Capítulo 72
O clima é outro, e apesar de ser eclética, a predominância é puxando para R&B, algo mais meloso e sensual.
Com a toalha na cabeça, procurou dois itens fundamentais: um sutiã e uma calcinha cinta para deixar o look mais uniforme em suas curvas.
O sutiã é um modelo básico sem bojo na coloração branca, porque não existe uma cor igual ao vestido.
Pondo como boa profissional, que lidou com o crescimento gradual dessas mamas avantajadas.
Regulou o sistema das alças para sustentar o tamanho 48, rodar toda a extensão sem se preocupar em ficar deslizando, tirando o foco do que realmente quer fazer.
E finalmente…
“Nos encontramos outra vez, calcinha da Bridget Jones.”
Bege, o seu poder limitado é exprimir a área abdominal daquelas que procuram alcançar a silhueta desejável.
Extremamente largo atrás, ocupando quase ambos os glúteos, se transformando em quase mini short.
O motivo de apelidar sua cinta modeladora de ‘Bridget Jones’, é pelo fato de ser quase semelhante à vestimenta que a personagem usou para ir a um evento do antigo trabalho do seu ex-chefe e ‘namorado’ Daniel Cleaver.
E, por fazer a mesma função, só que mais confortável, apelidou esse objeto carinhosamente.
Após desfrutar os livros da saga e os filmes, e por estar na idade da personagem, resolveu homenagear esse momento único glorificando a diva, que fez rir e refletir sobre relacionamento e vida adulta.
“Só não me faça encontrar um Daniel Cleaver, e quero ficar longe dos Mark Darcy da vida.”
A vestimenta icônica disfarçará a barriga caída, sentindo o mesmo desafio que a personagem provou, só que menos desconfortante, onde entrou nos eixos, ocultando essa pequena falha.
“Ufa!”
Queria saber como estava em frente a um espelho, só que havia o medo de o seu cunhado ver e criar uma situação muito chata, assim se contentou em olhar de cima sem apreciar os detalhes do resultado.
O cabelo enrolado na toalha é solto para sentir o gelado do quarto esfriado.
Os fios de coloração original precisavam ser moldados, nunca fez tanto sentido finalizar com ele quase seco do que encharcado.
Nisso, em frente a um espelho que só mostrava até acima do busto, revela toda a natureza de uma mulher que completará 32 anos.
Mesmo que hoje esteja em companhia de quem quer correr igual ao diabo fugindo da cruz, imediatamente recordou um meme antigo de duas estruturas anatômicas humanas.
Só que um era constituído de músculo indo atrás do esquelético.
A frase do esqueleto, reclamando pela insistência da outra anatomia completa, é idêntica à situação atual.
Bruna é o esqueleto, enquanto Mohammad é uma estrutura quase completa.
Fazendo rir um pouco, caso encontre uma postagem assim, comentará zoando a sua situação.
O cabelo foi dividido em três partes, para aplicar por igual e definir completamente.
Seu pai já não estava.
A irmã acordou assim que passava o creme na mecha inferior esquerda.
Seu rosto é uma bagunça, derivado das longas horas necessárias de sono.
O marido ainda dormia, pois hoje é seu segundo dia de folga para trabalhar amanhã e domingo.
“Por que tudo isso?”
“Te contei que visitaria a nossa mãe para me despedir de forma certa.”
“Ahn…”
Afirmou meio grogue e rouco, e logo em seguida perguntou sobre a encomenda.
“Vou almoçar no McDonald’s.”
“Poxa, tem como pedir para mim não? Peço para o Breno buscar com o garoto.”
“Tu é mesmo folgada, hein?”
“Com certeza.”
E o mesmo papo sobre ‘cunhado’ surgiu em sua boca, mas dessa vez não se revoltou e até brincou, como se nunca fosse acontecer.
Quando a irmã comentou da peça íntima, com seu bom humor, revelou o nome a essa entidade, fazendo gargalhar com esse título dado a uma personagem de que também gosta.
“Cuidado, o Sr. Darcy tá chegando.”
“Tá amarrado em nome de Asami!”
“Hahaha.”
Beatriz, com calor, abriu a janela de madeira que é um pouco pesada, perguntando se podia fazer esse favor.
Belinha, sendo mais acesa que estopim, não parava de circular tentando morder o próprio rabo sem sucesso.
“Tá mesmo voltando às velhas raízes.”
“Quê?”
Concluindo a última mecha, jogando todo para trás e aplicando mais creme na raiz frontal, para ficar controlado, removendo o efeito ‘nuvem’.
“Entre ser piriguete e princesinha.”
“Ah… entendo, mas não é bem assim. É só uma despedida, gosto do que tenho atualmente.”
“Se o Mohammad ver tudo isso aí….”
“Nem fale esse nome, não disse que energias ruins não têm que ser postas para fora da casa?”
“Que isso, Bruna! O cara é tão legal, se fossem os de antes que tu pegou, não tava nem aí, ia chupar até as bolas.”
“Não sei, ele não representa algo bom. Igual a um lobo, sei lá….”
“Lobo mau…”
A afirmação de hoje não diminuiu o prazer ganho por ter seu pé lambido e beijado.
“Um baita de um lobo mau.”
“Imagina fazendo o movimento, e tu gemendo, chamando de ‘lobo mal’?”
“Aiii, lobo mau.”
Imitando um gemido açucarado, visualizando a cena com esse deus grego.
Assim como todas, amava dar apelidos para aqueles com quem tinha um relacionamento íntimo, isso não ocorreu com Márcio, mas com os outros três.
Dessa forma, carinhosa e manhosa, para ver a reação deles, que eram muito fofos aos seus olhos, principalmente quando fingia gemer e enchia a boca prazerosamente na hora do sexo.
Apesar da brincadeira, repetindo esse apelido que ficará eternizado entre as duas, não queria que o pênis dele entrasse, e não quer falar esse doce apelido a um cara que nunca amará verdadeiramente.
Que saciará a curiosidade em ficar com alguém sequelado mentalmente.
E não daria chance.
Não nessa vida.
Com o vestido e o salto, dando um ar delicado para o belo vestido florido que pairava na metade da coxa, revelando as pernas lisas e duras.
Sua irmã queria essa qualidade, sendo bem definida mesmo com peso acima do esperado.
Ver usando um traje desconhecido desde 2017 a deixou estranha, como se retornasse à velha criatura, bonita, feminina e com um toque de burrice que somente aquela cegueira favorecia.
“Por que essa sensação de desconhecimento? Parece que nem sou eu de verdade.”
Mirando o celular, percebeu o atraso em pegar a encomenda.
Quase dez minutos.
“Bruna, o entregador!”
“Meu Deus, esqueci desse garoto. Vou lá, se não, como o que tem aí.”
“Não, quero comer salada, provavelmente deve tá esperando, vai e não esqueça o que estou pedindo.”
“Tá, tá…”
Familiar e desconexa, era o barro e não a alma, no qual o salto plataforma com duas presilhas em cada lado da testa enfeitava uma criatura inexistente.
“Por você.”
Apressada e delicada, seu andar é semelhante a uma cartilha no horóscopo de quem tem ascendência em áries, mas a essência é leonina.
Pediria desculpa, nem percebeu durante o papo descomplicado a injustiça com outro coitado que precisava fazer seu serviço.
“Espero que não esteja lá, caramba… porque fiquei de zoação, e acabei esquecendo dele.”
Tentou agilizar os passos, imaginando que seria melhor a não presença, porque se tiver…
Entretanto, não saiu como planejado.
Sam permaneceu com as encomendas, relatando ao presidente.
Por ordem, manteve a posição, pois sabia que estava se enfeitando para a situação.
E desse jeito, num belo possante, esperou surgir pelo oeste apressadamente.
Foi o que aconteceu.
Dizem que a simbologia de ‘feiura’ tem ligação com a espiritualidade.
Sam, um ser criado na católica, que adora o seu Deus judaico, achava engraçado o fato das ‘pombagiras’, principalmente em terreno tupiniquim.
E o fato da falta de beleza do interesse amoroso do presidente não atingir as expectativas pelos relatos passados foi ‘ruindo’ gradativamente com a cena de ontem.
Automaticamente, a senhorita vem mostrando seu interior a ponto de arder os olhos desse crente.
E que, ao vê-la em seu jardim, sem a vestimenta social, que ocultava a curvatura, parecia uma miragem.
A bela negra, trajando um lindo vestido leve e florido, revelando suas pernas grossas, num salto, deixou tonto.
Mesmo sem maquiagem, esse cabelo longo enfeitado com duas presilhas de cada lado o atiçou.
“Merda!”
O que acendeu mais, igual a uma bola de aço incandescente.
E essa mistura perfeita entre pureza e sensualidade explicitou uma guerra espiritual na qual essa carne sofreria diante do poder vingativo de uma entidade tão subestimada.
Sam provocou quem nem deveria ter chamado para o ringue.
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Capítulo 72
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As Mil e uma noites Dela com um espírito Obsessor
Dizem que o amor é a chave para o sucesso, capaz de unir mãos e garantir um felizes para sempre.
No entanto, Bruna, prestes a completar 32 anos, já não sente mais essa faísca e deseja...