando isso.
O deixou raivoso.
É que a dama nunca teve um histórico de passar mal comendo coisas dali.
As quais não foram excretadas e mortas pelo organismo de defesa, que ao longo vai se acumulando e, no final, a bomba estoura e pode morrer por sepse, para algo que poderia ser remediado.
Tinha que intervir novamente e mudar o ponto em que consome a maioria das coisas, ficando assim mais seguros.
Entretanto, mudar sua alimentação implica os membros da sua família.
Já que são os efeitos colaterais dela, que não suportaria perder outro membro querido.
E isso não é o problema, não doeria em nada levar pães e outras coisas, isso até ajudaria a começar a confiar nele e a iniciar a dependência de sua parte.
Sam bateu a porta, estava com o rosto amassado de sono.
O jovem, depois de uma rodada de conhaque e outras bebidas com os integrantes no momento livre, sofria com o cansaço e a enxaqueca pela roleta russa de doses elevadas, vestindo o uniforme oficial neste país.
Entretanto, como estava no aposento do presidente, deve ser impecável e seu cabelo dourado-escuro alinhado.
Toda vez que olha para a aparência de Sam Williams, pergunta qual foi o motivo de comprar um retriever em vez de mais um doberman.
Apesar dessa aparência brincalhona, sendo mais menino do que homem, esconde um ser mortal e frio, da mesma estirpe que o resto da equipe.
Relembra o dia em que enfiou a faca no peito de uma prostituta tailandesa, que tentou roubar seu relógio e a chave da moto.
A cara é o oposto quando tenta colocar as mãos nas suas coisas, principalmente sua moto, que tem grande paixão e idolatria.
Que foi apunhalada num único golpe, que quebrou o tórax e perfurou o coração, causando uma intensa hemorragia.
“Secretário, qual é o procedimento adotado por esse filhotinho?”
Visualizando o jornal, após anos, na verdade, desde que recrutou Dominique, não pôs os pés aqui, e por saber de tudo já soube o que esse novo integrante fez.
Suspirando em pensamento, o escravo explicita em detalhes breves o que de fato aconteceu.
“Foi desmembrada em pedaços pequenos para ser queimada, voltando assim para o hotel.”
“Haha.. Que coisa, lembra-me dos velhos tempos…”
Sim, Mohammad nunca fugiu da reta quando se trata de sua posse, e nesse caso foi devido a cinquenta dólares.
“Verdade, presidente.”
A gastura subiu e, por ver de tudo, tolerou para jogar num vaso sanitário. Recorda o cheiro de carne catabolizando, por algo bem fútil.
Nisso, a camisa coberta de sangue e o cheiro forte de fumaça foram a prova de seu primeiro assassinato.
Os companheiros estavam acostumados com todos os tipos de violência, apenas se reuniram para brincar de roleta-russa, como costumeiro.
E a prostituta?
Apenas estampou no mural de desaparecidos, e nunca mais foram encontrados seus restos.
Ainda que dessa pequena história, Mohammad aprovou a atitude e fez o igual, não se importou pelo modo brutal e seguiu em frente.
Se bem que, é o melhor piloto da sua guarda, tendo um dom natural para qualquer coisa relacionada a veículos, e por causa dessa habilidade, esse golden acabou entrando para sua guarda pessoal.
O rosto nítido, de qualquer um que tomou um porre pesado, estava transparecendo equilíbrio perante o ser mais perfeito dessa vida.
“Use a moto, pegue as coisas e entregue para a Bruna. Não se esqueça das outras obrigações.”
“Sim presidente.”
O jovem, que estava sofrendo uma ressaca grande por misturar conhaque e vodca, ficou animado para usar a moto que pertence ao presidente.
Como um bom amante de automóveis, principalmente motos, reconhecia se aquele objeto era bom ou ruim.
Todos os detalhes são vistos em formato 3D, por seu cérebro, que é mais inteligente que seu usuário. E, saindo do hotel, foi em direção ao estacionamento privado.
Ainda é cedo, na verdade, quase seis da manhã, e precisava ser ágil para chegar até lá com o carro escolhido para pilotar até o estacionamento.
Como não ficava na mesma zona, e sim em outra parte, demoraria uns minutos para chegar.
Com o mapa mental de cada rua, vielas e avenidas, o segurança brincava desviando com maestria o trânsito em certas partes, chegando no ponto no tempo estipulado.
O estacionamento, em sua maioria, tinha SUVs, por serem os que usam para transporte e segurança. Somente há alguns esportivos e motos.
Na verdade, duas motos.
E a chave dada em sua mão pertencia a uma belezinha dos seus sonhos, comprada por 182 mil dólares, com aperfeiçoamento e potência no limite da razão.
Feito exclusivamente a pedido do dono, que não poupou em potencializar o veículo, que alcançava a velocidade máxima de 320 km/h em quatro segundos.
Assim como todos, é negra, igual a um batmóvel para um cara que possui todos os tipos de preparos estratégicos.
No entanto, diferente do herói que não mata seus inimigos, não se importa em manchar suas mãos com o sangue dos inocentes.
Era essa atitude que encantava os que faziam parte da sua guarda especial.
E fazer parte desse grupo seleto é bom pra caralho.
Sam, não perde tempo admirando essa linda obra de arte, coloca a chave na ignição e o capacete que tem um formato sinistro de uma caveira vermelha desenhada, dando medo em quem passar na sua frente.
O barulho alto da moto que nunca foi usada tinha que passar em dois lugares diferentes.
O sol, que amanheceu ainda frio, carregava sua barra de download, para operar a mil por hora para esquentar esse pequeno estado e atormentar os que estão sob sua submissão.
Alcançando velocidades incríveis, leva seu usuário a experimentar o que é a verdadeira adrenalina.
Bruna, que saiu de casa para receber a encomenda, falta muito para chegar o horário.
Acordava cedo e pegava o que receberia diariamente, exceto no final de semana, como concordara.
Ia aproveitar e comprar seis pães.
Já eram 6h20 quando resolveu esperar o entregador.
A padaria estava aberta, funcionando, com certeza os pães estavam frescos e bem quentes, mas de alguma maneira não entrou e sentou na última escada de concreto que dava acesso ao estabelecimento.
Havia um razoável fluxo descendo, algumas motos que preenchiam a calçada de passagem servindo como estacionamento improvisado.
E encararem mais um dia de batalha.
O carro, que pertence ao dono da padaria, ainda não foi lavado, deixando a pintura do veículo meio ruça com várias manchas de lama e poeira.
Depois que comprou, o espaço utilizado para fazer a manobra nessa pequena área foi ocupado, o que tornou difícil para subir ou descer.
Bruna não sabia como viria.
Se for o mesmo carro, não seria bom, ao precisarem descer com suas motos, e um carro daquele tamanho atrapalharia a passagem de quem tem pressa para chegar no serviço ou, fazer seus corres como mototaxista ou delivery.
Quando são 6h37, a moto que não combinava com o ambiente, negra e brilhante, com um usuário misterioso vestindo informalmente, considerado um pouco perigoso, estava subindo com as encomendas ordenadas por seu chefe.
Os transeuntes que desciam para seus empregos, encarando mais um dia estressante, ficaram maravilhados com a motocicleta luxuosa de quase 900 mil reais.
Esse tipo só é visto em área nobre, e mesmo peças como essa belezinha não costumam aparecer com tal frequência, já que é muito caro para se adquirir, preferindo modelos mais ‘ecológicos’ que não gastem tanta gasolina.
E existe um modo certo para usar, não é qualquer um que pode montar.
Igual a um cavalo, não se pode subir em animal selvagem sem a maestria, mesmo que tenha cavalgado em vários outros que são domesticados.
É a mesma situação dessa, assim, todos pararam para ver o maquinário entrar na comunidade e fazer uma simples entrega, que tá mais para patrão.
Vindo em sua direção, usava um capacete amedrontador que só é visto no clipe ‘Needed Me’, de Rihanna.
Se no clipe é assustador, ver presencialmente é pior.
A jovem não acreditou que esse é o entregador e sim, um playboy que veio comprar drogas.
Parado de frente para o poste enorme de luz, o empregado tira o capacete irado, revelando um ser de beleza singular com um estilo de meninão.
Deu a volta para falar com o rapaz, tratando-o do exato modo gentil de sempre, só que impessoal pela situação atual.
“Oi, senhorita, trouxe a encomenda do cliente.”
Os sacos pertenciam a dois estabelecimentos diferentes, sendo um a padaria e os outros à loja em que trabalhou.
Sem encostar nos dedos.
O saco continha os pães que amam, extremamente quentes, quase pegando fogo de tão frescos que estavam, e nas outras, havia presunto italiano, queijo mussarela e, por último, as saladas de frutas.
Concluindo com refrigerante diet da loja do presidente.
“Pão de centeio?”
Perguntou em dúvida, ao imaginar que seriam relacionados apenas à sua dieta, o rapaz explicou o motivo dessa compra inusitada sem denunciar o trabalho de ontem.
“O cliente pediu para entregar isso, por saber que a senhorita gosta.”
Olhou para o motoboy, que apenas obedecia à ordem superior.
“Mais tarde entrego o restante, caso queira algo diferente dos solicitados, é só avisar ao cliente e será enviado.”
Desse modo, recordou-se do pedido de seu cunhado, querendo provar outra vez que não experimenta há um longo tanto, porém tinha vergonha, pois pensava que era limitado aos itens ‘saudáveis’.
“Tem como trazer uma garrafa de suco de açaí?”
“A senhorita deseja isso?”
“Sim, por favor. Pode ser na hora que for entregar as outras coisas, tá?”
“Tudo bem, avisarei ao cliente. Precisa de alguma coisa a mais?”
Não tinha mais nada, pelo cunhado ser o único a consumir a bebida, dado que elas estão seguindo o mesmo caminho.
“Não, obrigada, agradeça ao cliente.”
“Sim senhorita.”
Envergonhada pela bondade recebida de alguém que desconhecia há três dias.
O motoboy que concluiu a missão coloca o capacete e manobra esplendidamente, descendo a ladeira como se fosse nada.
O pessoal só voltou às suas ações depois que o veículo desapareceu de suas vistas em poucos segundos.
***
O cabelo preso, com seu uniforme com uma estampa diferente, saí pela porta até a ONG.
A caminhada varia da situação, se estava com pressa, ia rápido, se não, lentamente até chegar ao portão azul.
Apesar do horário estipulado, nada é pontual, podendo estar sujeito a situações que normalmente envolvem a chave para acessar a sala, atrasando em dez a vinte minutos.
Contudo, a reunião tem um tempo determinado, sempre se mantendo na faixa das 10h, com alguns acréscimos pelos atrasos, concluindo o período total da consulta.
Bruna, que passou por esse processo por mais de quatro anos, guardando dentro de si tudo que fazia mal — e que estava matando lentamente —, estava melhorando.
Sabia que esse tipo de doença é levado para a vida toda, onde não poderá retornar ao passado, vivendo igual reabilitado, que a qualquer instante poderia ter uma recaída.
Por causa disso, ficou mais aberta para falar sobre a situação pesada, que, mesmo não tendo uma religião, acreditava que a chave do perdão seria o pontapé para buscar uma certa ‘cura’, como fez aos 22 anos.
Sim, o resultado foi oposto, mesmo liberando o perdão a quem lhe fez mal, não aliviou quando teve o quadro.
Talvez esse seja o foco principal da síndrome de ‘Mukuro’.
Porém, o essencial é o hoje, e o distanciamento da antiga criatura que só carregava dor sob uma máscara piedosa.
E não é vital — mais ou menos — não quer usar o trauma para comover os outros e ganhar migalhas.
Aprendendo finalmente com seus erros.
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Capítulo 66
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As Mil e uma noites Dela com um espírito Obsessor
Dizem que o amor é a chave para o sucesso, capaz de unir mãos e garantir um felizes para sempre.
No entanto, Bruna, prestes a completar 32 anos, já não sente mais essa faísca e deseja...